Uma das remanescentes reservas sendo dizimada por todos os governos
bandidos do MT e MS, com ajuda de juízes federais e promotores que de
acordo com ativistas estão passeando pelo mundo gastando fortunas que
recebem se eximindo das responsabilidades pelo quais são pagos pelos
brasileiros.
A perda da biodiversidade sem precedentes ocorre aos olhos de qualquer
um que queira ver, os processos ambientais nunca resultam em nada,
parece que são arquivados propositalmente pela justiça podre não só
destes estados, assim como também no resto do país, processos ambientais
normalmente levam mais de trinta anos e quem denuncia perde tempo e
dinheiro.
O interesse dos políticos se dá na madeira e reservas minerais, há
suspeitas de que os juízes possam estar de comum acordo com estes
bandidos políticos, assim o processo para e a destruição persiste, tanto
pode proceder que os dois estados já se encontram em alerta, com baixa
umidade e perdendo milhões de litros de água, devido à retirada das
florestas, o povo não sabe o perigo que correm, são enganados pelos
políticos de que esta tudo bem, mas o futuro chegou, onde as colheitas
serão apenas tempestades de areias, em outro estado promissor a se
transformar em deserto.
A alternância de longas estiagens e de grandes
enchentes, é o mecanismo regulador que exerce um perfeito controle sobre
a atividade da maior parte do abundantes seres vivos que habitam o
Pantanal, que possui a maior concentração de fauna das Américas tanto
quanto as formas, como ao número de indivíduos.
Topetinho (macho) Lophornis chalibea
Foto de Carlos Ravazzani
As aves
especialmente as aquáticas, são as mais
adaptadas às condições ambientais da
região do Pantanal. Devido a sua grande
facilidade de deslocamento podem
aproveitar ao máximo os ciclos de "enchentes"'
e "vazantes". As variações climáticas e
hidrológicas do Pantanal determinam o
comportamento alimentar e reprodutivo,
não apenas das aves, como de toda a
fauna. Os fatores que condicionam o
período de reprodução são principalmente
a disponibilidade de recursos
alimentares e de sítios de nidificação. |
Tucano-de-bico-verde Ramphastos dicolorus
Foto de Carlos Ravazzani
No período de "vazante",
quando as águas voltam aos leitos dos
rios, ocorre a saída do peixe jovem, dos
campos para os rios. Como nem todo peixe
consegue sair, formam-se concentrações
dos mesmos nos remanescentes corpos
d'água pouco profundos.
Neste período se dá a chegada das aves
aquáticas. A grande quantidade de peixe
em águas rasas, fáceis de capturar,
garante a fonte protêica necessária ao
desenvolvimento do ciclo reprodutivo. A
vegetação alta da margem das lagoas
oferece local apropriado para
nidificação. Estabelecem-se então os
chamados "viveiros" ou "ninhais"
compostos por cabeça-secas Mycteria
americana, garças brancas Casmerodius
albus e Egretta thula, colhereiros Ajaia
ajaja, maguaris Ardea cocoi, socozinhos
Butorides striatus.
Estes viveiros, entretanto, não são
constituídos exclusivamente por aves,
mas também por outros organismos, presas
e predadores como o caracará Pblyborus
plancus, o urubu-comum Coragyps
atratus,o bugio Alouatta caraya, o
macaco-prego Cebus apella e a cobra
sucuri Eunectes noctaeus., dentre outros.
Quando o rio Paraguai transborda e
inicia a "enchente" da grande planície
pantaneira e a fauna não migratória
procura as terras altas como refúgio, os
peixes entram nos campos inundados, nos
chamados corixos e baías à procura de
alimento e lugares apropriados para
desovar. As aves migratórias abandonam a
região.
O Pantanal é um paraíso para os
ornitologistas e para os observadores de
pássaros. Ver e fotografar belas aves
aquáticas e paludícolas não é difícil
nesta região. Desde a maior cegonha do
mundo, símbolo do Pantanal, o tuiuiú ou
jaburu Jabiru mycteria cuja figura
sonolenta, descansando sobre somente uma
perna, faz parte integrante da paisagem
pantaneira, até as pequenas jaçanãs
Jacana jacana que não param de mover-se
sobre plantas aquáticas capturando
insetos, e aos milhares de garças
Casmerodius, Egretta, Pilherodius,
colhereiros Ajaia ajaja, martins-pescadores
Ceryle, Chloroceryle, cabeças-secas
Mycteria americana, patos Cairina e
marrecas Dendrocygna.
