Demografia do
Brasil é um domínio de estudos e conhecimentos sobre as características
demográficas do território brasileiro.
O Brasil possui cerca de 192 milhões de habitantes (estimativa do IBGE,
2010) o que representa uma das maiores populações absolutas do mundo,
destacando-se como a quinta nação mais populosa do planeta. Ao longo dos
últimos anos, o crescimento demográfico do país tem diminuído o ritmo, que
era muito alto até a década de 1960.
Em 1940, o recenseamento indicava 41.236.315 habitantes; em 1950, 51.944.397
habitantes; em 1960, 70.070.457 habitantes; em 1970, 93.139.037 habitantes;
em 1980, 119.002.706 habitantes; e finalmente em 1991, 146.825.475
habitantes.
O sobrenome mais popular do Brasil é Silva, com um milhão de nomes nas
listas telefônicas da Brasil Telecom, Telemar e Telesp, seguido pelos Sousa
e Souza, que juntos ultrapassam os Silva.
As razões para uma diminuição do crescimento demográfico relacionam-se com a
urbanização e industrialização e com incentivos à redução da natalidade
(como a disseminação de anticoncepcionais). Embora a taxa de mortalidade no
país tenha caído bastante desde a década de 1940, a queda na taxa de
natalidade foi ainda maior.
Índices demográficos
Densidade demográfica brasileira por município.
Distribuição populacional do Brasil.O Brasil apresenta uma baixa densidade
demográfica — apenas 22,43 hab./km²[ —, inferior à média do planeta e bem
menor que a de países intensamente povoados, como a Bélgica (342 hab./km²) e
o Japão (337 hab./km²).
O estudo da população apoia-se em alguns fatores demográficos fundamentais,
que influenciam o crescimento populacional.
Distribuição populacional
A distribuição
populacional no Brasil é bastante desigual, havendo concentração da
população nas zonas litorâneas, especialmente do Sudeste e da Zona da Mata
nordestina. Outro núcleo importante é a região Sul. As áreas menos povoadas
situam-se no Centro-Oeste e no Norte.
Taxa de natalidade
Até recentemente, as taxas de natalidade no Brasil foram elevadas, em
patamar similar a de outros países subdesenvolvidos. Contudo, houve sensível
diminuição nos últimos anos, que pode ser explicada pelo aumento da
população urbana — já que a natalidade é bem menor nas cidades, em
consequência da progressiva integração da mulher no mercado de trabalho — e
da difusão do controle de natalidade.
Além disso, o custo social da manutenção e educação dos filhos é bastante
elevado, sobretudo no entorno urbano.
Taxa de mortalidade
O Brasil
apresenta uma elevada taxa de mortalidade, também comum em países
subdesenvolvidos, enquadrando-se entre as nações mais vitimadas por
moléstias infecciosas e parasitárias, praticamente inexistentes no mundo
desenvolvido.
Desde 1940, a taxa de mortalidade brasileira também vem caindo, como reflexo
de uma progressiva popularização de medidas de higiene, principalmente após
a Segunda Guerra Mundial; da ampliação das condições de atendimento médico e
abertura de postos de saúde em áreas mais distantes; das campanhas de
vacinação; e do aumento quantitativo da assistência médica e do atendimento
hospitalar.
Taxa de mortalidade infantil
O Brasil
apresenta uma taxa de mortalidade infantil de 22,58 mortes em cada 1.000
nascimentos (estimativa para 2007) elevada mesmo para os padrões
latino-americanos. No entanto, há variações nessa taxa segundo as regiões e
as camadas populacionais.
O Norte e o Nordeste — regiões mais pobres — têm os maiores índices de
mortalidade infantil, que diminuem na região Sul. Com relação às condições
de vida, pode-se dizer que a mortalidade infantil é menor entre a população
de maiores redimentos, sendo provocada sobretudo por fatores endógenos. Já a
população brasileira de menor renda apresenta as características típicas da
mortalidade infantil tardia.
