Em sua evolução, a área de Mairiporã, inicialmente Juqueri, se configurou
à maneira de outros núcleos de povoamento ao redor da Vila de São Paulo,
servindo como proteção desta e ponto de apoio às rotas de ligação com o
sertão interior.
O povoado surgiu em fins do século XVI ou meados do
século XVII, em torno da Capela de Nossa Senhora do Desterro, erguida por
Antonio de Souza Del Mundo. Ao redor da Capela, e funcionando como apoio
elementar de serviço às atividades rurais, originalmente exclusivas na
área, surgiu um núcleo dotado de interessante traçado e capacidade de
adaptação ao sítio pouco favorável de sua implantação. Inseriu-se
inicialmente na área de domínio administrativo de São Paulo e
posteriormente a de Guarulhos.
Em 1696 o povoado foi elevado à categoria de Vila de Nossa Senhora do
Desterro de Juqueri, palavra tupi que designa uma planta leguminosa,
conhecida também como dormideira. No ano de 1783 passou a ser paróquia; a
capela transformou-se em igreja e passou por diversas modificações (1841,
década de 40 e 1982). A última reforma descaracterizou o antigo templo,
conservando apenas a torre.
A Vila de Juqueri adentrou o século XVIII como fonte de produtos agrícolas
para São Paulo, chegando a produzir algodão e vinho para exportação. Não
prosperou como outras localidades inseridas nas regiões das lavras de ouro
e pedras preciosas, caracterizando-se como pouso de tropeiros que faziam o
abastecimento das Geraes.
Em 1769, a Câmara paulistana determinou a abertura de uma estrada entre
Juqueri e São Paulo. O "Caminho de Juqueri" transformou-se mais tarde na
Estrada Velha de Bragança. Antes Distrito da Capital (1874 a 1880) e de
Nossa Senhora da Conceição de Guarulhos (1881 a 1888), Juqueri passou a
ser município por meio da Lei Provincial nº 67, de 27 de março de 1889. Um
ano antes da emancipação, a São Paulo Railway (Estrada de Ferro
Santos-Jundiaí) construiu a Estação do Juqueri. Em 1898, o Governo do
Estado inaugurou o Hospital-colônia de Juqueri para doentes mentais,
dirigido pelo médico Franco da Rocha.
A associação do nome de Juqueri ao hospital, causando confusão na entrega
de correspondências e desconforto entre os juquerienses, criou um
movimento para mudar o nome do município. Em 1948 o prefeito Bento de
Oliveira solicitou à Assembléia Legislativa autorização para a mudança. Na
ocasião, o deputado Ulisses Guimarães apoiou o pedido e pronunciou a
célebre frase: "Juqueri, terra de loucos. Loucos por cidadania".
No dia 24 de dezembro daquele ano foi aprovada a Lei no 233, permitindo a
mudança do nome do município. O nome Mairiporã, entre outros de origem
tupi-guarani, foi sugerido pelo jornalista e poeta Araújo Jorge,
significando precisamente cidade (mairi) bonita (porã). Assim, a cidade é
conhecida como Aldeia Pitoresca.
Na década de 50, Mairiporã é marcada pela vinda da Companhia
Cinematográfica Multi Filmes, dirigida pelo cineasta Mário Civelli. Hoje
ainda existem os barracões da companhia, onde foi rodado o primeiro filme
colorido no Brasil.
Com a implantação da Rodovia Fernão Dias, ligação de São Paulo para Minas
Gerais, houve uma redescoberta e valorização intensa de Mairiporã, em
razão dos atributos naturais da região para abrigar residências
secundárias de alto padrão (lazer/recreio) e posteriormente para moradia
fixa. O boom imobiliário ocorreu a partir do final da década de 70 e anos
80. A esse movimento contrapôs-se a Lei de Proteção dos Mananciais (leis
estaduais nos 898/75 e 1.172/76), para preservação dos recursos hídricos
responsáveis pelo abastecimento de grande parte da população
metropolitana. Em 1992, a região da Cantareira foi reconhecida como
Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
Referencias Prefeitura
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