Os únicos representantes do género Pitangus eram o bem-te-vi e a espécie
Pitangus lictor, porém atualmente só uma espécie enquadra-se neste género, o
próprio bem-te-vi. A espécie Pitangus lictor agora é sinonímia da atual
Philohydor lictor, o bem-te-vizinho.
A escrita bentevi não é reconhecida pelo Vocabulário Ortográfico da Língua
Portuguesa.
Medindo cerca de 23,5 cm, caracteriza-se principalmente pela coloração amarela
viva no ventre e uma listra branca no alto da cabeça, além do canto que nomeia o
animal. Considerado um dos pássaros mais populares do Brasil, é um dos primeiros
a vocalizarem ao amanhecer.
Morfologia
Constitui em uma ave de médio porte, medindo entre de 22 e 25 cm de comprimento
para aproximadamente 60 gramas. Tem uma coloração parda no dorso; amarela viva
na barriga; uma listra (sobrancelha) branca no alto da cabeça, acima dos olhos;
cauda preta. O bico é preto, achatado, longo, resistente e um pouco encurvado. A
garganta (zona logo abaixo do bico) é de cor branca.
Onde é encontrado
É uma ave típica da América Latina, com uma distribuição geográfica que se
estende predominantemente do sul do México à Argentina, em uma área estimada em
16.000.000 km². Entretanto, pode também ser encontrada no sul do Texas e na ilha
de Trinidad. Foi introduzida nas Bermudas em 1957, importadas de Trinidad,e na
década de 1970 em Tobago. Nas Bermudas, são a terceira espécie de ave mais
comum, podendo atingir densidades populacionais de 8 a 10 pares por hectare.
É um habitante bem conhecido em todas as regiões brasileiras, podendo ser
encontrado em cidades, matas e ambientes aquáticos como lagoas e rios. Pode-se
vê-lo facilmente cantando em fios de telefone, em telhados ou banhando-se nos
tanques ou chafarizes das praças públicas. Como podemos ver, possui grande
capacidade de adaptação.
É uma das aves mais populares no Brasil. Anda geralmente sozinho, mas pode ser
visto em grupos de três ou quatro que se reúnem habitualmente em antenas de
televisão.
Lista de países e locais onde pode ser encontrado Argentina Belize Bermudas
Bolívia Brasil Chile
Colômbia Costa Rica Equador El Salvador Ilhas Malvinas Guiana Francesa
Guatemala Guiana Honduras México Nicarágua Panamá
Paraguai Peru Geórgia do Sul Sanduíche do Sul Suriname Trinidad e Tobago
Estados Unidos Uruguai Venezuela
Para uma melhor visualização da sua área de distribuição poderá consultar este
mapa (nota: ocorrência/ausência por país/região e não área de distribuição
concreta). A ave não ocorre nem na costa ocidental da América do Sul nem no
extremo sul (exemplo: Terra do Fogo).
Canto
Um filhote começando a amarelar.O seu canto trissilábico característico enuncia
as sílabas BEM-te-VI, que dão o nome à espécie. Portanto, seu nome popular
possui origem onomatopéica. Seu canto pode ser também dissilábico, emitindo um
BI-HÍA ou ainda monossilábico, quando escutamos um TCHÍA.
Escutar o canto
Cantos de bem-te-vi em várias localidades podem ser ouvidos aqui
Os cantos têm sonoridades diferentes consoante o local. É uma das razões de
serem utilizados vários nomes comuns para esta espécie.
Utilizar motor de busca para localizar ficheiros de som com o canto do bem-te-vi
aqui.
Reprodução
Bem-te-vi enfrentando um gavião.Constrói o ninho com capim e pequenas ramas de
vegetais em galhos de árvores geralmente bem cerradas. Pode inclusive utilizar
para construir o seu ninho, sobretudo em zonas urbanas, material de origem
humana: papel, plástico e fios. Seu ninho tem uma forma de esfera com a entrada
na parte superior, medindo cerca de 25 cm de diâmetro, geralmente é construído
no de árvores altas, na forquilha de um galho, mas é muito comum também
vê-lo nas cavidades dos geradores de postes, podendo ficar entre 3 e 12 m do
solo. Põe cerca de quatro ovos brancos e alongados. Eles são brancos logo após a
postura, mas após um tempo passam a ficar amarelados. Os ovos medem 31 x 21
milímetros e são incubados pelo casal. Não há dimorfismo sexual entre a espécie.
