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HISTORIA DO MARANHÃO BRASIL




Origem do nome Maranhão

Não há só uma hipótese para a origem do nome do Estado do Maranhão. A teoria mais aceita é que Maranhão era o nome dado ao Rio Amazonas pelos nativos da região antes dos navegantes europeus chegarem ou que tenha algum relação com o Rio Marañon no Peru. Mas há outros possíveis significados como: grande mentira ou mexerico. Outra hipótese seria pelo fato do Estado conter um emaranhado de rios. Também pode significa mar grande ou mar que corre.

Início da colonização do território maranhense

Em 1534, D. João III divide a Colônia Portuguesa no Brasil em Capitanias Hereditárias, sendo o Maranhão parte de 4 delas (Maranhão 1ª parte, Maranhão 2ª parte, Ceará e Rio Grande), para melhor ocupar e proteger o território colonial.

 

Porém, a ocupação no Maranhão aconteceu a partir da invasão francesa à Ilha de Upaon-Açu (Ilha de São Luís) em 1612, liderada por Daniel de La Touche, Senhor de La Ravardière, que tentava fundar colônias no Brasil. Os franceses chegaram a fundar um núcleo de povoamento chamado França Equinocial e um forte chamado de "Fort Saint Louis". Esse foi o início da cidade de São Luís.

Entretanto, os portugueses expulsaram os franceses em 1615 na batalha de Guaxenduba, sob o comando de Jerônimo de Albuquerque Maranhão, e passam a ter controle das terras maranhenses. Nesse episódio, foi importante a participação dos povos índigenas que somaram forças a ambos os lados e estendendo o tamanho da batalha.

Invasão holandesa


Depois de terem invadido a maior parte do território do Nordeste da Colônia portuguesa na América, os holandeses dominaram as terras da Capitania do Maranhão em 1641. Eles desembarcaram em São Luís e tinham como objetivo a expansão da indústria açucareira com novas áreas de produção de cana-de-açúcar.

 

Depois, expandiram-se para o interior da Capitania. Os colonos, insatisfeitos com a presença holandesa, começaram movimentos para a expulsão dos holandeses do Maranhão em 1642, sendo o primeiro movimento contra a dominação holandesa. As lutas só acabaram em 1644 e nelas se destaca Antônio Texeira de Melo como um dos líderes do movimento.

Revolta de Beckma


Em 1682, a Coroa Portuguesa decidiu criar a Companhia de Comércio do Maranhão. Tal Companhia tinha o dever de enviar ao Estado do Maranhão um navio por mês carregado de escravos e alimentos como azeite e vinho. Assim, Portugal pretendia aumentar o comércio da região.

Mas a estratégia não dera certo. A Companhia abusava nos preços e, por vezes, atrasava os navios. Isso somado às péssimas condições de vida na época, fizeram com que entre os colonos se criasse um clima de hostilidade contra a Metropóle.

Liderada por Manuel Beckman (Bequimão) em 1684, começa uma revolta nativista conhecida como a Revolta de Beckman. Os revoltosos queriam o fim da Companhia de Comércio do Maranhão e a expulsão dos jesuítas, pois a Companhia de Jesus era contra a escravidão indígena (principal fonte de mão-de-obra na época).

Os revoltosos chegaram a aprisionar o Capitão-mor de São Luís e outras autoridades, e expulsaram os jesuítas, mas foram derrotados pelas forças da Coroa. Manuel Beckman foi condenado à morte e enforcado em praça pública, apesar de seu irmão, Tomás Beckman ter ido à Portugal para falar diretamente ao rei o motivo da revolta.

O movimento conseguiu fazer com que a Companhia fosse extinta mas não foram atendidos sobre a expulsão dos jesuítas.

Marquês de Pombal e o Maranhão


Adotando ao modelo de déspota esclarecido, D. José I nomeou a Primeiro-Ministro, em Portugal, o Marquês de Pombal que teve importante papel na História do Maranhão.

Pombal fundou o Estado do Grão-Pará e Maranhão com capital em Belém e subdivido em quatro capitanias (Maranhão, Piauí, São José do Rio Negro e Grão-Pará). Além disso, expulsou os jesuítas e criou a Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão cuja atuação desenvolveu a economia maranhense.

Na fase pombalina, a Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão incentivou as migrações de portugueses, principalmente açorianos, e aumentou o tráfico de escravos e produtos para a região. Tal fato fez com que o cultivo de arroz e algodão ganhasse força e logo colocou o Maranhão dentro do sistema agroexportador.

 

Essa prosperidade econômica se refletiu no perfil urbano de São Luís, pois nessa época foi construída a maior parte dos casarões que compõem o Centro Histórico de São Luís que hoje é Patrimônio Mundial da Humanidade. A região enriqueceu e ficou fortemente ligada à Metrópole, quase inexistindo relação comercial com o sul do país.

