Habitadas anteriormente pelos índios Jacutingas, as terras hoje pertencentes ao
município de Belford Roxo foram assinaladas pela primeira vez no mapa elaborado
por João Teixeira Albernaz II em 1566 entre os rios "Merith, Simpuiy e Agoassu."
Na carta gráfica da capitania do Rio de Janeiro, feita por Manoel Vieira
Leão em 1767, aparece claramente nesta região o Engenho do Brejo, que teve em
Cristovão Mendes Leitão, desde 1739, um de seus primeiros ocupantes.
Cortado pelo Rio Sarapuí e, como quase toda a Baixada Fluminense, cercado por
pântanos e brejais, possuía em sua margem um porto para escoamento da produção:
açúcar, arroz, feijão, milho, e aguardente, como lemos na primeira estatística
realizada no Brasil, no governo do Marquês do Lavradio, entre 1769 e 1779,
mostrando que este engenho fazia parte da Freguesia de Santo Antônio de
Jacutinga.
Pertencia ao "Capitão Apolinário Maciel e seu irmão, o padre Antonio Maciel, com
35 escravos, fabricando 25 caixas de açúcar e 9 pipas de aguardente."
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Sobre este rio de águas límpidas com trechos encachoeirados, escreve monsenhor
Pizarro: "Da Serra da Cachoeira chamada Pequena, situada ao norte, por onde se
divide a mesma Freguesia com a de Santo Antônio de Jacutinga, e forma junto à
Fazenda de S. Mateus, um pântano, do qual nasce o Rio Pioim, cuja grossura por
curvas águas, ou descida de lugares altos, ou depositadas pelas chuvas.
Para esse pantanal aflui a Cachoeira Grande, que se fermenta na Serra do mesmo
nome, e está nos limites da Freguesia de Jacutinga, e misturadas umas às outras
águas, confluindo igualmente às dos lagos e campos por que passam, se
ensoberbecem a ponto de negarem passagem a cavalo (em direitura da Matriz), e
permitem entrada a barcos grandes, impedindo por isso o trânsito da Estrada
Geral para o distrito da Freguesia do Pilar, por cujo caminho se vai à Serra dos
Órgãos, mandou a Câmara fazer, em lugar que pareceu mais apto, uma ponte, para
facilitar a comunicação dos moradores do continente, e também o comércio das
Minas Gerais. Conservando a Cachoeira Pequena o seu nome, até se confundir com o
Rio Pioim , aí o perde, substituindo-lhe a denominação desse rio, porque é
conhecido até à estrada do território de Jacutinga, onde principia a ser Rio de
Santo Antônio; mas a Fazenda do Brejo, em que há uma ponte, toma o apelido de
Rio do Brejo e com ele chega à ponte do distrito de Serapuí de cujo sítio
continua com o nome de Rio de Serapuí, até o mar."
Após uma sucessão de proprietários, em 1815, o Padre Miguel Arcanjo Leitão, que
era proprietário das terras, em apenas um ano vendeu-as ao Primeiro Visconde de
Barbacena Felisberto Caldeira Brant de Oliveira e Horta, futuro Marquês de
Barbacena.
Em 1843 Pedro Caldeira Brandt, o Conde de Iguassú (filho do Primeiro Visconde e
Marquês de Barbacena Felisberto Caldeira Brant de Oliveira e Horta) assume a
Fazenda após o falecimento do pai, que ocorreu na cidade do Rio de Janeiro no
dia 13 de julho de 1942. Pedro era casado com a Condessa de Iguaçu, Maria Izabel
Alcântara Brasileira, filha do Imperador Pedro I com a Marquesa de Santos. Em
1851 A Família Caldeira Brant vende a Fazenda do Brejo para o Comendador Manuel
José Coelho da Rocha. Na segunda metade do século XIX quando, devido a um surto
das epidemias, que assolaram a Baixada durante a Segunda metade do século XIX, a
fazenda entrou em decadência. O assentamento dos trilhos para a passagem da
estrada de ferro Rio D'ouro cortando a fazenda do Brejo em 1872, em terras
doadas pelos descendentes de Coelho da Rocha, deram início a um movimento de
reivindicação para transformá-la em linha de trem de passageiros, pois
anteriormente esta ferrovia foi construída para a captação de água nas serras do
Tinguá, Rio D'ouro e São Pedro, com colocação de aquedutos ao longo de sua
margem.
Prefeitura de Belford Roxo
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