A beleza e a
fragilidade dos campos austrais do Brasil
Os Campos sulinos foram
assim nomeados pelo estudo de prioridades para a conservação e o uso
sustentável da biodiversidade da Mata Atlântica e dos Campos Sulinos do
MMA/Pronabio, elaborado pela CI, ISA, WWF, IBAMA. De maneira genérica, os
campos da região Sul do Brasil são denominados como “pampa”, termo de
origem indígena para “região plana”. Esta denominação, no entanto,
corresponde somente a um dos tipos de campo, mais encontrado ao sul do
Estado do Rio Grande do Sul, atingindo o Uruguai e a Argentina.
Outros tipos conhecidos
como campos do alto da serra são encontrados em áreas de transição com o
domínio de araucárias. Em outras áreas encontram-se, ainda, campos de
fisionomia semelhantes à savana.
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Os campos, em geral,
parecem ser formações edáficas (do próprio solo) e não climáticas. A
pressão do pastoreio e a prática do fogo não permitem o
estabelecimento da vegetação arbustiva, como se verifica em vários
trechos da área de distribuição dos Campos do Sul.
A região
geomorfológica do planalto de Campanha, a maior extensão de campos do
Rio Grande do Sul, é a porção mais avançada para oeste e para o sul do
domínio morfoestrutural das bacias e coberturas sedimentares. Nas
áreas de contato com o arenito botucatu, ocorrem os solos podzólicos
vermelho-escuros, principalmente a sudoeste de Quaraí e a sul e
sudeste de Alegrete, onde se constata o fenômeno da desertificação.
São solos, em geral, de baixa fertilidade natural e bastante
suscetíveis à erosão.
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À primeira vista, a
vegetação campestre mostra uma aparente uniformidade, apresentando nos
s mais planos um tapete herbáceo baixo – de 60 cm a 1 m -, ralo e
pobre em espécies, que se torna mais denso e rico nas encostas,
predominando gramíneas, compostas e leguminosas; os gêneros mais comuns
são: Stipa, Piptochaetium, Aristida, Melica, Briza. Sete gêneros de cactos
e bromeliáceas apresentam espécies endêmicas da região. A mata aluvial
apresenta inúmeras espécies arbóreas de interesse comercial.
Na Área de Proteção
Ambiental do Rio Ibirapuitã, inserida neste bioma, ocorrem formações
campestres e florestais de clima temperado, distintas de outras formações
existentes no Brasil. Além disso, abriga 11 espécies de mamíferos raros ou
ameaçados de extinção, ratos d’água, cevídeos e lobos, e 22 espécies de
aves nesta mesma situação. Pelo menos uma espécie de peixe, cará (Gymnogeophagus
sp., Família Cichlidae) é endêmica da bacia do rio Ibirapuitã.
A vocação da região de
Campanha está na pecuária de corte. As técnicas de manejo adotadas, porém,
não são adequadas para as condições desses campos, e a prática artesanal
do fogo ainda não é bem conhecida em todas as suas conseqüências. As
pastagens são, em sua maioria, utilizadas sem grandes preocupações com a
recuperação e a manutenção da vegetação. Os campos naturais no Rio Grande
do Sul são geralmente explorados sob pastoreio contínuo e extensivo.
Outras atividades
econômicas importantes, baseadas na utilização dos campos, são as culturas
de arroz, milho, trigo e soja, muitas vezes praticadas em associação com a
criação de gado bovino e ovino. No alto Uruguai e no planalto médio a
expansão da soja e também do trigo levou ao desaparecimento dos campos e à
derrubada das matas. Atualmente, essas duas culturas ocupam praticamente
toda a área, provocando gradativa diminuição da fertilidade dos solos.
Disso também resultam a erosão, a compactação e a perda de matéria
orgânica.
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Ponte de
Pedra - Morro Negro - Alegre/RS |
Planura
do Pampa - Serra do Jaraú
(fundo) - RS |
Flor de
cactus -APA
do Ibirapuitã/RS |
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NATIVA")
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