(6) Jesuítas -
ordem religiosa fundada em 1539 por Ignácio
de Loyola. Tratava-se de um grupo de características militares de combate
à Reforma. Nesse mesmo ano foi reconhecida como uma ordem católica romana
e em 1540 foi aprovada pelo Papa Paulo III. Os jesuítas chegaram ao Brasil
Bahia em 1549 e tinham como função primordial catequisar os índios, ou
seja, ensinar a religião católica e as normas de conduta moral e social
dos portugueses. Além disso, fundaram colégios, abriram estradas para o
interior do país, etc. Entre 1504 e 1604 estiveram no Brasil 174 padres,
entre eles: Manuel da Nóbrega, José de Anchieta, Leonardo Nunes e Antonio
Vieira.Foram expulsos em 1759 de Portugal e suas colônias, por
interferência do Marquês de Pombal. Em 1773 a Companhia foi extinta pelo
Papa Clemente XIV. Em 1814 a ordem foi formalmente restaurada pelo Papa
Pio VII.
(7) Capitania -
foram as primeiras divisões
administrativas do Brasil, implantadas por D.João II entre os anos de 1532
e 1536. O sistema de capitanias já era usado por Portugal em Açores,
Madeira e Cabo Verde, onde tinha dado certo. As terras eram doadas a
donatários através da Carta de Doação que estipulava a área e do Foral
que apresentava os direitos e deveres dos donatários. O intuito dessa
empreitada era colonizar a colônia com o mínimo de recursos da Coroa
Portuguesa. O Brasil foi dividido em quinze capitanias e a maioria delas
não prosperaram. As capitanias que tiveram sucesso foram a de São Vicente
e a de Pernambuco, onde houve acordos com os índios residentes naquele
lugar. Nas demais Maranhão, Maranhão (2.º quinhão), Ceará, Rio Grande,
Itamaracá, Bahia, Ilhéus, Porto Seguro, Espírito Santo, São Tomé, Santo
Amaro e Santana os portugueses estavam cercados por indígenas e as casas e
canaviais eram destruídos constantemente. Tal sistema foi sendo suplantado
a partir de 1549 pelo sistema de Governo-geral, onde as capitanias
inexploradas foram retomadas e o governador-geral, com sua sede em
Salvador, passou a ser a referência política da Colônia.
(8) Ordem de São Bento
- essa ordem foi criada por volta de 529 d.C. por São Bento, nas
proximidades de Roma. A concepção dessa ordem era de que o mosteiro
deveria ser uma instituição autônoma financeira e administrativamente,
sendo os monges soldados de Cristo, tendo por chefe o abade. Na região do
ABC, os beneditinos tiveram influência desde o século 17, quando receberam
por doação terras que formariam duas fazendas: São Bernardo e São Caetano.
No final do século 19 as ordens religiosas perderam seu poder, com a
separação do Estado e da Igreja. As terras e propriedades dessas ordens
foram vendidas ao Estado ou confiscadas e essas ordens religiosas ficaram
restritas a seus mosteiros.
9) Tropas -
as tropas de mulas surgiram como meio de
transporte a partir da primeira metade do século 18. Era uma resposta à
ampliação do movimento comercial entre diversos pontos do Brasil e, em
especial, com Minas Gerais, onde a mineração de ouro movia a economia
daquele período. Foram abertas várias estradas ligando diversas
localidades como, por exemplo Sorocaba São Paulo e Viamão no Rio Grande do
Sul, onde se criavam mulas, gado e cavalos. Por essas estradas eram
trazidos todos os tipos de produtos: alimentos, ferramentas, tecidos, etc.
O tropeiro passou a ser uma figura importante na integração espacial e no
escoamento da produção de diferentes e distantes lugares.
Entre o Porto de Santos e
São Paulo, havia uma rota que passava pela Serra do Mar através da Calçada
de Lorena, inaugurada em 1792 e seguia por vários caminhos dentro da
região que hoje compreende o ABC: Caminho do Pilar, do Oratório, do
Vergueiro, entre outros. Com isso, a região que servia de local de
pastagem e pouso para os tropeiros foi sendo povoada, permitindo a
posterior criação de freguesias e vilas.
10) Colônia de imigrantes-
essas colônias foram implantadas no ABC,
pelo Governo Imperial, a partir de 1877, nas antigas fazendas dos
beneditinos. O intuito era de que ali se plantassem produtos agrícolas de
subsistência, em apoio às grandes fazendas produtoras de café. As terras
das colônias foram divididas em linhas e estas em lotes que eram entregues
aos imigrantes italianos que deveriam cultivar produtos agrícolas. Com a
renda gerada, poderiam abater suas dívidas com o Governo, tornando-se
proprietários das terras. No entanto, a realidade era diferente. O
descaso, as más condições de vida e a inaptidão das terras para o cultivo
fizeram com que muitos imigrantes abandonassem seus lotes e buscassem no
núcleo urbano outro tipo de atividade que lhes garantissem o sustento. Com
isso, esse sistema de uso das terras foi abandonado pelo governo, que
passou a estimular ainda mais as grandes propriedades que queriam o
imigrante apenas como mão-de-obra barata e em larga escala, e não mais
como proprietário de um lote de terra.
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