São aves monogâmicas e quando da nidificação o território circundante ao ninho é
defendido vigorosamente, podendo vir a ser agressivo com outros pássaros e até
mesmo outros animais ao se sentir ameaçado. Por esta razão que faz parte da
família dos tiranídeos (de tirano). É comum vê-los dando rasantes em aves de
rapina (principalmente gaviões) que entram no seu território.
Alimentação
Um bem-te-vi tomando água.Possui uma variada alimentação. É insetívoro, podendo
devorar centenas de insetos diariamente. Mas também come frutas (como bananas,
mamões, maçãs, laranjas, pitangas e muitas outras), ovos de outros passarinhos,
flores de jardins, minhocas, cobras, pequenas cobras, lagartos, crustáceos, além
de peixes e girinos de rios e lagos de pouca profundidade. Costuma comer
parasitas (carrapatos) de bovinos e eqüinos. Atrapalha a apicultura por ser
predador de abelhas. Apesar de ser mais comum vê-lo capturar insetos pousados em
ramos, também é comum atacá-los durante o vôo. Atacam também ninhos de outras
aves, como a cambacica.
Em suma, é uma ave que está sempre descobrindo novas formas de alimento. Devido
ao seu regime alimentar generalista, por vezes poderá ajudar a controlar pragas
de insectos, como por exemplo, sabe-se que esta ave se alimenta de répteis do
género Anolis. Estes répteis, por sua vez, alimentam-se de escaravelhos
predadores de insectos. A ave, ao fazer diminuir o número de répteis, fará com
que sobrevivam mais escaravelhos, que aumentando o seu número, poderão controlar
(diminuir) o número das suas presas (neste caso, insectos, que poderão em certas
circunstâncias serem consideradas pragas, prejudicando as actividades humanas).
Ecologia
Tem um importante papel na dispersão de sementes. Em áreas de cerrado do estado
de São Paulo, é uma das aves mais importante na dispersão de sementes da espécie
Ocotea pulchella Mart.
Em certas regiões poderá ser migratória.
Segundo a Lista Vermelha de Espécies ameaçadas da IUCN, esta ave tem um estado
de conservação de Segura ou pouco preocupante (Least Concern). A população
mundial está estimada em 5.000.000 a 50.000.000 indivíduos (Rich et al. 2003).
Subespécies
Um bem-te-vi se banhando.Segundo a Avibase - The World Bird Database as
subespécies são:
Pitangus sulphuratus argentinus
Pitangus sulphuratus bolivianus
Pitangus sulphuratus caucensis
Pitangus sulphuratus derbianus
Pitangus sulphuratus guatimalensis
Pitangus sulphuratus maximiliani
Pitangus sulphuratus rufipennis
Pitangus sulphuratus sulphuratus
Pitangus sulphuratus texanus
Pitangus sulphuratus trinitatis
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Denominações noutras línguas
Apoiado em uma cadeira dentro de uma garagem.Alemão: Schwefeltyrann ou
Schwefelmaskentyrann
Checo: tyran bentevi
Dinamarquês: Kiskadie
Espanhol: Bienteveo Común / Cristofué
Finlandês: naamioväijy
Flamengo: Grote Kiskadie
Francês: Tyran quiquivi
Italiano: Pitango solforato
Japonês: (kibaraootairanchou)
Polaco: bentewi wielki
Russo: Большой кискад
Sueco: Större kiskadi |
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NOME - Bem-te-vi
NOME CIENTÍFICO - Pitangus sulphuratus
SINÔNIMOS - Lanius sulphuratus - Linnaeus, 1766
ORDEM: Passeriformes
SUBORDEM: Tyranni
FAMÍLIA: Tyrannidae
SUBFAMÍLIA: tyranninae
GÊNERO, E SUBGENERO: Pitangus
ESPÉCIE: sulphuratus
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NOME EM INGLÊS: Great Kiskadee
OUTROS NOMES: Pituã, Triste-vida, Bem-te-vi-de-coria, Pitanguá, Siririca
(fêmea)
TAMANHO: 25 cm
ALIMENTAÇÃO: Insentívoro
LOCALIZAÇÃO: América do Sul, América do Norte e América Central. |