Tapuitapera, a origem – Certidão terras de Cumã –
Localizada Carta de Data de Sesmaria – Data Concedida a
João Alves Pinheiro – O bairro Outra – Banda.
Tapuitapera, a origem
Pela carta régia de 13 junho de 1621, a Coroa portuguesa
criou o Estado do Maranhão, com duas principais
capitanias – O Maranhão e o Grão-Pará – e o subdividiu
em outras secundárias, dentre as quais a de Cumã, com
Tapuitapera, aldeia-cabeça, tornando-o, assim, separado
do Estado do Brasil. Coube o governo de Cumã a Francisco
Coelho de Carvalho, que recebeu orientação do Rei para
doar terras. E assim, adepto e pioneiro da chagada
cancerígena do nepotismo fez, de inicio, uma generosa
dádiva ao próprio irmão, Antônio Coelho d Carvalho,
desembargador do Paço.
Certidão Terras de Cumã
De 1629, carta de confirma esta que se acha no livro de
Tombo da Câmara Municipal desta cidade em caracteres na
maior parte ininteligíveis, sobre estar o livro quase em
fragmentos pela antiguidade, como acima disse. O
referido é verdade Certifico que, examinando o Livro de
tombo do archivo da Camara Municipal desta cidade, que
se acha quase em fragmentos pela sua antiguidade,
encontrei, a folhas 40, do translado da carta de doação
da Capitania do Cumã, feita pelo Governador Francisco
Coelho de Carvalho á Antônio Coelho de Carvalho e
confirmada pelo Rei de Portugal, cujo teor é o seguinte:
“Francisco Coelho de Carvalho, Familiar do Santo Officio
no Reino de Portugal, do Conselho de Capitanias, digo
dos Estados do Maranhão e Grão-Pará, etc. Faço saber aos
que esta minha carta de doação e sesmaria vierem que,
havendo respeito ao que na petição atrás escripta diz
Antônio Coelho de Carvalho, e a vista das causas que
allegar, hei bom bem e serviço de Sua Majestade; e pelos
poderes que desta tenho, dar e doar deste dia para
sempre e todo, de doação de sesmaria ao dito Antônio
Coelho Carvalho para elle e para todos seus sucessores,
huma Capitania na Costa do Maranhão, começando a medir
na barra do Rio Cumã para o norte cinqüenta léguas que á
a repartição que Sua Majestade manda fazer das
Capitanias do Brasil, com todos os salgados, pescarias,
ilhas e todos as mais pertenços e logradouros dos quais
não pagarão pensão nem tributo algun, salvo do dizimo a
Deus Nosso Senhor dos fructos que della houve. Em
virtude do que lhe mandei passar esta minha carta de
doação e sesmaria, que manda se cumpra e guarde
inteiramente como nella e em meo despacho se cometem. E
mando aos Officiais a que pertencerem dêm posse e
demarquem a dita Capintania ao dito Antônio Coelho
Carvalho ou a quem seos poderes tiver para que a logrem
a possuão, elle e seus herdeiros ascendentes e
descendentes, para della e nella facão que lhes parecer
e estiver cousa sua própria, que desde há d’hoje sempre;
com a condição de que dentre em dous annos primeiros
seguintes manda confirmar esta carta de data, pelo
Conselho da Fazenda, como Sua Majestade me ordena em
provisão que me passou para terras deste Estado do
Maranhão, e esta se registrará no L. das dattas dellas,
para em todo o tempo constar em como está feita esta
mercê ao dito Antônio Coelho de Carvalho. Dada nesta
cidade de Bethlem so o meo signal e sinete de minhas
armas, em doze de Junho de mil, seiscentos e vinte e
sete. O Governador Francisco Coelho Carvalho. E eu,
Theodorico Teixeira, Escrivão das ditas demarcações das
terras desta conquista, a escrevi.”
“E o que continha em a dita carta de doação e Sesmaria,
que desentranei da extensa carta de confirmação feita
pelo Rei de Portugal, em quinze de março do que dou fé.
Secretário da Câmara Municipal da Cidade de Alcântara,
22 de maio de 1874. “Caetano Candido Alves Martins.”
Com a morte do primeiro donatário, herdou a Capitania de
Cumã um de seus sobrinhos, Antonio Albuquerque de
Carvalho. Francisco Albuquerque Coelho de Carvalho, o
terceiro donatário, sentindo a necessidade de a Câmara
de Tapuitapera possuir renda própria, instituiu como
patrimônio dela, todas as terras capazes de criar gado,
desde o Periaçu até Ibacá (Viana), fato passado do no
dia 2 de junho de 1742, em Lisboa.
Com a extinção da Capitania de Cumã, pela carta régias
de 1° de junho de 1754, o donatário foi idealizado com
terras transferidas ao ouvidor-mor da Capitania do
Maranhão, Manoel Sarmento.
