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O município de
Presidente Prudente foi criado pela Lei Estadual n.º 1.798/21 de
28 de novembro de 1.921, sendo instalado em 27 de agosto de
1.923. A comarca foi criada em 8 de dezembro de 1922 pela lei
n.º 1.887/22, desmembrando-se de Assis e sendo instalada em 13 de
março de 1.923. Na ocasião da criação do município, este tomou o
nome da estação ferroviária, já batizada com o nome de Presidente
Prudente, visto a importância relevante da estrada de ferro para
o desenvolvimento do município e região. |
A
colonização da região foi feita inicialmente por migrantes vindos
do sul de Minas Gerais, comandados por José Teodoro de Souza, mineiro
de Pouso Alegre, atraídos pelas terras férteis do sudoeste Paulista
e também porque o café era uma boa opção de trabalho no estado de
São Paulo.
Com a
expansão da Estrada de Ferro Sorocabana, uma importante forma de
penetração e uma via de escoamento da produção cafeeira, a
colonização tornou-se mais fácil e rápida. Ao longo da ferrovia
multiplicaram-se os núcleos urbanos, dentre os quais Presidente
Prudente cuja origem está ligada a dois coronéis, - os senhores
Francisco de Paula Goulart e José Soares Marcondes.
O Coronel
Goulart abriu a primeira clareira no local onde fica a estação da
Estrada de Ferro Sorocabana. Algum tempo depois, o Coronel Marcondes
dono da Companhia Marcondes de Colonização, adquiriu 4.700 alqueires
de terras, dividindo-os em lotes e instalando os primeiros
patrimônios da região.
Desta forma
instalaram-se a Vila Goulart e a Vila Marcondes, sendo separadas
apenas pelos trilhos da estrada de ferro. O objetivo principal destas
vilas era o de abastecer de gêneros alimentícios e de ferramentas de
trabalho os compradores de terras, assegurando assim a fixação dos
colonos na região.
A rivalidade
estabelecida entre a Vila Goulart e a Vila Marcondes, tornou-se
extremamente benéfica para o povoado ao passo que foram criadas
condições favoráveis para quem desejasse instalar um ponto comercial.
Os lotes eram oferecidos a preços baixos ou em muitos casos
gratuitamente, a fim de atrair mais moradores.
Tanto os
coronéis Goulart como Marcondes trataram de ligar suas vilas aos
patrimônios, por eles fundados, abrindo assim as primeiras vias da
região.
A Região de
Presidente Prudente atravessou distintas fases econômicas desde a
extração da madeira, a criação de gado, passando pelo café (décadas
de 20 e 30 ), do algodão ( décadas de 30 e 40 ), da menta, do
amendoim e novamente o predomínio do gado até os dias atuais.
A fase do
café foi muito próspera na qual a região de Presidente Prudente e
outras áreas do Estado puderam desfrutar de um crescimento econômico
acentuado, proporcionados pelos lucros da monocultura cafeeira. A
necessidade de grande quantidade de mão de obra fez com que a região
de Presidente Prudente acabasse sendo povoada, a fim de, produzir o
chamado "ouro verde" símbolo de riqueza e poder regional.
Com a
decadência do café no Brasil e na região, nos fins da década de 1920
os preços do produto tornam-se pouco compensadores e seu cultivo
deixa de ser atraente por auferir poucos lucros, ocorrendo outras
atividades agrícolas em substituição a esta cultura.
Introduziu-se
o algodão de fibra longa, que apresentava um mercado internacional
com preços ascendentes, bem como a introdução da pecuária de corte na
região, agora com ênfase comercial, diferentemente da época de
colonização.
A fase do
algodão prospera e declina, com o aparecimento da fibra sintética.
Os solos já empobrecidos pelo café foram os que receberam o cultivo
do algodão, não dando suporte para esta nova atividade agrícola.
Instalavam-se então novas lavouras, como o amendoim.
A partir da
década de 40 a atividade econômica que passa a ser predominante na
região é a pecuária de corte que, trazida pelos desbravadores
mineiros, encontra condições satisfatórias para desenvolver-se
graças à tradição criatória destes colonizadores que utilizavam o
gado como fornecedor de alimentos, bem como animais de tração, duas
funções básicas para a sobrevivência dos colonizadores. O município
adquire independência político-administrativa rapidamente, impondo a
sua presença no contexto regional, seja com a instalação de agências
bancárias, dentre as quais o Banco do Brasil, dos armazéns do I.B.C.
( Instituto Brasileiro do Café ), com as serrarias, chegando a
atingir um total de 19 em 1936, as máquinas de beneficiar o algodão
ao longo das décadas de 40, 50 ou 60, ou com os primeiros
frigoríficos (nas décadas de 50 e 60) até a implantação do Distrito
Industrial, o que acaba por conferir à cidade de Presidente Prudente
a condição de principal centro regional.
O movimento
comercial e de serviços ao longo dos anos além de ampliar-se,
diversificou para atender as necessidades do crescimento constante
da população e porque a cidade passava a ser um dos pontos de
referência da região. Cabe lembrar que Presidente Prudente ao longo
de sua história conquistou o título de Capital Regional, visto que
a cidade, graças a sua privilegiada localização geográfica, tornou-se
ponto de passagem para aqueles que dirigiam-se para o Paraná e Mato -
Grosso e ponto de chegada para aqueles que se dirigiam para o Oeste
Paulista, conferindo-lhe o direito de ser centro fornecedor e
receptor de mercadorias, produtos e serviços. Atualmente a cidade é
polo comercial e prestador de serviços e considerada Capital do
Oeste Paulista.
Referencia:
Biblioteca pública de presidente Prudente |