Albert Einstein foi um físico teórico alemão radicado
nos Estados Unidos.
100 físicos renomados o elegeram, em 2009, o mais memorável físico de
todos os tempos.
É conhecido por desenvolver a teoria da relatividade. Recebeu o Nobel de
Física de 1921, pela correta explicação do efeito fotoeléctrico; no
entanto, o prémio só foi anunciado em 1922. O seu trabalho teórico
possibilitou o desenvolvimento da energia atômica, apesar de não prever
tal possibilidade.
Devido à formulação da teoria da relatividade, Einstein tornou-se
mundialmente famoso. Nos seus últimos anos, sua fama excedeu a de
qualquer outro cientista na cultura popular: "Einstein" tornou-se um
sinónimo de génio.
Foi por exemplo eleito pela revista Time como a
"Pessoa do Século", e a sua face é uma das mais conhecidas em todo o
mundo. Em 2005 celebrou-se o Ano Internacional da Física, em comemoração
aos cem anos do chamado annus mirabilis (ano miraculoso) de Einstein, em
que este publicou quatro dos mais fundamentais artigos cientifícos da
física do século XX. Em sua honra, foi atribuído o seu nome a uma
unidade usada na fotoquímica, o einstein, bem como a um elemento
químico, o einstênio.
Biografia
Albert Einstein nasceu na região alemã de Württemberg, na cidade de Ulm,
numa família judaica. Em 1852, o avô materno de Einstein, Julius Koch,
estabelece-se como comerciante de cereais em Bad Cannstatt, nos
arredores de Estugarda. Os pais de Einstein, Hermann Einstein e Pauline
Koch, casaram-se em 8 de agosto de 1876. Hermann, que era comerciante,
muda-se de Bad Buchau para a cidade de Ulm, onde passou a viver com a
esposa. É em Ulm que nasce Albert Einstein, em 14 de março de 1879.
Munique em 21 de Junho de 1880, a família Einstein muda-se para Munique,
onde Hermann e seu irmão mais novo Jakob, então solteiro, que era
engenheiro, dinâmico e empreendedor, fundam a empresa de materiais
elétricos Jakob Einstein & Cie. Em 1885 os irmãos Einstein vendem sua
parte da firma e investem seu capital, adicionado ao crédito de
parentes, fundando a "Elektrotechnische Fabrik J. Einstein & Cie",
convencidos de que este setor em pleno crescimento oferece melhor
rentabilidade do que o tradicional negócio de penas de colchão.
Na década de 1880, a cidade de Munique, em processo de industrialização
(relativamente tardio) desenvolveu-se muito, crescendo a população a um
ritmo de dezessete mil novos habitantes por ano. O material eléctrico,
uma tecnologia relativamente recente, tem alta conjuntura nestes anos. A
empresa do pai de Einstein chegou a ter entre 150 e 200 trabalhadores
nos seus melhores dias. Dois dos contratos que a empresa obteve foram a
electrificação da cidade de Schwabing (hoje um bairro de Munique) e de
Theresienwiese onde se realiza a famosa Oktoberfest de Munique.
A 18 de Novembro de 1881, nasce Maria Einstein (Maja). Einstein teria
sempre uma relação muito íntima com a irmã. Einstein e Maja recebem uma
educação não religiosa. Em casa não se come casher, a família não
frequenta a sinagoga. O pai considera os ritos judeus como superstições
antiquadas. Na casa dos Einstein imperava o espírito não dogmático. Com
três anos, Einstein tinha ainda dificuldades de fala, o que preocupou os
pais; apesar disso, revelou-se um aluno brilhante.
A juventude de Einstein é solitária. As outras crianças chamam-lhe "Bruder
Langweil" (irmão tédio) e "Biedermann" (mesquinho). Aos cinco anos de
idade, Einstein recebe instrução de uma professora em casa. Sua
instrução termina quando Einstein aborrecido arremesa uma cadeira sobre
sua professora. Nesta altura, o seu pai mostra-lhe uma bússola de bolso;
Einstein apercebeu-se de que algo fazia flutuar a agulha no espaço e
descreveu mais tarde a "impressão profunda e duradoura" desta
experiência.
Aos seis anos de idade, Einstein tem aulas de violino com Herr Schimied,
que a princípio não lhe agradam, terminando por abandoná-las. Mas ao
longo da sua vida tocar violino, e em particular as sonatas de Mozart,
torna-se uma das suas actividades preferidas.
Albert Einstein aos 14 anos de idade. A 1 de Outubro de 1885, Einstein
começa a frequentar uma escola primária Volksschule, escola católica em
Munique (uma cidade fortemente conservadora que sempre permaneceu
maioritariamente católica, apesar das simpatias iniciais por Lutero, bem
cedo combatidas pelos Jesuítas). Os pais de Einstein, por não serem
judeus praticantes, não se importaram que o filho frequentasse inclusive
a catequese, que agradou bastante a Einstein.