Crescimento vegetativo
A população de
uma localidade qualquer aumenta em função das migrações e do crescimento
vegetativo. No caso brasileiro, é pequena a contribuição das migrações para
o aumento populacional. Assim, como esse aumento é alto, conclui-se que o
Brasil apresenta alto crescimento vegetativo, a despeito das altas taxas de
mortalidade, sobretudo infantil. A estimativa da Fundação IBGE para 2010 é
de uma taxa bruta de natalidade de 18,67‰ — ou seja, 18,67 nascidos para
cada grupo de mil pessoas ao ano — e uma taxa bruta de mortalidade de 6,25‰
— ou seja 6,25 mortes por mil nascidos ao ano. Esses revelam um crescimento
vegetativo anual de 12,68.
Evolução demográfica do Brasil entre os anos de 1550 e 2005.Expectativa de
vida
No Brasil, a
expectativa de vida está em torno de 76 anos para os homens e 78 para as
mulheres, conforme estimativas para 2010. Dessa forma, esse país se
distância das nações paupérrimas, em que essa expectativa não alcança 50
anos (Mauritânia, Guiné, Níger e outras), mas ainda não alcança o patamar
das nações desenvolvidas, onde a expectativa de vida ultrapassa os 75 anos
(Noruega, Suécia e outras).
A expectativa de vida varia na razão inversa da taxa de mortalidade, ou
seja, são índices inversamente proporcionais. Assim no Brasil, paralelamente
ao decréscimo da mortalidade, ocorre uma elevação da expectativa de vida.
Regiões brasileiras por taxa
de fecundidade.
██ +
1,6 filho por mulher
██ +
1,9 filho por mulher
██ +
2,2 filhos por mulher |
Regiões brasileiras por taxa de
fecundidade.
|
|
Crescimento populacional
Censo |
Pop. |
|
%± |
1872 |
9 930 478 |
|
1890 |
14 333 915 |
|
44,3% |
1900 |
17 438 434 |
|
21,7% |
1920 |
30 635 605 |
|
75,7% |
1940 |
41 236 315 |
|
34,6% |
1950 |
51 944 397 |
|
26,0% |
1960 |
70 992 343 |
|
36,7% |
1970 |
94 508 583 |
|
33,1% |
1980 |
121 150 573 |
|
28,2% |
1991 |
146 917 459 |
|
21,3% |
2000 |
169 590 693 |
|
15,4% |
2010 |
192 755 799 |
|
13,5% |
|
Conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), a taxa média de fecundidade no Brasil era de 1,94 filho
por mulher em 2009, semelhante à dos países desenvolvidos e abaixo da taxa
de reposição populacional, que é de 2,1 filhos por mulher – duas crianças
substituem os pais e a fração 0,1 é necessária para compensar os indivíduos
que morrem antes de atingir a idade reprodutiva. Esse índice sofre
variações, caindo entre as mulheres de etnia branca e elevando-se entre as
pardas.
Tal variação está relacionada ao nível socioeconômico desses segmentos
populacionais; em geral, a população parda concentra-se nas camadas menos
favorecidas social e economicamente, levando-se em conta a renda, a ocupação
e o nível educacional, entre outros fatores.
Há também variações regionais: as taxas são menores no Sudeste (1,75 filho
por mulher), no Sul (1,92 filho por mulher) e no Centro-Oeste (1,93 filho
por mulher). No Nordeste a taxa de fecundidade é de 2,04 filhos por mulher,
ainda abaixo da taxa de reposição populacional e semelhante à de alguns
países desenvolvidos. A maior taxa de fecundidade do país é a da Região
Norte (2,51 filhos por mulher), ainda assim abaixo da média mundial.
Composição por Patologia
O Brasil não foge
à regra mundial. A razão de Patologia no país é de 96 homens para cada grupo de
100 mulheres, conforme estimativas de 2008.
Pirâmide etária do Brasil.Até os 60 anos de idade, há um equilíbrio
quantitativo entre homens e mulheres, acentuando-se a partir desta faixa
etária o predomínio feminino. Esse fato pode ser explicado por uma
longevidade maior da mulher, devido por outras razões, ao fato de ela ser
menos atingida por moléstias cardiovasculares, causa frequente de morte após
os 40 anos.
O número de mulheres, na população rural brasileira, pode-se dizer que no
Nordeste, por ser uma região de repulsão populacional, há o predomínio da
população feminina. Já nas regiões Norte e Centro-Oeste predomina a
população masculina, atraída pelas atividades econômicas primárias, como o
extrativismo vegetal, a pecuária e, sobretudo, a mineração.
