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  HISTORIA DE FORTALEZA  
Ouças boas musicas
   
 


O visitante que chega a Fortaleza dificilmente imagina que, em seus primórdios, ela parecia ter poucas chances de evoluir. Sem nem mesmo percebemos, suas ruas foram crescendo, dando espaço a um lugar cheio de historias para contar.

Enquanto Capitania, o Ceará não recebia atenção alguma. Sua ocupação de fato foi iniciada por Martim Soares Moreno, o capitão português que serviu de inspiração para um dos personagens centrais do romance "Iracema", de José de Alencar. O local escolhido para a fundação da cidade foi onde, em 1603, Simão Nunes, a mando de Pero Coelho, construiu o Forte de São Tiago, na Barra do Ceará, local onde está edificado o Clube Antônio Bezerra...

Existi, ainda, uma polêmica de muitos anos de que Matias Beck foi o verdadeiro fundador de Fortaleza. Foi ele quem a fundou no local onde hoje está erguido o prédio da 10ª Região Militar.


No século XVII, duas expedições holandesas estiveram no Ceará, sendo que a Segunda fundou o forte Shoonenborch, marco inicial de Fortaleza. No século seguinte, o povoado foi elevado à condição de vila.

Quando, no século XVIII, seu porto começo a exportar algodão para a Inglaterra, Fortaleza passou a Ter expressão econômica e, daí em diante, seu desenvolvimento entrou em rítmo acelerado.

A despeito do flagelo das secas, o século XX transcorre Fortaleza permeado de grandes conquistas sócio-econômicas. Afinal, não há desafio que resista à força de seu povo.
 

Seus Primeiros Ocupantes

Uma das capitanias hereditárias criadas na época da colonização portuguesa, a Capitania do Ceará praticamente foi relegada por seu donatário, Antônio Cardoso de Barros. Apenas índios habitavam o sítio onde viria a surgir Fortaleza.

Somente em 1603, o açoriano Pero Coelho de Souza, acompanhado de Martim Soares Moreno, veio ao Ceará numa fracassada bandeira, onde ali Martim fez amizade com os índios locais, apredendo os dialetos e familiarizando-se com costumes nativos. Pero construiu o forte de São Tiago, na barra do rio Ceará, ao lado do qual surgiu o povoado de Nova Lisboa.

 

Martim Soares Moreno encontra-se como tenente do forte dos Reis Magos, no Rio Grande, em 1609, fazendo incursões pelo litoral cearense, combatendo traficantes. Em fins de 1611, acompanhado de um padre e de seis soldados, o capitão português Martim Soares Moreno regressou ao Ceará para efetivar a posse da capitania, fundando na Barra do Ceará, com ajuda dos índios de Jacaúna, um pequeno forte - o de São Sebastião - no mesmo local, mais precisamente junto à ermida de Nossa Senhora do Arnparo.

 

A Capitania do Ceará esteve subordinada ao Estado do Maranhão e Grão-Pará, e depois a Pernambuco, além de ter sido alvo da cobiça colonialista européia.

Em 1637 chegou ao Ceará a primeira expedição holandesa, que ocupou o semi-abandonado forte de São Sebastião, onde permaneceu por sete anos explorando sal e âmbar gris, até que seus integrantes foram dizimados pelos índios. 0utra expedição holandesa, comandada por Matias Beck, desembarcou em 1649 no Mucuripe e construir então o forte Schoonenborch, na embocadura do rio Pajeú, para defender-se dos nativos aliados dos portugueses, ali permanecendo também por sete anos.

Assim que os invasores foram expulsos, o forte foi apropriado pelos portugueses e redenominado de Forte de Nossa senhora da Assunção.

Entre 1660 e 1698 houve o surgimento de um acanhado povoado, no qual foi erigida uma capela dedicada a Nossa Senhora da Assunção, além de uma praça de armas.
 

Uma Vila Inexpressiva

A Carta Régia que autorizou a criação da Vila do Ceará ou de são José do Ribamar em 1699 originou muitas contendas em torno de uma questão fundamental: onde instalar o Pelourinho, coluna de pedra ou madeira simbolizando a autonomia municipal. Os desentendimentos entre as autoridades levaram à decisão de elevar Aquiraz à condição de vila e sede da Capitania em 1713. Assim, somente graças aos ataques indígenas desferidos em Aquiraz é que Fortaleza, em 13 de abril de 1726, finalmente foi denominada de Vila de Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção.

 

A "Planta da Villa", elaborada por Antônio da Silva Paulet em 1818, mostra prédios dispersos nas margens do Pajeú e na "Prainha" (hoje avenida Pessoa Anta) e caminhos que chegavam do interior. Couberam a Silva Paulet a proposta de um novo arruamento para a vila, o projeto e a construção da nova Fortaleza da Assunção.

 

A condição de vila com uma população relativamente expressiva não foi suficiente para garantir a sustentação econômica de Fortaleza, isolada do interior, onde se desenvolvia a chamada civilização do couro e do gado. Dependente de Aracati comercialmente, Fortaleza continuou sem expressão econômica até o início do século XIX, época da emancipação do Brasil de Portugal e quando passam a ser criadas as províncias do Império brasileiro, incluindo a do Ceará.

Curiosidade historica: José Martiniano de Alencar, pai do romancista homônimo, foi um dos expoentes do movimento pela independência do Ceará, tendo proclamado a República do Crato em 1817. Preso pela Coroa Portuguesa, caminhou acorrentado à mãe e aos irmãos as cem léguas que separavam Crato de Fortaleza.
 

