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Tempestade Solar
As
erupções solares acontecem quando um grande fluxo de
radiação emitida pelo Sol atinge o campo magnético e a
atmosfera da Terra. O distúrbio ocorre quando há ejeções
maciças de massa da coroa solar. Quando fortes rajadas de
vento solar atingem a Terra, as ondas de radiação se chocam
com a magnetosfera, alterando a intensidade e a direção do
campo magnético terrestre.
Em casos extremos pode causar quedas de energia elétrica,
interferência no funcionamento dos satélites de comunicações
e de instrumentos de navegação, com efeitos imprevisíveis
sobre o clima. As auroras boreais e austrais são espetáculos
luminosos que ocorrem com as tempestades geomagnéticas.
Nossa estrela o Sol
Sol - (Imagem em raio-x) O SolNo princípio era uma imensa
nuvem de gases e poeira. Ao longo de milhões de anos essa
gigantesca nuvem foi se contraindo e se adensando, até
formar o Sol. Do material que sobrou, formaram-se os
planetas e outros astros do Sistema Solar.
A energia do Sol é gerada pela fusão nuclear no seu núcleo.
Fusão é a colisão de átomos em alta temperatura e velocidade
que os tornam um único átomo e liberam energia. Ou seja, o
Sol é uma usina nuclear natural a 150 milhões de
quilômetros.
O Sol é uma bola de plasma (o quarto estado da matéria -
sólido, líquido, gasoso e plasma). As condições de pressão
extrema e temperaturas inimagináveis transformam o
hidrogênio em hélio. Calcula-se que a cada segundo 700
milhões de toneladas de hidrogênio são transformadas em
hélio.
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Erupção Solar Erupção SolarAs erupções solares são explosões
na superfície do Sol causadas por mudanças repentinas no seu
campo magnético. A atividade na superfície solar pode causar
altos níveis de radiação no espaço sideral. Esta radiação
pode vir como partículas ( plasma ) ou radiação
eletromagnética ( luz ). O Sol libera porções de energia
eletromagnética quando uma gigantesca quantidade de energia
armazenada em campos magnéticos, acima das manchas solares,
explode, produzindo um forte pulso de radiação que abrange
espectro eletromagnético, desde as ondas de rádio até os
raios X e raios gama.
Magnetosfera terrestre
Os gases emergem da superfície e são lançados na coroa
solar, onde atingem temperaturas de mais de 1,5 milhões de
graus centígrados, formando arcos chamados anéis coronais,
enormes bolhas de gases ionizados com até 10 bilhões de
toneladas. Depois, esfriam e voltam a se chocar com o Sol a
uma velocidade próxima a 100 quilômetros por segundo.
As ejeções de massa coronal, que são partículas de altas
energias, lançadas no espaço interplanetário podem
transportar 10 bilhões de toneladas de gás eletrizado e
superam a velocidades de um milhão de quilômetros por hora.
Quando atingem a Terra, a magnetosfera do planeta desvia a
maior parte da radiação, mas uma parte pode chegar à
atmosfera superior, causando as tempestades geomagnéticas.
As erupções solares são classificadas de acordo com o seu
brilho em raios X no intervalo de comprimento de onda que
vai de 1 a 8 Ångstroms.
Existem três categorias de "erupções":
Erupções classe X: são importantes e grandes erupções que
podem desencadear a suspensão de diversas atividades
eletromagnéticas, suspender as transmissões das estações de
rádio em todo o planeta e produzir tempestades de radiação
de longa duração.
Erupções classe M: são erupções de média intensidade que
afetam as regiões dos pólos e rápidos bloqueios nas emissões
radiofônicas.
Erupções classe C: são pequenas erupções e não afetam o
planeta.
O ciclo do SolEm ciclos que duram em média 11 anos, o Sol
passa por períodos de diminuição e aumento de suas
atividades.
Erupção Solar
Na superfície do Sol ou fotosfera, onde a temperatura
superficial é de aproximadamente 6.000 graus celsius, é onde
são observados os fenômenos. Nos períodos de aumento da
atividade, as explosões de plasma na superfície do Sol podem
levantar uma nuvem de partículas treze vezes maior que a
Terra e lançar uma bolha para o Sistema Solar a mais de 1,6
milhão km/h. O fenômeno conhecido como vento solar, arrasta
gases evaporados dos planetas, poeira meteórica e raios
cósmicos de origem galáctica. Quando interage com o campo
magnético da Terra, provoca as tempestades geomagnéticas.
