As cobras estão mais profundamente relacionadas a lagartos varanóides,
muito embora não haja uma identificação mais clara sobre qual seria o grupo de
varanóide
mais relacionado evolutivamente. Os grupos de lagartos varanóides
mais provavelmente relacionados com serpentes são provavelmente os das famílias
Lantanotidae
e Mossassauridae.
Alimentação
Todas as cobras são carnívoras, comendo pequenos animais (incluindo lagartos e
outras cobras), aves, ovos ou insetos. Algumas cobras têm uma picada venenosa
para matar as suas presas antes de as comerem. Outras matam as suas presas por
estrangulamento. As cobras não mastigam quando comem, elas possuem uma mandíbula
flexível, cujas duas partes não estão rigidamente ligadas (ao contrário da
crença popular, elas não desarticulam as suas mandíbulas), assim como numerosas
outras articulações do seu crâneo,
permitindo-lhes abrir a boca de forma a engolir toda a sua presa, mesmo que ela
tenha um diâmetro maior que a própria cobra.
As cobras ficam entorpecidas, depois de comerem, enquanto decorre o processo da
digestão. A digestão é uma atividade intensa e, especialmente depois do consumo
de grandes presas, a energia metabólica envolvida é tal que na Crotalus durissus,
a cascavel mexicana, a sua temperatura corporal pode atingir 6 graus acima da
temperatura ambiente. Por causa disto, se a cobra for perturbada, depois de
recentemente alimentada, irá provavelmente vomitar a presa para tentar fugir da
ameaça. No entanto, quando não perturbada, o seu processo digestivo é altamente
eficiente, dissolvendo e absorvendo tudo excepto
o pêlo e as garras, que são expelidos junto com o excesso de ácido úrico.
Por norma, as serpentes não costumam atacar seres humanos, mas há exemplos de
crianças pequenas que têm sido comidas por grandes jibóias. Apesar de existirem
algumas espécies particularmente agressivas, a maioria não atacará seres
humanos, a menos que sejam assustadas ou molestadas, preferindo evitar este
contacto. De facto,
a maioria das serpentes são não-peçonhentas ou o seu veneno não é prejudicial
aos seres humano
Pele
A pele das cobras é coberta por escamas. A maioria das cobras usa escamas
especializadas no ventre para se mover, agarrando-se às superfícies. As escamas
do corpo podem ser lisas ou granulares. As suas pálpebras são escamas
transparentes que estão sempre fechadas. Elas mudam a sua pele periodicamente.
Ao contrário de outros répteis, isto é feito em apenas uma fase, como retirar
uma meia. Pensa-se que a finalidade primordial desta é remover os parasitas
externos. Esta renovação periódica tornou a serpente num símbolo de saúde e de
medicina, como retratado no bastão de Esculápio.
Em serpentes "avançadas" (Caenophidian),
as escamas da barriga e as fileiras largas de escamas dorsais correspondem às
vértebras, permitindo que os cientistas contem as vértebras sem ser necessária a
dissecação.
Sentidos
Apesar da visão não ser particularmente notória (geralmente sendo melhor na
espécie arboreal
e pior a espécie terrestre), não impede a detecção do movimento. Para além dos
seus olhos, algumas serpentes (crotalíneos
- ou cobras-covinhas - e pítons) têm receptores infravermelhos sensíveis em
sulcos profundos entre a narina e o olho que lhes permite "verem" o calor
emitido pelos corpos. Como as serpentes não têm orelhas externas, a audição
consegue apenas detectar vibrações, mas este sentido está extremamente bem
desenvolvido. Uma serpente cheira usando a sua língua bifurcada para captar
partículas de odor no ar e enviá-las ao chamado órgão de Jacobson, situado na
sua boca, para examiná-las. A bifurcação na língua dá à serpente algum sentido
direccional
do cheiro.
Órgãos internos
O pulmão esquerdo é muito pequeno ou mesmo ausente, uma vez que o corpo em forma
tubular requer que todos os
orgãos sejam compridos e
estreitos. Para que caibam no corpo, só um pulmão funciona. Além disso muitos
dos órgãos que são pares, como os rins ou órgãos reprodutivos estão distribuídos
ao longo do corpo em que um está à frente do outro, sendo um exemplo de excepção
da simetria bilateral .
Locomoção
Todas as cobras têm a capacidade de ondulação lateral, em que o corpo é ondulado
de lado e as áreas flexionadas propagam-se posteriormente, dando a forma de uma
onda de seno propagando-se posteriormente.
Além disto, as cobras também são capazes do movimento de concertina. Este método
de movimentação pode ser usado para trepar árvores ou atravessar pequenos
túneis. No caso das árvores, o tronco é agarrado pela parte posterior do corpo,
ao passo que a parte anterior é estendida. A porção anterior agarra o tronco em
seguida e a porção posterior é propelida para a frente. Este ciclo pode ocorrer
em várias secções da cobra simultaneamente (este método originou a afirmação
errônea de que as cobras "andam nas próprias costelas"; na verdade as costelas
não movem para frente e para trás em nenhum dos 4 tipos de movimento). No caso
de túneis, em vez de se agarrar, o corpo comprime-se contra as paredes do túnel
criando a fricção necessária para a locomoção, mas o movimento é bastante
semelhante ao anterior.
