Alexandria, no Egito: uma das poucas cidades do mundo
árabe onde amistura entre o oriente e ocidente é bem
acentuada
Localizada bem ao norte do Egito, Alexandria carrega
história desde seu nome: foi fundada por Alexandre, o
Grande, no século IV a.C. Aqui esteve uma das Sete
Maravilhas do mundo antigo, o famoso Farol de
Alexandria, e foi sede de uma das maiores bibliotecas da
Antiguidade. Segunda maior cidade do Egito, com cerca de
4,1 milhões de habitantes ao longo de mais de 20
quilômetros de orla, é um destino absolutamente fora do
comum. Nas suas ruas, muitos vestígios da Antiguidade,
como castelos, museus e monumentos falam dos encontros e
desencontros de civilizações que a cidade testemunhou. A
culinária é reflexo do misto de influências ocidentais e
do oriente que marcam a história desta cidade
excepcional.
É indispensável a visita a edifícios históricos, como o
museu Greco-Romano, na Rua Mathaf al Romani, com os
cerca de 40 mil itens do acervo que datam o século III
a.C. O palácio Al-Montazah, que já serviu como
residência real, destaca-se pelos seus mais de 370
jardins e vista para uma praia com seus iates. Mas nada
é tão marcante quanto o anfiteatro romano, em pleno
centro da cidade, no antigo bairro de Kom al Dekka. E
não podem faltar as mesquitas, entre elas a de Abu
al-Abbas al-Mursi, a maior de Alexandria, construída por
volta de 1775 pelos mouros argelinos, de cor clara e
conservação impecável. Mas talvez a visita mais
interessante seja a do Forte Qaitbey. Datado de 1480
d.C., foi feito com pedras reaproveitadas do Farol de
Alexandria, uma das Sete Maravilhas da Antiguidade.
Pompey's Pillar, na rua Amod el Sawary, recebeu este
nome de uma grande coluna de granito vermelho com mais
de 30 metros de altura por 9 metros de largura. Ficava
no grande templo dedicado a Serapis e hoje está ladeado
por um par de esfinges de Heliopolis. Em seu subsolo,
encontram-se catacumbas. E por falar nelas, Kom el
Shaqafa, na rua Tawfikeya, guarda algumas que estão 35
metros abaixo do nível do solo e são alcançadas por uma
escada em formato espiral. O complexo funerário foi
descoberto em 1900, acidentalmente, quando um
funcionário que trabalhava no local caiu no buraco. Além
das escoriações, ele levou os louros da descoberta dos
tesouros.
Outro sítio importante é o de Kom el Dikka, na rua
Ismail Mehanna, que mais se parecia a uma "colina de
cascalho" até a sua escavação nos anos 60. Após a
construção de um novo edifício para proteger os mosaicos
(e da retirada de 10 mil metros cúbicos de terra), Kom
el Dikka guarda ruínas romanas, com colunas e um
anfiteatro para 600 pessoas. Neste bairro, que pode ser
acessado desde a estação Misr, pode-se observar outras
obras da arquitetura romana do local. O Royal Jewelry
Museum, na Ahmed Yehia Pasha, é onde estão relíquias do
passado que pertenceram à família real do país, entre
coleções de jóias em instrumentos de diamantes,
relógios, miniaturas e medalhas.
A atual Biblioteca de Alexandria foi construída em
homenagem à Grande Biblioteca, uma das maiores da
Antiguidade, fundada no século III a.C. e destruída por
um incêndio que a tradição atribui a um erro do
imperador Júlio César . Inaugurada frente ao mar em
2002, a biblioteca é hoje a maior do mundo.
Alexandria é bem abastecida também em culinária. Os
restaurantes mais conhecidos servem especialidades
árabes. Comida mediterrânea e frutos do mar são servidos
por casas em toda a cidade. Pode-se degustar de um
saboroso shawarma (sanduíche árabe) a um kushari, o
prato egípcio mais consumido, que é uma mistura de
macarrão, arroz, lentilha, cebola torrada, molho de
tomate e caldo de limão com alho. No Cap D'Or, bar em
que as paredes são todas decoradas com antigas campanhas
de publicidade, peça uma cerveja e prove nishouga, um
pequeno peixe servido como aperitivo. O El-Yunani, na
Sharia Memphis, em Sidi Gaber, é uma taverna grega que
tem paredes azuis cobertas de cartões-postais. É um
point popular entre moradores e turistas, servindo boa
comida e ótimos drinques. Existe ainda o Karma, que está
na rua Bab Sidra, restaurante que, a partir das 23h,
transforma-se em um sofisticado clube noturno.
Não se volta de Alexandria sem fazer as tradicionais
compras nos mercados de rua. Os principais ficam nas
ruas Attarine e Fransa, onde o turista encontra ruelas
lotadas de lojinhas que vendem absolutamente de tudo ¿
de botões e tecidos até peixes e verduras. O mercado de
peixes funciona todos os dias e oferece um ar de
pitoresquismo único, mas exige chegar bem cedo. Por
roupas e lençóis egípcios, vá até Mahattat el-Raml. Mas
por coisas para casa, então Mancheya e Mostafa Kamel são
mais atrativas.
Para hospedar-se, uma dica: o hotel Cecil, que fica na
Midan Saad Zaghloul, na Midan Ramla Area. É uma
instituição de Alexandria e um memorial para a belle
époque da cidade: o escritor Somerset Maugham e Winston
Churchill eram habituês. O serviço secreto britânico
funcionava em uma suíte no primeiro andar.
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