Curiosamente Einstein desenvolve sozinho uma fervente fé judaica e passa
a cumprir os rituais judeus incluindo o Shabat e a comida kosher.
Einstein era aluno seguro e persistente, no entanto um pouco lento na
resolução de problemas. Suas notas estavam entre as melhores da classe,
e seu boletim era brilhante, segundo sua mãe Pauline. Durante esses anos
obteve as mais altas notas em latim e em matemática.
Uma lenda amplamente divulgada, diz que Einstein teria sido reprovado em
matemática quando era estudante, inclusive reproduzida no famoso
Ripley's believe it or not! ("Acredite se quiser"). Entretanto quando
lhe mostraram um recorte de jornal com esta questão, Einstein riu.
"Nunca fui reprovado em matemática", retrucou. "Antes dos quinze anos,
já dominava cálculo diferencial e integral" .
Aos dez anos, Albert conhece Max Talmud, um jovem estudante de medicina
que costuma jantar com a família Einstein. Max foi uma influência
importantíssima na vida de Albert porque o introduziu, apesar da sua
tenra idade, à leitura de importantes obras científicas e filosóficas,
como por exemplo Os Elementos de Euclides ou a Crítica da Razão Pura de
Kant. Em consequência dos seus estudos sobre ciência, Einstein abandona
completamente a fé judaica aos doze anos.
Einstein estudou cálculo diferencial e integral dos doze (idade em que
ganhou de seu tio um livrinho de geometria euclidiana) aos dezesseis
anos de idade. Mais tarde frequentou o Luitpold Gymnasium (equivalente à
escola secundária) em Munique até aos quinze anos. Este período para
Einstein foi de intensa religiosidade, motivada pela escola. O seu pai
pretendia que Einstein estudasse engenharia eléctrica, mas este
incompatibilizou-se com as autoridades e o regime escolar. Descreveria
mais tarde como o pensamento criativo e a aprendizagem eram perdidos com
a utilização de aprendizagem por memorização.
Entretanto, os negócios do pai de Einstein começam a correr pior do que
se esperava. Há uma grande concentração da indústria do sector eléctrico.
Como é típico com os mercados tecnológicos, após o período de grandes
números de empresas pequenas e inovadoras, há um ciclo de
reestruturações e concentração. Hermann Einstein vê-se obrigado a largar
o controle da sua empresa de Munique. A firma é comprada em 1894 pela
AEG (Allgemeine Elektrizitätsgesellschaft). Poucos anos depois, em 1910,
existiriam apenas duas grandes empresas no sector: Siemens & Halske e a
AEG.
ItáliaEm 1894 Hermann Einstein muda-se com a família para a Itália,
primeiro para Milão e, alguns meses mais tarde, para Pavia. Ele
tencionava abrir ali um novo negócio no setor elétrico com o dinheiro de
que dispunha, uma ideia que acabaria por levá-lo à falência.
O jovem Albert Einstein (tem quinze anos) permanece em Munique por mais
uns meses ao cuidado de familiares, a fim de terminar o ano letivo.
Einstein porém fica deprimido por sentir-se só e parte para junto de sua
família na Itália. Einstein escreveu neste período o seu primeiro
trabalho científico: "A Investigação do Estado do Éter em Campos
Magnéticos".
Suíça
Einstein no Escritório de PatentesEm 1895, decide entrar na universidade
antes de terminar o ensino secundário. Com esse objectivo fez exames de
admissão à ETH Zürich (Eidgenössische Technische Hochschule,
Universidade Federal Suíça em Zurique), mas é reprovado na parte de
humanidades dos exames. Einstein descreveu que foi nesse mesmo ano, aos
dezesseis anos de idade, que realizou a sua primeira experiência mental,
visualizando uma viagem lado a lado com um feixe de luz. Foi então
enviado para a cidade de Aarau no cantão suíço de Argóvia para terminar
a escola secundária, onde estudou a teoria electromagnética de Maxwell.
Em 1896 recebe o seu diploma.
Em 1896, Einstein (com dezessete anos de idade) renuncia à cidadania
alemã com o intuito de assim evitar o serviço militar alemão.
O casal Albert e Mileva.Cursou o ensino superior na Suíça, na ETH Zürich,
onde mais tarde foi docente. Concluiu a graduação em Física em 1900.
Também em 1900, conheceu Michele Besso, que o apresentou às obras de
Ernst Mach. No ano seguinte, publicou um artigo sobre forças capilares
no Annalen der Physik, uma das mais prestigiadas publicações científicas
em Física.
