(Extraído do ALMANACH DO ESTADO DE SÃO
PAULO ANNO 1891 e assinado pelo primeiro Governador do Estado - prudente
J. de Moraes) "O Povoado de Cordeiro acha-se a 9km de Limeira e a 15km de
Rio Claro, à margem de Estrada de Ferro Paulista , suas edificações datam
de 1884 : contam com o núcleo Colonial Cascalho e com outros importantes
estabelecimentos agrícolas; possui cerca de 80 lagos e uma capelinha sob a
invocação de Santo Antônio." CORDEIROPOLENSE O Povo de Cordeirópolis é formado basicamente por descendentes de imigrantes Italianos (predominantemente), portugueses , espanhóis, alemães e africanos. Recentemente a cidade está recebendo um grande número de migrantes de outros estados. CORDEIRÓPOLIS - UM POUCO DE SUA HISTÓRIA Existem duas versões sobre a origem do
nome do município de Cordeirópolis que inicialmente , chamava-se Cordeiro.
A primeira delas é que o nome se originou de uma Vila, denominada Vila dos
Cordeiros, por ser formada a partir de um fabricante de cordas. A outra
versão, mais aceita e com documentos comprovatórios , diz que o nome
originou-se da antiga fazenda Cordeiro, de propriedades da família com o
mesmo nome. Á fundação foi em 1884, com a chegada da Estrada de Ferro da
Cia. Paulista S/A, apesar de não haver documentos que comprovem isso. O
povoado foi elevado a distrito de paz de Limeira em 07 de Agosto de 1889.
As aspirações emancipadoras começaram cedo. Já em 1902, quando o juiz de
paz do distrito era o Capitão José Levy, começou o movimento
reivindicatório. Ele recebeu do secretário do Estado para os negócios do
interior e da Justiça um ofício solicitando "as necessárias informações
sobre a representação em que os moradores desse distrito pedem a sua
elevação à categoria de Município". Em resposta, o capitão José Levy
salientou diversos pontos , entre eles a de que "é uma aspiração justa e
consentânea com a Lei". Em 1934 houve a eclosão do segundo movimento
emancipador, surgindo a Aliança Autonomista de Cordeiro que tem "por base
promover o congraçamento e como programa unicamente pleitear a criação do
município de Cordeiro". Essa frase faz parte do manifesto de 15 de março
de 1934 pela emancipação do município. O movimento emancipador continuou
aceso e, em 1943, houve um plebiscito no distrito para saber a opinião da
população sobre as mudanças do nome de Cordeiro. Várias sugestões surgiram,
entre elas: Jupiá, Itapema, Cordeirópolis , Citrópolis. O povo escolheu
Cordeirópolis, pois se prendia mais a origem do nome do povoado. Esse nome
foi homologado em 30 de novembro de 1954 pelo interventor federal Dr.
Fernando Costa. O Somente em 24 de dezembro de 1948 o município foi
oficialmente emancipado de Limeira e o povo dessa nova cidade começou a
denominar-se "Cordeiropolense".
Igreja Matriz
SENADOR VERGUEIRO E A SUA
FAZENDA Ibicaba, em língua indígena Terra Gorda.
Esse é o nome da fazenda em que o rico senador Vergueiro queria fazer sua
"loucura" como diziam alguns colegas da aristocracia da época. Essa
loucura era trazer imigrantes de outro países para trabalhar na lavoura do
café pelo regime de parceria. O senador fica com uma parte ( a maior) e os
trabalhadores com outra parte. Nessa época (1840) havia a vasta utilização
do trabalho escravo que não dava custo aparente nenhum. Mas o senador ,
que era um homem de muita visão, avaliou o custo de manutenção e destacou
as dificuldades futuras para o tráfico negreiro e o movimento
abolicionista e decidiu, sabiamente que era melhor investir no trabalho
livre. Devido a falta de apoio governamental e aos movimentos de
insubordinação dos novos colonos a experiência falhou, mas serviu de marco
histórico e posteriormente foi seguido pelas outras fazendas e até hoje é
largamente empregado sobre a denominação de "meeiro".
Fazenda Ibicaba FAZENDA MORRO AZUL Começou a ser formada em 13 de janeiro de
1817, quando foi concedida sesmaria "de légua e meia em quadra (...)
fazendo pião no cume do lugar denominado "Morro Azul". A medição da
sesmaria foi concluída em 20 de julho do ano seguinte e, a partir dela,
surgiram, entre outras, esta fazenda, da família Rodrigues Jordão. Em
1906, Luiz Bueno de Miranda arrematou a fazenda, constante do inventário
de Silvério Rodrigues Jordão (filho). Com a morte daquele , a fazenda
passou para seu atuais proprietários, descendentes de Miranda. O seu
estado de conservação é bom, a arquitetura, da segunda metade do século
XIX , além de existirem diversos utensílios da mesma época em seu
interior. ECONOMIA A economia do município é bem
diversificada. Na agricultura destaca-se pelo cultivo da cana-de-açúcar,
algodão. Milho, abacate e laranja. Na pecuária , os principais destaques
por ordem são assim definidos : avicultura, suinocultura e bovinos . Na
área industrial, as mais importantes hoje são do ramo cerâmico, papel e
pepelão ( a mais tradicional), tecelagem, urnas mortuárias e metalúrgicas.
