É o ramo da medicina que estuda os
problemas da criança desde o nascimento até a puberdade.
Recém-nascidos (RN)
O recém nascido é classificado, segundo a sua
idade gestacional, da seguinte forma:
RN Pré-Termo
É a criança nascida em um período inferior a 37
semanas de gestação, que apresenta as seguintes características:
- Estatura geralmente inferior a 47 cm.
- Peso geralmente inferior a 2.500 kg(o RN a termo que apresenta este mesmo
peso é chamado de PIG- pequeno para a idade gestacional).
- Edema ocular intenso.
- Membros compridos em relação ao corpo.
- Excesso de lanugem.
- Ausência de vérnix caseoso.
- Testículos geralmente ausentes da bolsa escrotal.
- Intenso edema dos grandes lábios.
- Predisposição á infecções.
- Reflexos deficientes.
- Insuficiência respiratória grave, por formação da membrana hialina e ausência
de substância surfactante dentro dos alvéolos.
- Predisposição á hemorragias.
RN a Termo
É a criança nascida entre 38 a 40 semanas da
gestação, que apresenta as seguintes características
- Vérnix caseoso (substância gordurosa e
esbranquiçada que recobre o corpo para proteção da pele.
- Milia sebácea(pequenos pontos de acúmulo de gordura na pele sempre
localizados na face.
- Manchas Mongólicas(manchas azuladas que aparecem geralmente na região glútea,
podendo diminuir ou perdurar por toda a vida.
- Lanugem (pelos finos e felpudos que recobre, todo o corpo e desaparecem após
o primeiro mês de vida.
- Fontanelas (partes moles existentes entre os ossos do crânio e que se fecham
com o decorrer do crescimento) as fontanelas deverão apresentar-se planas.
- A cabeça é grande em relação ao corpo (sendo o perímetro cefálico de 33 á 35
cm normal), pode ocorrer uma sobreposição dos ossos do crânio, devido a uma
adaptação ao canal de parto, voltando a posição normal logo nas primeiras horas
de vida.
- Bossas (saliências no couro cabeludo, que ocorrem devido a pressões sofridas
pelos tecidos durante o trabalho de parto), podem ser edemas ou hematomas que
desaparecem na primeira semana.
- Tórax (podem apresentar tumefação dos mamilos)
- O abdômen apresenta-se abaulado pelo aumento fisiológico do fígado e baço.
- Membros curtos em relação ao corpo.
- Reflexo de moro (hiperextenção dos quatro membros, seguida de flexão).
- Freqüência cardíaca(FC) em média de 140 bat/min.
- Freqüência respiratória (FR) de 30 a 60 respiração/min, caracteriza-se por
ser uma respiração abdominal superficial.
- P.A aproximadamente de 80 x 40 mmHg.
- O cordão umbilical possuem 2 artérias e 1 veia.
- Instabilidade térmica (queda de temperatura caso não seja corretamente
aquecido).
RN Pós Termo
É a criança nascida após 41 semanas de
gestação, que apresenta as seguintes características:
- Deslocamento quase total do vérnix caseoso.
- Pele enrugada.
- Pouca lanugem.
- Variação da FC por estar entrando em sofrimento fetal.
Atendimento ao RN em sala de parto
- Ligar previamente o berço aquecido, que
deverá estar limpo e forrado com lençol.
- Pré aquecer o campo esterilizado no qual será envolto o RN.
- Estar paramentado conforme a rotina, sendo indispensável o uso de luvas
estéreis para a manipulação do RN.
- Anotar o horário correto do nascimento.
- Aspirar as vias aéreas superiores (VAS0 com sonda própria para RN,introduzida
delicadamente através da boca e narinas.Manter a aspiração inativa, durante
introdução e a retirada da sonda, para não lesar as mucosas.
- Fornecer oxigênio úmido, através de máscara própria, para o rosto do
RN.Lembrar que toda máscara deve abranger nariz e boca, não ultrapassando os
limites do contorno da face.
- Realizar CREDE (uso de Nitrato de Prata a 1% (argirol) sendo 01 gota em cada
olho, para a prevenção de infecções oculares e principalmente infecção
gonocócica).
- Prevenir hemorragia administrando 0,1 mg de Kanakion (IM) na região da coxa
(face lateral externa).Jamais puncionar região glútea de um RN porque não se
sabe qual é a localização correta do nervo ciático.