Pede então a naturalização suíça, que receberia a 21 de Fevereiro de
1901. Pagou os vinte francos suíços que o seu passaporte custou (uma
quantia considerável) com as suas próprias poupanças. Nunca deixaria de
ser cidadão suíço. Nas inúmeras viagens que faria no futuro, Einstein
usaria o seu passaporte suíço.
A 6 de Janeiro de 1903 casou-se com Mileva Marić, sem a presença dos
pais da noiva. Albert e Mileva tiveram três filhos: Lieserl Einstein,
Hans Albert Einstein e Eduard Einstein. A primeira, presume-se que tenha
morrido ainda bebé ou que tenha sido dada para adoção, o do meio
tornou-se um importante professor de Hidráulica na Universidade da
Califórnia e o mais jovem, formado em Música e Literatura, morreu num
hospital psiquiátrico suíço.
Annus MirabilisObteve o doutorado em 1905. No mesmo ano escreveu quatro
artigos fundamentais para a Física Moderna, afirmando-se por esta razão
que 1905 foi o "annus mirabilis" para Einstein.
Foto para o Prêmio Nobel, em 1921O primeiro artigo de 1905 propôs a
ideia dos "quanta de luz" (os atuais fótons) e mostrou como é que
poderiam ser utilizados para explicar fenômenos como o efeito
fotoelétrico. A teoria dos quanta de luz de Einstein não recebeu quase
nenhum apoio por parte dos físicos durante vinte anos, pois contradizia
a teoria ondulatória da luz subjacente às equações de Maxwell. Mesmo
depois das experiências terem demonstrado que as equações de Einstein
para o efeito fotoeléctrico eram exatas, a explicação proposta por ele
não foi aceita. Em 1921, quando recebeu o prêmio Nobel pelo seu trabalho
sobre o efeito fotoelétrico, a maior parte dos físicos ainda pensava que
as equações estavam correctas, mas que a ideia de quanta de luz seria
impossível.
Cerebro de Einsten, Foto: Miguel Medina/AFP
O segundo artigo deste ano foi sobre o movimento browniano, que
constitui uma evidência experimental da existência dos átomos. Antes
deste artigo, os átomos eram considerados um conceito útil, mas sua
existência concreta era controversa. Einstein relacionou as grandezas
estatísticas do movimento browniano com o comportamento dos átomos e deu
aos experimentalistas um método de contagem dos átomos através de um
microscópio vulgar. Wilhelm Ostwald, um dos que se opunham à ideia dos
átomos, disse mais tarde a Arnold Sommerfeld que mudou de opinião devido
à explicação de Einstein do movimento browniano.
O terceiro artigo de 1905, sobre eletrodinâmica de corpos em movimento,
introduziu a relatividade restrita. Estabeleceu uma relação entre os
conceitos de tempo e distância. Algumas das ideias matemáticas já haviam
sido introduzidas um ano antes pelo físico neerlandês Hendrik Lorentz,
mas Einstein mostrou como era possível entender esses conceitos. O seu
trabalho baseou-se em dois axiomas: um foi a ideia de Galileu de que as
leis da natureza são as mesmas para todos os observadores que se movem a
uma velocidade constante relativamente uns aos outros; o outro, a ideia
de que a velocidade da luz é a mesma para todos os observadores.
A relatividade restrita tem algumas consequências importantes, já que
são rejeitados conceitos absolutos de tempo e tamanho. A teoria ficou
conhecida mais tarde por "Teoria da Relatividade Restrita" para ser
distinguida da teoria geral que Einstein desenvolveu mais tarde, a qual
considera que todos os observadores são equivalentes.
A famosa equação é mostrada no Taipei 101 durante o evento do ano
mundial da Física em 2005.No quarto artigo, uma extensão do terceiro,
Einstein introduz o conceito de massa inercial. Nele, Einstein deduziu a
famosa relação entre a massa e a energia: . (Embora Umberto Bartocci,
tenha afirmado que a equação teria sido publicada primeiramente em 1903,
pelo italiano Olinto De Pretto). Esta equação esteve na base de
construção de bombas nucleares. A ideia serviu mais tarde para explicar
como é que o Big Bang, uma explosão de energia, poderia ter dado origem
à matéria.
Berlim
Einstein, 1921Em 1914, pouco antes do início da Primeira Guerra Mundial,
Einstein instalou-se em Berlim onde foi nomeado director do Instituto
Kaiser Wilhelm de Física (1917 - 1933), sendo senador da Sociedade
Kaiser Wilhelm (1923 - 1933), e professor da Universidade de Berlim,
tornando-se, novamente, cidadão alemão no mesmo ano.