Ao lado destas aves aquáticas, numerosos
gaviões Polyborus, Busarellus,
Rosthramus, papagaios Amazona,
arara-azul Anodorhynchus, araras e
maracanãs Ara, tucanos Ramphastos e um
sem número de passeriformes, como o joão-pinto
Icterus, o verão Pyrocephalus, japu
Psarocolius, o cardeal e o galo de
campina Paroaria que enchem de sons e
cores as terras pantaneiras. |
Capivaras Hydrocoerus hydrochaeris
Foto de Carlos Ravazzani
Nas áreas de
cerrado e campinas encontramos a ema
Rhea americana, maior ave do continente
americano, parente próximo da avestruz,
que, impossibilitada de voar, desloca-se
andando ou correndo. Também observamos a
seriema Cariama cristata que apesar de
poder voar, prefere correr sempre que
pode. Aliás a própria morfologia dessas
duas grandes aves bem demonstra o pendor
pela corrida, possuindo corpo esguio e
pernas compridas. |
Maria-faceira Syrigma sibilatrix
Foto de José Paulo Fagnani
Ocupando as densas
matas de galeria que se estendem na
beira dos rios, encontramos o maior
mamífero do Brasil, a anta Tapirus
terrestris. Vivem também nas
proximidades dos rios, dois roedores; a
paca Agouti paca, com hábitos noturnos,
e a cutia Dasyprocta aguti, com hábitos
diurnos e por isso mesmo mais
freqüentemente observada. O quati ou
coati Nasua nasua anda em bandos; habita
diferentes comunidades e possui dieta
extremamente variada.
Sobre as árvores das matas de galeria
vivem pequenas comunidades de
macaco-prego Cebus apella que tem esse
nome porque o macho possui pênis longo e
delgado parecendo um prego. Outro símio
encontradiço no Pantanal é o bugio ou
guariba Alouatta caraya que freqüenta o
das árvores mais altas. É
corpulento, pesando mais de 8 quilos e o
macho mais velho, o "capelão"' lidera um
bando de uma dezena de indivíduos. Todas
as manhãs, os bugios demarcam seus
domínios emitindo sons como se
estivessem soprando em garrafas vazias.
O bugio é caracterizado anatomicamente
pelo grande desenvolvimento do osso
hióide, que funciona como uma caixa de
ressonância, propiciando que seu ronco
de baixos profundos ecoe a grandes
distâncias.
Entre os felinos encontramos a
jaguatirica Felis pardalis, a suçuarana
ou onça-parda Felis concolor e o
magnífico jaguar ou onça-pintada
Panthera onca, outrora abundante,
atualmente ameaçada de extinção, vítima
de muitos anos de perseguição por
caçadores. Alguns fazendeiros ainda
abatem os derradeiros espécimes de
jaguar-canguçu, argumentando que o
imponente felino ataca o gado. |
Garça-branca-grande Casmerodius albus
Foto de José Paulo Fagnani
Os varrões, campos
encharcados cuja característica é a
palmeira buriti Mauritia flexuosa, são,
por excelência, o habitat do cervo-do-pantanal
Blastocerus dichotomus, o maior e mais
belo cervídio da América do Sul. Apesar
de protegido, por estar há muito tempo
relacionado entre as espécies ameaçadas
de extinção, a população do cervo tem se
reduzido a cada ano, pois têm sido
vítimas de enfermidades transmitidas
pelo gado bovino, como a brucelose e a
febre aftosa.
Outra espécie muito abundante e típica
na região é a capivara Hydrochoerus
hydrochaeris, o maior roedor do mundo.
Vivem em grupos de 10 a 20 membros e
alimentam-se de gramíneas e plantas
aquáticas. Com seus pés palmados, nadam
bem e, para escapar aos predadores,
permanecem submersas até 10 minutos. São
perseguidas pelos fazendeiros por
destruirem as roças e consideradas
portadoras e transmissores do "mal das
cadeiras" causado pelo Tripanossoma
equinum, doença que ataca os cavalos.