Manchas solares Manchas solaresVer artigo principal: Mancha
solar
Logo após a invenção do telescópio, Galileu Galilei fez suas
primeiras observações de manchas solares em 1611. Entre 1645
e 1715 poucas manchas solares foram observadas na superfície
do Sol e em memória ao astrônomo que as estudou é chamado de
Mínimo de Maunder. No Máximo, podem existir centenas de
manchas em qualquer dia.
Por volta de 1843, o astrônomo amador Samuel Heinrich
Schwabe descobriu que os números de manchas solares seguiam
um ciclo de aproximadamente 11 anos, alterando entre máximos
e mínimos. Descobriu-se então, que havia uma relação entre o
número de manchas e erupções solares. Quanto maior o número
de manchas, maior o número de erupções no Sol. Em geral as
manchas solares se desenvolvem em pares e algumas manchas já
observadas cobriam uma área maior que a do planeta Júpiter.
As zonas mais frias do Sol, denominadas de manchas solares,
são intensos campos magnéticos que atraem e acumulam uma
camada de plasma que impede a saída de prótons e elétrons
emitidos, quando a pressão rompe a bolha formada ocorre a
erupção solar. Estas regiões escuras na superfície do Sol,
aproximadamente 1500°C mais frias, não surgem aleatoriamente
em qualquer ponto. Primeiro aparecem nas latitudes médias do
Sol, acima e abaixo do equador, e vão se expandindo, com o
aumento da atividade solar, em direção ao equador.
Erupção magnética
Vento solarA matéria ejetada pelo Sol e que se desloca pelo
espaço interplanetário é chamada de vento solar. O vento
solar é formado por partículas de altas energias, atômicas e
subatômicas, consistindo de elétrons, prótons e núcleos de
Hélio, aceleradas acima da velocidade de escape
gravitacional do Sol. Quando a atividade solar não é
significativa, o vento solar é uniforme e com velocidade
aproximada de 400 km por segundo. Mas quando há distúrbios
solares violentos, o vento solar pode alcançar velocidades
muitas vezes superiores as observadas normalmente.
magnetosfera e vento solar Nosso escudo protetor Campo
magnético da TerraA Terra recebe radiação de diferentes
energias e origens do espaço, mas sua superfície está
razoavelmente protegida por diversas camadas da atmosfera. A
magnetosfera funciona como um escudo protetor de plasma,
onde partículas carregadas são controladas pelo campo
magnético que desvia a maior parte das partículas
energéticas que chegam ao planeta. Um fluxo de radiação
eletromagnética emitida pelo Sol chega à Terra
constantemente e sofre influência do campo geomagnético e da
atmosfera terrestre, que impedem que o planeta seja atingido
diretamente e fazendo com que o vento solar flua em torno do
campo.
Mas a magnetosfera pode se tornar perturbada e alterar sua
intensidade e direção quando o Sol apresenta um número
grande de erupções e nuvens de partículas solares de alta
velocidade atingem o planeta. A radiação transborda a
magnetosfera e ioniza outras regiões da atmosfera trazendo
diversas conseqüências eletromagnéticas e climáticas.
ConseqüênciasA radiação solar pode chegar à Terra em uma ou
duas horas após uma grande erupção solar, em seguida as
"nuvens de partículas" de alta energia atingem o planeta
durante alguns dias. Alguns dias depois são as partículas de
média e baixa energia que conseguem penetrar em maior número
a magnetosfera, provocando uma tempestade geomagnética.
Nestas ocasiões as radiações atingem a baixa atmosfera,
criando cargas elétricas isoladas que são descarregadas,
causando interferências eletromagnéticas.
ElétricasAs intensidades das tempestades geomagnéticas,
desde fracas até muito fortes, podem causar diferentes danos
elétricos, principalmente nas latitudes altas, onde se
concentram seus efeitos. O fluxo magnético vindo do Sol pode
provocar fortes ondas de descarga elétrica nos cabos de
transmissão de força, causando: curtos-circuitos, queima de
equipamentos, panes em sistemas elétricos e redes de
distribuição de energia, prejudicando circuitos integrados,
computadores de bordo, satélites, foguetes etc.
Em caso extremo podem causar blecautes nos sistemas de
transmissão e nos transformadores de energia elétrica das
cidades, com muitos prejuízos para indústrias, residências,
hospitais e empresas. Em 1989 uma tempestade impediu o
funcionamento de usinas nucleares nos EUA, isso pode deixar
grandes regiões sem energia elétrica por semanas. Também
pode haver indução de tensão ao longo de condutores ao nível
de aterramento, afetando linhas de dutos de gás e petróleo.