Em novembro de 1915, Einstein apresentou perante a Academia de Ciências
da Prússia uma série de conferências onde apresentou a sua teoria da
relatividade geral sob o título "As equações de campo da gravitação." A
conferência final culminou com a apresentação de uma equação que
substituiu a lei da gravitação de Isaac Newton. Esta teoria considera
que todos os observadores são equivalentes, e não só aqueles que se
movem a velocidade uniforme.
Na relatividade geral, a gravidade não é uma força (como na segunda lei
de Newton) mas uma consequência da curvatura do espaço-tempo. A teoria
serviu de base para o estudo da cosmologia e deu aos cientistas
ferramentas para entenderem características do universo que só foram
descobertas bem depois da morte de Einstein.
A relação de Einstein com a Física Quântica é bastante interessante. Ele
foi o primeiro a afirmar que a teoria quântica era revolucionária. A sua
ideia de luz quântica foi um corte com a Física clássica. Em 1909,
Einstein sugeriu numa conferência que era necessário encontrar uma forma
de entender em conjunto partículas e ondas.
No entanto, em meados dos
anos 1920, quando a teoria quântica original foi substituída pela nova
mecânica quântica, Einstein discordou da interpretação de Copenhaga
porque ela defendia que a realidade era aleatória ou probabilística.
Einstein concordava que a Mecânica Quântica era a melhor teoria
disponível, mas procurou sempre uma explicação determinista, isto é
não-probabilística.
A famosa afirmação de Einstein, "A mecânica quântica está a impor-se.
Mas uma voz interior diz-me que ainda não é a teoria certa. A teoria diz
muito, mas não nos aproxima do segredo do Velho (the Old One). Eu estou
convencido que Ele não joga aos dados.", apareceu numa carta a Max Born
datada de 12 de Dezembro de 1926. Não era uma rejeição da teoria
estatística. Ele tinha usado a análise estatística no seu trabalho sobre
movimento browniano e sobre o efeito fotoeléctrico. Mas Einstein não
acreditava que, na sua essência, a realidade fosse aleatória.
O seu pacifismo e a sua origem judaica tornaram-no impopular entre os
nacionalistas alemães. Depois de se ter tornado mundialmente famoso (em
7 de Novembro de 1919, quando o Times de Londres anunciou o sucesso da
sua teoria da gravidade) o ódio dos nacionalistas tornou-se ainda mais
forte.
Albert Einstein e sua esposa Elsa.Em 1919, ano da famosa confirmação do
desvio de luz em Sobral e Príncipe, Albert Einstein divorcia-se de
Mileva e casa-se com a sua prima divorciada Elsa.
Em 1920, durante uma de suas aulas em Berlim, há um incidente com
manifestações anti-semitas, o que levou Einstein a deter-se com mais
atenção aos factos que então ocorriam na Alemanha.
Albert Einstein em 1921Em 1921, Einstein acompanha uma delegação
Sionista à Palestina. Ele propõe para a Palestina um estado baseado no
modelo suíço, onde muçulmanos e judeus poderiam viver lado a lado em
paz. Sendo um físico famoso, Einstein participa numa campanha de
angariação de fundos para a Universidade Hebraica de Jerusalém. Ele
apoia o plano de uma universidade onde judeus de todo o mundo possam
estudar sem serem vítimas de discriminação.
Recebeu o Nobel de Física de 1921, pela explicação do efeito
fotoeléctrico; no entanto, o prémio só foi anunciado em 1922. Einstein
receberia a quantia de 120 000 coroas suecas. Einstein não participou da
cerimónia de atribuição do prémio pois encontrava-se no Japão nessa
altura. Ao longo de sua vida, Einstein visitaria diversos países,
incluindo alguns da América Latina. Entre 1925 e 1928, Einstein foi
presidente da Universidade Hebraica de Jerusalém.
Em 1933, Adolf Hitler chega ao poder na Alemanha. Einstein, judeu,
encontra-se agora em perigo. É avisado por amigos de que há planos para
o seu assassinato e é aconselhado a fugir. Einstein renuncia mais uma
vez à cidadania alemã.
A 26 de Maio de 1933, o físico entrou no Reino Unido vindo da Bélgica,
numa fuga à Alemanha Nazi.
A 7 de Outubro de 1933, Einstein parte do porto de Southampton num navio
para os Estados Unidos, o seu novo lar. Nunca voltaria a viver na
Europa.
Participou da 1ª, 2ª, 5ª e 7ª Conferência de Solvay.