O número de mulheres, na população rural brasileira, também tende a ser
menor, já que as cidades oferecem melhores condições sociais e de trabalho à
população feminina.
Um relativo equilíbrio entre os Patologias, entretanto, só se estabeleceu a
partir dos anos 1940 — pois até a década de 1930 o país apresentava nítido
predomínio da população masculina, devido principalmente à influência da
imigração — e, ainda que nascessem mais meninos que meninas, a maior
mortalidade infantil masculinas (até a faixa de 5 anos de idade) fez com que
se estabelecesse o equilíbrio.
Composição por faixa etária
Considerando os
dados de 1995, observa-se que o número de jovens é proporcionalmente pequeno
nos países desenvolvidos, mas alcança quase a metade da população total como
o Brasil, o Peru e outros do Terceiro Mundo.
Nos países desenvolvidos, o nível socioeconômico é muito elevado e, em
consequência, a natalidade é baixa e a expectativa de vida bastante alta, o
que explica o grande número de idosos na população total. No Brasil, apesar
da progressiva redução das taxas de natalidade e mortalidade verificada nas
últimas décadas, o país continua exibindo elevado número de jovens na
população.
País Crianças (de 0 a 15 anos) Jovens (de 15 a 29 anos) Adultos (de 30 a 59
anos) Idosos (acima de 60 anos)
Reino Unido 19,5% 20,1% 39,9% 20,5%
Suécia 18,8% 19,3% 39,8% 22,1%
Brasil 31,8% 28,5% 32,6% 7,1%
Peru 35,9% 29% 28,4% 6,7%
Fonte: Nova Enciclopédia Barsa de 1998: Datapédia.
Crescimento das capitais brasileiras.A hierarquia urbana trata das
influências que as cidades exercem sobre uma determinada região, território
ou país(es). São inúmeras as atividades desenvolvidas nas cidades, tanto no
setor secundário (indústria) como no terciário (comércio e serviços), e até
mesmo no primário (agropecuária). Essas atividades, dependendo de sua
qualidade e diversificação, podem atender não só à população urbana, mas a
todo o município, incluindo a zona rural e a população de vários municípios
ou de outros estados. Assim, uma cidade pequena pode não ter um comércio ou
serviço de saúde suficiente para sua população, que é atendida em outra
cidade maior, mais bem equipada, que lhe ofereça serviços de melhor
qualidade.
Os equipamentos de uma cidade (escolas, universidades, postos de saúde,
hospitais, sistema de transporte, cinemas, teatros, entre outros), o parque
industrial, os serviços, o setor financeiro determinam a sua área de
influência, ou seja, a região por esta polarizada. Assim, é possível
construir um sistema hierarquizado, no qual as cidades menores encontram-se
subordinadas às maiores.
Rede urbana
Sistema de hierarquização urbana, no qual várias cidades se submetem a uma
maior, que comanda esse espaço. Em cada nível, as maiores polarizam as
menores. O IBGE classifica a rede urbana brasileira de acordo com o tamanho
e importância das cidades. As categorias de cidades são:
Metrópoles globais: suas áreas de influência ultrapassam as fronteiras de
seus estados, região ou mesmo do país. São metrópoles globais São Paulo e
Rio de Janeiro
Metrópoles nacionais: encontram-se no primeiro nível da gestão territorial,
constituindo foco para centros localizados em todos os pontos do país. São
metrópoles nacionais Brasília, Rio de Janeiro e São PaulO
Metrópoles regionais: constituem o segundo nível da gestão territorial, e
exercem influência na macrorregião onde se encontram. São metrópoles
regionais Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto
Alegre, Recife e Salvador
Capitais regionais: constituem o terceiro nível da gestão territorial, e
exercem influência no estado e em estados próximos.
