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A HISTORIA DE ANGRA DO REIS ATRAVÉS DOS
CICLOS ECONÔMICOS DO PAÍS.
Na língua
portuguesa, Angra designa uma enseada
largamente aberta, com costas altas.
Tendo seus descobridores aqui chegado no
dia de Reis de 1502, esta recebeu o nome
de Angra dos Reis.
O município caracteriza-se por uma costa
privilegiada. A imensa baía com centenas
de ilhas forma um local protegido do mar
aberto e dos ventos, o que proporciona
às embarcações um refúgio aberto e dos
ventos, o que proporciona às embarcações
um refúgio abrigado. Esta singularidade
geografica da região vem sendo utilizada
de diferentes maneiras conforme as
necessidades dos diferentes ciclos
econômicos da história do país.
No primeiro período da história de
Angra, o município era um importante
entreposto comercial, pois,
encontrava-se no meio da rota marítima
que fazia a ligação entre as “Vilas de
S. Vicente e S. Sebastião do Rio de
Janeiro.”
O
primeiro povoado local, elevado à
categoria de Vila já em 1608, se fez na
região hoje chamada de Vila Velha.
Em 1624 foi o abandono da
localidade primitiva e a mudança do
povoado para o atual sitio de Angra dos
Reis. O antigo sitio da povoação recebeu
o nome de Vila Velha, conservado até
hoje.
O
início da construção do “Caminho Novo”,
estrada que fazia a ligação por terra do
interior de São Paulo e Minas Gerais ao
atual estado do Rio, deu-se em 1728,
evitando o percurso marítimo antigo, via
o entreposto de Paraty, na época muito
vulnerável à pirataria. Essa via possuía
ligação direta com Angra dos Reis e as
cidades de Lídice e Rio Claro, o que
impulsionou o desenvolvimento e
enriquecimento da região.
Esse
enriquecimento de Angra pode-se ver
expresso na construção do convento São
Bernardino de Sena, iniciado em 1763 e
concluído cinco anos mais tarde. O
desenvolvimento urbano, contudo, só
acontece no séc. XIX, quando Angra
tornou-se um importante porto para o
tráfico de escravos e escoamento do café
do Vale do Paraíba.
Em 1835, a antiga
povoação de N. S. da Conceição, agora
Angra dos Reis, foi elevada à categoria
de cidade. A Santa Casa de Misericórdia
(atual Hospital Municipal) foi
construída em 1836 para atender aos
casos de tifo, malária e febre amarela;
o Paço Municipal (atual Prefeitura), em
1871 e o primeiro jornal semanal, em
1860. São também desta época, os grandes
sobrados da cidade e a antiga cadeia,
hoje Câmara Municipal.
Na
segunda metade do séc. XIX, três fatores
desorganizam a economia local: a
construção da estrada de ferro que ligou
o Rio de Janeiro a São Paulo através do
Vale do Paraíba, a decadência do café no
mesmo vale e por fim a abolição da
escravidão. Em conjunto, esses fatores
desarticularam as bases onde se
assentava a sobrevivência da economia
local.
O novo século manterá a tradição que diz
ter estado o município sempre ligado aos
grandes ciclos do país. Com o fim da
República Velha e a Ascensão da “Era
Vargas”, teremos a construção de um
ramal ferroviário, ligando Angra dos
reis à Estrada de Ferro D. Pedro II, na
região do Vale do Paraíba, que iria
posteriormente sediar a construção da
Companhia Siderúrgica Nacional. Isso
ocorreu em 1931 e, já em 1932, o porto
da cidade inicia suas operações.
Com a política desenvolvimentista de
Juscelino Kubischeck, a década de
cinqüenta assistirá à construção (com
capital holandês) do Estaleiro Verolme,
no atual distrito de Jacuecanga. A
indústria naval seria privilegiada pela
posição geográfica de nosso litoral.
A ditadura militar das décadas de 60 e
70 trará a implantação de grandes
projetos para a região. Nos anos 70, o
Programa Nuclear Brasileiro escolherá
Angra dos Reis como local para a
instalação das Usinas de Angra I e II (
1972 / 1985 ), que utilizam a água do
mar para resfriamento do reator.
Em 1977 é inaugurado o Terminal
Petrolífero da Baía da Ilha Grande(TEBIG),
para receber navios de grande porte.
Possuindo dez grandes tanques para o
armazenamento de petróleo, estes estão
ligados à refinaria de Duque de Caxias
no Rio de Janeiro e de Gabriel Passos em
Belo Horizonte, Minas Gerais.
Ainda na mesma época, é iniciada em 1972
a abertura da Rodovia Rio-Santos, BR
101, que possibilitou a instalação de
empreendimentos turísticos e
imobiliários. Com a valorização,
iniciou-se o processo de ocupação dos
melhores terrenos ao longo do litoral.
Hoje a história de Angra continua sendo
contada ao redor de suas águas, através
dos proeiros das traineiras de pesca,
das mansões à beira-mar, das escunas,
lanchas... De seus trabalhadores,
moradores, veranistas e turistas... Dos
naufrágios que aqui repousam, do
silêncio dos mergulhadores, do barulho
das águas que vão e vem, dos barcos, dos
navios e dos veleiros, que aqui sempre
buscam as águas abrigadas de Angra dos
Reis.
referencias:
www.angra.rj.gov.br
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