Mas os projetos do Marquês de Pombal foram abalados quando subiu ao trono D. Maria I que extinguiu a Companhia de comércio e muitas outras ações do Marquês na Colônia.

Adesão do Maranhão à independência do Brasil


No Maranhão, as elites agrícolas e pecuaristas eram muito ligadas à Metrópole e a exemplo de outras províncias se recusaram a aderir à Independência do Brasil. À época, o Maranhão era uma das mais ricas regiões do Brasil.

 

O intenso tráfego marítimo com a Metrópole, justificado pela maior proximidade com a Europa, tornava mais fácil o acesso e as trocas comerciais com Lisboa do que com o sul do país. Os filhos dos comerciantes ricos estudavam em Portugal.

A região era conservadora e avessa aos comandos vindos do Rio de Janeiro. Foi da Junta Governativa da Capital, São Luís, que partiu a iniciativa da repressão ao movimento da Independência no Piauí.

A Junta controlava ainda a região produtora do vale do rio Itapecuru, onde o principal centro era a vila de Caxias. Esta foi a localidade escolhida pelo Major Fidié para se fortificar após a derrota definitiva na Batalha do Jenipapo, no Piauí, imposta pelas tropas brasileiras, compostas por contingentes oriundos do Piauí e do Ceará.

Fidié teve que capitular, sendo preso em Caxias e depois mandado para Portugal, onde foi recebido como herói. São Luís, a bela capital e tradicional reduto português, foi finalmente bloqueada por mar e ameaçada de bombardeio pela esquadra do Lord Cochrane, sendo obrigada a aderir à Independência em 28 de julho de 1823.

Os anos imperiais que seguiram foram vingativos com o Maranhão; o abandono e descaso com a rica região levaram a um empobrecimento secular, ainda hoje não rompido.

A Balaiada

Foi o mais importante movimento popular do Maranhão e ocorreu entre Período Regencial e o primeiro ano do império de D. Pedro II. Os revoltosos exigiam melhores condições sociais e foram influênciados pelas lutas partidarias da aristocracia rural.

Como líderes tiveram: Manuel Francisco dos Anjos Ferreira (O Balaio), Raimundo Gomes e Cosme dos Santos. Eles ainda conseguiram tomar a cidade de Caxias e estender o movimento até o Piauí, porém, as tropas do imperador lideradas por Luís Alves de Lima e Silva (que recebeu o título de Duque de Caxias) reprimiram o movimento. Os envolvidos foram anistiados e Manuel dos Anjos Ferreira e Negro Cosme foram mortos.

O estado do Maranhão recebeu duas importantes correntes migratórias ao longo do século XX. Nos primeiros anos chegaram sírio-libaneses, que se dedicaram inicialmente ao comércio modesto, passando em seguida a empreendimentos maiores e a dar origem a profissionais liberais e políticos.

Entre as décadas de 40 e 60 chegou grande número de migrantes originários do estado do Ceará, em busca de melhores condições de vida na agricultura. Dedicaram-se principalmente à lavoura de arroz, o que fez crescer consideravelmente a produção do estado.

São Luiz - A capital do estado do Maranhão foi fundada em 1612, na ilha de São Luiz, às margens da baía de São Marcos, do oceano Atlântico e do estreito dos Mosquitos. Povoada originariamente pelos franceses no século XVII, atualmente sua população compõe-se de aproximadamente 53% de mulheres e 47 % de homens. A economia local baseia-se primordialmente na indústria de transformação de minérios e no comércio.

 
As principais atrações turísticas da cidade encontram-se na chamada Praia Grande, onde antigos casarões cobertos de azulejos evidenciam a influência portuguesa na arquitetura local. O bairro, restaurado quase por inteiro pelo Projeto Reviver, é ponto cultural de destaque na cidade.

Dispõe de teatro, cinema, bares, lanchonetes, restaurantes e serviços para turistas. O Reviver recuperou cerca de 107 mil m2, mais de 200 prédios, substituiu toda a rede elétrica e proibiu o tráfego de veículos.

A obra, estimada em US$ 100 milhões, devolveu à Praia Grande o antigo cenário de centro comercial e cultural da cidade do século XIX, quando São Luiz era chamada de Atenas brasileira.

Entre os principais locais procurados por turistas encontram-se o Largo do Palácio; o Cais da Sagração, onde costumavam ancorar os navios antigos, que levavam carregamento de açúcar; o Palácio dos Leões, local onde até 1615 funcionou o forte que protegia a capital da França Equinocial e até 1993 era a sede do governo estadual; a Catedral da Sé, construída pelos Jesuítas em 1726; a igreja do Carmo, construída em 1627, uma das mais antigas da cidade; o Museu de Artes Visuais, com trabalhos de artistas maranhenses e azulejos europeus dos séculos XIX e XX; o Museu de Arte Popular, que funciona também como centro de cultura popular; o Teatro Arthur Azevedo, construído entre 1815 e 1817, o primeiro a ser construído em uma capital de estado brasileiro; e a Fonte do Ribeirão (1796), que possui três portões de ferro dando acesso a passagens subterrâneas que servem para escoamento de águas pluviais; a Feira da Praia Grande, que funciona em um prédio do século XIX, exibindo em um de seus portões as armas do Império em relevo.