Os jacarés Caiman yacare são abundantes.
Praticamente não existe lago, baía ou
banhado, sem jacaré; as cavas ao longo
das rodovias estão repletas deles e nas
margens dos rios, os vemos correndo e
mergulhando rápido, quando nos
aproximamos com o barco. É freqüente
atravessarem as estradas onde algumas
vezes são atropelados. À noite pelo
reflexo da luz de uma lanterna ou farol,
os olhos dos jacarés salpicam as lagoas
com centenas de pontos luminosos de cor
vermelha.
Apesar da maioria dos fazendeiros
respeitar o jacaré, pelo fato dele ser o
predador natural da piranhas, milhares
ou milhões destes sáurios são abatidos
anualmente por caçadores clandestinos
conhecidos por "coureiros". As peles são
contrabandeadas através do Paraguai e
Bolívia. Embora esta atividade tenha
diminuído nos últimos anos, a vastidão
da área, a fiscalização precária e a
sólida organização dos caçadores e
comerciantes ilegais, torna difícil
coibir a ação das quadrilhas. |
Jacaré Cayman yacare comendo uma piranha Serrasalmus sp.
Foto de Carlos Ravazzani
É riquíssima a
fauna icitiológica dos rios do Pantanal,
que estão incluídos entre os mais
piscosos do mundo e onde já foram
identificadas 263 espécies de peixes.
Entre os caracídeos, peixes de escamas,
que possuem orientação visual e têm
hábitos diurnos destaca-se o dourado
Salminus maxillosus que pode chegar a 30
quilos e é considerado pelos pescadores
esportivos como o "rei do rio" devido à
valentia que exibe ao ser fisgado,
procurando, com grandes saltos fora
d'água desvencilhar-se do anzol.
Abundantes, são o pacu Piaractus
mesopotamicus e o pacupeva Mylossoma
orbignyanum, peixes com forma
arredondada, que gostam de comer os
frutos silvestres das figueiras,
ingazeiros ou gameleiras existentes às
margens dos rios. Sua carne é muito
apreciada pelos pantaneiros.
Encontramos ainda, com escamas, a
piraputanga Brycon hilarii, a curimbatá
Prochilodus lineatus, o piau, a piava e
o piavuçu Leporinius spp., e o lambari
gêneros Astinanax e Tetragonopterus
entre muitos outros. Há alguns anos foi
introduzido no Pantanal norte, um peixe
originário da bacia amazônica e que não
havia no Pantanal, o tucunaré, belo e
valente como o dourado, e por isso,
muito apreciado pelos aficcionados da
pesca esportiva. |
Cara-cará Polyborus plancus
Foto de Carlos Ravazzani
Numerosas são as
narrativas de naturalistas, pescadores e
pantaneiros, relatando acidentes
provocados pela piranha, terríveis
peixes carnívoros que apresentam
ferocidade e voracidade incomuns, com o
trabalho sangrento de seus dentes que
parecem tenazes e navalhas ao mesmo
tempo.
Os rios alagados, baías e corixos do
Pantanal estão infestados de piranhas,
que também são caracídeos e se
assemelham aos pacus. Dizem que o caldo
de piranha, prato típico da cozinha
pantaneira, é afrodisíaco. As espécies
mais comuns são a piranha-preta ou
piranha-vermelha Pygocentrus piraya que
pode atingir 35 cm e na verdade é uma
piranha amarela que muda de cor e a
piranha-branca Serrassalmus brandti. |
Socó-dorminhoco Nycticorax nycticorax
Foto de Carlos Ravazzani
Entre os
siluriformes, estão as verdadeiras
magestades aquáticas do Pantanal. São os
chamados peixes de couro, que não
possuem escamas e geralmente ostentam
barbilhões junto à boca. Têm hábitos
noturnos e se orientam principalmente
através do olfato e do gosto. Destacam-se
o jaú Pauliceia luetkeni que pode pesar
mais de 100 quilos e o pintado ou
surubim-pintado Pseudoplatistoma
coruscans, que possui carne saborosa e
pode atingir, em geral, até 25 quilos.
