História
Entre Ijuís RS
Por não encontrarem uma
maneira de atravessar o rio Ijuí - Grande, os primeiros Jesuítas que
chegaram na região, em plena época de "cheia", estiveram a ponto de
construir a última redução de Santo Ângelo nesse lado do rio. Eles tinham
a preocupação de escolher lugares altos para a fundação de reduções,
facilitando assim a comunicação entre si, pois deveria ser avistada a
redução de São João recebendo as comunicações através de espelhos durante
o dia e a noite por sinais luminosos.
Chegaram a escolher (onde hoje está localizado o CTG- O Grito do
Sepé) mas, com a descoberta de um "vau" que dava passagem para a outra
margem do rio Ijuí - Grande, tal idéia foi abandonada, pois deveriam
seguir os projetos inicialmente elaborados. Mas, o passo existia e na
época de águas baixas é que era mais utilizado por índios desgarrados das
reduções, tropeiros e carreteiros.
Em 22 de março de 1873, Santo Ângelo se desmembrava de Cruz Alta e o
passo do Ijuí começa a ter as primeiras moradas. Quando o Governo
Republicano delegou poderes à Delegacia de Terras e colonização em maio de
1890, era decisão colonizar a bacia do Rio Ijuí, sob a chefia do Eng. José
Manuel da Siqueira Couto.
Em 18 de outubro de 1890 era fundada a colônia Ijuí - Grande que
abrangia grande extensão de terras costeando a margem esquerda do rio
Ijuí, onde mais tarde surgiria a cidade de Ijuí.
Seria em 1923 que dois novos fatos viriam agitar o pacato "passo". O
primeiro foi a construção do primeiro comércio organizado pelo Sr. Ernesto
Cardoso de Aguiar que muito aumentou o movimento de pessoas na sede. O
segundo foi o "estouro" da revolução entre Maragatos e Chimangos. O passo
do Ijuí era ponto estratégico e o Maragato "Juca Raimundo" então organizou
15 homens dispostos a não entregá-lo. Houve um grande combate onde foram
vencedoras as forças do Governo.
Em 1948 era criado o Distrito de Entre-Ijuís pela Lei Municipal nº 3
de 26 de agosto desse ano. Entre-Ijuís passa a ter este nome por estar
localizado entre Ijuí, ou seja o Ijuí Grande ao Norte, o Ijuizinho ao
Oeste, o rio Chuni ao Sul e novamente o rio Ijuí Grande a Leste.
Em 1952 inaugurou-se a ponte de concreto, obra do Governo Estadual de
Ernesto Dorneles e surgiria então um movimento de revolta contra o
"Pedágio" que seria cobrado para quem usasse a ponte. O povo uniu-se e,
numa manifestação que chegaria quase ao confronto armado, sendo as
guaritas jogadas na água, o Governo recuou em sua decisão e 30 anos após a
derrota dos Maragatos, no mesmo local, era o Governo derrotado pelo povo.
A partir de então, o progresso, vindo de todos os quadrantes e em
todas as formas, chegaria a Entre-Ijuís, em uma evolução normal atingindo
hoje condições e fachada de cidade. Em 20 de dezembro de 1987, Entre-Ijuís
realizou seu plebiscito obtendo a maioria dos votos favoráveis à
emancipação. Entre-Ijuís é hoje uma realidade. E reúne todas as condições
de crescer independentemente e continuar a escrever e participar da
história rio-grandense.
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