Fumar cérebro de abutre para "prever" jogos ameaça
espécie
Entidades de proteção de animais na África do Sul estão
dizendo que uma espécie de abutre tradicional da região,
o abutre do Cabo, está ameaçada de extinção devido a
crença local de que fumar o cérebro da ave ajuda a
prever o resultado de jogos de futebol.
A tradição tem suas raízes nas culturas de várias etnias
sul-africanas. Acredita-se que o animal tem a capacidade
de prever o futuro e que, fumando ou ingerindo seu
cérebro, seja possível adquirir esse poder. O suposto
conhecimento adquirido é então usado para se fazer
apostas em resultados de eventos esportivos.
Cultura
Especialistas acreditam que a excelente visão da ave,
que tem a capacidade de localizar alimentos em vastas
áreas, talvez tenha contribuído para a crença de que o
pássaro tenha poderes especiais.
Embora não haja qualquer evidência científica para
sustentar essa crença, Andre Botha, da entidade
sul-africana de proteção a espécies ameaçadas Endangered
Wildlife Trust, disse que é difícil convencer as pessoas
disso.
"Pense nos comerciantes que vendem esses abutres. Se a
crença fosse verdadeira, todos seriam poderosos e
milionários. Mas é muito fácil perceber isso quando
olhamos da nossa perspectiva". "Quando se trata de uma
crença arraigada em uma cultura por centenas ou milhares
de anos, é muito difícil questioná-la", disse o
especialista.
Com a aproximação da Copa do Mundo, ambientalistas temem
que apostas nos resultados dos jogos levem a um boom na
venda de cérebros de abutres. Botha disse que o abutre
do Cabo está particularmente ameaçado e, se continuar a
ser morto no ritmo atual, pode desaparecer dentro de 15
a 30 anos.
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