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HISTORIA  DO CENTRO  DE PORTO ALEGRE RS
 
 
 
 
A Rua Duque de Caxias é uma das mais antigas e tradicionais de Porto
Alegre. Nomes diversos como Rua Formosa, no século XVIII, e Rua
Alegre, no início do século XIX, eram utilizados para designá-la.

O primeiro nome oficial, no entanto, foi o de Rua da Igreja, devido
ao fato de a Igreja da Matriz ter sido, durante um certo tempo,
a única da cidade.

Originalmente conhecido como “Altos da Praia”, o local onde foi
construída a Igreja da Matriz acabaria sendo chamado de Praça da
Matriz, sede também do Palácio do Governo, iniciado em 1784, e da
Casa da Junta. Destes três prédios - os principais da cidade e concentrados
na mesma rua - o único que se manteve de pé desde a sua construção,
em 1790, foi o da Casa da Junta, que sediou inicialmente o Fisco
e, de 1835 a 1967, a Assembléia Legislativa.

Permaneceu a Rua da Igreja, por muito tempo, como a mais nobre da
cidade. Habitada por políticos, comerciantes e militares de altas
patentes, era o local onde encontravam-se os sobrados e os solares
luxuosos das famílias aristocráticas, como o Solar dos Câmara, o
mais antigo prédio residencial de Porto Alegre.

Construído em 1818, por ordem de José Feliciano Fernandes Pinheiro,
primeiro governador civil da Província, o Solar passou a servir
de moradia à família Câmara em 1851. Tombado pelo Patrimônio Histórico
desde 1963, o prédio atualmente pertence à Assembléia Legislativa
e abriga a Biblioteca e o Serviço de Documentação.

Mesmo depois de construídas as igrejas das Dores e do Rosário, a
Rua da Igreja permaneceu sendo conhecida como tal. Só em 1869, por
determinação da Câmara Municipal, passou a chamar-se Rua Duque de
Caxias.
A atual Rua Demétrio Ribeiro foi aberta em 1810, por iniciativa de três moradores da várzea que se localizava entre a Rua do Arvoredo (Fernando Machado) e a Rua do Riacho (Washington Luís). Apesar de inicialmente ter tido outra denominação, acabou conhecida como Rua da Varzinha.

A pequena Várzea era constituída por fundos de quintais das ruas do Arvoredo e do Riacho e por algumas chácaras e terrenos. Alguns dos proprietários de tais lotes ofereceram forte resistência à desapropriação exigida para a abertura da nova via. Tanto que o trecho entre as atuais ruas General Auto e General Portinho só teve o tráfego liberado no final da década de 1850, após inúmeras demandas judiciais.

De acordo com Antônio Pereira Coruja, o primeiro cronista de Porto Alegre, as dificuldades e a demora no prolongamento da rua deveram-se, em boa parte, à intransigência e à má-vontade de João Marcos dos Santos Bittencourt, mais conhecido pelo apelido de “Mil Onças”. Figura folclórica da cidade, Bittencourt era dono de um terreno e inviabilizou o quanto pôde o processo de desapropriação.

Em 1885, após a visita da Princesa Isabel, e em honra à sua memória, a Rua da Varzinha passou a chamar-se Rua Dona Isabel. Tal denominação, no entanto, não durou muito tempo. Na noite de 15 para 16 de novembro de 1889, no contexto da Proclamação da República, fiscais informaram à Câmara de Vereadores que a placa com o nome de D. Isabel havia sido arrancada por populares. No seu lugar, um papelão passava a indicar o novo nome da rua: o do jovem propagandista republicano Demétrio Ribeiro.
A abertura da Rua Fernando Machado remonta aos primórdios da história da cidade, ainda no século XVIII. Era chamada, inicialmente, de Rua do Arvoredo em virtude da grande quantidade de árvores existentes ao longo de seu percurso.
Habitada por pessoas simples, proprietários de “casas de capim”, a rua permaneceria caracterizada, ao longo do século XIX, por sua condição social modesta. “fábrica de lingüiça de carne de gente” .

Um fato insólito, que iria marcar a história da Rua do Arvoredo, ocorreu durante a década de 1860. Trata-se do caso de José Ramos e de Catarina, sua mulher, que atraíam indivíduos para a sua residência a fim de matá-los. Os corpos das vítimas eram então transformados em lingüiça, que era vendida à população. A notícia de que na Rua do Arvoredo funcionava uma “fábrica de lingüiça de carne de gente” provocou um enorme impacto nos habitantes da cidade, na época, e até hoje causa espanto...

Em 1867, são iniciadas as obras daquele que se tornaria o mais imponente prédio da Rua do Arvoredo. Trata-se do Seminário Episcopal, na esquina da Rua Espírito Santo. Tal prédio - hoje Cúria Metropolitana - foi originalmente projetado pelo engenheiro francês Villain. Com o afastamento deste, em 1869, o arquiteto alemão Johann Grünewald, conhecido como “Mestre João”, concluiu as obras, alterando contudo o projeto inicial. O estilo belo e monumental de Grünewald motivou o cronista Athos Damasceno a qualificar a Cúria como “o único monumento da cidade” (1).

Em 1870, por resolução da Câmara Municipal, a Rua do Arvoredo é rebatizada como Rua Coronel Fernando Machado, em homenagem ao estimado militar catarinense falecido em 1868 na Guerra do Paraguai.

(1) Elmar Bones da Costa (ed.), História Ilustrada de Porto Alegre, Pg.105.

(Luciano Ávila)