- Colocar Cord Clamp (clamp de cordão) no coto umbilical deixando-o com apenas
2 cm de comprimento.Verificar que não haja nenhum sangramento pelo coto
umbilical.
- Verificar o Patologia da criança, informando a
mãe de forma clara e precisa.
- Identificação do RN através da impressão da
planta do pé (impressão plantar) e das digitais da mãe. Colocam-se pulseiras de
identificação no RN e na mãe, sendo que estas devem conter o nome da mãe, sem
abreviaturas, e devem ser preenchidas de forma absolutamente iguais.
- Manter o RN sempre aquecido.
- Colher amostra de sangue da mãe e do RN( pelo cordão umbilical).
- Observar presença de más formações aparentes.
- Encaminhar o RN ao berçário com os papéis de rotina devidamente preenchidos.
- Observar o APGAR do RN.
APGAR:
É a avaliação do estado geral do RN, realizada
no 1º e 5° minuto de vida, sendo repetida no 10º minuto, somente se o estado do
RN não for considerado bom.
Esta avaliação é feita através de notas dadas nos seguintes itens, sendo estas
de 0 a 2, conforme o estado da criança:
Choro:
Ausente - zero (o)
Fraco - um (1)
Normal - dois (2)
Coloração:
Cianose generalizada - zero (0)
Cianose nas extremidades - um (1)
Corado (normal) - dois (2)
Tônus:
Atonia - zero (0)
Hipotonia - um (1)
Hipertonia (normal) - dois (2)
Freqüência cardíaca:
Ausente - zero (0)
Bradicardia irregular - um (1)
Normal - dois (2)
Freqüência respiratória:
Ausente - zero (0)
Bradipnéia irregular - um (1)
Normal - dois (2)
Cuidados com o RN no berçário:
- Estar corretamente paramentado conforme
rotina
- Checar o preenchimento correto dos papéis.
- Checar a identificação do RN.
- Manter o RN aquecido e em decúbito lateral ( riscos de hipotermia e da bronco
aspiração.
- Lavar as mãos antes e depois de tocar em cada RN para prevenir o impetigo.
- Aspirar as secreções das V.A.S. sempre que necessário.
- Observar atentamente o nível de oxigenação do RN
- Pesar o RN diariamente, lembrando que nos primeiros dias de vida, ocorre uma
perda de peso de até 10% ( perda ponderal), sempre seguindo as técnicas de
pesagem.
- Fazer a higiene sempre que necessária do RN, lembrando que o aspecto normal
das fezes é pastoso, de coloração verde escura.
- Observar eliminação urinária e ainda seu aspecto, quantidade e freqüência.
- Usar sabonete de glicemia para o banho, realizando a retirada do vérnix
caseoso das dobras da pele, delicadamente.
- Anotar corretamente os procedimentos executados e as alterações observadas.
- É importante lembrar que após cada mamada, o RN deverá ser mantido em
decúbito lateral por causa do risco de bronco aspiração.
Cuidados com o RN na Isolete:
O RN poderá ser colocado em berço comum, berço
aquecido ou em uma isolete, dependendo das suas condições.Coloca-se em isolete
os recém-nascidos com problemas respiratórios, pouco peso, hipotérmicos,
prematuros ou com qualquer outra alteração.
Cuidados de Enfermagem:
- Manter a isolete ligada, mesmo em
desuso.(devido ao tempo que uma isolete leva para atingir a temperatura ideal, é
preciso que se tenha sempre uma outra ligada para receber as urgências).
- Observar a presença de tomadas adequadas para cada tipo de plug,abservar
também a voltagem adequada e em caso de alteração comunicar a manutenção.
- Não permitir que o fio fique tracionado para não danificar nem desligar a
isolete involuntariamente.
- Manter a higiene rigorosa do interior e exterior da isolete usando água e
sabão neutro para a limpeza,jamais usando produtos voláteis, tais como álcool,
éter e benzina.
- Não riscar, não colocar objetos nem cobrir a tampa acrílica, pois ela foi
feita com este material para permitir que se visualize o RN.
- Verificar o encaixe perfeito da bandeja interna.
- Verificar a validade do filtro de ar.
- Verificar o funcionamento do termômetro e dos alarmes, sendo que a
temperatura ideal de uma isolete é entre 36 a 37 graus.