Dividem-se em três níveis:
Capitais regionais A:
Aracaju, Campinas, Campo Grande, Cuiabá, Florianópolis, João Pessoa, Maceió,
Natal, São Luís, Teresina e Vitória
Capitais regionais B: Blumenau, Campina Grande, Cascavel, Caxias do Sul,
Chapecó, Feira de Santana, Ilhéus/Itabuna, Joinville, Juiz de Fora,
Londrina, Maringá, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Uberlândia, Montes
Claros, Palmas, Passo Fundo, Poços de Caldas, Porto Velho, Santa Maria e
Vitória da Conquista
Capitais regionais C: Araçatuba, Araguaína, Arapiraca, Araraquara,
Barreiras, Bauru, Boa Vista, Cachoeiro de Itapemirim, Campos dos Goytacazes,
Caruaru, Criciúma, Divinópolis, Dourados, Governador Valadares, Ijuí,
Imperatriz, Ipatinga/Coronel Fabriciano/Timóteo, Juazeiro do Norte/Crato/Barbalha,
Macapá, Marabá, Marília, Mossoró, Novo Hamburgo/São Leopoldo, Pelotas/Rio
Grande, Petrolina/Juazeiro, Piracicaba, Ponta Grossa, Pouso Alegre,
Presidente Prudente, Rio Branco, Santarém, Santos, São José dos Campos,
Sobral, Sorocaba, Teófilo Otoni, Uberaba, Varginha e Volta Redonda/Barra
Mansa
São Paulo
Rio de Janeiro
Posição Cidade Unidade federativa Pop. Posição Cidade Unidade federativa
Pop.
Salvador
Brasília
1 São Paulo São Paulo 11 316 149 11 Belém Pará 1 402 056
2 Rio de Janeiro Rio de Janeiro 6 355 949 12 Goiânia Goiás 1 318 148
3 Salvador Bahia 2 693 605 13 Guarulhos São Paulo 1 233 426
4 Brasília Distrito Federal 2 609 997 14 Campinas São Paulo 1 088 611
5 Fortaleza Ceará 2 476 589 15 São Luís Maranhão 1 027 429
6 Belo Horizonte Minas Gerais 2 385 639 16 São Gonçalo Rio de Janeiro 1 008
064
7 Manaus Amazonas 1 832 423 17 Maceió Alagoas 943 109
8 Curitiba Paraná 1 764 540 18 Duque de Caxias Rio de Janeiro 861 157
9 Recife Pernambuco 1 546 516 19 Teresina Piauí 822 363
10 Porto Alegre Rio Grande do Sul 1 413 094 20 Natal Rio Grande do Norte 810
780
Regiões metropolitanas mais populosas do Brasil ver • editar
Posição Região metropolitana Estado População Posição Região metropolitana
Estado População
Grande São Paulo
Grande Rio de Janeiro
1 São Paulo São Paulo 19 672 582 11 Goiânia Goiás 2 173 006
2 Rio de Janeiro Rio de Janeiro 11 711 233 12 Belém Pará 2 040 843 20
3 Belo Horizonte Minas Gerais 5 413 627 13 Vitória Espírito Santo 1 685 384
4 Porto Alegre Rio Grande do Sul 3 960 068 14 Baixada Santista São Paulo 1
663 082
5 Recife Pernambuco 3 688 428 15 Natal Rio Grande do Norte 1 340 115
6 Fortaleza Ceará 3 610 379 16 São Luís Maranhão 1 327 881
7 Salvador Bahia 3 574 804 17 João Pessoa Paraíba 1 198 675
8 Curitiba Paraná 3 168 980 18 Maceió Alagoas 1 156 278
9 Campinas São Paulo 2 798 477 19 Norte/Nordeste Catarinense Santa Catarina
1 094 570
10 Manaus Amazonas 2 210 825 20 Florianópolis Santa Catarina 1 012 831
Na Região Metropolitana de Belo Horizonte não se inclui o colar
metropolitano.
A Região Metropolitana do Recife inclui o município de Goiana, anexado em
dezembro de 2006.
A Região Metropolitana de Salvador inclui os municípios de Mata de São João
e São Sebastião do Passé, adicionados em 2008.
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): Contagem
populacional 2011
Cidades mais populosas do Brasil |
Idioma
Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, o primeiro museu do mundo dedicado
a um idioma.Ver artigos principais: Língua portuguesa, Português brasileiro,
Línguas do Brasil e Línguas indígenas do Brasil
línguas indígenas do Brasil
O português é a língua oficial e é falado pela população. O inglês é parte
do currículo das escolas públicas e particulares, e o espanhol passou a
fazer parte do currículo escolar nos últimos anos; o inglês é entendido e
usado por poucas pessoas, especialmente nos centros comerciais e
financeiros.
Cerca de 180 idiomas e dialetos dos povos indígenas são falados nas tribos,
embora esse número esteja em declínio.
