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Tritão é a maior lua de Neptuno, que se encontra a 4.500
milhões de quilômetros da Terra.
Satélite
Neptuno I
Triton (moon).jpg
Características orbitais
Semieixo maior 354 800
Circunferência orbital 9,553 UA
Excentricidade 0,000
Período orbital -5,877 d (retrógado)
Velocidade orbital média 5,58 km/s
Inclinação 0,348 54 °
Características físicas
Diâmetro equatorial 2706,8±1.8 km
Área da superfície 23 018 000 km²
Volume 10 384 000 000 km³
Massa 2,147×1022 kg
Densidade média 2,05 g/cm³
Gravidade equatorial 0,08 g
Dia sideral 5 d, 21 h, 2 min 28 s (rotação síncrona)
Velocidade de escape 1,5 km/s
Albedo 0,76
Temperatura média: -238,5 ºC
223 ºC min
245 ºC max
Composição da atmosfera
Pressão atmosférica 0,001 kPa
Azoto / Nitrogênio
Metano
99,9%
0,1% |
É
possivelmente o astro mais frio do sistema solar
(-235°C). Descoberto por William Lassell em 1846,
somente 17 dias após o descobrimento do próprio
planeta, deve seu nome ao deus Tritão da mitologia
grega. Tritão é um dos astros mais gélidos do
sistema solar, com uma história geológica bastante
complexa; possui uma superfície bastante jovem e de
aspecto rugoso, desfigurada por violentas erupções
vulcânicas, rápidos congelamentos de superfície e
com repentina fundição, gerando assim uma rede de
rachaduras enormes. |
Após a passagem de Voyager 2, suas enigmáticas imagens
revelaram o que pareceu ser géiseres de nitrogênio líquido
emanados de sua superfície gelada. Esta descoberta mudou o
conceito clássico do vulcanismo que, até então, supôs que os
corpos gelados não seriam geologicamente ativos. Tritão
demonstrou que para que haja atividade geológica basta meios
fluidos, rocha fundida, nitrogênio ou água.
Tritão (do grego Τρίτων) provém do nome do deus do mar,
filho de Posidão (Neptuno) na mitologia grega. Este nome foi
proposto por Camille Flammarion em 1880. O nome Tritão foi
proposto também por outros, mas até 1939, o nome não foi
adotado genericamente. Na literatura científica era apenas
referenciando como "o satélite de Neptuno". Estranhamente,
as referências a Tritão no fim de século XIX e em início do
século XX eram para o nome de um suposto canal em Marte.
Talvez seja estranho que Lassell, o descobridor, não tenha
dado o nome à lua que descobriu, já que ele deu o nome às
suas outras descobertas feitas uns anos mais tarde, Hipérion
em Saturno, e a terceira e quarta luas do planeta Urano,
Ariel e Umbriel.
Só à volta de 1949 é que o nome Tritão começa a ser usado
oficialmente, isto na altura em que um pequeno satélite em
Neptuno é descoberto, a que se deu o nome de Nereida.
Em 1820, William Lassell começou a construir espelhos para o
seu telescópio e em 1844 construiu melhores espelhos que
permitiram a descoberta do planeta Neptuno, a 23 de Setembro
de 1846. A notícia da descoberta terá chegado a John
Herschel que decide escrever a Lassell para procurar por
satélites no primeiro dia do mês de Outubro, já que havia
uma forte probabilidade disso.
Mal soube da ideia, Lassell começa à procura de satélites e
descobre Tritão oito dias depois do início das buscas, no
dia 10 de Outubro de 1846; apenas 17 dias tinham passado
desde a descoberta do planeta Neptuno. As suas observações
levaram-no também a acreditar que tinha visto um anel à
volta de Neptuno. Apesar de Neptuno ter, de facto, anéis,
estes são tão finos e escuros que o que Lassell viu era,
muito provavelmente, uma ilusão.
Só cem anos depois da descoberta de Tritão é que foram
feitas as primeiras observações detalhadas do satélite. Os
astrónomos começaram a estudar a lua e descobriram que tinha
uma órbita no sentido oposto à órbita de Neptuno e muito
inclinada.