Trata-se do único exemplar em São Luís, que escapou da depredação depois de instituído o regime republicano. Hoje, são comercializados víveres, frutas regionais, artesanato, mariscos e peixes no local.

Existem várias praias cobertas de dunas de areia nas redondezas de São Luiz. Algumas delas apresentam certo perigo a banhistas, devido às ondas que quebram a 7 m de altura. Entre as mais populares encontram-se a praia do Calhau; a de Ponta da Areia, onde se encontram as ruínas do Forte Santo Antonio (1691); de São Marcos, com as ruínas do Forte de São Marcos, do século XVIII; e a praia de Araçaji, uma das mais bonitas dessa faixa litorânea. O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, localizado em Primeira Cruz, ainda não possui infra-estrutura para visitantes.

Indígenas - A população indígena do estado do Maranhão soma 12.238 habitantes, distribuídos entre 16 grupos que vivem numa área total de 1.908.89 hectares. Desse total, aproximadamente 86% (1.644.089 hectares), que representam 14 áreas, já se encontram demarcadas pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), órgão do Governo Federal(9). Cerca de 14%, que correspondem a 264.000 hectares e incluem apenas duas áreas (Awá e Krikati) ainda estão em processo de demarcação, embora sejam ocupadas pelos índios.

O grupo mais numeroso é o dos Araribóia, com população de 3.292 habitantes, que ocupa área de 413.288 hectares, já demarcada pela FUNAI, no município de Amarante. O Cana Brava Guajajara é o segundo grupo em tamanho da população, com 3.143 índios que ocupam 137.329 hectares nos municípios de Barra do Corda e Grajaú.

Por Ilmar R. de Mattos e Daniella Calábria

João Francisco Lisboa analisa em seu livro "Apontamentos para a História do Maranhão", de l852, os acontecimentos gerados pelo descontentamento criado pela introdução do estanco - comércio de produtos monopolizados pelo Estado - que tiveram sua culminância na Revolução do Maranhão de l684, episódio conhecido como a "Revolução de Beckman".

O objetivo deste trabalho é analisar algumas das significações que Lisboa emprestou a "povo", "moradores", "cidadãos", "plebe" e "turba": a relação entre "povo" e "herói" e seus conceitos de "ordem" e "desordem".

Povo é o elemento passivo, apesar de agente da desordem, porque é nele que agem as forças coletivas, não pode controlar as ações, ao contrário, é levado por elas, tornando-se, então, a força incontrolável que irrompe em excessos e conduz à desordem.

O sujeito da ação dos eventos narrados é Manuel Beckman, personagem que agrega os valores capazes de lhe conferir a condição de um herói. Mesmo assim, com o desenrolar dos acontecimentos, ele também passará a ser afetado pelas forras coletivas.

Mas vejamos como Lisboa se vale do uso do termo "povo", contraposto ao de "moradores", até o momento em que os acontecimentos revolucionários explodem na cidade.

Os "moradores" são a elite da cidade enquanto a ordem é mantida e estão claramente separados do "povo. Contudo, a partir do momento em que a opressão a que esses proprietários estão sendo submetidos a partir da introdução do estanco se explicita, esta elite transforma-se, na narrativa de Lisboa, em "Povo".

É explícita a identificação do "povo" com uma situação de opressão. Este é o momento em que se alternam as designação de "moradores" e "Povo". Entretanto, este "Povo", constituído pela elite, jamais será igual ao "povo", formado pela plebe.

Existe, porém, um termo intermediário nesta transição de "moradores" para "Povo" "cidadão", que surge para designar os moradores uma vez que assumam parte ativa em uma situação política; termo que só permanece enquanto não surgem nenhum tipo de ação identificada com uma subversão da ordem. Isso significa dizer que permanecem cidadãos enquanto se mantêm no âmbito da reflexão , passando a tornar-se"Povo" se partem para a ação propriamente dita.

Esta idéia nos permite uma aproximação com as observações de Michelet no livro "O Povo", de l846. Interessante porque, ambos se consideram liberais e poucos anos separam as duas obras. Podemos usar, portanto, algumas chaves presentes em Michelet para interpretar Lisboa.

Em ambos os escritores está presente a idéia de que o povo é arrastado por grandes forças coletivas; bem como, a distinção que fazem entre "homens de reflexão", binômio de onde emergirá afigura do herói, ou para usar a denominação de Michelet, do gênio individual.

Apesar do povo ser "arrastado pelas grandes forças coletivas", o que Michelet considera mais interessante no povo é a sua capacidade de ação, por esta razão, segundo ele, o maior erro que as pessoas do povo podem cometer é abandonar os "seus instintos" e lançar-se em busca das "abstrações e generalidades", que, inversamente, caracterizam os homens das altas sociedades, que os fazem ser, "homens de reflexão".

