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HISTORIA  DE PETRÓPOLIS
 
 
 

A origem do bairro Petrópolis remonta à década de 1920. Ocupado inicialmente por chácaras, cujas áreas eram tomadas por laranjais, o bairro desenvolveu-se a partir do eixo viário conhecido como Caminho do Meio: assim chamado por localizar-se entre duas outras estradas rurais que saíam de Porto Alegre em direção aos atuais municípios de Viamão e de Gravataí. Tal caminho, hoje, corresponde à Avenida Protásio Alves.

Com zonas de alta e baixa altitudes, o bairro tornou-se famoso por seu clima ameno e por suas colinas verdejantes (uma área na qual se realizavam, ainda na década de 1930, manobras e exercícios militares). Foram esses aspectos naturais que atraíram setores de classe média em ascensão, responsáveis pela povoação do local. Em 1937, a criação da linha de bondes Petrópolis, pela Companhia Carris, teve o efeito de consolidar esta ocupação. Sérgio da Costa Franco salienta, contudo, que o bairro “tinha suas gradações: era modesto ... de um modo geral, em todas as áreas de baixa altitude, mas valorizado e até opulento ... em suas construções das áreas altas” (1).

A origem da denominação do bairro é incerta. Supõe-se que tenha sido uma homenagem à cidade do Rio de Janeiro, por parte dos colonos alemães que já ocupavam a região desde o início do século. Dentre estes primeiros habitantes destaca-se a figura de Willing Kuss, proprietário de terras responsável por uma série de loteamentos que deram início ao processo de povoamento do Petrópolis.

Uma característica do bairro são os nomes de vias públicas que homenageiam municípios gaúchos. Vale lembrar as ruas Carazinho, Bagé, Taquara, Montenegro, Lajeado, entre outras. Até o fim da década de 1930, também as mulheres eram homenageadas: ruas eram chamadas de Dona Marta, Dona Paula, Dona Inês, Dona Adélia e outras. Boa parte dos antigos nomes foi alterada, em 1939, substituindo-se as “donas” por generais, juristas e médicos. Os nomes femininos nas ruas, segundo Ary Veiga Sanhudo, representavam “a preponderância da presença da mulher na vida silenciosa das localidades perdidas e abandonadas” (2). Alguns nomes, no entanto, permaneceram: é o caso das ruas Dona Eugênia, Dona Alice e Dona Lúcia.

A expansão do bairro foi concluída nas décadas de 1940 e 1950, quando o desenvolvimento urbanístico e o aumento populacional foram intensificados. Atualmente, Petrópolis é uma localidade independente do centro da cidade, com um comércio ativo e variado que se estende ao longo da Avenida Protásio Alves.

 

(1) Carlos Augusto Bissón (coord.), Sobre Porto Alegre, p. 102.
(2) Porto Alegre: Crônicas de minha cidade, p. 139.
(Luciano Ávila)