Hoje em dia, presume-se que seja um objecto capturado da
Cintura de Kuiper. Cálculos indicam que, dentro de 1400 a
3600 milhões de anos, a órbita de Tritão diminuirá em
tamanho progressivamente, o que poderá resultar que Tritão
se quebre numa grande aproximação a Neptuno, formando um
anel à volta do planeta ou num choque colossal atingir
Neptuno.
Apesar das propriedades de Tritão terem sido definidas quase
correctamente no século XIX, pouco se sabia sobre o que
teria Tritão para desvendar até à chegada da sonda Voyager 2
no final do século XX. Na primeira fotografia que foi
tirada, o satélite aparecia com uma cor rosa-amarelada.
A primeira tentativa de medir o diâmetro de Tritão
correctamente foi feita por Gerard Kuiper em 1954, que
obteve um valor de 3800 km. Depois disso, várias tentativas
de medição levaram a dimensões que variavam entre os 2500 e
os 6000 km, ou seja desde bastante mais pequeno que a Lua
até sensivelmente metade do tamanho da Terra.
Com a aproximação da Voyager 2 a Neptuno a 25 de Agosto de
1989 obtêm-se dados que permitiram a medição correcta do
diâmetro (estimado em cerca de 2706 km) e decidiu-se que a
sonda iria sobrevoar Tritão de perto, mesmo que isso
afectasse a sua trajectória e o que se descobriu foi
surpreendente. E, a maioria do que se sabe hoje deve-se a
esta sonda, já que foi a única que explorou Tritão. A
Voyager descobriu criovulcanismo, um novo tipo de
vulcanismo, e uma superfície exótica.
Na década de 1990, foram feitas diferentes observações a
partir da Terra ao limbo de Tritão com recurso a ocultações
de estrelas por Tritão. Estas observações mostraram uma
atmosfera mais densa que na altura da passagem da Voyager 2.
A NASA planeja uma missão a Neptuno e Tritão que deverá ser
lançada entre 2016 e 2018, mas que só chegará a Neptuno em
2035. A missão deverá incluir duas sondas que pousarão na
superfície de Tritão e irão estudar a atmosfera e pesquisar
informação geoquímica perto dos géisers.
Tritão tem tamanho, densidade, temperatura e composição
química semelhantes a Plutão, e ao verificar a órbita
excêntrica de Plutão que atravessa a de Neptuno,
visualizam-se pistas da possível origem de Tritão como um
planeta semelhante a esse capturado por Neptuno. Assim
Tritão poderá ter-se formado longe de Neptuno.
Apesar de existirem várias diferenças entre Tritão e as
outras luas geladas do sistema solar, o terreno é semelhante
ao de Ariel (lua de Urano), Encélado (lua de Saturno), e
três luas de Júpiter: Io, Europa e Ganímedes. Também lembra
Marte, com as suas calotas polares.
O efeito gravitacional de Tritão na trajectória da Voyager 2
sugere que o manto de gelo deve cobrir um núcleo substancial
de rocha (com probabilidade de conter metal). O núcleo
corresponde a dois terços da massa total de Tritão (65% a
75%), o que é mais do que qualquer outra lua do sistema
solar, com excepção de Io e Europa. A diferenciação pode ter
sido eficiente devido ao efeito gravitacional de Neptuno
durante a captura de Tritão. Tritão tem uma densidade média
de 2,05 g/cm³, e é composto por cerca de 25% de gelo de
água, essencialmente localizado no manto.
A superfície é composta principalmente por gelo de azoto,
mas também gelo seco (dióxido de carbono gelado), gelo de
água, gelo de monóxido de carbono e metano. Pensa-se que
poderão existir gelos ricos em amónia à superfície, mas não
foram detectados. Tritão é muito brilhante, reflectindo 60 a
95 por cento da luz solar que incide sobre a superfície; a
Lua da Terra, em comparação, reflecte apenas 11 por cento.
grafia geral
A área total da superfície corresponde a 15,5% da área
emersa da Terra, ou 4,5% da área total. A dimensão de Tritão
sugere que deverão existir regiões de densidades diferentes,
variando entre 2,07 a 2,3 gramas por centímetro cúbico.