Manchas Solares
Telecomunicações SatélitesA radiação de uma tempestade
geomagnética afeta os equipamentos eletrônicos dos
satélites, prejudicando as comunicações. Os sistemas, cada
vez mais, miniaturizados se tornam mais vulneráveis e
microchips danificados podem mudar comandos de softwares nos
computadores de bordo. Em uma tempestade geomagnética as
camadas superiores da atmosfera se aquecem e se expandem, e
podem mudar a altura, retardar ou modificar a órbita dos
satélites que podem ser danificados ou perdidos com o
decaimento de suas órbitas. Esse foi um dos motivos da queda
do laboratório de estudos norte-americano Skylab, em 1979.
Os satélites que passam pela América do Sul estão mais
suscetíveis a problemas pela anomalia magnética do Atlântico
Sul, que permite que as partículas energéticas emitidas
entrem com mais facilidade na região. Os sistemas de
comunicação como TV a cabo e aparelhos celulares, que
operaram por sinais de satélites, pode sofrer
interferências.
Nas tempestades geomagnéticas a ionosfera se altera, devido
as correntes e as partículas de energia, afetando
negativamente as comunicações e rádio navegação. Algumas
interferências pelas ondas geradas agem como ruído nas
freqüências e pode ser observada na tela da TV ou nas
transmissões de rádio, isso degrada os sinais utilizados
pelo GPS e outros sistemas de navegação, que perdem o sinal
e tem sua precisão comprometida.
As linhas de telégrafo também já foram afetadas por
tempestades geomagnéticas no passado.
RádioNa camada chamada ionosfera, que está entre 50 e 500 km
de altitude, o gás rarefeito da atmosfera terrestre é
ionizado pela luz do Sol. Graças à ionosfera as ondas de
rádio são refletidas, principalmente as chamadas “ondas
curtas”, e podem circular ao redor da Terra, mesmo sem a
ajuda de satélites.
A propagação das ondas de rádio na ionosfera é afetada por
um grande numero de fatores físicos: raios cósmicos,
partículas atômicas, radiação solar e outros. Durante
períodos de grande atividade solar, a intensidade dos raios
X que ionizam a atmosfera pode aumentar rapidamente,
ionizando uma quantidade anormal de átomos e criando uma
barreira aonde os sinais de rádio vindo de fora não entram e
sinais originados na Terra não saem.
Em períodos de máxima atividade solar, várias interrupções
nas transmissões das ondas curtas, que podem ir de vários
minutos a mais de uma hora, são observadas. Nesses períodos
os radioastrônomos ficam também impossibilitados de receber
sinais de rádio do espaço exterior, principalmente durante o
dia, quando a ionosfera fica ainda mais densa.
Aurora Boreal Auroras
Quando as partículas
eletricamente carregadas, que são expelidas pelo Sol durante
uma erupção solar, chegam à Terra, a maior parte é desviada,
mas quando parte consegue penetrar através da magnetosfera,
chocam-se com os átomos de oxigênio e nitrogênio da
atmosfera produzindo uma radiação no comprimento da onda da
luz visível. Essa radiação é atraída pelo campo magnético do
planeta para as regiões mais frágeis que são os pólos.
Então, luzes coloridas surgem no céu causando um belo
espetáculo chamado Aurora.
Durante diversas horas as auroras podem ser vistas em vários
países localizados em alta latitude como Suécia, Finlândia,
Noruega, Escócia e nas regiões norte dos Estados Unidos e
Canadá. Quanto maior a atividade solar, mais intensa são as
auroras. Quando aparecem próximas ao pólo norte são chamadas
de Auroras Boreais e quando aparecem próximas ao pólo sul
são chamadas de Auroras Austrais.
Em geral essas luzes são observadas em uma altitude
aproximada de 60 km. As auroras podem apresentar forma
variada como arcos, estruturas em bandas, raios, lâminas
etc. Ao serem excitados pelos elétrons de alta velocidade do
vento solar o espectro de radiação eletromagnética varia de
infravermelho ao ultravioleta.
O espectro visível é dominado pela luz branca e verde
produzidas pelas moléculas de oxigênio excitadas e luz cor
de rosa emitida pelo nitrogênio. Mas as cores também podem
ser amarela, vermelha, roxa e, com menos ocorrência, azul.
As tempestades geomagnéticas produzem auroras multicoloridas
e quando atingem uma intensidade muito alta as luzes passam
a ser avermelhadas decorrentes da excitação dos átomos de
nitrogênio.