O intuito de Michelet era resgatar a imagem do povo, porém, na verdade, esse objetivo ia além: ele estava descrevendo uma fórmula para salvação do povo, função esta, que caberia ao gênio individual, o herói:

"O povo, em sua concepção mais elevada, dificilmente se encontra no povo. Quer eu o observe aqui ou ali, não se trata dele, mas de uma classe, uma forma parcial do povo, alterada e efêmera. Em sua verdade, em seu poder maior, ele só existe no homem de gênio; neste é que mora a grande alma... Essa voz é a voz do povo; mudo pôr si, ele fala pela boca deste homem..., e nele, finalmente, todos são glorificados e salvos".

O limite a que chegou Michelet ao abordar o tema "povo" é revelado pela inversão que faz: ao invés de colocar o homem de gênio no povo, coloca o povo dentro do homem gênio.

No caso de Lisboa, o herói, em nenhuma de suas componentes, saí do seio do povo,partilha de elementos comuns com o povo ou o carrega em sua alma, como em Michelet; ao contrário, o herói é uma personagem que atravessa a fronteira entre a elite e o povo e ', é por causa dos valores que, por um lado, o destacam singularmente; e por outro, carregar consigo deberço , que o habilitam a desempenhar este papel.

O heroísmo que Beckman representa não está em momento algum a serviço do povo para resgatá-lo de sua posição. Seu heroísmo existe para reagir à injustiça e à opressão que, aliás, são sofridos mais diretamente pelos proprietários submetidos à tiraniado estanco e à proibição do livre comércio. A designação de Povo que Lisboa emprega serve para nomeara elite que está submetida à opressão . O povo identificado com a maior gama da população é indicado mais propriamente pelas designações de turba, multidão ou plebe.

A política da Corte, "para não contrariar a prática seguida no Estado em ocasiões semelhantes" era fazer as coisas de modo a que, pelo menos, em aparência se dessem pela aceitação voluntária da parte do povo.

O que importava era que não se subvertesse a rotina naquele lugar. A novidade maléfica é a revolução que se anuncia através de uma série de pequenos incidentes que acabam por degenera-se até causar a deflagração da desordem no sistema. É exatamente isto que diz Francisco Lisboa "... em regra as crises natureza nunca deixam de trazer consigo todos os elementos indispensáveis a seu completo desenvolvimento". Esta mentalidade é a marca da permanência e da continuidade mantidas pela Corte como garantia da manutenção de seu poder.

As calamidades naturais entram no rol das causas gerais que se acumulam para agir de uma só vez, culminando no processo incontrolável que escapa ao controle humano e leva à revolução. O "povo" é o elemento impulsionado pelas "causas gerais", não possui ação própria, ele é mostrado como uma massa passiva pronta a ser conduzida.

É um acidente o estopim que detona a crise - o elemento próprio da situação de desordem, contido naturalmente no processo de degeneração. Este acidente é a aparição da voz que levará atrás de si a multidão: a figura do revolucionário. A multidão sozinha, como já acentuado, jamais poderia levar este processo adiante.

Para desempenhar este papel, Beckman sofre um rito de passagem através de um rebaixamento à condição do homem comum, o que se dá quando ele "ata o seu destino ao destino do povo" atravessando a distância que separa a elite privilegiada do homem do povo, passando a participar"da miséria e opressão comuns" sendo, portanto, "dominado e arrastado pelas mesmas idéias e paixões, que eram de todos". Isso faz com que Beckman não possa ter mais total controle da situação.

Entretanto, esta situação não é absoluta já que Beckman nunca completa esta transição. Ele fica em uma situação intermediária entre o mundo da elite e o mundo do povo, entre o seu status nobre de "homem de reflexão" e o rebaixamento a "homem de ação". É esta localização especial que o habilita a conduzir as multidões e, sob este aspecto, ele representa o protótipo do herói.

A voz de Beckman, o líder, ao conduzir as novas ordens se confunde com a ação da multidão. Sua voz torna-se a própria ação. Mas é também , ao mesmo tempo, pela posição intermediária que ocupa, o elemento de moderação capaz de controlar a selvageria do povo, que a esta altura, já aparece representado totalmente por uma multidão que não possui mais faces identificáveis, é somente "povo", e o "povo" entregue a seu estado completo, torna-se "plebe", e junto com ela, estará sempre presente a perspectiva de violência, permanecendo, entretanto, a separação entre os líderes e o "povo", antepostos como nobres diante da plebe furiosa.

Segundo o relato, fica claro que Beckman não teria tido o intento de instalar uma nova ordem, mas, pelo contrário, restaurar a antiga. A manutenção da ordem mínima, surge como um ponto de honra a ser preservado pelos "melhores cidadãos", coisa muito diferente do que poderia fazer a "plebe".