- Abrir as janelas laterais somente se houver necessidade de manuseio do RN,
lembrando que sempre que ela for aberta, perderá calor resfriando o RN.
- Lembrar que o RN não será ouvido quando estiver dentro da isolete, o que
exigirá atenção constante da equipe de enfermagem para observar suas condições.
- Manter a isolete em local de fácil alcance visual.
Observação :atualmente foi abolido o uso de
líquidos nos compartimentos internos da isolete, por transformarem-se em meios
de cultura de bactérias.
Cuidados com o RN na Fototerapia:
Fototerapia é o tratamento a base de luz
visando a retirada da bilirrubina impregnada na pele do RN.
A Fototerapia é usada nos casos de Icterícia
Neonatal.
Icterícia Neonatal:
É uma distúrbio fisiológico que dá á pele e
mucosas uma coloração amarelada em decorrência de pigmentos biliares na corrente
sanguínea.
É a função do fígado eliminar a bilirrubina da corrente sanguínea, sendo que
esta é o resultado das destruição das hemácias, portanto, temos duas causas de
icterícias.
Icterícia Fisiológica:
Causada pelo excesso de hemácias destruídas,
sobrecarregando o fígado. Surge após as primeiras 24 horas de vida e desaparece
em uma semana em média.
Icterícia Patológica:
Causada pela imaturidade do fígado do RN, que
não é capaz de eliminar uma quantidade normal de hemácias destruídas.Surge nas
primeiras 24 horas de vida e pode levar até mais de 10 dias para desaparecer.
O tratamento da icterícia, tanto a fisiológica quanto a patológica é feito
através da hidratação, fototerapia e exo-transfusão sanguínea em casos graves.
Cuidados de Enfermagem:
- Controle do tempo de permanência da lâmpada
fluorescente ligada, com anotação de data e número de horas/dia( o tempo de vida
útil da lâmpada é no máximo 200 horas).
- Manter as lâmpadas a 50 centímetros do RN, pois neste distância o RN receberá
as radiações sem sofrer queimaduras.
- O RN poderá estar em berço ou isolete.
- O RN deverá estar despido, sendo fundamental o uso de fraldas para proteção
do períneo e das gônadas, da ação do calor.
- Proteção ocular para impedir o ressecamento da córnea, evitando assim lesões
graves por ação da luz (na ausência de material próprio, manter os óculos com
papel escuro e gaze).
- Controle rigoroso da temperatura corporal, pois pode ocorrer um hiper
aquecimento pela ação do calor da lâmpada.
- Controle do estado de hidratação do RN, pois pode ocorrer desidratação devido
á sudorese pela ação do calor.
- Mudança freqüente de decúbito para que a desimpregnação seja uniforme.
- Limpeza freqüência do berço e do RN.
- Retirada do RN da fototerapia para a amamentação, mesmo que a prescrição seja
contínua.
- Fototerapia pode ser intermitente ou contínua de acordo com a prescrição
médica.
- Retirada do RN da fototerapia, 15 minutos antes do banho, para que seu corpo
não sinta a diferença de temperatura.
Impetigo:
É uma doença infecciosa da pele, generalizada,
caracterizada por vesículas,pústulas e crostas.Causadas através da contaminação
em berçário, onde a regra básica de higiene não é cumprida, ou seja, lavar as
mãos antes e depois da manipulação de cada recém-nascido.
Cuidados de enfermagem:
- Isolamento do RN infectado.
- Uso de parâmetros próprios de isolamento.
- Rompimento das pústulas com agulha estéril (25x6).
- Lavagem com Kmno4(permanganato de potássio)
- Uso de pomada de Neomicina(nebacetin).
- Antibiótico por via EV, prescrito em casos mais graves, quando ocorrer
infecções secundarias.
- Lavagem das mãos.
Monilíase:
É uma infecção grave causada pelo fungo cândida
albicans.
As lesões provocadas consistem em placas brancas e escamosas, que recobrem total
ou parcialmente as mucosas da língua, gengivas e bochechas, dificultando a
alimentação normal do RN.
Existe uma clara relação entre monilíase infantil vaginal e oral.A mãe parece a
ser principal fonte de contaminação.Sendo o contato de chupetas e utensílios de
berçário a fonte de contaminação secundária.
As complicações mais freqüentes da monilíase podem levar a uma glossite intensa,
uma esofagite pseudo membranosa, enterite ulcerosa ou ainda diarréia profusa com
o comprometimento do estado geral do RN.