Radiação do Sol Perigos da radiaçãoPartículas de alta
energia liberadas pelas erupções solares podem ser tão
prejudiciais aos seres humanos quanto a radiação das
explosões nucleares. A atmosfera e a magnetosfera da Terra
em geral permitem a proteção adequada dentro de seus
limites, mas os astronautas no espaço estão sujeitos a doses
potencialmente letais de radiação. A penetração de
partículas de alta energia em seres vivos pode causar danos
aos cromossomos, o câncer, e muitos outros problemas de
saúde e doses grandes podem ser fatais imediatamente. Os
prótons solares com energias superiores a 30
Megaeletronvolts (MeV) são particularmente perigosos. Em
outubro 1989, o Sol emitiu partículas suficientes para matar
um astronauta desprevenido sobre a superfície da Lua.
Os astronautas na Estação Espacial Mir foram expostos a
doses diárias de aproximadamente duas vezes a dose que
receberiam em um ano em terra, apesar do campo magnético
terrestre se estender a uma distancia suficiente para
protegê-los. Durante a tempestade solar no fim de 1989
absorveram a dose de radiação anual em apenas algumas horas.
A ISS possui um compartimento especial, dotado de grossas
paredes, onde os astronautas ficam confinados sempre que se
observa alguma atividade mais forte no Sol.
Os raios cósmicos e, principalmente, a radiação do Sol,
podem causar sérias doenças aos astronautas, podendo
levá-los à morte, por isso a previsão do tempo espacial é
critico para prever com antecedência segura as ondas de
radiação que ameacem os astronautas e os equipamentos das
espaçonaves. Para que astronautas viagem à Lua ou Marte, em
segurança, será necessário que a espaçonave possua um
compartimento totalmente blindado para que possam se
proteger das radiações intensas.
As partículas mais perigosas são os íons - átomos que
perderam um ou mais de seus elétrons. Íons de alta energia
podem danificar os tecidos e quebrar as cadeias de DNA,
causando problemas de saúde que vão dos enjôos até a
catarata e o câncer.
Cientistas descobriram, através do observatório Soho, que
nuvem de íons, grande causadora de danos à satélites e seres
humanos, é emitida pelo Sol junto com uma nuvem de elétrons.
Felizmente a nuvem de elétrons viaja com mais velocidade no
espaço do que a nuvem de íons, chegando primeiro na Terra.
Com a detecção antecipada dos elétrons é possível prever a
carga de íons que virá. A descoberta foi feita através de um
equipamento a bordo do Soho, chamado COSTEP (Comprehensive
Suprathermal and Energetic Particle Analyzer), que é capaz
de contar as partículas que vêem do Sol e medir sua energia.
Até passageiros de aviões sofrem algum risco. Os eventos
solares também podem produzir radiações elevadas a bordo de
aviões voando em grandes altitudes. Embora estes riscos
sejam pequenos, eles podem receber uma dose de radiação
equivalente aos raios-x médico.
A monitoração dos eventos solares permite que a exposição
ocasional seja monitorada e avaliada, e eventualmente que a
trajetória e a altitude dos vôos sejam ajustadas, a fim de
baixar as doses absorvidas pelos passageiros.
Radiação Solar
Existem evidências de que mudanças no campo geomagnético
afetem sistemas biológicos. Estudos indicam que o sistema
biológico humano pode ser suscetível às flutuações no campo
geomagnético. Outro efeito observado foi a dificuldade de
orientação dos pombos correio durante tempestades
geomagnéticas. Os pombos e outros animais migratórios, tais
como golfinhos e baleias, possuem bússolas biológicas
internas compostas de magnetita.
Rajada solar A importância da monitoraçãoExistem vários
equipamentos para medir as variações do campo geomagnético,
instalados tanto na Terra como no espaço. A monitoração e as
transmissões de alertas geofísicos são muito importantes
para que providências possam ser tomadas com antecedência
contra os efeitos nocivos das tempestades geomagnéticas. Um
aviso antecipado de uma eminente tempestade geomagnética
permite que as distribuidoras de energia elétrica, por
exemplo, evitem danos em suas redes e que satélites, naves
espaciais e astronautas possam ser protegidos. Magnetômetros
são práticos e versáteis instrumentos de medidas de campos
magnéticos. Estes aparelhos são aptos em medir campos
magnéticos de intensidade mínima e monitorar suas variações.
Sensores na Terra e no espaço observam continuamente porções
especificas do espectro de energia do Sol para monitorar os
seus níveis e indicações de eventos significativos. Uma
importante ferramenta de monitoração é o satélite Soho, que
atua na posição intermediária entre a Terra e o Sol e
detecta as explosões na superfície solar, avisando com
antecedência a chegada de tempestades radioativas à Terra.
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