Botos que dançam nas festas e emprenham
donzelas. Iaras que seduzem os homens e os levam para seus reinos
encantados. Cobras-grandes, Curupiras, Caaporas, Matintapereira, cabeças
voadoras de pessoas transformadas em duendes que vagam à noite. O folclore
rondoniense é, acima de tudo, um espetáculo de lendas. Todas com
influência indígena e amazonense. E uma das grandes festas folclóricas é o
Arraial Flor de Maracujá em Porto Velho. É nesta festa que o Boi Bumbá se
manifesta. Herdado do Nordeste, o bumba-meu-boi é uma manifestação
folclórica que resume elementos culturais portugueses, africanos e
indígenas. A festa é quando Porto Velho vira um verdadeiro arraial, com
milhares de bandeirinhas coloridas nas barracas das praças e ruas, onde é
servida grande variedade de pratos típicos. A quadrilha é comandada pelo
¨marcante¨, uma pessoa que conduz o desenvolvimento e a mudança dos
movimentos de dança, executada por milhares de participantes vestidos de
caipira. É uma manifestação popular das mais interessantes e ocorre
simultaneamente à época das festas juninas.
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ARRAIAL -
ÍNDIA BOI BUMBÁ
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No tempo da colonização, empresas do
exterior decidiram investir na extração da madeira e para transportar a
carga, construíram a ferrovia que interliga Porto Velho à Guajara-Mirim.
ESTRADA DE FERRO
MADEIRA MAMORÉ
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Tradição de origem portuguesa, a Festa
do Divino Espírito Santo é uma das mais cultuadas em Rondônia. Trata-se de
um verdadeiro ato de fé e religiosidade entre cristãos e visitantes dos
mais diversos lugares do Brasil. A festa consegue reunir centenas de fiéis
nos meses de abril, maio e junho num memorável e belo espetáculo. Segundo
moradores, o Divino é festejado desde 1899, mas a origem está em Portugal,
sendo oficializada pela rainha Dona Isabel, em peregrinações feitas por
cristãos que carregavam uma bandeira com o símbolo do Divino, a pomba.
Adaptada aqui no Brasil, a festa tem como principal meta de peregrinação a
coleta de donativos em benefício da comunidade, mas tem também a parte
profana, com muita alegria, música e apresentações. Uma grande e
emocionante manifestação de fé em pleno Vale do Guaporé, na região central
rondoniense.
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FESTA DO DIVINO
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Jerusalém da Amazônia é a segunda maior
cidade cenográfica do mundo onde se encena a Paixão de Cristo durante a
Semana Santa, perdendo somente para Recife. Local de construção rústica
com amplo espaço, Jerusalém fica a 21 km do centro de Porto Velho. Para
não coincidir com o calendário de outras festas do Estado, a encenação
normalmente é realizada na segunda quinzena de maio. BR 364 - km 15 –
sentido Cuiabá.
JERUSALÉM DA
AMAZÔNIA |
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Belo e quase inacessível, é ainda
praticamente virgem e contém a reserva indígena Uru Eu Wau Wau. Constitui
uma Unidade de Conservação Ambiental, sob administração do IBAMA. Na serra
nascem vários dos rios que alimentam as principais bacias hidrográficas do
estado, como as do Guaporé-Mamoré, Madeira e Machado. As fotos são todas
da autoria de Luis Claudio Fernandes. Foram obtidas de um helicóptero,
ainda a forma mais prática de acesso ao Parque
Apenas para deixar evidente os imensos
sacrifícios exigidos para sua construção: quatro de seus canhões, de
bronze e calibre 24, enviados de Belém do Pará em 1825, através do rio
Tapajós, levaram cinco anos para alcançar seu destino. O Forte dista 375km
da cidade de Guajará Mirim, e 1.145km, em linha reta, de Manaus.
A fronteira oeste de Rondônia é
delimitada pelos rios Guaporé, Mamoré, Madeira e Abunã, que separam o
Brasil da Bolívia. O Vale do rio Guaporé é uma região riquíssima em
biodiversidade e belezas naturais. Constitui uma zona de transição entre o
Pantanal mato-grossense e a Amazônia. Sua flora e fauna mostram espécimes
desses dois ecossistemas. O corredor que se estende entre Porto Velho (no
Madeira) e Costa Marques (no Guaporé) foi estabelecido como um dos pólos
de ecoturismo da Amazônia. Será, entretanto, necessário manter os rios
livres da pesca predatória atualmente praticada, e o desmatamento
controlado.
Na galeria de imagens, as fotos mostram o rio Guaporé, nas proximidades da
cidade de Costa Marques, da qual foram registradas também algumas cenas.
As fotos são de Betty Brito.
RIO GUAPORÉ
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