Porto Alegre nasceu de uma pequena colônia de imigrantes açorianos, que se
estabeleceram na Ponta de Pedra em 1752, dentro da Sesmaria de Santana,
capitaneada por Jerônimo de Ornellas e Vasconcellos. A partir daí, a localidade
começou a ser chamada de Porto dos Casais.
Em 1763 os castelhanos, comandados por Don Pedro Cevallos, governador de Buenos
Aires, invadem o Rio Grande do Sul e tomam a cidade de Rio grande. Neste ano, as
populações portuguesas do norte do estado migram para a região de Viamão e Porto
dos Casais.
Em 26 de março de 1772, um edital eclesiástico divide a Freguesia de Nossa
Senhora da Conceição de Viamão em duas. O antigo Porto dos Casais se transforma
na Freguesia de São Francisco. Quase um ano depois, em 18 de janeiro de 1773, um
novo edital rebatiza a pequena povoação, que passa a se chamar de Madre de Deus
de Porto Alegre. O então o governador da Província de São Pedro do Rio Grande do
Sul, José Marcelino de Figueiredo, ordena a transferência da Câmara Municipal de
Viamão para Porto Alegre.
A antiga colônia açoriana se transformava na capital
da província. Além de centro administrativo, a cidade se transforma em área
militar. Paliçadas de madeira são construídas em torno da cidade. As estreitas
ruas da Porto Alegre colonial são projetadas como um labirinto, possuindo nítido
caráter defensivo. A modesta capital prospera e, em 1804, a Coroa Portuguesa
instala a primeira alfândega do rio grande do Sul
Contudo, se passaria algum tempo, até que o modesto núcleo urbano se transforma-se
em vila, em 1809, e depois cidade, em 1822.
Porto Alegre nos primeiros anos do século XIX, foi um dos primeiros núcleos
urbanos de apoio as forças portuguesas, instaladas no Delta do Jacuí, que
desbravaram o interior do Rio Grande do Sul. Além de centro comercial,
administrativo e militar, a cidade também oferecia serviços de estaleiros. As
embarcações portuguesas, alem de se abastecerem com víveres, também podiam fazer
pequenos reparos no casco e no velame.
Entre 1822 e 1835, cidade se desenvolve. A conquista das áreas meridionais do
Brasil e as campanhas portuguesas trazem a Porto Alegre novos contingentes
militares. É a época da construção dos grandes casarões coloniais portugueses na
cidade, como por exemplo, o Solar dos Câmara e outros prédios administrativos no
mesmo estilo.
Em 1835, o Rio Grande do Sul mergulha em uma guerra de caráter libertário.
Veteranos das campanhas das Guerras do Prata, aliados a Guarda Nacional e outros
descontentes se organizam em uma milícia, que foi chamado posteriormente,
Farroupilha. Porto Alegre se encontrava fortificada, mas isso não impediu que em
20 de setembro de 1835, esta fosse invadida pelas tropas rebeldes.
Os Imperiais retomaram a cidade em 1836 e, que a partir de então, sofreria três
intermináveis cercos até o ano de 1838. Foi a resistência a esses cercos, que
deram o título a cidade de "Mui Leal e Valorosa". Apesar do inchaço populacional
daqueles tempos, a cidade só voltaria a crescer sua malha urbana após 1845. A
guerra não impediu que três anos antes, o primeiro Mercado Público fosse
construído, organizando o comércio nas áreas centrais.
São anos prósperos, época em que os primeiros imigrantes alemães e italianos
desembarcam na capital, instalando restaurantes, pensões, pequenas manufaturas,
olarias, alambiques e diversos estabelecimentos comerciais.
A Guerra do Paraguai (1865/70), transforma a capital gaúcha na cidade mais
próxima do teatro de operações. A cidade recebe dinheiro do governo central,
além de serviço telegráfico, novos estaleiros, quartéis, melhorias na área
portuária, além da construção do primeiro andar do novo Mercado Público.
O fim da campanha do Paraguai faz o Império do Brasil mergulhar numa crise
política - administrativa. O governo perdia lentamente o controle sobre as
comunidades de escravos, e em 1884, o governo municipal liberta os cativos da
cidade. Era a preparação para o advento da República em 1889.
