A partir de 1820 a Europa começou a conviver com uma série de problemas sociais provenientes do aumento da população e da falta de desenvolvimento da indústria e da agricultura; em conseqüência, grande parte da população ficou sem alimentação e sem emprego. Para os empregados os salários eram baixos e havia muita injustiça social. Foi então que milhares de europeus deixaram seus países e se estabeleceram em outros países; muitos vieram para o Brasil, inclusive porque o governo brasileiro incentivava as imigrações para que o Brasil pudesse crescer economicamente. Foi dentro deste contexto que um grupo de famílias francesas, lideradas pelo Dr. Mure, se estabeleceu (em 1841) aqui na região; parte das famílias se estabeleceu na Vila da Glória e o restante no bairro Palmital. O objetivo era criar um grande centro comercial e na visão dos franceses o local era adequado pois estavam de frente para o mar para exportar os produtos e próximos à estrada de Três Barras o que lhes permitia comprar carne do interior do país a preços baixos e vender seus produtos; na ocasião o principal alimento da população era carne de gado e peixe. Também pretendiam construir e vender máquinas a vapor (para locomotivas e fábricas) que haviam sido inventadas há pouco. Este grupo de famílias pretendia viver de acordo com o pensamento de um pensador francês, Charles Fourier (1772-1837); segundo ele, a sociedade ideal era a que aglomerasse um grupo de famílias com vários profissionais, oficinas, hospedaria etc. Todos trabalhariam em função do grupo, chamado falanstério; as refeições seriam em comum, para expressar esta unidade. Os produtos não seriam comprados e vendidos entre eles mas usados segundo as necessidades de cada um como se fosse uma grande família. As atividades comerciais seriam com outras comunidades; dentro do falanstério viveriam como irmãos, tendo tudo em comum. Diversas oficinas e diferentes profissionais se fariam necessários para que houvesse uma auto-suficiência como nos feudos da idade média. Esta sociedade viveria num sistema de justiça e igualdade. A península do Saí foi, portanto, o local onde se estabeleceu a única tentativa para instalação de uma comunidade falansteriana no Brasil. Este grandioso empreendimento se extinguiu em 1847 em parte por causa das rivalidades entre os dois grupos (da Glória e do Palmital); mas o motivo principal do fracasso do empreendimento foi a estrada de Três Barras que a partir de 1842 estava interditada por causa das árvores tombadas sobre seu leito e das pontes estragadas. O governo brasileiro não manifestou interesse em restaurar a estrada porque ela era economicamente inviável e porque na ocasião havia outras prioridades a nível federal; os franceses deixaram o local dirigindo-se para outros estados, sobretudo Rio de Janeiro ou voltando para a França. Dentro dos limites da atual área urbana os primeiros moradores se fixaram em 1914; foram o Sr. Manoel Martins (que veio de Guaraqueçaba, PR), Cândido da Veiga (português) e Theodor Roco. Em 1919 um outro grupo de franceses estabeleceu-se no bairro Palmital e um segundo grupo se estabeleceu no bairro Barrancos mas em 1935 voltaram para a França (alguns foram para outros estados) porque seus empreendimentos faliram, conforme exposto adiante. No dia 15/12/1927 foi criado o distrito de Palmital com sede no atual bairro Palmital. Em 1935 o distrito passou a ter sua sede aqui em Garuva e passou a se chamar distrito São João do Palmital. Esta data coincide com a falência da empresa agrícola Palmital e a saída de muitas famílias do local em virtude do término das atividades agrícolas e comerciais ligadas à empresa.Em 1942 o nome foi mudado pelo prefeito José Alves de Carvalho Filho e passou a ser chamar Distrito de Garuva, já que em Santa Catarina havia muitos distritos com o nome de São João e isto criava confusão. No dia 20 de dezembro de 1963 houve a emancipação política (desmembrando de São Francisco); a instalação do município foi no dia 29/02/1964 e nomeado o 1º prefeito provisório, sr. Olívio Nóbrega; 6 meses após passou o cargo a Raul Esbarna e em novembro de 1964 foi eleito o 1º prefeito Dorico Paese. O sr. Dorico, que já fora vereador por São Francisco, foi um dos grandes batalhadores pela emancipação de Garuva; a ele Garuva deve a chegada da energia elétrica e muitas outras conquistas; seu nome está intimamente associado à história do município; o aniversário do município é celebrado, portanto, no dia 20 de dezembro. Conheça os pontos Historicos da cidade
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