Veja o que precisa
saber se deseja estudar em Portugal
O pequeno país na “ponta” da Europa virou
destino de muitos brasileiros. São vários os
motivos que tornaram Portugal o queridinho da
vez: o custo de vida reduzido, as vantagens de
estudar em universidades europeias, o idioma
similar e o clima ameno. Tanto para graduação
quanto para a pós, incluindo mestrados
acadêmicos e doutorados, as instituições
portuguesas são avaliadas como excelentes e
apresentam facilidades para brasileiros.
Esse perfil mais amigável não surgiu à toa. Além
do histórico dos dois países, que remete aos
idos do Brasil colônia, as mudanças na
legislação de Portugal e os acordos firmados com
o governo brasileiro facilitaram o intercâmbio
de estudantes. Por exemplo, com a permissão de
processos seletivos alternativos que
contemplassem alunos estrangeiros, esse
movimento ganhou força. De 2014 para cá, mais
universidades portuguesas aderiram à mudança.
Como se candidatar para estudar em Portugal
Quando se trata de
graduação, o caminho mais certeiro para os
alunos interessados é o Exame Nacional do Ensino
Médio, o ENEM. Graças às parcerias firmadas com
o Inep (Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), algumas
instituições portuguesas aceitam o resultado do
teste como requisito único para admitir
brasileiros. Esse movimento começou com o
pontapé inicial vindo da Universidade de
Coimbra, a mais antiga de Portugal, que hoje
disponibiliza mais de 600 vagas para brasileiros.
“O que me chamou a atenção foi o nome e a
tradição de Coimbra como um todo”, resume a
paulista Fabíola Pretel, que começou a graduação
em Jornalismo em Coimbra em 2015. Na época, ela
conta que a possibilidade de estudar no exterior
contando com a nota do ENEM pareceu uma ótima
oportunidade, além dos custos baixos no país.
Atualmente, diversas instituições adotaram o
ENEM como porta de entrada para a graduação,
como a Universidade do Algarve, a Universidade
de Aveiro e o Instituto Politécnico do Porto
(IPP).
Já os candidatos a
mestrado e doutorado (ou “doutoramento”, como
dizem os portugueses) passam por um processo
diferente. Cabe ao aluno interessado reunir
documentos como histórico escolar e cartas de
recomendação para fazer a application – aos
moldes do que acontece em outras instituições
europeias. “Eles pediram meu histórico escolar,
o diploma, uma carta de motivação, e, ainda, que
três pessoas me recomendassem”, explica Ramon
Bittencourt Mendes, que cursa o Mestrado em
Inovação e Empreendedorismo Tecnológico na
Universidade do Porto.
Ainda que muitos
currículos de pós-graduação sejam oferecidos em
inglês, não há exigência de testes padronizados
como o TOEFL ou o IELTS na seleção inicial. No
máximo, é solicitada uma declaração do candidato
sobre sua proficiência no idioma. “Só que, além
das aulas, as apresentações dos seminários, os
debates e os artigos exigidos por disciplina
devem ser todos falados e escritos em inglês”,
destaca a doutoranda em Direitos Humanos nas
Sociedades Contemporâneas Saskya Lopes.
Já o doutorando
Jamil Farkatt enxerga, nas exigências do
doutorado, uma oportunidade para trabalhar de
vez o inglês. “Se você não tiver o idioma na
ponta da língua, mas um currículo bom e muita
vontade de aprender, consegue se desenvolver bem”,
diz ele, que estuda Engenharia e Gestão
Industrial na UPorto.
Cabe ao estudante,
portanto, ficar atento às exigências específicas
de cada instituição, disponíveis nos sites
oficiais. Em casos como o da Universidade do
Porto, por exemplo, cada candidato deve também
enviar aos professores do departamento de
interesse pedidos para orientação da tese.
Como conseguir um intercâmbio
Para quem não pretende fazer uma etapa inteira
da formação em terras portuguesas, outra opção é
a do intercâmbio acadêmico. Há diversas bolsas
para graduação, como as oferecidas pelo banco
Santander , a exemplo das Bolsas
Ibero-Americanas. Para esse tipo de programa,
cabe à universidade brasileira conveniada
selecionar os alunos que são elegíveis ao
intercâmbio – de acordo com processos internos.
Já entidades como
a Capes (Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal
do Nível Superior) e o CNPq (Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico)
também lançam editais para doutorados-sanduíche,
que incluem um período determinado em
universidades portuguesas combinados à
experiência no Brasil.
Quais são os
custos com anuidade
Quando se trata de
anuidade (ou “propina”, como é chamada por lá),
os valores podem variar de acordo com a
instituição de ensino e os acordos firmados com
o Brasil. Algumas delas estabelecem valores
menores para os países lusófonos, como é o caso
da Universidade do Porto. Também há diferença
para os níveis de formação, como é o caso dos
custos para graduação e pós-graduação. Na
Universidade de Coimbra, famosa por concentrar
mais estudantes brasileiros, a mensalidade sai
por 700 euros.
“O que eu aconselharia é tentar verificar qual a
universidade na qual a sua área tem mais
relevância, escolher a melhor e buscar
financiamento”, opina Jamil Farkatt, que
conseguiu uma bolsa Erasmus, depois de se formar
na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
“Pagar por si próprio vale a pena, também. Em
comparação às universidades mais conceituadas e
privadas no Brasil, uma pós-graduação aqui sai
muito barata”, complementa.
Em média, a
candidatura sai por 50 euros – com taxas extras
para quem deseja fazer cursos que necessitem de
exames de aptidão física.
Quais as vantagens
de estudar em Portugal
Por um custo baixo
e com um processo de candidatura simplificado,
Portugal oferece uma experiência acadêmica
consistente. Em outras palavras, bons
professores e boas oportunidades para os alunos.
Como a baiana Saskya Lopes explica, as
universidades investem na internacionalização. “Há
sempre a possibilidade de estar em contato com
pesquisadores de todo o mundo, de conhecer a
perspectiva sobre seu tema nos mais diferentes
lugares, seja em palestras ou discussões no café
com os colegas”, ela explica, destacando sua
experiência em Coimbra.
“Portugal hoje é um país com universidades muito
boas, reconhecidas lá fora. Nomeadamente, a de
Lisboa e a do Porto se destacam em tecnologia”,
aponta Jamil Farkatt. No caso dele, a ideia era
a aproveitar a oportunidade na Europa para
pesquisar energia eólica. “Temos aqui a
oportunidade de trabalhar com docentes
portugueses que têm experiência nos EUA, em
Londres… O corpo docente português é um corpo
docente top class ”, resume.
(conteudo
Fundação estudar)
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