Semelhante ao pintado, porém
apresentando o corpo com estrias negras
em vez de pintas, o cachara ou
surubim-cachara Pseudoplatistoma
fasciatuin. Ainda entre os siluriformes:
o barbado Pinirampus pirinampus, o
jurupensen Sorubim lima, o jurupoca
Hemísorubim platyrhynchos, o palmito
Ageneiosus brevifilis, o lindo bagre ou
mandi amarelo Pimelodus clarias e o
cascudo Liposarcus anisitsi, com o corpo
recoberto de placas ósseas.
De particular interesse são as
pirambóias Lepidosiren paradoxa, peixes
pulmonados, considerados fósseis vivos,
dos quais só existem quatro espécies no
mundo, uma na América do Sul. Merecem
destaque ainda alguns pequenos peixes
apreciados por aquariofilistas como o
mato-grosso Hyphessobrycon eques e o
tetra-negro Gynmnocorymbus ternetzi. |
Ninho de tuiuiu ou jaburu Jabiru mycteria
Foto de José Paulo Fagnani
Na estação chuvosa, as espécies mais
procuradas deixam os rios e vão para as
áreas inundadas, onde há muito alimento.
No final de abril, quando as chuvas se
tornam menos freqüentes e as águas
começam a baixar, voltam aos rios
novamente, sinal evidente de que as
chuvas teminaram. Inexplicavalmente,
pois a desova só vai ocorrer meses mais
tarde, diversas espécies de peixes,
reunindo-se em vastos cardumes começam
de novo a nadar rio acima.
Os cardumes são tão extensos, densos e
dramáticos que podem ser ouvidos
chapinhando a grandes distâncias. O
fenômeno é conhecido no Pantanal como
lufada, pois quando aparece um cardume
na curva do rio, a água aparece açoitada
por um temporal. A superfície fica
fervilhando de peixes e milhares de
lambaris, curimbatás, piavas, piavuçus,
dourados, peixes-cachorros e
piraputangas saltam nas águas,
irradiando um brilho de ouro e prata nas
rápidas trajetórias pelo ar. Não
confundir com a piracema, que ocorre na
época da reprodução (novembro a
fevereiro) quando cardumes sobem os rios,
transpondo as corredeiras aos saltos,
para desovarem nas águas calmas das
cabeceiras.
Na estação das secas os fazendeiros
locais costumam atear fogo nas pastagens
ressecadas. Quando eclodem as chuvas, as
cinzas depositadas sobre a terra são
arrastadas para os rios. Essa mistura de
cinza e terra é muito rica em soda
cáustica e acaba por envenenar cardumes
inteiros de peixes em questão de horas.
A este fenômeno o pantaneiro dá o nome
de dequada. |
Tuiuiu ou Jaburu Jabiru mycteria
Foto de Carlos Ravazzani
A exploração
racional do esporte da pesca, no
Pantanal, representa uma significativa
fonte de renda, através do turismo. A
pesca esportiva realizada com o caniço e
anzol está regulamentada pelas
autoridades federais e não representa
maiores perigos para a fauna ictiológica
do Pantanal, sendo até útil no sentido
de promover uma espécie de desbaste dos
cardumes, retirando os peixes de grande
porte e oferecendo aos menores maiores
possibilidades de crescimento.
O mesmo não se pode dizer da pesca
predatória onde inescrupulosos
pescadores profissionais, sem obedecer a
períodos de produção e tamanho mínimo
dos peixes e utilizando equipamentos
proibidos como espinhéis, redes,
tarrafas e até explosivos, retiram
diariamente dos rios pantaneiros muitas
toneladas de peixes. A diminuição
sensível dos peixes, principalmente do
dourado, já se faz sentir, em muitos
pesqueiros outrora famosos pela sua
piscosidade, como os do rio Taquari.