Brasil
Carlos Chagas e a equipe do Instituto Oswaldo Cruz, em recepção a Albert
Einstein.Einstein fez uma viagem à América do Sul, em 1925, visitando
países como Argentina, Uruguai e também o Brasil. Além de fazer
conferências científicas, visitou universidades e instituições de
pesquisas. O navio que o trouxe ao Brasil foi o Cap Polonio. Ficou
hospedado no Hotel Glória e gostou da goiaba, servida no café da manhã.
Em 21 de março passou pelo Rio de Janeiro, onde foi recebido por
jornalistas, cientistas e membros da comunidade judaica. Visitou o
Jardim Botânico e fez o seguinte comentário, por escrito, para o
jornalista Assis Chateaubriand: "O problema que minha mente formulou foi
respondido pelo luminoso céu do Brasil".
Tal afirmação dizia respeito a uma observação do eclipse solar
registrada na cidade cearense de Sobral por uma equipe de cientistas
britânicos, liderada por Sir Arthur Stanley Eddington, que buscava
vestígios que pudessem comprovar a Teoria da Relatividade, até então
mera especulação. Albert Einstein nunca chegou a visitar a cidade de
Sobral.
Em 24 de abril de 1925, Einstein deixou Buenos Aires e alcançou
Montevidéu. Fez ali três conferências e, tal como na Argentina,
participou de várias recepções e visitou o presidente da República.
Permaneceu no Uruguai por uma semana, de onde saiu no primeiro dia de
maio, em direção ao Rio de Janeiro, no navio Valdívia. Desembarcou
novamente no Rio de Janeiro em 4 de maio. Nos dias seguintes percorreria
vários pontos turísticos da cidade, incluindo o Pão de Açúcar, o
Corcovado e a Floresta da Tijuca. As anotações de seu diário ilustram
bem suas percepções quanto à natureza tropical do local. No dia 6 de
Maio, visitou o então presidente da República, Artur Bernardes, além de
alguns ministros.
Seu programa turístico-científico no Brasil incluiu diversas visitas a
instituições, como o Museu Nacional,[42] a Academia Brasileira de
Ciências e o Instituto Oswaldo Cruz, e duas conferências: uma no Clube
de Engenharia do Rio de Janeiro e a outra na Escola Politécnica do Largo
de São Francisco, atual Escola Politécnica da Universidade Federal do
Rio de Janeiro.
Através de ondas da rádio Sociedade, criada em 1923, Einstein proferiu
em alemão uma mensagem à população, que foi traduzida pelo químico Mário
Saraiva. Nesta mensagem, o cientista destacou a importância dos meios
radiofônicos para a difusão da cultura e do aprendizado científico,
desde que sejam utilizados e preservados por profissionais qualificados.
Einstein deixaria o Rio no dia 12 de maio. Essa sua visita foi
amplamente divulgada pela imprensa e influenciou na luta pelo
estabelecimento de pesquisa básica e para a difusão das ideias da física
moderna no Brasil. Deixando o Rio, o já famoso físico alemão enviou, do
navio, uma carta ao Comitê Nobel. Nesta carta, sugeria o nome do
marechal Cândido Rondon para o Nobel da Paz. Einstein teria se
impressionado com o que se informou sobre as atividades de Rondon em
relação à integração de tribos indígenas ao homem civilizado, sem o uso
de armas ou algo do tipo.
Princeton em 1932 aceitou uma posição no Instituto de Estudos Avançados
da Universidade de Princeton, Nova Jersey como professor de física
teórica e em 1933 com a subida dos Nazis decidiu viver permanentemente
aí.
Einstein passou os últimos quarenta anos de sua vida tentando unificar
os campos eletromagnético e o gravitacional numa única teoria que ele
chamava de Teoria do Campo Unificado. Procurou unificar as forças
fundamentais, isto é a força gravitacional e a força electromagnéctica,
numa teoria que descrevesse as forças como uma única força, do mesmo
modo que a teoria de Maxwell une as forças eléctrica e magnética. No
entanto não incluía no seu modelo as forças nucleares forte e fraca, que
na época, e até 1970, não eram compreendidas como forças separadas.
Em 1941 tem início o Projecto Manhattan (o desenvolvimento de uma bomba
atômica). Pronunciamento oficial do próprio Albert Einstein sobre o
referido tema:
Albert Einstein em seu último ano de vida. Minha responsabilidade na
questão da bomba atômica se limita a uma única intervenção: escrevi uma
carta ao Presidente Roosevelt. Eu sabia ser necessária e urgente a
organização de experiências de grande envergadura para o estudo e a
realização da bomba atômica.
E o disse. Conhecia também o risco universal causado pela descoberta da
bomba. Mas os sábios alemães se encarniçavam sobre o mesmo problema e
tinham todas as chances de resolvê-lo. Assumi portanto minhas
responsabilidades.