Com o passar do tempo, começa a aparecer toda a inconstância do "povo", característica da falta das virtudes identificadas com a firmeza de propósitos e com a tenacidade próprias somente do herói. Gradualmente, a ordem começa a ser restabelecida, e com a normalidade, a rotina.

É o retorno do mundo da permanência suplantado o instante fugaz da novidade revolucionária. Está demonstrada a instabilidade do povo, que parece saudar o fim da revolução com o mesmo entusiasmo com que abraçara a sua causa. A moral da história parece querer dizer que o "povo", enfim, ama a normalidade:

O início dos infortúnios de Beckman dera-se com o rompimento com o acordo tácito que mantinha as aparências "da aceitação voluntária do povo".

A revolução de Lisboa não é alteração radical das bases em que se apoiam a sociedade brasileira, a glória que destaca da revolta do Maranhão não é o fato de haver sido uma revolução, mas o heroísmo de Beckman.

Sobre revoluções, Lisboa não as apoia, sua atração pelo tema restringe-se às discussões entre homens ilustrados, entre os "homens de reflexão", lugar onde ele mesmo se situa, e de onde pode encontrar a legitimidade e a justiça de uma revolução, que seria um movimento, como já se disse, voltado, unicamente, contra as injustiças e a falta de liberdade política e econômica para aqueles que identifica como cidadãos. Vai nesse sentido o liberalismo de Lisboa.

Poderia parecer absurdo, que Lisboa acabe reverenciando a revolução pela sua moderação, "respeito à vida", à "fazenda" e aos direitos dos adversários". O respeito à "fazenda", serve para diferenciar estas de outras revoltas menos nobres descritas como "simples fatos materiais", enquanto que, por outro lado, uma revolução feita de idéias poderia, facilmente, permanecer restrita aos salões da República das Letras, em perfeito isolamento dos ditames da tão temida necessidade.

É ao intelecto que deve estar ligada a revolução e não à necessidade. Esta é a divisão entre "homens e reflexão" e "homens de ação", de que nos fala Michelet, e que parece fornecer os limites do mundo de Francisco Lisboa.


Bibliografia

Lisboa, J. Francisco. Crônica do Brasil colonial: apontamentos para a história do Maranhão, Petrópolis: Vozes, l976.
Michelet, Jules. O Povo, SP: Martins Fontes, l988.



FUNDAÇÃO DA CIDADE DE SÃO LUÍS

Francesa ou portuguesa? Artigo polêmico do saudoso historiador José Moreira, publicado no início dos anos 80, defende a tese de que foram os portugueses e não os franceses que verdadeiramente fundaram a cidade de São Luís.

Derrotados os franceses em Guaxenduba, de uma maneira fragorosa, ao primeiro confronto com os portugueses e neo-brasileiros, tratou a toda pressa Daniel Ravardiere, de conseguir com o pernambucano Jerônimo de Albuquerque, filho de um nobre português do mesmo nome, cunhado do donatário da Capitania de Pernambuco, com a índia Maria do Espírito Santo e nascida em Olinda, um armistício, durante o qual esperava tirar a forra, através de reforços que esperava de Cancale e Diepe, no canal da Mancha, em França.

 Acertaram as partes contratantes que seriam enviados embaixadores aos governos de seus países, para resolverem, se continuariam a luta, já que Ravardiere, insistia em dizer que ocupara o Maranhão por ordem de sua rainha a regente Maria de Médicis.

Foi uma farsa dos franceses, pois na verdade eles não tinham credencial nenhuma e tanto é verdade , que Maria de Médicis, que reinava em nome de seu filho, ainda menor, Luís XIII, estava ela há muito tempo negociando o casamento dele com a princesa Ana d’Austria, filha de Felipe III, que era portador das coroas Espanha e Portugal.

Nutria esse desejo de muito tempo e por isso, não iria autorizar um aventureiro e conhecido pirata Daniel Ravardiere, inimigo da sua religião, a invadir terras que eram da coroa portuguesa, desde a assinatura do Tratado de Tordesilhas, homologado pelo Papa Alexandre VI, há 118 anos, isto é, antes da descoberta do Brasil. O Maranhão já tinha tido, até então, vários donatários.

Na ilha do Maranhão, já tinha existido a povoação de Nazaré, fundada pelos náufragos remanescentes do afundamento dos navios da expedição colonizadora de Aires da Cunha e isto mesmo foi dito por Jerônimo de Albuquerque e Rararvardiere, como sólido e incontestável argumento de que o Maranhão já pertencia a Portugal, cujos habitantes dessa povoação por falta de meios, uns regressaram a Pátria e outros amasiaram-se com índias, daí surgido uma tribo de índios ferozes, brancos, barbados que foram desimados a ferro e a fogo em Peritoró, muitos anos depois pelos portugueses.