Mais informação
O Complexo do Pantanal, ou simplesmente
Pantanal, é um ecossistema com 250 mil
km² de extensão, situado no sul de Mato
Grosso e no noroeste de Mato Grosso do
Sul, ambos Estados do Brasil, além de
também englobar o norte do Paraguai e
leste da Bolívia (que é chamado de chaco
boliviano), considerado pela UNESCO
Patrimônio Natural Mundial e Reserva da
Biosfera. |
Generalidades do Pantanal
O Pantanal é uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta e está
localizado no centro da América do Sul, na bacia hidrográfica do Alto
Paraguai. Sua área é de 138.183 km², com 65% de seu território no estado
de Mato Grosso do Sul e 35% no Mato Grosso. A região é uma planície
pluvial influenciada por rios que drenam a bacia do Alto Paraguai, onde se
desenvolve uma fauna e flora de rara beleza e abundância, influenciada por
quatro grandes biomas: Amazônia, Cerrado, Chaco e Mata Atlântica.
O rio Paraguai e seus afluentes percorrem o Pantanal, formando extensas
áreas inundadas que servem de abrigo para muitos peixes, como o pintado, o
dourado, o pacu, e também para outros animais, como os jacarés, as
capivaras e ariranhas, entre outras espécies. Muitos animais ameaçados de
extinção em outras partes do Brasil ainda possuem populações vigorosas na
região pantaneira, como o cervo-do-pantanal, a capivara, o tuiuiú e o
jacaré.
Devido a baixa declividade desta planície no sentido norte-sul e
leste-oeste, a água que cai nas cabeceiras do rio Paraguai, chega a gastar
quatro meses ou mais para atravessar todo o Pantanal. Os ecossistemas são
caracterizados por cerrados e cerradões sem alagamento periódico, campos
inundáveis e ambientes aquáticos, como lagoas de água doce ou salobra,
rios, vazantes e corixos.
O clima do Pantanal é quente e úmido, no verão, e frio e seco, no
inverno. A maior parte dos solos do Pantanal são arenosos e suportam
pastagens nativas utilizadas pelos herbívoros nativos e pelo gado
bovino, introduzido pelos colonizadores da região.
|
Preocupada com a conservação do Pantanal a Embrapa instalou, em 1975, em
Corumbá, uma unidade de pesquisa para a região, com o objetivo de adaptar,
desenvolver e transferir tecnologias para o uso sustentado dos seus
recursos naturais. As pesquisas se iniciaram com a pecuária bovina,
principal atividade econômica e, hoje, além da pecuária, abrange as mais
diversas áreas, como recursos vegetais, pesqueiros, faunísticos e
hídricos, climatologia, solos, avaliação dos impactos causados pelas
atividades humanas e sócio-economia.
A Planície do Pantanal possui aproximadamente 230 mil km², medida estimada
pelos estudiosos que explicam que dificilmente pode ser estabelecido um
cálculo exato de suas dimensões, por em vários pontos ser muito difícil
estabelecer onde começa e onde termina o Pantanal e as regiões que o
circundam, além de a cada fechamento de ciclo de estações de seca e de
águas o Pantanal se modifica.
Sua área é de 138.183 km² (64,64% em Mato Grosso do Sul e 35,36% em Mato
Grosso (J. S. V. SILVA et al, 1998)). Considerada uma das maiores
planícies de sedimentação do planeta, o Pantanal estende-se pela Bolívia e
Paraguai, países em que recebe outras denominações, sendo Chaco a mais
conhecida.
Em que pese o nome, há um reduzido número de áreas pantanosas na região
pantaneira. Na verdade, é uma imensa planície, dividida em dez sub-regiões
distintas no Brasil, chamadas de pantanais:
Pantanal de Cáceres, no noroeste;
Pantanal do Poconé, no norte;
Pantanal de Barão de Melgaço, no nordeste;
Pantanal do Paraguai, no oeste;
Pantanal do Paiaguás, no centro;
Pantanal de Nhecolândia, também no centro;
Pantanal do Abobral, no centro-sul;
Pantanal de Aquidauana, no leste;
Pantanal de Miranda, no sudeste;
Pantanal de Nabileque, no sul.
Sua constituição, única no planeta, é resultado da separação do oceano há
milhões de anos, formando o que se pode chamar de mar interior. A planície
é levemente ondulada, pontilhada por raras elevações isoladas, geralmente
chamadas de serras e morros, e rica em depressões rasas. Seus limites são
marcados por variados sistemas de elevações como chapadas, serras e
maciços, e é cortada por grande quantidade de rios dos mais variados
portes, todos pertencentes à Bacia do Rio Paraguai — os principais são os
rios Cuiabá, Piquiri, São Lourenço, Taquari, Aquidauana, Miranda e Apa. O
Pantanal é circundado, do lado brasileiro (norte, leste e sudeste) por
terrenos de altitude entre 600 e 700 metros; estende-se a oeste até os
contrafortes da cordilheira dos Andes e se prolonga ao sul pelas planícies
pampeanas centrais.
