O Centro Nacional de Primatas, localizado em Ananindeua (PA), é o maior centro de Primatologia da América Latina e um dos 10 maiores do mundo. Hoje, 25 pesquisas estão em andamento no CENP. A tentativa de se encontrar uma vacina contra a Malária, a leischmaniose e investigações específicas da Primatologia são apenas algumas das ações desenvolvidas.
O Centro foi criado a partir de um convênio entre o Ministério da Saúde, Ministério da Agricultura, a Organização Pan-americana da Saúde e Organização Mundial da Saúde. A Portaria Ministerial nº 115, de 15 de março de 1978, estabeleceu o convênio.
Na época, o Brasil precisava de uma política de uso racional dos recursos naturais na área da Primatologia, uma vez que os países da Ásia e da África estavam fechando as portas para a questão do uso dos macacos em pesquisas. Com isso, pesquisadores do mundo inteiro voltaram as atenções para os macacos latino-americanos.
Recursos - O CENP é mantido por um orçamento programado, que é enviado à Fundação Nacional de Saúde – Funasa. Ele é integrado ao orçamento do Ministério da Saúde e posteriormente vai para a sanção do Presidente da República.
Os Objetivos:
- Planejar e executar política de desenvolvimento de pesquisas científicas voltadas para as populações de primatas não-humanas do Brasil;
- Proporcionar o suprimento necessário às pesquisas no campo das ciências da saúde;
- Assegurar a preservação das espécies;
- Estudar os aspectos relacionados com a ecologia, biologia e a patologia das espécies de primatas.
A vida no CENP
Hoje, a população do CENP está entre 520 e 530 animais, de 25 espécies diferentes, sendo uma exótica, originária da África. Os animais vivem em cativeiro e seguem à risca um padrão de alimentação rico em frutas, verduras e legumes. Em poucos cativeiros no mundo, esse tipo de dieta é desenvolvido.
Inicialmente, a criação do animal em cativeiro foi um desafio para o centro, uma vez que envolvia aspectos fundamentais da alimentação, como a higienização e o manejo dentro das gaiolas. Esses espaços, por exemplo, são lavados todos os dias.
Primeiramente, a dieta foi testada, com a utilização do pão integral umedecido com leite. Depois foram inseridos legumes, frutas e verduras. O macaco de hábitos diurnos, por exemplo, passa das 5 da manhã às 17 horas se movimentando atrás de alimentos.
Os macacos têm alimentação extremamente diversificada pelo fato de serem onívoros. A alimentação vai desde frutas e ovos de pequenos pássaros até insetos e pequenas serpentes. Depois do pão integral, foi testado o arroz integral, alimento que permaneceu na dieta durante muito tempo. Uma curiosidade do CENP foi a descoberta do biscoito canino como fonte rica em proteínas para os macacos.
Reprodução
O CENP tem um excelente índice de reprodução em cativeiro. Isso não é conseguido por muitos cativeiros no mundo. Dependendo da espécie, os macacos podem ser monogâmicos ou poligâmicos. Os monogâmicos dividem geralmente a gaiola com a fêmea e dois filhotes. Já o macho poligâmico divide a gaiola com cerca de 15 fêmeas. Mas é o macaco que manda dentro da gaiola.
Pela lei brasileira, só podem ser utilizados macacos nascidos em cativeiros nas pesquisas biomédicas. Daí a importância da reprodução. Mas existem algumas exceções à lei, constituídas por macacos que não se adaptam em cativeiro e não tem condições de reprodução.
As demais espécies são destinadas à preservação. A reintrodução na floresta é uma etapa ainda a ser vencida e a diretoria do CENP acredita que esse trabalho deve perpassar pela comunidade, por meio dos centros comunitários, associações, ONGs, instituições municipais e estaduais, o Ibama e as escolas. Para realizar essa etapa, também se faz necessário um levantamento das áreas onde as espécies podem ser colocadas.
| | É comum ver na Amazônia animais silvestres sendo criados dentro de casa. Isso está ligado às raízes culturais da população da região. Mas no caso do macaco, ele não deve ser criado como animal de estimação, pois pode trazer grandes prejuízos à saúde da população. |