Diogo de Campos, embaixador do lado português, ao chegar a Lisboa, levou uma reprimida do vice-rei, que era o arcebispo dali, obrigando-o a regressar imediatamente a Pernambuco, dizendo-lhe que os franceses que ocupavam nossa ilha eram piratas e hereges (protestantes), portanto o tratado de armistício não tinha nenhum valor jurídico.

Chegando a Olinda, capital então de Pernambuco, Diogo de Campos foi incorporado como almirante a uma poderosa esquadra, sob o comando de Alexandre de Moura, que imediatamente partiu para o Maranhão, onde chegou expedindo ordens a Jerônimo de Albuquerque que estava aquartelado no forte de Itapari, na baía de São José, que partisse imediatamente a sitiar o Forte de São Luís, pois iria atacá-lo e tomá-lo por mar, Jerônimo de Albuquerque partiu logo e no dia 31 de outubro de 1615, acampou com suas tropas junto a Fonte das Pedras, local onde hoje se encontra o prédio da antiga Fábrica Santa Amélia.

A Fonte das Pedras constava de alguns olhos d’água que escorria para o mar que banhava as barracas, na época, onde se encontravam. Alexandre de Moura fundeou sua esquadra na foz do rio Maioba, hoje Anil, em frente ao Forte de São Luís, desembarcando imediatamente tropas especializadas numa ponta da ilha de São Francisco, carregando estacas de faxina, dirigidas pelo engenheiro-mor do Brasil, capitão Francisco Frias de Mesquita, que para isso, havia se oferecido, ganhando apenas o soldo de soldado raso.

Ravardiere, covardemente, não esboçou um só gesto de reação intimado a render-se pelo general português, o fez prontamente comparecendo a presença deste. Já conhecia o peso do braço português, mal armado e não iria submeter-se a nova derrota certa, mas sem dúvida, honrosa, perante forças bem nutridas e não como as de Albuquerque que se alimentavam só de farinha de mandioca e caça, mal municiadas.

Ravardiere de início, solicitou pagamento de artilharia do forte além de transporte para seus piratas para a Mancha, de cujas cidades eram oriundos o que foi aceito inicialmente, porém, no dia seguinte, 2 de novembro, Alexandre Moura, percebendo a fraqueza e covardia de seu adversário, acrescentou ao termo da rendição mais as seguintes palavras:

“ Que hade entregar o Sr. Ravardiere a fortaleza em nome de sua majestade com toda a artilharia, munições, e petrechos de guerra, que nela habitam sem por isso sua Majestade ficar obrigado a lhe pagar nada de sua real fazenda; e não deferindo a isto, torno a quebrar a minha palavra, ficando ele na fortificação e eu a fazer o que for servido; e isto, hoje, quarta-feira”.

“ Estoy por el acima declarado por el senor general Alexandro de Moura” e assinou por baixo “Ravardiere”; e por este modo expedito libertou-se o general português das condições estipuladas por Jerônimo de Albuquerque de pagar aos franceses toda a sua artilharia e munições”.

Tudo lhe foi imediatamente entregue, os fortes, como os navios da armada, bem como destes, se cedessem três aos inimigos, conforme um dos artigos da capitulação, nos quais voltaram para a França mais de 400, deixando, apenas ficar alguns poucos que se haviam casado com índias da terra, conforme diz João Lisboa. Isso se fez em atenção de serem, os que ficavam, católicos e que podiam ser úteis aos portugueses, porém os holandeses por ocasião em que ocuparam o Maranhão, mataram todos sob a desconfiança de que estariam ajudando os portugueses, durante a luta pela recuperação de nossa terra.

Expulsos os franceses do Maranhão, tratou Jerônimo de Albuquerque de fundar a cidade de São Luís, por recomendação da corte de Madrid, sendo enviado Francisco Caldeira Castelo Branco, para fundar a cidade de Belém do Pará.

Os franceses durante os três anos e quatro meses que aqui passaram, não trataram de erigir nenhuma cidade, como muita gente supõe. Construíram apenas o Forte que era de madeira e que sete anos após os portugueses erigiram outro de pedra e cal, já com o nome de São Felipe.

 O engenheiro-mor do Brasil, Francisco Frias de Mesquita, o primeiro que o Maranhão teve, fez o traçado da cidade engenhosamente, aproveitando bem a sinuosidade do terreno. A primeira olaria, como diz Mário Meireles, foi levantada por Albuquerque, porque as poucas casas esparsas, inclusive o forte, eram cobertas com palha de pindoba.

Além do forte com um grande barracão, também coberto de palha, para abrigar a guarnição, existia o convento de São Francisco, dos frades dessa ordem, que vieram com Francisco de Rassilly, católico e sócio na pirataria com Ravardiere, este não era nobre como se propala, desconhece-se o grau de sua nobreza, não era barão, visconde, conde, marquês ou duque.