E no entanto sou apaixonadamente um pacifista e minha maneira de ver não
é diferente diante da mortandade em tempo de paz. Já que as nações não
se resolvem a suprimir a guerra por uma ação conjunta, já que não
superam os conflitos por uma arbitragem pacífica e não baseiam seu
direito sobre a lei, elas se vêem inexoravelmente obrigadas a preparar a
guerra.
Participando da corrida geral dos armamentos e não querendo perder,
concebem e executam os planos mais detestáveis. Precipitam-se para a
guerra. Mas hoje, a guerra se chama o aniquilamento da humanidade.
Protestar hoje contra os armamentos não quer dizer nada e não muda nada.
Só a supressão definitiva do risco universal da guerra dá sentido e
oportunidade à sobrevivência do mundo. Daqui em diante, eis nosso labor
cotidiano e nossa inabalável decisão: lutar contra a raiz do mal e não
contra os efeitos.
O homem aceita lucidamente esta exigência. Que importa que seja acusado
de anti-social ou de utópico? Gandhi encarna o maior gênio político de
nossa civilização. Definiu o sentido concreto de uma política e soube
encontrar em cada homem um inesgotável heroísmo quando descobre um
objetivo e um valor para sua ação. A Índia, hoje livre, prova a justeza
de seu testemunho. Ora, o poder material, em aparência invencível, do
Império Britânico foi submergido por uma vontade inspirada por ideias
simples e claras.
— Albert Einstein
Em 1945, Einstein reforma-se da carreira universitária.
Em 1952, David Ben-Gurion, então o primeiro-ministro de Israel, convida
Albert Einstein para suceder a Chaim Weizmann no cargo de presidente do
estado de Israel. Einstein agradece mas recusa, alegando que não está à
altura do cargo.
Morreu em 18 de Abril de 1955, aos 76 anos, em conseqüência de um
aneurisma. O seu corpo foi cremado mas seu cérebro foi doado ao
cientista Thomas Harvey, patologista do Hospital de Princeton. O cérebro
de Einstein pesava 1230 g, enquanto a média para homens é de 1400 g. Seu
volume também era menor, estava quatro centímetros abaixo da média. Essa
diminuição de peso e volume pode estar relacionada à idade com que o
cientista morreu: 76 anos.
Política e religiãoEinstein considerava-se um socialista.[48] Neste
artigo de 1949, descreveu a "fase predatória do desenvolvimento humano",
exemplificada pelo anarquismo capitalista da sociedade, como uma origem
de mal a ser ultrapassada. Não concordava com os regimes totalitários de
inspiração socialista. No início, foi a favor da construção da bomba
atómica para derrotar Adolf Hitler, mas depois da guerra fez pressão a
favor do desarmamento nuclear e de um governo mundial.
Pelo facto de defender os direitos civis e das suas ideias socialistas,
Einstein chamou a atenção do FBI, que o investigou sob a acusação de
pertencer ao Partido Comunista. O governo americano recentemente liberou
os arquivos que contêm a sua visão sobre a pessoa de Einstein e as suas
actividades pessoais e políticas. Num desses arquivos comenta-se que o
cientista era "inadmissível para os Estados Unidos" por várias razões,
principalmente porque, segundo as palavras dos serviços, cria,
aconselhava e ensinava uma doutrina anarquista, além de ser membro e
afiliado a grupos que admitiam "actuar ilegalmente contra os princípios
fundamentais do governo organizado".
Einstein e Robert Oppenheimer.Einstein era profundamente pacifista,
tendo intervindo diversas vezes a favor da paz no mundo e do abandono
das armas nucleares. Em 1944, um manuscrito do seu trabalho de 1905,
devidamente autografado, foi leiloado, e os cerca de seis milhões de
dólares arrecadados foram revertidos para a ajuda às vítimas da Segunda
Guerra Mundial. Este documento encontra-se hoje na Biblioteca do
Congresso dos EUA.
Uma semana antes de sua morte assinou a sua última carta, endereçada a
Bertrand Russell, concordando em que o seu nome fosse incluído numa
petição exortando todas as nações a abandonar as armas nucleares.
Einstein era também um sionista cultural convicto, tendo em diversas
ocasiões defendido o desenvolvimento do Estado Judaico na Palestina. Em
particular, foi membro do conselho de governadores da Universidade
Hebraica de Jerusalém. Sendo antinacionalista e pacifista, esteve no
entanto contra alguns dos acontecimentos que levaram ao nascimento do
Estado Judaico. Einstein acreditava que o estado de Israel deveria
acolher judeus e palestinos de modo pacífico, num modelo confederacional
semelhante ao do estado suíço.