O setor de prestação de serviços também é bastante diversificado e os
estabelecimentos comerciais são hoje bem estruturados e representam uma
das principais fontes de economia do município.
Fábrica de Papel Ramenzoni BRASÃO É um escudo samnítico, encimado pela coroa
mural de seis torres de prata. Em campo bláu, a cruz "tau" posta em abismo.
Bordadura de prata carregada com sete cruzes páteas de goles e vazias de
prata e em chefe uma roca de fiar sable. Como suportes ,à destra um galho
de laranjeira sobreposto a outro de cafeeiro, ambos frutificados e à
sinistra hastes de cana ao natural , entrecruzados em ponta, sobre os
quais se sobrepõe um listel de bláu, contendo em letras de prata o
topômino "Cordeirópolis", ladeados pelos milésimos 1899 e 1948. SIMBOLOGIA O escudo samnítico, usado para representar o Brasão de armas da cidade, foi o primeiro estilo de escudo introduzido em Portugal por influência francesa , evocando aqui a raça latina colonizadora e principal formuladora da nacionalidade brasileira . A coroa mural que a sobrepõe de prata , de seis torres apenas quatro são visíveis , é o símbolo universal dos brasões de domínio que, pelo número de torres que ostenta e a cor do metal que é representada , classifica a cidade que representa na Terceira grandeza, ou seja , sede de município. A cor bláu (azul) do campo do escudo é o símbolo heráldico da justiça, nobreza, perseverança, zela e lealdade , predicados de um povo em prol de sua cidade. A cruz "Tau" posta em abismo ou coração do escudo, de outro, é o símbolo de Santo Antônio, Padroeiro da Cidade, lembrando no brasão o primitivo topônimo de Santo Antônio do Cordeiro. O metalouro em que é representado o símbolo do padroeiro, simboliza em heráldica a nobreza , riqueza, esplendor, prosperidade. A bordadura é símbolo de favor e proteção e também de recompensa , sendo peça honrosa de Primeira Ordem: carregada com sete cruzes páteas de goles (vermelhos ) e vazias de prata, lembrando no brasão o primeiro símbolo a tremular em terras brasileiras e herdado de Portugal, que a tudo presidiu em nossa evolução histórica. O metal prata em que é representada a bordadura, simboliza a fé, religiosidade, paz, trabalho, realização, hospitalidade. Em chefe , parte superior do escudo , a representação iconográfica de uma roca de fiar , vem atender a condição histórica de cidade que , segundo afirmam, teve sua origem em um pouso de tropeiros que pertencia a um cidadão que fabricava cordas para o fornecimento aos sertanistas; anos depois, ao lado desse humilde pouso do cordeiro ergueu-se uma capela a Santo Antônio e o florescente povoado passou a ser conhecido como Santo Antônio do Cordoeiro e que por corruptela , logo teve sua grafia alterada para Santo Antônio do Cordeiro, resultando em interpretações dúbias quanto ao topônimo, havendo quem afirme e apresente documentos com esta última grafia , de que o topônimo se deve a uma fazenda pertencente a uma família Cordeiro e denominada Fazenda Cordeiro ou Fazenda do Cordeiro; entretanto, todos os documentos que apresentam tal grafia datam da elevação do povoado à categoria de Distrito, dando assim força a versão tradicional de que tenha de fato sido originado do pouso do cordeiro, que possivelmente era também o dono das terras ou da Fazenda do Cordoeiro que a corruptela reduziu para Cordeiro, sem qualquer alusão ao animal doméstico e sim ao fabricante de cordas. Dessa forma , a roca lembra o ato de fiar , que por associação pretende testemunhar a manufatura de cordas e sua essência histórica. Entretanto evocando uma tradição , a presença da roca no brasão de armas de Cordeirópolis nos traz no presente a simbologia da principal indústria do município que é a fiação e tecelagem de seda. Nos ornamentos exteriores , o galho de café frutificado sobreposto pelo galho de laranja vem simbolizar a passada e a atual riqueza agrícola do município, juntamente com a cana-de-açucar, produtos da terra dadivosa e fértil. No listel o topônimo atual "Cordeirópolis" cuja desinência significa "Cidade do Cordeiro", conservando ainda a mesma corruptela tradicional , como a indicar o fabricante de cordas. Os milésimos 1899 data da elevação a distrito e 1948, data da consumação dos ideais do povo com a emancipação política. Instituído pela Lei Municipal nº 1793, de 20 de outubro de 1993. |