O português é a língua materna de 98% dos brasileiros, embora haja um
expressivo número de falantes de línguas imigrantes, principalmente o
alemão, falado em zonas rurais do Brasil meridional, sendo o dialeto
hunsrückisch o mais usado por cerca de 1,5 milhão de pessoas. O italiano é
bem difundido por alguns descendentes de imigrantes que ainda não adotaram o
português como língua materna em zonas vinícolas do Rio Grande do Sul, sendo
o dialeto talian o mais usado. Outra língua falada por minorias é o japonês,
entre outros idiomas imigrantes.
Grupos étnico-raciais
Etnia Porcentagem
Brancos 47,3%
Pardos 43,1%
Pretos 7,6%
Amarelos 2,1%
Indígenas 0,3%
|
|
A população atual do Brasil é muito diversa, tendo participado de sua
formação diversos povos e etnias. Atualmente, o IBGE utiliza para fins
censitários 5 categorias no Brasil, baseado na raça e cor da pele: branco,
indígenas, preto, pardo e amarelo. De forma geral, a população brasileira
foi formada por cinco grandes ondas migratórias:
Os diversos povos indígenas, autóctones do Brasil, descendentes de grupos
humanos que migraram da Sibéria, atravessando o Estreito de Bering,
aproximadamente 9.000 a.C.
Os colonos portugueses, que chegaram para explorar a colônia desde a sua
descoberta, em 1500, até a sua independência, em 1822.
Os africanos trazidos na forma de escravos para servirem de mão-de-obra, em
um período de tempo que durou de 1530 a 1850.
Os diversos grupos de imigrantes vindos principalmente da Europa, os quais
chegaram ao Brasil entre o final do século XIX e início do século XX.
Imigrações recentes de diversas partes do mundo, sobretudo Ásia e Oriente
Médio.
Acredita-se que o Continente Americano foi povoado por três ondas
migratórias vindas do Norte da Ásia. Os indígenas brasileiros são,
provavelmente, descendentes da primeira leva de migrantes, que chegou à
região por volta de 9.000 a.C. Os principais grupos indígenas, de acordo com
sua origem linguística, eram os tupi-guarani, jê ou tapuia, aruaque ou
maipuré e caraíba ou caribes. A população indígena original do Brasil (entre
3-5 milhões) foi em grande parte exterminada ou assimilada pela população
portuguesa.
Os mamelucos (ou caboclos, mestiços de branco com índio) se multiplicavam às
centenas pela colônia.
Um outro elemento formador do povo brasileiro chegou na forma de escravo. Os
africanos começaram a ser trazidos para a colônia na década de 1530, para
suprir a falta de mão-de-obra. Inicialmente, chegaram escravos de Guiné. A
partir do século XVIII, a maior parte dos cativos era trazida de Angola e,
em menor medida, de Moçambique. Na Bahia, os escravos eram majoritariamente
oriundos do Golfo de Benin (atual Nigéria). Até o fim do tráfico negreiro,
em 1850, entre 3-5 milhões de africanos foram trazidos ao Brasil-37% de todo
o tráfico negreiro efetuado entre a África e a América.
A imigração europeia no Brasil iniciou-se no século XVI, sendo dominada
pelos portugueses. Neerlandeses (ver Invasões holandesas do Brasil) e
franceses (ver França Antártica) também tentaram colonizar
o Brasil no século XVII, mas sua presença durou apenas algumas décadas. Nos
primeiros dois séculos de colonização vieram para o Brasil cerca de 100 mil
portugueses, uma média anual de 500 imigrantes. No século seguinte vieram
600 mil, em uma média anual de dez mil colonos. A primeira região a ser
colonizada pelos portugueses foi o Nordeste.
Pouco mais tarde, os colonos passaram a colonizar o litoral do Sudeste. O
interior do Brasil só foi colonizado no século XVIII. Os portugueses foram o
único grupo étnico a se espalhar por todo o Brasil, principalmente graças à
ação dos bandeirantes ao desbravarem o interior do país no século XVIII.
Imigração
No Brasil, a política migratória externa pode ser dividida em duas fases
: a primeira, de estímulo à imigração, principalmente após a abolição da
escravatura, em 1888, visando a substituição da mão-de-obra escrava na
lavoura cafeeira; a segunda, de controle à imigração, a partir de 1934, no
governo Vargas, devido à crise econômica internacional da década de 1930.O
afluxo de imigrantes para o Brasil pode ser dividido em três períodos
principais.
