Em 1889, quando foi
criado o município de São Bernardo, este nasceu sob a marca da
industrialização, utilizando, predominantemente, a mão de obra de
imigrantes. Este município abrangia toda a região do Grande ABC.
As indústrias que se instalavam na nova cidade eram em geral ligadas à
produção química, têxtil e de móveis. Além disso, foram surgindo pequenos
negócios como carpintarias, funilarias, sapatarias, barbearias, pequenas
pensões e restaurantes, que foram dando uma feição mais urbana à região.
Nesse contexto ressurge o termo Santo André, nomeando o distrito criado em
1910 e que compreendia áreas próximas à Estação.
Rua Cel. Oliveira
Lima, vendo-se ao fundo a Companhia Streiff,1899.
Col: Euclydes
Rocco, acervo:Museu de Santo André
Grupo de operários
da Companhia Streff, Rua Cel. Oliveira Lima,c.déc.1920.
Col:Mário Batista Canever, acervo: Museu de Santo André
A expansão industrial
remonta ao final do século 19 e caracterizou-se por muito tempo por um
misto de produção industrial e artesanal. As primeiras indústrias foram a
Tecelagem Silva Seabra & Cia, conhecida também como Fábrica Ypiranguinha
por estar sediada na região conhecida por esse nome. Foi inaugurada em
1885 e produzia brim de algodão. Esta indústria operou até a década de
1970. Outra tecelagem instalada ainda no século 19 foi a Bergman, Kowarick
& Cia que iniciou suas atividades em 1889 e fabricava casemiras. A
primeira fábrica de móveis foi a Companhia Streiff de São Bernardo,
inaugurada em 1897 e produzia, principalmente, cadeiras.
Fábrica de
Casemiras Kowarick, situada junto á Estação, onde hoje há um
supermecado,déc.de 1920.Col:Mário Batista Canever, acervo:Museu de Santo
André
Funcionários da
Fábrica de Casemiras Kowarick, déc. de 1920.Col:Mário Batista
Canever,acervo:Museu de Santo André
Além disso, outras
tecelagens menores foram se instalando no início do século 20, como a
Fiação e Tecelagem Santo André (1908), a Fábrica de Tecidos de Algodão
(1920), a Fábrica de Tecidos São Geraldo (1926), o Jutifício Maria Luiza
Ltda (1933), entre outras. Essas empresas eram, em sua maioria, pequenos
empreendimentos gerenciados por seu proprietário. Todas já desapareceram,
principalmente por não conseguirem se impor às inovações tecnológicas,
após a década de 1950.
Exterior da
Tecelagem Zanolli e seus funcionários, localizada á Rua D. Duarte Leopoldo
e Silva.Ao fundo vê-se a antiga Igreja Matriz de Santo André,1925. Col:
Silvia Zanolli Brunoro Daniel, acervo museu de Santo André.
Funcionários da
Tecelagem Zanolli no interior da fábrica, 1925. Col: Silvia Zanolli
Brunoro Daniel, acrevo: Museu de Santo André.
Outras, porém, fundadas
nesse mesmo período modernizaram-se, como a Companhia Chimica Rhodia S/A e
a Companhia Brasileira de Seda Rhodiaseta.
Fábrica Rhodiaceta
ao fundo e Estrada de ferro de São Paulo Railway á frente,1930.A fábrica
ainda ocupa essa área.Foto Carlos Haukal.Col:Dalvira Ribeiro Cangussú,
acervo:Museu de Santo André.
O distrito de Santo André
abrigava na década de 1930 várias indústrias importantes, possuía a
Estação de São Bernardo por onde era transportada grande parte dos
produtos aqui produzidos e tinha entre seus moradores vários políticos
influentes. Tal situação levou à transferência da sede do município de São
Bernardo para Santo André, em 1939. Toda a região do Grande ABC, composta
por vários distritos, passou, então, a ser denominada pelo nome Santo
André.
Continua
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