Os desertos cobrem cerca de 31
milhões de km2 da superfície terrestre. a maior parte dessa área está
compreendida na região do Saara e cerca de 2,6 milhões de km2 se
acham no deserto do centro da Austrália, que é menos conhecido, porém maior que
o deserto arábico.
Nos desertos quentes do tipo
saariano, entre os quais se inclui o australiano, a temperatura durante o dia
pode chegar a mais de 49ºC no verão (57ºC no deserto de Darakil, na Etiópia); as
noites, por outro lado, são frias ou quase geladas. Nas zonas temperadas da
Terra, de espaço a espaço ocorrem grandes áreas desérticas. Entre esses desertos
estão o de Atacama, no litoral chileno, o do sudoeste norte-americano e
sobretudo o de Gobi, no norte da China. Todos os desertos são grandes áreas de
areia (dunas) ou rochas (planaltos) sem irrigação. A maior parte da água pluvial
que ocorre nessas regiões é absorvida pela areia ou se evapora sob a ação de
ventos secos. somente nas franjas externas dos desertos se encontra alguma
vegetação esparsa. Essa flora abrange plantas cujas raízes permanentes se cobrem
de brotos depois de cada chuva e de cactos que armazenam água em seus ramos
grossos e espinhosos. Essa vegetação oferece suprimento de água minguado e
incerto para a fauna desértica. Os animais estão protegidos contra a perda de
água por sua pele sem poros (é o caso de artrópodes e répteis) ou pela ausência
de glândulas sudoríparas (como ocorre com os esquilos terrestres da África). A
maior parte desses animais (com exceção das aves migratórias) se refugia
do calor e do frio enterrando-se na areia. Um metro abaixo da superfície, a
temperatura é de 20ºC, não importa se a da superfície é de 60º ou 30ºC. Os
roedores só deixam suas tocas no princípio da noite e voltam quando a noite está
fria. nos desertos temperados alguns animais têm hábitos noturnos no verão e
diurnos no inverno. Grandes mamíferos não existem ou são muitos raros: algumas
gazelas e antílopes, além do camelo, com sua temperatura corporal variável e seu
dom de armazenar água.
O impacto do homem sobre o
deserto tem sido pouco significativo: algumas construções, uma ou outra trilha
ou estrada e, mais recentemente, poços de petróleo. O horizonte muda pouco de
uma geração para outra. Mas os desertos vão absorvendo pouco a pouco as
planícies limítrofes.
Regiões hiperáridas, áridas e semi-áridas que
ocupam mais de um terço da superfície terrestre – cerca de 50.000.000 km². O
deserto do Saara (localizado no norte da África), o maior de todos, com
8.600.000 km², corresponde aproximadamente ao tamanho do Brasil e se estende
pelo território de dez nações: Argélia, Chade, Egito, Líbia, Mali, Marrocos,
Mauritânia, Níger, Tunísia e Sudão.As áreas desérticas do mundo têm crescido
anualmente, por causa de fatores naturais e da ação do homem.
Características gerais – Os desertos possuem índices pluviométricos
baixíssimos: menos de 100 mm de chuva anuais nas porções hiperáridas, menos de
250 mm nas partes áridas e entre 250 mm e 500 mm nas regiões semi-áridas. A
grande maioria dos desertos do mundo é quente, mas existem também alguns
desertos frios. Podem ser de dunas de areia, como o Takli Makan, no norte da
China; de montanhas rochosas, como Gobi, situado entre a Mongólia e o nordeste
da China; ou mistos, formados por uma combinação de dunas e montanhas. São
poucas as espécies animais e vegetais adaptadas à escassez de água. Entre os
animais destacam-se alguns mamíferos – como o camelo –, répteis e aracnídeos. Os
tipos de vegetação mais freqüentes nas áreas desérticas são as estepes e a
caatinga.
Desertos quentes – Caracterizam-se pelos contrastes térmicos entre o dia,
extremamente quente, com temperatura que pode atingir mais de 50°C, e a noite,
bastante fria em virtude da baixa umidade relativa do ar e da irradiação do
calor para a atmosfera.
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A maior parte dos desertos quentes do mundo, como o Saara e o Kalahari, no
sudoeste da África, concentra-se ao longo dos trópicos de Câncer, no hemisfério
norte, e de Capricórnio, no hemisfério sul. Essas regiões são propícias à aridez
porque se localizam em zonas de alta pressão, onde o ar permanentemente seco
impede a ocorrência de chuva. |
Já os desertos costeiros, como o da Namíbia, no
sudoeste da África, e o Atacama, no norte do Chile, se originam da presença de
correntes oceânicas frias, que inibem as precipitações.
O Atacama é o recordista
mundial em aridez: durante 45 anos, entre 1919 e 1964, não recebeu uma gota de
chuva. Há também desertos próximos das cadeias montanhosas, que retêm a umidade,
impedindo as precipitações. Um exemplo é o deserto da Grande Bacia, no sudoeste
dos EUA.
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Desertos frios –
Apresentam temperatura média anual inferior a 18°C.
Resultam dos mesmos fatores que originam os desertos quentes, mas são frios
porque se localizam em regiões de média latitude (entre 40°C e 60°C). A aridez
da Patagônia (sul da Argentina) e do deserto de Gobi, por exemplo, decorre da
existência de cordilheiras. No caso de Gobi, a continentalidade, ou seja, a
distância dos oceanos, também contribui para a falta de chuva.
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