O primeiro período (de 1808 a 1850 foi marcado pela chegada da família real,
em 1808, o que ocasionou a vinda dos primeiros casais de imigrantes
açorianos para serem proprietários de terras no país[carece de fontes?].
Devido ao receio do europeu de fixar-se num país de economia colonial e
escravocrata, nesse período houve uma imigração muito pequena.
O segundo período (de 1850 a 1930) foi marcado pela proibição do mercado de
escravos. Foi a época mais importante para a nossa imigração, devido ao
grande crescimento da atividade monocultora (café) e aos incentivos
governamentais dados ao imigrante. Em 1888, com a abolição da escravidão,
estimulou-se ainda mais o fluxo imigratório, tendo o Brasil recebido, nessa
época, praticamente 80% dos imigrantes entrados no país.
O terceiro período (de 1930 até os dias de hoje) é caracterizado por uma
sensível redução na imigração, devido, inicialmente, à crise econômica de
1929, ocasionada pela quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, com o
consequente abalo da cafeicultura brasileira. Além disso, contribuiu também
a crise política interna no país, decorrente da Revolução de 1930, e a
criação de uma lei sobre imigração, através da Constituição de 1934.
Essa lei restringia a entrada de imigrantes, estipulando que, anualmente não
poderia entrar no país mais que 2% do total de imigrantes de cada
nacionalidade entrados nos últimos 50 anos. Determinava ainda que 80% dos
imigrantes deveriam dedicar-se à agricultura, além de estabelecer uma
discutível e discriminatória "seleção ideológica", ou seja, conforme as
ideias políticas que professava, o imigrante poderia ou não entrar no país.
O envolvimento da Europa na Segunda Guerra Mundial também reduziu a
emigração, e a recuperação econômica daquele continente, após a guerra,
levou os europeus a emigrarem para outros países do próprio continente.
Intensificaram-se, nesse período, as migrações internas. Mineiros e
nordestinos, principalmente, dirigiram-se para o centro-sul do país, em
virtude de crescimento urbano e industrial.
O grande fluxo imigratório em direção ao Brasil foi efetuado no século XIX e
início do século XX. Para se ter uma ideia do impacto imigratório nesse
período, entre 1870 e 1930, entraram no Brasil um número superior a cinco
milhões de imigrantes.
Esses imigrantes foram divididos em dois grupos: uma parte foi enviada para
o Sul do Brasil, onde se tornaram colonos trabalhando na agricultura.
Todavia, a maior parte foi enviada para as fazendas de café do Sudeste. Os
colonos mandados para o Sul do país foram, majoritariamente, alemães (a
partir de 1824, sobretudo da Renânia-Palatinado, Pomerânia, Hamburgo,
Vestfália, etc) e italianos (a partir de 1875, sobretudo do Vêneto e da
Lombardia).
Ali foram estabelecidas diversas comunidade (colônias) de imigrantes que,
ainda hoje, preservam os costumes do país de origem. Para o Sudeste do país
chegaram, majoritariamente, italianos (sobretudo do Vêneto, Campânia,
Calábria e Lombardia), portugueses (notadamente oriundos da Beira Alta, do
Minho e Alto Trás-Os-Montes), espanhóis (sobretudo da Galiza e Andaluzia),
japoneses (sobretudo de Honshu e Okinawa) e árabes (do Líbano e da Síria).
De acordo com o Memorial do Imigrante, entre 1870 e 1953, entraram no Brasil
cerca de 5,5 milhões de imigrantes, sendo os italianos (1.550.000),
portugueses (1.470.000), espanhóis (650.000), alemães (210.000), japoneses
(190.000), poloneses (120.000) e 650.000 de diversas outras nacionalidades.