A candidíase intestinal é menos freqüente nos RN alimentados por leite materno,
pois a lactoferrina insaturada deste leite inibe a atividade do cândida
albicans.
Cuidados de enfermagem:
- Higiene oral freqüente com água
bicarbonatada.
- Instilação oral de 1 ml de solução de nistatina conforme prescrição médica.
- Aplicação tópica de violeta genciana em solução aquosa de 1%.
Hospitalização da Criança:
A necessidade de hospitalização da criança
implica em uma situação especial, em que ela poderá sentir-se desprotegida, por
ter sido colocada abruptamente em um ambiente tão diferente.
A adaptação da criança dependerá de vários fatores tais como:
- Idade
- Diagnóstico
- Experiência de internações anteriores
- Situação doméstica
- Maturidade
- Tratamento e atenção recebidos neste contato
- Reação familiar é internação
A hospitalização afetará alguns aspectos da vida da criança e seus familiares, a
saber:
- Aspecto emocional da criança ( medo de
injeção, de ficar sem a mãe, do médico)
- Aspecto emocional da mãe, quanto á sua recuperação e quanto ao tratamento
dispensado á criança.
- Aspecto econômico ( gastos com a internação, transporte,remédios) e ainda o
medo de perder o emprego por estar com o filho no hospital.
- Aspecto familiar ( revezamento dos familiares no hospital, preocupação com os
outros filhos, que podem estar sozinhos em casa e a separação da família).
- Aspecto legal ( crianças vítimas de agressões, maus tratos,
estupros,atropelamentos, abandono) e ainda falta de documentos que comprovem sua
idade.
A equipe de enfermagem deverá estar atenta a todos estes aspectos, para que
possa, dentro dos limites estabelecidos, ter compreensão, cooperando com a
criança e seus acompanhantes durante todo o período de internação.
Cuidados de enfermagem na admissão da
criança:
- Observar as condições de higiene das roupas
e do corpo.
- Despir a criança, entregando as roupas e sapatos ao
responsável,identificando-as se necessário.
- Dar banho
- Observar presença de lesões, hematomas, escoriações e dermatites, mostrando
ao responsável para esclarecer as origens das lesões.
- Observar coloração da pele ( palidez, cianose e icterícia).
- Verificar e anotar os sinais vitais.
- Pesagem da criança (fundamental no momento da internação).
- Observar respiração ( irregular,superficial, desconforto, retrações, presença
de secreções nas V.A.S. e de corpos estranhos)
- Verificar se a criança esta hidratada ou não.
- Observar as eliminações e coletar informações com o acompanhante sobre
micções e evacuações.
- Observar desenvolvimento físico e psicológico (desnutrição, emagrecimento,
obesidade, infantilização, agressividade, agitação e timidez).
- Retirar as chupetas que estão amarradas em volta do pescoço.
- Coletar o maior número possível de informações junto ao acompanhante, pois
todos os dados serão importantes para um maior conhecimento da criança e suas
condições, fazendo anotação dos mesmos.
- Apresentar a enfermagem, área física e outros pacientes á criança e
acompanhantes recém chegados.A falta de conhecimentos das normas e rotinas
poderá trazer problemas para todos.
Cuidados de enfermagem durante o banho:
O banho da criança deverá ser dado visando os
seguintes objetivos:
- Promover a higiene.
- Observar as condições físicas.
- Promover uma queda de temperatura corporal em caso de febre
- Promover o relaxamento da criança.
O banho poderá ser dado várias vezes ao dia,
sempre que necessário, observando sempre os seguintes cuidados.
- Preparar todo o material antes de despir a
criança.
- Nunca deixar a criança sozinha no banho, independente da sua idade ou
maturidade.
- Verificar a temperatura da água com a região anterior do punha, que é um
local de grande sensibilidade térmica.
- Não encher demais a banheira.
- Proteger os ouvidos e os olhos da criança.
- Manter a cabeça da criança elevada
- Limpar as dobras da pele.
- Usar sabonete neutro
- Ter especial cuidado na higiene das genitais, observando fimose e acúmulo de
secreções.
- Retirar crostas do couro cabeludo, previamente amolecidas com óleo ( amêndoa
ou mineral).
- Manter a criança com segurança na água (lembrar que ela facilmente poderá
escorregar).
- Secar corretamente.
- Não molhar talas e gessos.