Em papelórios a guisa de ata, cujo original ninguém viu, ele figura como “cavaleiro”. Já um de seus sócios de Diepe, é nesse papelório chamado Barão de Molle. Sócio. Sim, porque a expedição foi financiada por esse barão, Francisco de Rassilly, este católico, e os outros protestantes, e nunca pelo Rei, acuados nas margens francesas do Canal da Mancha. Aqui, em São Luís viviam os frades trazidos por Rassilly em desavença com os hereges de Ravardiere e já estavam tramando a deposição deste na chefia.

Os franceses viviam distribuídos na ilha, em grupos de 10 pelas 27 aldeias existentes no Maranhão, por falta de habitações em conjunto que formasse. Ao menos, uma povoação em torno do forte, conforme diz Berredo; por necessidade sexual, pois nas aldeias dos índios, os piratas (quando não estavam ausentes da ilha na pilhagem de sua profissão da qual a ilha na pilhagem de sua profissão da qual a ilha ora repositório de seus roubos, como ainda diz aquele autor), tinham as índias com quem se amancebavam.

Ravardiere não veio aqui estabelecer uma cidade, pois, tempo teve, mas fixar uma feitoria de piratas, como ainda afirma Berredo, e explorar o terreno a cata de minas e ouro, o que não conseguiu. Ravardiere daqui foi levado preso por Alexandre de Moura para Lisboa, onde esteve guardado no Forte de Belém, à margem direita do Rio Tejo, durante dois anos, segundo uns, e três segundo outros.

Se fora um grande senhor, como querem seus afeiçoados fazer, crer, isso não aconteceria, pois Luiz XIII era genro do rei espanhol e de Portugal, Felipe III, que certamente intercederia por ele. Jerônimo de Albuquerque Maranhão, como passou a chamar-se o fundador e construtor da cidade de São Luís, nela faleceu, adotando também sua família o nome de Maranhão.

A fundação usam o nome de São Luís, por Jerônimo de Albuquerque, se encontra descrita nos “Anais do Estado do Maranhão” , de Berredo e nas obras a história do nosso Estado de Raimundo Gaioso, Frei Francisco de Nossa Senhora dos Prazeres, João Lisboa, César Marques, Ferdinand Deniz, este francês, Barbosa de Godóis, Fran Pacheco e Ribeiro do Amaral, de modo incontestável.

Em vez de andarem os maranhenses desavisados a tecerem loas e homenagens imerecidas a Ravardiere, o assaltante de nossa indefesa terra, em 1612, o que constitui a mais nefante ingratidão, deveriam as autoridades gravar indelevelmente, num monumento, os nomes daqueles que morreram para que o Maranhão fosse Brasil. Concomitantemente se estendesse até o fim da Amazônia para que todos que hoje vivem e viveram neste solo abençoado, existissem, porque senão fosse o seu sacrifício e sua bravura, não existiríamos nós, os maranhenses, como disse João Lisboa a Gonçalves Dias, mas um povo estranho, falando outra língua, teriam outros costumes, porque queiram ou não, os que pensam o contrário, descendemos mesmos irrefutavelmente dos portugueses, através de brancas, negras e índias.

A eles é que devemos honrar, como nossos pais, avós, tetravós etc. A eles, cuja língua falamos, ensinada por eles e os heróis que morreram na Batalha de Guaxenduba que são: Luís de Guevara, natural de Tanger, filho de Gonçalo Guevara, cavaleiro da Ordem de Cristo, homem nobre, natural de Braga; Francisco de Bessa (castelhano), João da Mata, natural do Brasil; Pedro Olivares, de Viana; Amaro de Couto, natural de Lisboa; Bartolomeu Ramires, natural das Ilhas; Manoel de Loureiro, natural de Abrantes; Domingos Correia, natural da Ilha Graciosa.

A estes sim competem todas as homenagens do povo maranhense, porque morreram para que nosso povo, hoje existisse e que vivem escondidas nas páginas rarississimamente lidas da “jornada ao Maranhão”, escrita por seu comandante Diogo de Campos Moreno, o único a homenageá-los. Nós porém dizemos: glória eterna a eles, que morreram para que pudéssemos existir...


MOREIRA, José. Fundação da cidade de São Luís. Jornal o Estado do Maranhão. 1981, p.6.



A (DES)CONSTRUÇÃO DA MODERNIDADE MARANHENSE


Por Alan Kardec Pacheco filho -Profº. da UEMA e mestre em História do Brasil,UFPE.


A discussão entre passado/presente; velho/novo; antigo/moderno tem suscitado um intenso e acalorado debate no meio intelectual. O homem ocidental se envolve há quase oito séculos com o passado. Desde Heródoto, o Pater Historiae do Ocidente, que ao resgatar 150 anos de história, fez mais que um relato. Trouxe para o presente o passado, que ao transformar-se em tempo, tornou-se o fio condutor da História da humanidade e matéria-prima do historiador.