Estes primeiros governos republicanos - que no Rio Grande do Sul seguiam a
filosofia positivista de Augusto Comte - deixaram profundas marcas na capital
gaúcha. Estes homens acreditavam numa sociedade comandada pela ditadura do
presidencialismo, pelos homens íntegros e sábios. Grandes quantidades de prédios
públicos são construídos nessa época, ornados com magnífica estatuária simbólica
positivista. A preocupação desse grupo com as benfeitorias e melhorias
do espaço urbano vai transformar o antigo aspecto colonial da cidade.
Existe uma
enorme preocupação com o saneamento das áreas centrais. São destruídos os
cortiços e os mal conservados prédios do centro. Durante as administrações
republicanas(1889 a 1940), foram instalados na cidade a eletricidade, a
iluminação pública, rede de esgotos, transporte elétrico, água encanada, as
primeiras faculdades, hospitais, ambulância, a telefonia, industrias, o rádio
desenvolvidos uma série de planos diretores, alguns dos quais implantados
décadas depois, como o Plano Maciel de Melhorias de 1914, que seria viabilizado
só nas décadas de 30 e 40.
A cidade a partir da década de 40 assume, definitivamente, seu caráter de centro
administrativo, comercial, industrial e financeiro do estado. Os animais de
carga, que dominavam o cenário urbano, são substituídos pelos modernos
automóveis. São anos de ampliação das malhas viária da cidade. São abertas na
cidades grandes avenidas, como a Farrapos, a Borges de Medeiros e a Salgado
Filho. Outras são pavimentadas, como a Azenha e a João Pessoa.
A expansão do centro urbano, então, começava a se direcionar para as áreas sul e
norte da península. Nas décadas de 60 e 70, grandes obras viárias são feitas na
capital. São construídos os viadutos da Borges de Medeiros, da João Pessoa, o
Ubirici, Tiradentes e Ildo Meneghetti. Essas obras melhoraram o fluxo de
veículos na área densamente povoada da capital.
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Porto
Alegre Roteiros Historico Culturais
Nas obras arquitetônicas,
nos monumentos e nas esculturas, nas praças e nos parques ou, ainda, nas
avenidas, portanto, no vai-e-vem entre técnica e arte, a estética da cidade, do
século XVIII ao XXI, assume seus contornos singulares. Exibe na tangibilidade
dos bens artísticos a sensibilidade das diferentes contribuições culturais que
delinearam uma identidade emblemática, constrativa e valorativa à Porto Alegre
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O centro da cidade que margeia o lago Guaíba e seu porto - onde tudo entra e
tudo sai -, é um espaço privilegiado de concentração desse vai-e-vem entre arte
e técnica. Aí é possível subjetivar nosso olhar através de ícones de diferentes
séculos, de diferentes escolas artísticas, de diferentes obras.
ROTEIROS HISTÓRICO-CULTURAIS
NÚCLEO HISTÓRICO PRAÇA
DA ALFÂNDEGA (todos os sábados e feriados) - Saída em frente ao Centro de
Informações Turísticas do Mercado Público - Largo Glênio Peres, s/n - Centro.
Horário: 15h (nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, às 17h)
Duração: 2 horas e 30 minutos
Inscrições: Serviço de Atenção ao Turista do Mercado Público Central e do
Mercado do Bom Fim (Av. Osvaldo Aranha, loja 12) ou pelos telefones 0800 517686
e 33331794.
NÚCLEO HISTÓRICO PRAÇA
DA MATRIZ
Local - Saída, todos os domingos e feriados em frente ao Theatro São Pedro
Horário: 15h (nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, às 17h)
Duração: 2 horas e 30 minutos
Inscrições: Serviço de Atenção ao Turista do Mercado Público Central e do
Mercado do Bom Fim (Av. Osvaldo Aranha, loja 12) ou pelos telefones 0800 517686
e 33331794.
ROTEIRO ARTE CEMITERIAL
Este roteiro acontece em datas especiais, nas semanas comemorativas do município.
Duração: 4 horas
Dificuldade: leve
Programação: visita orientada aos cemitérios: São Miguel e Almas, Santa Casa de
Misericórdia e São José I e II.
Durante o ano: agências de turismo receptivo
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