- Não tracionar scalps e jelcos.
- Vestir criança apropriadamente, sem excessos.
- Evitar correntes de ar.
- Anotar o procedimento e sua intercorrências.
Cuidados de enfermagem durante a
alimentação:
A alimentação e a hidratação oral são
introduzidas seguindo a prescrição médica, quanto ao tipo, quantidade e
intervalos, faz parte portanto, do tratamento médico, devendo ser cumprida
corretamente.
Geralmente, as rotinas hospitalares não permite que os familiares tragam
alimentos de sua casa, para não entrar em discordância com o tratamento que esta
sendo feito.Não se pode permitir a entrada de balas, doces, chocolates e
chicletes, lembrando dos riscos que os mesmos acarretam á criança, que poderá
aspira-los.
São regras básicas para os cuidados de enfermagem:
- Nunca alimentar uma criança deitada, pois o
risco de ocorrer uma bronco aspiração é muito grande.Deve-se sentar a criança ou
pegar o bebê no colo, ou ainda elevar a cabeceira da cama ou fazer uso do
"bebê-conforto".Mesmo mães acostumadas a alimentar de maneira errada, deverão
durante a permanência no hospital,seguir os procedimentos corretos.
- Respeitar o apetite natural da criança, não forçar a aceitação alimentar,
salvo em casos específicos de desnutrição.
- Promover a eructação.
- Manter a criança em decúbito lateral com apoio, sempre lembrando dos perigos
de uma bronco aspiração.
- Em casos de dispnéia intensa deve-se evitar a alimentação ou fazê-la
pausadamente e com muito cuidado.
- Permitir, se possível, que crianças maiores alimentem-se sozinhas, sob
vigilância rigorosa.
- Anotar aceitação e intercorrências.
Cuidados de enfermagem na pesagem:
A pesagem é fundamental na pediatria, uma vez
que as doses de medicamentos e de soros são todas calculadas, tendo por base o
peso da criança.
Deverão ser respeitados os seguintes cuidados.
- Pesar diariamente em jejum.
- Crianças até 2 anos, despidas totalmente, em balança de bandeja.
- Crianças com mais de 2 anos, manter a calcinha ou cueca e usar a balança de
pedestal.
- Tarar a balança antes de pesar.
- Travar após tarar.
- Só destravar depois de colocar a criança e travar novamente antes de
retira-la.
- Não tocar na criança durante a pesagem.
- Anotar corretamente o peso, especificando kg e grs.
- Não colocar objetos sobre e balança, quando em desuso.
- Forrar a bandeja com lençol descartável ou papel toalha, trocando após a
pesagem.
Cuidados de enfermagem nas restrições:
Restrição mecânica é a limitação dos movimentos
através da contenção de um ou mais segmentos do corpo, a realização de exames ou
tratamentos, garantindo assim a segurança da criança.Normalmente ela é indicada
na realização de exames, manutenção da via de hidratação parenteral, proteção da
criança inconsciente e ainda para evitar que a criança remova sonda ou
drenos.Existem dois tipos de restrições a sabe:
Mumificação:
Consiste na imobilização total da criança, para
a realização de exames, onde a equipe de enfermagem deverá obedecer aos
seguintes procedimentos:
- Lavar as mãos.
- Orientar a criança, se houver compreensão, e ou a mãe ou acompanhante sobre o
motivo da restrição.
- Deitar a criança sobre um lençol dobrado em triangulo.
- Dobrar a extremidade direita do triangulo sobre o braço direito,
posicionando-o ao longo do corpo.O tronco deve ser envolvido por estar
extremidade observando-se que não fique solto ou muito apertado.
- Colocar o braço esquerdo da criança paralelo ao corpo, mantendo a mão sob os
glúteos.
- Envolver a criança com a outra extremidade do lençol, imobilizando assim o
membro superior esquerdo.
- Dobrar a extremidade restante sob os pés da criança imobilizando seus membros
inferiores.
- Observar com freqüência se a criança tem condições de respirar
satisfatoriamente.
- Desfazer a restrição tão logo seja possível.
Contenção das extremidades:
É o tipo de restrição usada principalmente para
manter-se a via endovenosa ou evitar traumatismos em crianças que sejam
agitadas.Na contenção de extremidades existem também procedimentos que deverão
se seguidos rigorosamente:
- Lavar as mãos
- Orientar a criança, se houver compreensão, e ou a mãe ou acompanhante sobe o
motivo da restrição.