Essa discussão historiográfica nos interessa por demais, visto que, o tema em questão Modernidade na Política Maranhense exige que se faça, previamente, uma abordagem de natureza conceitual e metodológica acerca da modernidade.

A procura pela imortalidade levou o homem a descrever, interpretar, relatar e analisar seus feitos. Há muito, o homem caminha em busca do novo. As profundas transformações ocorridas no tamanho físico do mundo ocidental no século XV e a mudança na mentalidade no século XVI levaram esse novo homem a questionamentos até então irrefutáveis ao longo de sua existência.

São os renascentistas, os humanistas e bem mais próximos de nós os filósofos das “luzes”, que desafiaram, as verdades absolutas que sustentaram o mundo ocidental até o século XVI. Mas, a história é feita de construção e desconstrução. Dessa forma a razão passa a ser a partir das luzes a explicação fundante de um paradigma científico.

Houve rupturas, continuidades, permanências e descontinuidades, mas principalmente a passagem da “transcendência à imanência” consolida o primado da razão.

Neste sentido, o termo moderno surge no baixo latim com o significado de “recente”. A palavra antigo se referia à antiguidade, sem o sentido por vezes pejorativo que alguns lhe atribuem hoje.

No século XVI, com a divisão da História em Antiga, Medieval e Moderna, ainda assim, o “termo moderno opõe-se mais a medieval do que a antigo” (LE GOFF: 1992, 168 ).

Foi a sociedade capitalista advinda da revolução industrial, que associou ao termo moderno o atual significado: novo, fazendo grande oposição ao passado, agora, sinômino de antigo/velho pejorativamente.

A roupagem que é dada ao novo/moderno assumi um conteúdo de pureza no seu significado, sem nenhuma vinculação com o passado.

O que é velho/novo? antigo/moderno? Como delimitar, demarcar essas fronteiras? O senso comum mostra o novo/moderno como sendo uma ruptura com o passado. A igreja usou as expressões “Boa Nova ” e “Novo Testamento” não com o sentido que a sociedade contemporânea compreende o que seja moderno, mas com o sentido de atual, de hoje, para diferenciar do velho.

O ano de 1922 no Brasil é o marco da Semana da Arte Moderna, fortemente vinculada ao nacionalismo, mas que não deixa de significar uma ruptura. Os anos 60 nos trazem a Bossa Nova, a Jovem ( nova ) Guarda e o Cinema Novo. Todos se apresentando como novo, rompendo com um passado já ultrapassado.

Ainda tratando da modernidade a música, no cenário internacional, no final dos anos 50 e começo dos 60 de nosso século, o Rock n` roll, foi usado no sentido de novo/moderno, e aqui nitidamente com o sentido de ruptura.

“O que ainda poderia haver, após a modernidade? Um período chamado moderno só pode pensar que a História atingiu o seu fim, e que os humanos viverão, daí em diante, num presente perpétuo” [CASTORIADIS, 1992. O caráter dialético do termo moderno, como nos já referimos é que permite uma afinidade de interpretações, conceitos, teorias, conforme esta breve discussão.

Feita esta abordagem inicial, passemos para as questões conceituais.

Utilizaremos o conceito de modernidade/modernização que entende a modernidade como sendo “... aquele conjunto de mudanças operadas nas esferas política e econômica e social que tem caracterizado os dois últimos séculos” (BOBBIO,1994:768). Da modernização política econômica, surge e não poderia ser diferente a modernização social, que implica na melhoria da qualidade de vida das pessoas em todos os aspectos.

Refletir sobre tendências historiográficas é dever do profissional de história para compreensão de seu tempo e de si mesmo enquanto agente do fato que pretende narrar.

A metodologia adotada neste trabalho configura-se a partir das concepções da Escola dos Annales, mais precisamente no campo da História das Mentalidades. Indo de encontro aos que afirmam ser a história tradicional apenas a “história política, história do Estado e das instituições” ( BARREIRO, 1994:8 ). Pretendemos fazer uma história política respaldada na ambivalência da Nova História, por entendermos que “toda história é escolha. É-o até devido ao acaso que aqui destruiu e ali salvou os vestígios do homem.

Desastre e corrupção política

É-o devido ao homem” ( apud: BOTO, 1994,24 ). O ato social objeto de nosso estudo, o então candidato ao governo do Estado, Sr. José Sarney, elegeu-se com o slogan “Maranhão Novo”, ambicioso projeto político, coletivo, arquitetado por um grupo de intelectuais maranhenses, cujo objetivo maior era colocar o Maranhão na modernidade, e com isso resgatar agora para todo o Estado do Maranhão e não só, para sua capital, São Luís, o título que outrora tanto orgulho deu aos maranhenses “Atenas brasileira”. projeto esse que como governador, o Sr, Sarney, torna-o pessoal. Mas o que sucedeu foi o Estado do Maranhão ser roubado pela família Sarney transformando o Maranhão em um descaso social, onde a pobreza e a insegurança predomina.

Referências:
Wikipédia

IBGE

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