O Pantanal vive sob o desígnio das águas: ali, a chuva divide a vida em
dois períodos bem distintos. Durante os meses da seca — de maio a outubro,
aproximadamente — , a paisagem sofre mudanças radicais: no baixar das
águas, são descoberto campos, bancos de areia, ilhas e os rios retomam
seus leitos naturais, mas nem sempre seguindo o curso do período anterior.
As águas escorrem pelas depressões do terreno, formando os corixos (canais
que ligam as águas de baías, lagoas, alagados etc. com os rios próximos).
Nos campos extensos cobertos predominantemente por gramíneas e vegetação
de cerrado, a água de superfície chega a escassear, restringindo-se aos
rios perenes, com leito definido, a grandes lagoas próximas a esses rios,
chamadas de baías, e a algumas lagoas menores e banhados em áreas mais
baixas da planície. Em muitos locais, torna-se necessário recorrer a águas
subterrâneas, do lençol freático ou aqüíferos, utilizando se bombas
manuais e ou tocadas por moinhos de vento para garantir o fornecimento às
moradias e bebedouros de animais domésticos.
As primeiras chuvas da estação caem sobre um solo seco e poroso e são
facilmente absorvidas. De novembro a abril as chuvas caem torrenciais nas
cabeceiras dos rios da Bacia do Paraguai, ao norte. Com o constante
umedecimento da terra, a planície rapidamente se torna verde devido à
rebrotação de inúmeras espécies resistentes à falta d'água dos meses
precedentes. Esse grande aumento periódico da rede hídrica no Pantanal, a
baixa declividade da planície e a dificuldade de escoamento das águas pelo
alagamento do solo, são responsáveis por inundações nas áreas mais baixas,
formando baías de centenas de quilômetros quadrados, o que confere à
região um aspecto de imenso mar interior.
O aguaceiro eleva o nível das baías permanentes, cria outras, transborda
os rios e alaga os campos no entorno, e morros isolados sobressaem como
verdadeiras ilhas cobertas de vegetação — agrupamentos dessas ilhas são
chamados de cordilheiras pelos pantaneiros — nas ilhas e cordilheiras os
animais se refugiam à procura de abrigo contra a subida das águas.
Nessa época torna-se difícil viajar pelo Pantanal pois muitas estradas
ficam alagadas e intransitáveis. O transporte de gente, animais e de
mercadorias só pode ser feito no lombo de animais de carga e embarcações —
muitas propriedades rurais e povoações (também conhecidas como corrutelas)
localizadas em áreas baixas ficam isoladas dos centros de abastecimento e
o acesso a elas, muitas vezes, só pode ser feito por barco ou avião.
Com a subida das águas, grande quantidade de matéria orgânica é carregada
pela correnteza e transportada a distâncias consideráveis. Representados,
principalmente, por massas de vegetação flutuante e marginal e por animais
mortos na enchente, esses restos, durante a vazante, são depositados nas
margens e praias dos rios, lagoas e banhados e, após rápida decomposição,
passam a constituir o elemento fertilizador do solo, capaz de garantir a
enorme diversidade de tipos vegetais lá existente.
Por entre a vegetação variada encontram-se inúmeras espécies de animais,
adaptados a essa região de aspectos tão contraditórios. Essa imensa
variedade de vida, traduzida em constante movimento de formas, cores e
sons é um dos mais belos espetáculos da Terra. Por causa dessa alternância
entre períodos secos e úmidos, a paisagem pantaneira nunca é a mesma,
mudando todos os anos: leitos dos rios mudam seus traçados; as grandes
baías alteram seus desenhos.
Atividades Econômicas
As principais atividades econômicas do Pantanal estão ligadas à criação de
gado bovino, que é facilitada pelos pastos naturais e pela água levemente
salgada da região, ideal para esses animais. Para peões, fazendeiros e
coureiros, o cavalo é um dos principais meios de transporte. Os
pescadores, que buscam nos rios sua fonte de sustento e alimentação. Há
também, uma pequena população indígena ribeirinha , muito reduzida pelos
conflitos de terra.