Existem áreas que têm exposições rochosas, e são áreas
escorregadias, devido às substâncias geladas, nomeadamente o
metano gelado que cobre parte da superfície.
A região do pólo sul de Tritão é coberta por uma capa de
azoto e metano gelados salpicado por crateras de impacto e
aberturas de géisers. A capa gelada é altamente reflectora,
porque absorve pouca energia solar. Desconhece-se como será
o pólo norte já que este se encontrava na penumbra quando a
Voyager 2 visitou Tritão. No entanto, pensa-se que, tal como
o pólo Sul, deverá ter uma calota polar.
Na região equatorial longas falhas com cordilheiras
paralelas de gelo expelido do interior cortam terrenos
complexos com vales imperfeitos. Yasu Sulci, Ho Sulci e Lo
Sulci são alguns destes sistemas conhecidos como "Sulci",
termo que significa "sulcos". A leste destes sulcos
encontram-se as planícies Ryugu e Cipagu e o planalto
Cipango.
As zonas planas de Sipagu Planitia e Abatus Planum no
hemisfério sul encontram-se rodeadas por pontos negros - as
"maculae". Dois grupos de maculae, Acupara Maculae e Zin
Maculae destacam-se a leste do Abatus Planum. Estas marcas
parecem ser depósitos na superfície deixados por gelos que
evaporaram, mas não se sabe ao certo do que serão compostos
e a sua origem.
Perto de Sipagu e Abatus Planum encontra-se ainda uma grande
cratera fresca, com 27 km de diâmetro, chamada Mozamba.
Seguindo para noroeste, outras duas crateras menores (Kurma
e Llomba) seguem a cratera Mozamba quase em linha recta. A
maioria dos poços e terreno agreste são causados por
derretimento e colapso de gelo, ao contrário do que acontece
em outras luas, onde as crateras de impacto dominam a
superfície. No entanto, a Voyager fotografou uma cratera de
impacto com 500 km de diâmetro, que foi extensivamente
modificada por inundações repetidas, derretimento, falhas e
colapsos.
Tano Sulci é uma das longas falhas que percorrem a estranha
região de Bubembe em Tritão, uma região também conhecida por
terreno casca-de-meloa, por causa do seu aspecto de casca de
meloa, uma das regiões mais estranhas do sistema solar.
Desconhece-se a origem deste terreno, mas pode ter sido
causado pela subida e queda de gelo de azoto, pelo colapso e
inundação causados por criovulcanismo. Apesar de ser um
terreno com poucas crateras, acredita-se que poderá ser a
superfície mais antiga em Tritão. Este terreno deverá cobrir
a maioria do hemisfério Norte.
Estes terrenos casca-de-meloa são únicos e só existem em
Tritão; compreendem depressões com 30 a 50 km de diâmetro,
provavelmente não relacionadas com impacto de meteoritos por
serem demasiado regulares, com espaçamento regular e
separadas por escarpas curvadas. Estes cumes poderão ter
origem em erupções de gelo viscoso por entre as fracturas em
anel, e podem ter até 1 km de altura.
Vulcões gelados
Surpreendentemente, Tritão é geologicamente activo; a sua
superfície é recente e com poucas crateras. Existem vales e
cristas num padrão complexo por toda a superfície,
provavelmente resultantes dos ciclos do congelamento e
aquecimento e dos vulcões. A sonda Voyager 2 observou
vulcões gelados (as Plume) que cuspiam verticalmente azoto
líquido, pó ou compostos de metano, proveniente de baixo da
superfície, em plumas que atingiam 8 km de altura.
Provavelmente, esta actividade vulcânica é devida ao
aquecimento sazonal causado pelo Sol, e não como o
aquecimento dos vulcões registados em Io.
Hili e Mahilani são os criovulcões tritanianos observados,
ambos com nomes de espíritos da água de mitologias
africanas. Tritão é assim com a Terra, Io e talvez Vénus e
Titã, um dos poucos mundos do sistema solar a possuir
actividade vulcânica no momento presente.
Atmosfera e clima
Tritão possui uma atmosfera ténue composta por azoto (99,9%)
com pequenas quantidades de metano (0,01%). A pressão
atmosférica tritoniana é de apenas 14 microbars, cerca de
1/70000 da pressão atmosférica terrestre.
