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Cultura de Santo Antonio da Patrulha RS

 

ATRATIVOS CULTURAIS


MUSEU ANTROPOLÓGICO CALDAS JÚNIOR

Em 1826 a casa onde está localizado o museu abrigou o Imperador D. Pedro I e onde morou Caldas Jr. As exposições do museu vão desde a pré-história ao modo de vida das famílias patrulhenses, destacando o quarto da donzela, a cozinha típica e a sala do patrono, com esculturas de Arjonas e Corona e outra sala com exposições temporárias.

ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL

Com farta documentação contando a história do município. Atende pesquisadores com hora marcada.

PIRA DA PÁTRIA

Local onde foi erguida a primeira Capela que deu origem a Vila de Santo Antônio em 1760. Na Pira estão sepultados os nossos fundadores.

SALA AÇORIANA

Exposição com presentes que o povo açoriano enviou aos patrulhenses em 20 de abril de 1991. A importância deste acervo está em resgatar as raízes açorianas na área norte litorânea do Rio Grande do Sul, bem como criar mecanismos de intercâmbio cultural e memória entre a região açoriana (Litoral Norte) e o Arquipélago dos Açores. Faz parte da Sala: trajos, artesanato, quadros, postais, livros, bonecas. . .

CENTRO HISTÓRICO

Casario em forma de enfita, construção luso-açoriana, com mais de 250 anos de existência.

FONTE IMPERIAL

Construída por ordem de D. Pedro I., a pedido da comunidade em 1826, e foi restaurada em 1847 pelo governo da província. Apresenta as Armas do Império Brasileiro.

IGREJA MATRIZ DE SANTO ANTÔNIO

É a quarta sede da paróquia, iniciada em 1848 e concluída em 1928.
 

 

ASPECTOS CULTURAIS

A cultura patrulhense recebe influências de vários grupos étnicos tais como poloneses, italianos, alemães, etc., mas predominam os elementos culturais de origem luso-açoriana.

É deste que originam os:
 

TERNOS DE REIS (cantigas de ciclo natalino que de casa em casa, saúdam o nascimento do Menino Jesus);

 

CAVALHADAS (encenação das lutas entre mouros e cristãos);

 

TERÇO CANTADO (reza do terço em forma de cantata);

 

CANTIGAS DE OI-LA-RAI (cantos entoados durante as lidas do trabalho);

 

VELAÇÃO DE SÃO BOM JESUS (em agosto são feitas orações, acende-se velas por 24 horas agradecendo a graça recebida, segue-se ofertando ex-votos, leilão de prendas e até danças);

 

MESA DE INOCENTES (almoço onde é servido sopa de massa com galinha e pão d’água, seguida de doces típicos, como merengue à criança com menos de 7 anos, em pagamento de promessas);

 

PÃO POR DEUS (versos para expressar carinho).

Outras manifestações estão ressurgindo e fortalecendo-se na comunidade como a FESTA DO DIVINO (festa em homenagem a terceira pessoa da Santíssima Trindade) e a sua FOLIA (cantoria de peditório e saudação); o BAILE DE MASQUÊ , (reorganizado por um grupo da localidade de Vila Palmeira, onde homens, formando pares, alguns vestidos de mulher, dançam a quadrilha); a FESTA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO (tradicionalmente organizada por negros, com sua procissão colorida e como maior atração o Quadro das Mordomas; a FESTA DE SANTO ANTÔNIO (cuja origem se perde no tempo, hoje apresenta inovações com peculiaridades luso-açoriano).

CAVALHADAS

Torneio hípico, encenação de lutas entre Mouros e Cristãos.

Conforme tradição oral, a “Cavalhada” vem de Carlos Magno e dos torneios que os “Doze Pares da França” realizavam, nos momentos de descanso, entre as lutas empreendidas.

As cavalhadas não se apresentam da mesma forma em nosso Estado. O município de Santo Antônio da Patrulha, é reconhecido pela riqueza, esmero e fidelidade à indumentária usada pelos guerreiros. É o grupo mais atuante e em evidência.

Fazem parte das cavalhadas dois grupos de onze cavaleiros, cada ( azuis-cristãos , vermelhos-mouros) dois “máscaras” ou palhaços, um “espia e sua mulher, a Sofia (homem vestido de mulher), dois porta-estandarte, um mouro e outro cristão, a princesa moura, Floripa, e os pajens ( ajudantes).
Há também o castelo dos mouros e o castelo dos cristãos.

Tanto mouro, quanto cristãos tem seu embaixador, um guia, um contra-guia, o porta-estandarte e corredores.


A apresentação consta de dois grandes momentos: manhã - as lutas e paz a tarde- confraternização através de jogos.

Atualmente estão realizando a apresentação apenas à tarde, porém não é completo.

São seguintes as etapas:        

a) Reconhecimento da “praça” por palhaços e Sofia.

b) Reconhecimento da “praça” pelos mouros que, ao entrarem percebem a presença do espia em seus domínio, por isto, voltam-se entrincheiram fora do campo.

c) Reconhecimento da “praça” pelos cristãos.

d) Morte do espia pelos mouros.

e) Retirada do corpo do “espia” pelos palhaços. Sofia chora a morte do espia.

f) Entrada de rua: os dois grupos ao mesmo tempo na praça, por lados opostos, fazendo evoluções em forma de oito.
 

Iniciam-se as lutas, por lados opostos, e ora atacam o “castelo” mouro, ora o “castelo” cristão. A outra “briga”, a de espada, ,é no meio da praça, e voltam aos seus lugares de início. Retornam em pares , um mouro e outro cristão, ao centro da praça e se degladiam.

Embaixada Cristã: enviam seu embaixador acompanhado de dois corredores, o qual propõe a rendição moura. Estes em resposta prendem o representante cristão, e os seus acompanhantes voltam ao “castelo” de origem.

Castelo de cruz: com toda a fila, conduzidos pelos guias, os dois grupos brigam no meio da “praça”, com lança, pistola e espada, duas vezes, retornando em seguida aos respectivos “castelos”.

Rapto da princesa Floripa pelo embaixador cristão, que  a leva como refém para o seu “castelo”.

Embaixada moura vem pedir que entreguem a Floripa. Então, os cristãos propõem a paz em troca do batismo, o que não é aceito pelos mouros, e irão decidir pelas armas.

Castelo de fogo.

O “X”  de quatro filas.

O Bento Gonçalves.

Arcancilio de lança.

A prisão dos mouros após um “castelo de cruz”, no meio da “praça”, perseguem os mouros, que apeiam de suas montarias para defender seu “castelo”. mas são cercados pelos cristãos. Têm suas espadas apreendidas.

O batismo mouro: lado a lado cristãos e mouros ,dirigem-se à “igreja”, para receberem o batismo. Com este ato encerra-se o primeiro momento. O segundo momento, que é realizado à tarde, caracteriza-se pela confraternização. Agora, cristãos e mouros convertidos vão festejar a paz, irmanadas na mesma fé. Temos, então os jogos seguintes:
 


a) Derrubada individual das cabeças,
b) Tirada das argelinas,
c) “Alcance” do bouquet,
d) Despedida (intercalados mouros e cristãos, com evoluções de “8”),
e) Despedida do lenço branco. considerada uma das partes mais bonitas.

É o momento em que familiares, amigos acenam seus lenços brancos aos corredores.
Nas festas religiosas o encerramento ocorre com o “baile dos corredores” onde o festeiro faz agradecimentos e os corredores dançam com suas damas a tradicional valsa.