Entre os problemas ambientais do Pantanal estão o desequilíbrio ecológico
provocado pela pecuária extensiva, que destrói a vegetação nativa; a pesca
e a caça predatórias de muitas espécies de peixes e do jacaré; o garimpo
de ouro e pedras preciosas, que gera erosão, assoreamento e contaminação
das águas dos rios Paraguai e São Lorenço; o turismo descontrolado que
produz o lixo, esgoto e que ameaça a tranqüilidade dos animais, etc.
Cerrado ameaçado PELO INCENTIVO DADO PELOS GOVERNOS
CORRUPTOS E IRRESPONSÁVEIS ,a partir da década de
1960,para desenvolver a região Centro-Oeste através da implantação de
projetos agropecuarios, trouxe muitas alteraçoes nos ambientes do cerrado
,ameaçando a sua biodiversidade.
Diversidade
Flora do Pantanal
A vegetação pantaneira é um mosaico de três regiões distintas: amazônica,
cerrado e chaco (paraguaio e boliviano). Durante a seca, os campos se
tornam amarelados e não raro a temperatura desce a níveis abaixo de 0 ºC,
influenciada pelos ventos que chegam do sul do continente.
A vegetação do Pantanal não é homogênea e há um padrão diferente de flora
de acordo com o solo e a altitude. Nas partes mais baixas, predominam as
gramíneas, que são áreas de pastagens naturais para o gado — a pecuária é
a principal atividade econômica do Pantanal. A vegetação de cerrado, com
árvores de porte médio entremeadas de arbustos e plantas rasteiras,
aparece nas alturas médias. A poucos metros acima das áreas inundáveis,
ficam os capões de mato, com árvores maiores como angico, ipê e aroeira.
Em altitudes maiores, o clima árido e seco torna a paisagem parecida com a
da caatinga, apresentando espécies típicas como o mandacaru, plantas
aquáticas, piúvas (da família dos ipês com flores róseas e amarelas),
palmeiras, orquídeas, figueiras e aroeiras.
Fauna do Pantanal
A fauna pantaneira é muito rica, provavelmente a mais rica do planeta. Há
650 espécies de aves (no Brasil inteiro estão catalogadas cerca de 1800).
A mais espetacular é a arara-azul-grande, uma espécie ameaçada de
extinção. Há ainda tuiuiús (a ave símbolo do Pantanal), tucanos,
periquitos, garças-brancas, jaburus, beija-flores (os menores chegam a
pesar dois gramas), socós (espécie de garça de coloração castanha),
jaçanãs, emas, seriemas, papagaios, colhereiros, gaviões, carcarás e
curicacas.
No Pantanal já foram catalogadas mais de 1.100 espécies de borboletas.
Contam-se mais de 80 espécies de mamíferos, sendo os principais a
onça-pintada (atinge a 1,2 m de comprimento, 0,85 cm de altura e pesa até
200 kg), capivara, lobinho, veado-campeiro, veado catingueiro, lobo-guará,
macaco-prego, cervo do pantanal, bugio (macaco que produz um ruído
assustador ao amanhecer), porco do mato, tamanduá, cachorro-do-mato, anta,
preguiça, ariranha, suçuarana, quati, tatu etc.
A região também é extremamente piscosa, já tendo sido catalogadas 263
espécies de peixes: piranha (peixe carnívoro e extremamente voraz), pacu,
pintado, dourado, cachara, curimbatá, jaú e piau são as principais
encontradas.
Há uma infinidade de répteis, sendo o principal o jacaré (jacaré-do-pantanal
e jacaré-de-coroa), cobras (sucuri, jibóia, cobras-d’água e outras),
lagartos (camaleão, calango-verde) e quelônios (jabuti e cágado).
Principais cidades localizadas dentro do Pantanal
Corumbá, principal centro de apoio ao turistaAquidauana;
Cáceres (capital mundial da pesca);
Corumbá (a capital do pantanal);
Coxim;
Miranda.
Poconé;
Barão de Melgaço;
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