A sonda Voyager 2 conseguiu observar uma camada fina de
nuvens numa imagem que tirou do limbo desta lua. Estas
nuvens formam-se nos pólos e são compostas por gelo de
azoto; existe também nevoeiro fotoquímico até uma altura de
30 km que é composto por vários hidrocarbonetos, semelhante
ao que foi encontrado em Titã, no entanto nenhum destes
hidrocarbonetos foi detectado. Pensa-se que os
hidrocarbonetos contribuem para o aspecto cor-de-rosa da
superfície.
A temperatura à superfície é de cerca de -235 graus Celsius,
ainda mais baixa que a temperatura média de Plutão (cerca de
-229 °C), logo é a mais baixa temperatura jamais medida no
sistema solar. A 800 km da superfície, a temperatura sobe
para -180 °C.
As estações do ano
O eixo de rotação de Tritão é particularmente invulgar,
inclinado 157° em relação ao eixo de Neptuno, e 130° em
respeito à órbita de Neptuno, expondo um pólo ao Sol de cada
vez. Como Neptuno orbita o Sol, as regiões polares de Tritão
trocam de posição num intervalo de 82 anos, o que
provavelmente resulta em mudanças de estações do ano
radicais cada vez que um pólo se move para a luz do Sol.
Dada a sua órbita e inclinação axial, Tritão apresenta um
ciclo de estações amenas e extremas. As estações mais
extremas ocorrem em intervalos de cerca de 700 anos, e o
próximo grande Verão em Tritão decorre em 2007.
Durante o encontro com a Voyager 2, o pólo sul de Tritão
estava virado para o Sol, o que acontece desde que Tritão
foi descoberto. E, quase todo o hemisfério sul estava
coberto de uma calota de azoto e metano gelado.
Possivelmente esse metano evapora lentamente.
A mudança do estado sólido para o estado gasoso e de volta
ao estado sólido da capa polar produz uma variação súbita da
atmosfera. Observações mais recentes à atmosfera de Tritão,
a partir de ocultação de estrelas, mostraram que, de 1989
(data do encontro com a Voyager 2) para 1998, a pressão
atmosférica em Tritão tinha dobrado. A maioria dos modelos
predizem que os gelos voláteis evaporam e ampliam a pressão
da atmosfera. No entanto, outros modelos prevêem que o gelo
volátil que se encontra no pólo sul possa migrar para o
equador e, assim, não desaparecem para a atmosfera, mas
mudam de localização, deixando assim dúvidas do que poderá
causar o aumento de pressão sazonal.
Vida em Tritão
Tritão é um dos locais mais gélidos do sistema solar. Esta
lua tem uma órbita pouco convencional, é retrógrada, o que é
comportamento orbital invulgar. Em especial, a interacção
com as outras luas de Netuno poderá causar aquecimento
interno em Tritão. Com a passagem da Voyager 2 em 1989,
descobriu-se que tinha actividade vulcânica, mas de um tipo
de vulcanismo gelado que consiste no derretimento de gelos
de água e azoto e talvez metano e amónia.
A atmosfera é composta de azoto e metano, e estes são os
mesmos compostos que existem na grande lua de Saturno, Titã.
O azoto é também o composto principal da atmosfera
terrestre, e o metano na Terra está normalmente associado à
vida, sendo um produto secundário da actividade desta. Mas
tal como Titã, Tritão é extremamente frio, se não fosse esse
o caso, estes dois componentes da atmosfera seriam sinais de
vida.
No entanto, devido à actividade geológica e ao possível
aquecimento interno tem sido sugerido que Tritão poderia
albergar formas de vida primitiva em água líquida por
debaixo da superfície, muito semelhante ao que tem sido
sugerido para a lua Europa de Júpiter. Tritão e Titã são
assim mundos que apesar de fisicamente extremos são capazes
de suportar formas exóticas de vida desconhecidas na Terra.
Outras ideias científicas, afirmam que a vida na Terra é
baseada em carbono, mas em Tritão esta poderá ser baseada em
compostos de silicatos.
Referencia:
Wikipedia
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