- Envolver o punho ou tornozelo da criança com a faixa de
restrição,entrelaçando os cadarços com voltas duplas, observando para que não
fique muito apertado.
- Atar o cadarço da faixa de restrição somente nas estruturas fixas do leito.
- A fixação nas grades móveis pode provocar graves lesões no membro restrito,
ao serem abaixados.
- Verificar, com freqüência, a posição da criança e acomoda-la
confortavelmente.
- Examinar, com freqüência, a perfusão sanguínea das extremidades restritas.
- Mudar, com freqüência, o decúbito da criança para evitar a formação de zonas
de isquemia.
- Remover a restrição periodicamente, principalmente durante o banho e a
alimentação.
Regras básicas de Medicação na Pediatria
Via oral:
- Evitar o excesso de líquidos, para que não
haja perda de parte da dose, ou até da dose total, pois a criança costumam
cuspir.
- Em crianças menores, ou muito rebeldes, colocar a medicação líquida em uma
seringa, para facilitar a introdução diretamente dentro da boca.
- Tentar obter apoio do acompanhante, na tarefa de fazer com que a criança
entenda a importância daquele remédio.
- Somente usar copinho em crianças maiores, de fácil entendimento.
- Observar se a criança deglutiu a dose total e fazer a reposição, se
necessário.
- Observar se a criança não aspira a medicação.
- Observar vômitos logo após a ingestão de medicamentos.
- Evitar o uso de colheres a fim de não machucar a criança.
Via Endovenosa:
- Em soros de manutenção, usar sempre equipo
de microgotas para que se tenha um controle real do gotejamento.
- Usar sempre escala de gotejamento, lembrando que o risco de hiper hidratação
em pediatria é maior.
- Manter sempre a pinça do equipo de soro longe do alcance da criança.
- Orientar o acompanhante para que não altere o gotejamento do soro.
- Lembrar que o excesso de mobilização da criança torna o gotejamento irregular
e descontrolado.
- Diluir as medicações em bureta.
- Nunca realizar medicação diretamente na veia, somente em situações de
emergência na presença do médico.
- Lavar o equipo da bureta, lembrando que, sendo as dosagens pediátricas muito
pequenas, facilmente pose-se perder grande parte delas dentro do equipo.
Tipos de Punções Venosas:
O local de escolha para a punção venosa visa
atender as necessidades da criança.
Em crianças sob oxitenda, evita-se punções cefálicas uma vez que a umidade
impede a boa fixação do esparadrapo.Em bebês que estão amamentados, evita-se
punções em MMSS, para facilitar o aleitamento.É preciso observar hábitos como o
de chupar o dedo, dormir de bruços, esfregar os pezinhos, para a escolha do
local adequado da punção.
As preferências da mãe só devem ser atendidas se estiverem de acordo com as
condições da criança, lembrando que o melhor local para punção venosa em bebês é
a rede venosa cefálica, local que nem sempre agrada a mãe.Punção em jugular deve
ser reservada para situações de urgência e feita por um profissional experiente,
pelos graves riscos que a mesma oferece.O uso de jelco em membros é bastante
indicado por sua maior durabilidade.
Via Intramuscular:
- Observar a massa muscular da criança para a
escolha do comprimento da agulha (30x8, 30x7, 12x6).Pode ocorrer de uma agulha
curta não introduzida por inteiro.
- A quantidade máxima de líquido injetado não deve ser maior que 3 ml, somente
em crianças acima de 10 anos com boa massa muscular, pode-se chegar ao limite de
5 ml.
- É de fundamental importância a maneira de segurar a criança.A movimentação
dela poderá quebrar a agulha durante a injeção.
Membros inferiores, quadril e tórax devem estar mobilizados.Nem sempre o
acompanhante é capaz de colaborar, sendo nesse caso, dispensado.
- Evitar que a criança veja a seringa.
- A região do deltóide ( MMSS) não é usada para medicação, tendo seu uso
restrito algumas vacinas.
- Em recém-nascidos usa-se a região da face lateral externa da coxa (músculo
vasto lateral) por não se saber exatamente a localização do nervo ciático na
região glútea.
- Na nádega usa-se o quadrante superior externo.
- Após injeções dolorosas, deve-se recomendar ao acompanhante a aplicação de
compressas quentes no local.
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