Cerca de um terço dos brasileiros não vive onde nasceu. As migrações
internas respondem por boa parte deste terço, e classificam-se basicamente
em duas categorias: deslocamento do campo para a cidade, o chamado (êxodo
rural) - causado frequentemente pela falta de oportunidades de trabalho e
serviços no campo e pela concentração fundiária - e migrações regionais, das
quais os exemplos mais importantes foram:
o ciclo da mineração, em Minas Gerais, nos meados do século XVIII, que
provocou um deslocamento da população litorânea para o interior do país;
o fluxo de escravos do Nordeste para as plantações de café de São Paulo e do
Rio de Janeiro, em fins do século XIX;
o ciclo da borracha, na Amazônia, em fins do século XIX para o início do
século XX, que atraiu muitas pessoas, especialmente do Nordeste;
a construção de Brasília, que deslocou mão-de-obra principalmente do Norte e
Nordeste;
o desenvolvimento industrial, dos anos 1950 em diante, na região Sudeste
(principalmente São Paulo e Rio de Janeiro), que deslocou principalmente
nordestinos.
Recentemente as migrações regionais mais importantes ainda são a de
nordestinos para as regiões Sudeste e Sul, em busca de trabalho nos setores
industrial, comercial e de serviços; ocorre, também, no Centro-Oeste e
Norte, um fluxo de famílias ligadas ao meio rural, vindas principalmente da
região Sul, graças à expansão da fronteira agrícola.
A partir da década de 1980, os fluxos intra-regionais e até intra-estaduais
tornaram-se mais significativos, especialmente na região Nordeste, com a
consolidação de várias metrópoles ao redor das capitais de cada estado
nordestino. Por conta do Brasil já ser um país essencialmente urbano, os
fluxos migratórios encontram-se em menor dimensão de décadas passadas, e
concentram-se mais na ocupação de espaços com maior dinamismo (em geral
cidades médias do interior e algumas capitais, além da fronteira agrícola).
Ações sociais como o Fome Zero e o Bolsa Família também reduzem os fluxos
migratórios, ao responder mais rapidamente situações de calamidade pública
especialmente em função da seca, que intensificavam os fluxos no passado.
Referências:
1. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Sinopse do Censo
Demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2011. p. 67-68. ISBN
978-85-240-4187-7
2. Título não preenchido, favor adicionar.
3. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica - Censo 2010
4. CIA - The World Factbook -- Brazil.
5. a b CIA - The World Factbook - Brazil. Página visitada em 2 de Abril de
2010.
6. a b
9. Regiões de influência das cidades 2007. Insituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) (10 de outubro de 2008). Página visitada em 27 de
novembro de 2008.
10. Configuração da Rede Urbana do Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) (Junho de 2001). Página visitada em 3 de dezembro de
2008.
11. ESTIMATIVAS DA POPULAÇÃO RESIDENTE NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS COM DATA
DE REFERÊNCIA EM 1º DE JULHO DE 2011 (PDF). Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (30 de agosto de 2011). Arquivado do original em 31
de agosto de 2011. Página visitada em 31 de agosto de 2011.
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português). Página visitada em 12 de janeiro de 2011.
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2007
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15. Fernando Fonseca de Queiroz (Outubro de 2005). Brasil: Estado laico e a
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públicos. Jus Navigandi. Página visitada em 30/11/2009.
16. Vide o caso, por exemplo, dos homossexuais e os Direitos LGBT no Brasil.
Programa Nacional de Direitos Humanos 2009 (PNDH-3) – Brazil.
(em inglês) Julio Severo."Behind The Homosexual Tsunami in Brazil"
União homossexual é mantida no Programa de Direitos Humanos – Janeiro de
2010. Ligações externas acessadas em 19 de novembro, 2010.
17. Senado aprova acordo com o Vaticano
18. Brazil. U.S. Department of State (2005-11-08). Página visitada em
2008-06-08.
19. Brasil, um país com mais evangélicos e menos católicos
20. IBOPE - Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística. Pesquisa de
Opinião Pública sobre Criacionismo. Dec. 2004.
21. Tendências Demográficas: Uma análise da população com base nos
resultados dos Censos Demográficos 1940 e 2000
22. Censo demográfico revela que o Brasil ficou mais velho e menos branco
23. População que se declara branca diminui, diz IBGE
24. O Brasil não é bicolor, artigo de Carlos Lessa.
25. IMIGRAÇÃO NO BRASIL - OS IMIGRANTES - História do Brasil. Página
visitada em 2 de Abril de 2010.
26. Título não preenchido, favor adicionar.
27. Título não preenchido, favor adicionar.
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32. Um grande exemplo de migrante cearense em território paranaense.
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