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Em botânica, chamam-se esporângios aos órgãos das plantas que produzem
esporos. Neste artigo, "plantas" é utilizado como termo genérico, como era
usado de acordo com a taxonomia de Lineu, e inclui não só as plantas
vasculares - as espermatófitas e as pteridófitas )- mas também as briófitas,
algas e fungos - uma vez que todos estes grupos de seres vivos possuem
esporângios para a sua reprodução.
Nas espermatófitas, o esporófito (o "indivíduo" que produz esporos)
corresponde à planta adulta, que produz dois tipos de esporos: os que vão
dar origem aos gâmetas masculinos - os grãos de pólen - e os que vão dar
origem aos femininos, os óvulos. Como os gâmetas masculinos são muito
menores que os femininos, o órgão onde eles são produzidos chama-se
microsporângio enquanto que o feminino se chama megasporângio.
Nas angiospérmicas, o microsporângio é a antera das flores. Nas
gimnospérmicas é a escama dos cones masculinos, também chamada
microsporófilo (do latim, "filos"="folha").
O megasporângio das angiospérmicas é o ovário das flores, enquanto nas
gimnospérmicas, corresponde às escamas dos cones femininos (as pinhas) e
toma a designação de megasporófilo.
Nos pteridófitas, tal como nas espermatófitas, o esporófito é a planta
adulta e os esporos são produzidos em estruturas na página abaxial das
folhas ou frondes, chamadas soros, onde se encontram os esporângios. Por
esta razão, quando existe diferenciação entre folhas que produzem esporos -
ou folhas férteis - e folhas que não os produzem - ou folhas estéreis - as
folhas férteis são também denominadas esporófilos.
Os esporângios dos pteridófitos chamados eusporangiados têm uma estrutura
semelhante aos das espermatófitas, com paredes formadas por várias camadas
de células. Estes esporângios abrem normalmente por uma fenda transversal e
podem produzir centenas ou milhares de esporos.
Nos fetos leptosporangiados, no entanto, o esporângio tem origem numa única
célula-mãe e está reduzido a uma pequena cápsula formada por uma única
camada de células, com um pedúnculo formado por tricomas, ou "pêlos"
vegetais. Estes leptosporângios produzem sempre um número de esporos
múltiplo de 16, na maior parte dos casos, 64.
Nos briófitos, a planta adulta é um gametófito que, por fecundação do óvulo
por um anterozóide dá origem a um esporófito que cresce a partir do próprio
arquegónio (o equivalente ao ovário nestas plantas) na forma duma cápsula -
que é o esporângio - localizada na extermidade dum pedúnculo. No início, o
esporófito possui clorofila, mas logo a perde e passa a "parasitar" a
planta-mãe, até produzir os esporos haplóides que, depois de dispersos, vão
dar origem a novas plantas.
Nas algas e nos fungos os esporângios formam-se em estruturas específicas de
cada grupo taxonómico e tomam nomes específicos, tais como os ascos dos
Ascomicetes ou os basídios dos Basidiomicetes.
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