Einstein era religioso, no entanto não professava a fé judaica. Do ponto
de vista religioso, ele se encontrava entre o panteísmo de Baruch
Spinoza e o deísmo na qual se acredita que é com a razão, e não com a
Fé, que se chega a Deus. Alguns historiadores argumentam que, devido a
suas declarações, tanto panteístas quanto deístas ao longo de sua vida,
talvez ele seja melhor classificado como um pandeísta.
Acreditava que Deus se revelava através da harmonia das leis da natureza
e rejeitava o Deus pessoal que intervém na História. Era também crente
no total determinismo do universo e excluía a possibilidade do livre
arbítrio dos seres humanos. Para Einstein "o Homem é livre de fazer o
que quer, mas não é livre de querer o que quer", o que significa que o
Homem age sempre de forma compulsiva, sem uma verdadeira liberdade,
todos os seus actos sendo determinados pelas leis da natureza. [carece
de fontes?]
Selo mostrando Albert Einstein. Este selo foi confeccionado em 2005 em
comemoração ao ano da física.A seguinte carta breve de Einstein, escrita
a 24 de setembro de 1946 a Isaac Hirsch, o presidente da Congregação
B'er Chaym, ilustra bem a relação de Einstein com a religião judaica e o
seu senso de humor típico:
Meu caro Sr. Hirsch,
muito obrigado pelo seu gentil convite. Apesar de eu ser uma espécie de
Santo Judeu, tenho estado ausente da Sinagoga há tanto tempo, que receio
que Deus não me iria reconhecer, e se me reconhecesse seria ainda pior.
Com os meus melhores cumprimentos e votos de bons feriados para si e
para a sua congregação. Agradecendo mais uma vez,
Em sua obra Como Vejo o Mundo no tema religiosidade, Einstein procura
enfatizar seu ponto de vista do mundo e suas concepções em temas
fundamentais à formação do homem, tais como o sentido da vida, o lugar
do dinheiro, o fundamento da moral e a liberdade individual. O Estado, a
educação, o senso de responsabilidade social, a guerra e a paz, o
respeito às minorias, o trabalho, a produção e a distribuição de
riquezas, o desarmamento, a convivência pacífica entre as nações são
alguns dos temas que ele trata, entre outros.
Um breve discurso de Albert Einstein:
O espírito científico, fortemente armado com seu método, não existe sem
a religiosidade cósmica. Ela se distingue da crença das multidões
ingênuas que consideram Deus um Ser de quem esperam benignidade e do
qual temem o castigo - uma espécie de sentimento exaltado da mesma
natureza que os laços do filho com o pai, um ser com quem também
estabelecem relações pessoais, por respeitosas que sejam. Mas o sábio,
bem convencido, da lei de causalidade de qualquer acontecimento, decifra
o futuro e o passado submetidos às mesmas regras de necessidade e
determinismo. A moral não lhe suscita problemas com os deuses, mas
simplesmente com os homens.
Sua religiosidade consiste em espantar-se, em extasiar-se diante da
harmonia das leis da natureza, revelando uma inteligência tão superior
que todos os pensamentos humanos e todo seu engenho não podem desvendar,
diante dela, a não ser seu nada irrisório. Este sentimento desenvolve a
regra dominante de sua vida, de sua coragem, na medida em que supera a
servidão dos desejos egoístas. Indubitavelmente, este sentimento se
compara àquele que animou os espíritos criadores religiosos em todos os
tempos.
Em 2008, veio ao público uma carta de propriedade de um colecionador
particular, cuja autoria é de Einstein, que levantou a hipótese que ele
se tornou ateu no fim da sua vida. Ele escreve em determinado trecho que
Deus segundo crenças populares é fruto da fraqueza humana, sendo a
Bíblia uma coleção de lendas honradas ainda que primitivas, infantis.
Nesta suposta carta Einstein ainda cita a religião judaica, desprezando
qualquer diferença entre o povo judeu em relação aos outros povos.
Essa carta mostra questões sobre a posição de Einstein em relação ao
fanatismo religioso e as superstições, ele apresenta uma posição
bastante crítica em relação a religião. Lembrando que na sua juventude,
na visão de Einstein, Deus não tinha formas antropomórficas, mas ele
tinha uma visão de Deus semelhante a Bento de Espinosa e a do Deismo,
levando alguns historiadores a classificá-lo como Pandeísta - vale
ressaltar que esta validade da carta ainda está passando a exame de
provas históricas.