Mais hsitoria
Segundo a tradição, foi João Alves
Pinheiro, mais tarde conhecido por João Canaçu, natural
da então vila de Santo Antônio de Alcântara, e outros,
os primeiros povoadores do território do município.
Inicialmente foi dado a estas plagas o nome de São Bento
dos Perizes, em virtude de grande quantidade de junco (peri)
existente nos campos que circunvizinham a cidade.
Atualmente predomina somente São Bento. Da penetração
aludida, resultou o povoamento do município, pois seus
primeiros devassadores fixaram residência na região,
edificando confortáveis casas de moradia, fazenda de
gado vacum, dedicando-se também à lavoura. A freguesia
de São Bento foi criada pela Provisão régia de 7 de
novembro de 1805, e a vila pela Resolução da Junta
Governamentiva do Maranhão, de 19 de abril de 1833,
confirmada pela lei provincial nº 7, de 29 de abril do
mesmo ano. Foi elevada à categoria de cidade pela lei
estadual nº 361, de 30 de março de 1905. César Marques,
no seu "Dicionário Histórico e Geográfico da Província
do Maranhão".
"S. Bento (Arraial, freguesia e vila de). Nome e
etimologia São Bento dos Perizes assim chamam todos,
porém rigorosamente devia ser dos Peris, porque a
palavra, que na língua tupi significa junco do campo, é
peri e não periz.
Matriz Os moradores da freguesia requereram ao Dr.
Vigário Capitular Oliveira licença para edificarem a
igreja Matriz, dizendo que já tinham designado o lugar
em que pretendiam faze-la, e já havia alguns moradores
habitando junto do lugar escolhido.
Passou de provisão de criação para igreja Matriz a 29 de
agosto de 1815 e nessa provisão dizia-se que eles
pretendiam com suas esmolas concorrer para a edificação,
pois servia então de Matriz umoratório. À vista de um
requerimento deu-se licença a 10 de julho de 1816 para
se benzer a capela-mor (porque então ainda se achava em
obras o corpo da igreja) e igualmente o corpo da igreja
que quando estivesse acabado. A 5 de outurbro de 1815,
foi lançada a primeira pedra e se deu princípio à obra
da nova igreja, com as cerimônias do ritual romano,
assim certifica o dito Frade Manoel Justino; foi por
este Frade visitada e benta a capela-mor no dia 20 de
outubro de 1816; foi bento o corpo da igreja pelo Frade
a 22 de fevereiro de 1817.
Gentílico: são-bentoense
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de São Bento dos
Perizes, pela provisão Régia de 0711-1805.
Elevado à categoria de vila com a denominação de São
Bento dos Perizes, pela resolução de 19-04-1833,
confirmado pela lei provincial nº 7, de 29-04-1835. Sede
na atual vila de São Bento dos Perizes. Instalado
09-08-1833.
Pela lei municipal nº 2, de 09-05-1893, são criados os
distritos Macapá e Palmeiras anexados do município de
São Bento dos Perizes.
Elevado à condição de cidade com a denominação de São
Bento dos Perizes, pela lei estadual nº 361, de
30-03-1905.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o
município é constituído de 3 distritos: São Bento dos
Perizes, Palmeira e Macapá.
Pela lei nº 850, de 31-03-1919, desmembra do município
de São Bento dos Perizes o distrito de Macapá. Elevado à
categoria de município.
Pelo decreto nº 75, de 22-04-1931, o município de São
Bento dos Perizes, adquiriu o extinto município de
Macapá. Pelo decreto nº 539, de 16-12-1933, o município
de São Bento dos Perizes adquiriu o extinto município de
Cajapió. Em divisão administrativa referente ao ano de
1933, o município é constituído de 4 distritos: São
Bento das Perizes, Cajapió, Macapá e Palmeira. Pelo
decreto nº 855, de 19-06-1935, desmembra do município de
São Bento dos Perizes os distritos de Cajapió e Macapá.
Elevados novamente à categoria de município. Em divisões
territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o
município se denomina de São Bento dos Peris é
constituído do distrito sede. Não figurando o distrito
de Palmeira. Pelo decreto-lei estadual nº 45, de
29-03-1938, o município de São Bento dos Peris passou a
denominar-se simplesmente São Bento. Por ato das
disposições constitucionais transitórias do estado,
promulgado a 28-07-1947, é criado o distrito São Bento
Bacurituba. Com terras desmembradas de Cajapió. Pela lei
estadual nº 269, de 31-12-1948, desmembra do município
de São Bento o distrito de São Bento de Bacurituba
anexado ao município de Cajapió com a denominação
Bacurituba.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município
é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de
2005.
Alterações nímicas municipais
São Bento do Perizes para São Bento do Peris, alterado,
em 1937.São Bento do Peris para simplesmente São Bento
alterado, pela lei estadual nº 45, de 29-03-1938.
Fonte: IBGE
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