Cinco massacres que
chocaram o Brasil
O ataque a tiros
cometido por dois ex-alunos da escola estadual
Professor Raul Brasil, em Suzano, na Grande São
Paulo, logo traz à memória o atentado a um
colégio no bairro de Realengo, no Rio de
Janeiro, em 2011.
Ambos os ataques
foram premeditados e cometidos com armas de fogo
por ex-alunos que se suicidaram após matarem
estudantes e funcionários.
Relembre cinco
ataques:
Cinema em São Paulo
Em novembro de 1999,
o estudante de medicina Mateus da Costa Meira
matou três pessoas e feriu outras quatro em uma
sala de cinema do Morumbi Shopping, em São
Paulo.
Meira, que cursava o
sexto ano de medicina da Faculdade de Ciências
Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São
Paulo, portava usou uma submetralhadora para o
ataque. Ele foi condenado a 120 anos de prisão.
Em 2009, Meira foi
transferido para Salvador, onde moram seus pais.
Naquele ano, ele foi acusado de tentativa de
homicídio contra seu companheiro de cela
Francisco Vidal Lopes, mas foi considerado
inimputável [não responsável por seus atos] pela
Justiça da Bahia.
O atirador cumpre
pena, atualmente, em um hospital psiquiátrico de
Salvador.
Escola em Realengo,
no Rio de Janeiro
Em abril de 2011, um
atirador abriu fogo contra crianças e
adolescentes da Escola Municipal Tasso da
Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio. O
ataque premeditado deixou 12 alunos mortos e uma
dezena de feridos. As vítimas tinham entre 13 e
15 anos.
Relatos de
sobreviventes da tragédia afirmaram à época que
o atirador Wellington Menezes de Oliveira, então
com 23 anos, mirava na direção das meninas - 10
das 12 vítimas eram do sexo feminino.
Oliveira,
ex-estudante da escola alvo de seu ataque, se
matou após troca de tiros com a polícia. Segundo
a investigação do caso, o atirador deixou
indicações de que o ato foi motivado, entre
outras razões, pelo bullying de que ele teria
sido vítima ao longo de sua vida escolar.
Escola particular em
Goiânia
Em outubro de 2017,
um jovem de 14 anos matou dois colegas e feriu
outros quatro em uma escola particular de
Goiânia. Uma das sobreviventes ficou
paraplégica.
Filho de policiais
militares, o atirador usou uma arma da
corporação. Segundo a investigação do caso, o
garoto disse que atirou contra colegas porque
sofria bullying no colégio e que se inspirou nos
massacres de Columbine, nos Estados Unidos, e de
Realengo, no Rio de Janeiro.
O atirador foi
condenado pela Justiça a três anos de
internação, tempo máximo de reclusão previsto em
lei como medida socioeducativa imposta a
adolescentes infratores.
Creche em Janaúba
Também em outubro de
2017, o segurança de uma creche municipal de
Janaúba, em Minas Gerais, ateou fogo em
crianças, funcionários e em si mesmo. O ataque
premeditado por Damião Soares dos Santos, então
com 50 anos, matou nove crianças de 4 a 6 anos e
uma professora.
De acordo com o
delegado regional Bruno Fernandes, ele chegou a
abraçar algumas crianças no meio das chamas.
Foram encontrados
galões de gasolina na casa dele. Segundo a
investigação do caso, Damião escolheu o
aniversário de três anos de morte do pai para o
incêndio na creche e disse a familiares, dois
dias antes do ataque, que iria morrer e dar
aquele "presente" aos parentes.
O atentado ao Centro
Municipal de Educação Infantil Gente Inocente
deixou quase 40 crianças e funcionários feridos.
Catedral em Campinas
Em dezembro de 2018,
um atirador matou cinco pessoas na Catedral
Metropolitana de Campinas, no interior de São
Paulo. Segundo a polícia, Euler Fernando
Grandolpho, então com 49 anos, usava duas armas
de numeração raspada, agiu sozinho e se matou
com um tiro na cabeça.
"Rezei a missa das
12h15. No final da missa, uma pessoa atirou e
fez algumas vítimas. Ninguém pôde fazer nada,
ajudar de forma nenhuma. Peço que rezem pela
pessoa, ele se matou depois de atirar. Foram
mais de 20 tiros aqui dentro. Rezemos por ele e
pelas pessoas que ficaram feridas. Estamos muito
abalados com o que aconteceu", relatou à época
nas redes sociais o padre Amauri Thomazzi, que
conduziu a missa encerrada momentos antes do
ataque.
Segundo a
investigação do caso, o atirador planejava "algo
grande" havia pelo menos dez anos e não foram
encontrados indícios de motivação religiosa no
ataque.
BBC |
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