Mas entre os historiadores existe uma certeza. Nos últimos anos de sua
vida Einstein estava profundamente decepcionado com o rumo que a física
tomou. Cada vez mais experiências comprovavam as alegações da Mecânica
Quântica e que o Universo em sua escala atômica é governado pelo acaso e
que essa aleatoriedade pode influenciar o mundo macroscópico. No começo
das pesquisas sobre Mecânica Quântica, ele chegou a fazer uma celebre
declaração;
- Deus não Joga Dados com o Universo.
Mas o tempo e as experiências mostraram que ele estava errado. Anos
depois da morte de Einstein, o físico Stephen Hawking fez a seguinte
declaração para corrigir Einstein;
- Não só Deus Joga Dados com o Universo, como joga em lugares onde não
podemos ver o resultado.
Estas evidências abalaram profundamente sua Fé num Deus Determinista e
Mecanicista que ele tanto defendeu na sua juventude. Portanto existem
motivos, para se abrir a possibilidade, que Einstein tenha se tornado um
ateu no fim de sua vida, devido a suas crenças estarem profundamente
abaladas, pelas as evidências da Mecânica Quântica. Mas esta carta seria
a única comprovação disso.
Música
Era apreciador de música:
Se eu não fosse físico, seria provavelmente músico.
"Was ich zu Bachs Lebenswerk zu sagen habe: Hören, spielen, lieben,
verehren und – das Maul halten!"
-Tradução: "O que tenho a dizer sobre a obra de Bach? Ouvir, tocar,
amar, adorar ... ficar calado!"
-Albert Einstein em resposta a um inquérito da revista alemã
Illustrierten Wochenschrift, 1928.
ObrasCientífica
Movimento Browniano, 1905
Efeito Fotoelétrico, 1905
Teoria Especial da Relatividade, 1905
Teoria Geral da Relatividade, 1916
Investigações sobre a Teoria do Movimento Browniano, 1926
Evolução da Física, 1938
Literária
Como Vejo o Mundo, 1922-1934
Sobre o Sionismo, 1930
A Minha Filosofia, 1934
Meus últimos anos, 1950
Escritos da Maturidade, 1934-1950
Notas Autobiográficas
BibliografiaI.C. Moreira e A.T. Tolmasquim, Um manuscrito de Einstein
encontrado no Brasil, Ciência Hoje, vol. 21, n. 124, 22-29, (1995).
I.C. Moreira and A.T. Tolmasquim, Einstein in Brazil: the communication
to the Brazilian Academy of Sciences on the constitution of light, in
History of Modern Physics, H. Kragh, G. Vanpaemel and P. Marage (eds.),
pp. 229–242, BREPOLS, Turnhout, Belgium, 2002.
A.T. Tolmasquim, Einstein - O viajante da relatividade na América do
Sul, Vieira&Lent, Rio de Janeiro, 2004.
"Como Vejo o Mundo", 1922-1934
Pais, Abraham. "Sutil é o Senhor.":a ciência e a vida de Albert
Einstein. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995.
Albert Einstein,
em 1921
Nacionalidade Alemã (1879 — 1896, 1914 — 1933)
Sem nacionalidade (1896 — 1901)
Suíça (1901 — 1955)
Austríaca (1911 — 1912)
Americana (1940 — 1955)
Residência Alemanha, Itália, Suíça, Estados
Unidos
Nascimento 14 de Março de 1879
Local Ulm, Baden-Württemberg
Império Alemão
Falecimento 18 de abril de 1955 (76 anos)
Local Princeton, Nova Jersey
Estados Unidos
Causa Aneurisma
Progenitores
Mãe Pauline Koch
Pai Hermann Einstein
Casamento 8 de agosto de 1876
Actividade
Campo(s) Física
Instituições Escritório de patentes suíço
(Berna),
Universidade de Zurique, Universidade Carolina,
Academia de Ciências da Prússia, Instituto
Kaiser Wilhelm, Universidade de Leiden,
Instituto de Estudos Avançados de Princeton
Alma mater Instituto Federal de Tecnologia de
Zurique, Universidade de Zurique
Tese 1905: Eine neue Bestimmung der
Moleküldimensionen
Orientador(es) Alfred Kleiner
Orientado(s) Ernst Gabor Straus
Conhecido(a) por Relatividade geral
Relatividade restrita
Movimento browniano
Efeito fotoeléctrico
E=mc²
Equações de campo de Einstein
Estatística de Bose-Einstein
Paradoxo EPR
Prêmio(s) Nobel de Física (1921), Medalha
Matteucci (1921), Medalha Copley (1925), Medalha
de Ouro da RAS (1926), Medalha Max Planck
(1929), Medalha Franklin (1935)
Assinatura
|
assinatura de
Abert Einsten |
Referências:
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2009.
48. Monthly Review: Why Socialism?, acessado em 2 de maio de 2007
49. Carta que revela desdém de Einstein por religião vai a leilão
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