Outro método comum de locomoção é locomoção rectilínea,
em que uma cobra se mantém recta
e se propele como de uma mola se tratasse, usando os músculos da sua barriga.
Este método é usado normalmente por cobras muito grandes e pesadas, como pítons
e víboras.
No entanto, o mais complexo e interessante método de locomoção é o zig-zag,
uma locomoção ondulatória usada para atravessar lama ou areia solta.
Nem todas as cobras são capazes de usar todos os métodos. A velocidade máxima
conseguida pela maioria das cobras é de 13 km/h, mais lento que um ser humano
adulto a correr, excepto
a mamba-negra
que pode atingir até 20 km/h.
Nem todas as cobras vivem em terra; cobras marítimas vivem em mares tropicais
pouco profundos.
Reprodução
As cobras usam um vasto número de modos de reprodução. Todas usam fertilização
interna, conseguida por meio de
hemipénis bifurcados, que são
armazenados invertidamente na cauda do macho. A maior parte das cobras põe ovos
e a maior parte destas abandona-os pouco depois de os pôr; no entanto, algumas
espécies são ovovivíparas e retém os ovos dentro dos seus corpos até estes se
encontrarem prestes a eclodir.
Recentemente, foi confirmado que várias espécies de cobras desenvolvem os seus
descendentes completamente dentro de si, nutrindo-os através de uma placenta e
um saco amniótico. A retenção de ovos e os partos ao vivo são normalmente, mas
não exclusivamente, associados a climas frios, sendo que a retenção dos
descendentes dentro da fêmea permite-lhe controlar as suas temperaturas com
maior eficácia do que se estes se encontrassem no exterior.
Cobras venenosas
Cobra em posição de ataque.Embora apenas um quarto das cobras sejam venenosas,
muitas das espécies são letais aos humanos. Estas cobras letais são geralmente
agressivas e seus venenos podem matar um adulto saudável, se este não for
devidamente tratado no período de algumas horas.
As cobras venenosas são classificadas em quatro famílias taxonómicas:
Elapidae
- najas, mambas,
cobras-coral, etc.
Viperidae
- cascavel, jararaca, surucucu,
víbora-cornuda, víbora-de-seoane,
etc.
Colubridae
- cobra-rateira,
nem todas venenosas.
Hydrophiidae
Em Portugal, apenas existem espécies de duas destas famílias - Colubridae
e Viperidae.
Apenas três espécies merecem referência como perigosas para o Homem: a cobra-rateira,
a víbora-cornuda
e a víbora-de-seoane.
Os casos de mordeduras fatais conhecidos são raros e ocorreram principalmente em
indivíduos debilitados, idosos, doentes ou crianças. Existem antídotos
específicos para o veneno destas espécies.
Sobrevivência a picadas de cobras venenosas
Há pouca razão para temer a morte devido à mordedura de cobras. Apenas um quarto
das cobras é venosa, e dentre as 7000 mordidas de cobras registradas na América
por ano, menos de 15 vítimas morrem. No entanto, se você for mordido por uma
cobra, há certos procedimentos a seguir. Primeiramente, distancie-se da cobra
agressora. Segundo, localize um ou dois ferimentos puntiformes em seu corpo. Se
o local da mordida começar a inchar ou doer muito, então você foi envenenado. Se
possível, mantenha o ferimento abaixo do nível do coração e rapidamente procure
auxílio médico. O veneno em si normalmente não o matará, mas exacerbar-se
enquanto envenenado pode ser fatal. Não amarre o local da mordida para impedir
que o veneno espalhe-se, pois a falta de circulação sanguínea pode matar o
local. Além do mais, o veneno espalha-se por seu sistema circulatório quase que
instantaneamente quando é injetado. Apesar da crença popular, não se pode sugar
o veneno da cobra usando-se a boca.
Classificação
Subordem Serpentes
Superfamília Typhlopoidea
(Scolecophidia)
Família Anomalepididae
Família Typhlopidae
(Cobras cegas)
Família Leptotyphlopidae
/Glauconiidae
Superfamília Henophidia
(Boidea)
Família Aniliidae
/Ilysiidae:
falsa-coral
brasileira
Família Anomochilidae
Família Fonedeouvidae
Família Boidae:
jibóias
Família Pythonidae:
pítons
Família Bolyeridae:
Família Cylindrophiidae
Família Loxocemidae:
jibóia mexicana
Família Tropidophiidae
Família Ungaliophiidae
(boas anãs)
Família Uropeltidae
Família Xenopeltidae
Superfamília Xenophidia
(Colubroidea
= Caenophidia)
Família Acrochordidae
Família Atractaspididae
Família Colubridae
Família Elapidae:
cobra coral
Família Hydrophiidae:
cobra do mar
Família Viperidae:
víboras
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