Uma gente destemida

Em 17 de março de 1823, Fortaleza é elevada pelo Imperador D. Pedro I à condição de cidade, mais precisamente sob a denominação de Cidade da Fortaleza de Nova Bragança. Esse topônimo pouco durou e logo a cidade reassumiu seu nome anterior, ou seja, Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção. Nas décadas seguintes, continuou convivendo com problemas como a inexistência de um cais, dificuldades de desembarque, o areal incômodo, condições sanitárias precárias e surtos epidêmicos. Sua população, no entanto, já era descrita por viajantes estrangeiros como notoriamente alegre e simpática.

Outro traço que viria a ser reconhecido nacionalmente é a bravura do povo cearense. Dois episódios salientaram tal característica: a Confederação do Equador (1824) e o movimento abolicionista , nas décadas de 1870 e 1880. O primeiro movimento, iniciado em Pernambuco e de tendência separatista, enfrentou as tropas imperiais de D. Pedro I e teve grandes heróis cearenses que pereceram durante ou em decorrência da luta. Quanto à campanha abolicionista, o Ceará foi a primeira província brasileira a libertar seus escravos, em 25 de março de 1884, quatro anos antes de a abolição ser oficialmente decretada em todo o país, em 13 de maio de 1888. Francisco José do Nascimento, também conhecido como Chico da Matilde e mais ainda como Dragão do Mar, liderou a participação dos jangadeiros no movimento abolicionista.
 

Capital de fato

Foi a demanda externa pelo algodão produzido no Ceará o fator gerador de um surto de desenvolvimento no Estado que, a essa altura, já contava com uma população numerosa e se debatia com o problema das secas. O porto de Fortaleza exportava o produto para a Inglaterra, e daí em diante a cidade passou a exercer de fato seu papel de capital e sede do poder. Essa condição se intensifica com a implantação das ferrovias, que estabeleceram o fluxo de escoamento da produção agrícola e pastoril do interior até o porto de escoamento na capital. Além disso, a centralização político-administrativa ocorrida principalmente a partir do Segundo Reinado (1840-1889) contribuiu para que Fortaleza assumisse uma posição de maior importância em relação ao interior cearense.

Tais fatores econômicos foram responsáveis pelo surgimento de uma elite formada notadamente por comerciantes, muitos deles atuando no ramo de importação e exportação, e por profissionais liberais vindos de outras regiões brasileiras e do exterior. Com sua formação de influência européia guiada por ideais de modernidade, esse contingente teve atuação decisiva no ordenamento urbano, construindo novos equipamentos e serviços.

Em 1875, o intendente Antonio Rodrigues Ferreira encomendou ao engenheiro pemambucano Adolfo Herbster a elaboração da Planta gráfica da Cidade de FortaÌeza e Subúrbios, considerada o marco inicial da modernização urbana da capital cearense. Inspirado nas realizações da prefeitura de Paris, então gerida pelo Barão de Haussmann, Herbster dotou a cidade de três bulevares, nas atuais avenidas Imperador, Duque de Caxias e D. Manoel, e estabeleceu o alinhamento de ruas segundo um traçado em xadrez, de forma a disciplinar a expansão da cidade e a facilitar o fluxo de pessoas e produtos.

A partir de 1880, a cidade ganhou novos serviços e equipamentos urbanos, como o transporte coletivo por meio de bondes com tração animal (conhecidos como bondes de burros), o serviço telefônico, caixas postais, o cabo submarino para a Europa, a construção do primeiro pavimento do Passeio Público e a instalação da primeira fábrica de tecidos e fiação. Em paralelo, surgiram os primeiros jornais e instituições educacionais e culturais.
 

Um modelo de metropolis

Na virada do século, Fortaleza já detinha a sétima maior população urbana do país, passando a tomar medidas de higienização social e de saneamento ambiental, além de executar um plano de aformoseamento urbano abrangendo a implantação de jardins, cafés, coretos e monumentos, e a construção de edifícios segundo padrões europeus.

Os primeiros automóveis circularam na cidade em 1910, seguidos da implementação de bondes elétricos e, posteriormente, registra-se o aparecimento de ônibus e caminhões. A Praça do Ferreira era ponto de estacionamento de bondes e de carros de aluguel, concentrando intenso movimento.

Entre as décadas de 20 e 30, bairros como Jacarecanga, Praia de Iracema e Aldeota passam a ser habitados pelas elites que começam a valorizar a proximidade com o mar.

Com um crescimento acelerado, Fortaleza, por volta de 1910, exportava pelo porto do Mucuripe matérias-primas de origem vegetal e animal, cera de carnaúba, óleo de oiticica, mamona, babaçu e algodão, peles de animais silvestres e domésticos. Na via oposta, eram importados itens industrializados, máquinas, automóveis, tecidos de lã e linho, ferro, aço, medicamentos, carvão, chumbo e cimento. Também data desse período a construção dos primeiros prédios com mais de quatro andares.

Entre 1950 e 1960, a taxa de crescimento foi de quase 100%, revertendo no aparecimento de núcleos absolutamente desprovidos de infra-estrutura básica e espalhados pela periferia. Em vista dessas necessidades emergentes, foram criadas novas divisões administrativas na Prefeitura e numerosas comissões específicas.

Migrações internas contínuas entre os anos 60 e 70 geraram o surgimento de favelas e a ocupação de terrenos por pessoas sem-teto. Os conflitos decorrentes fizeram com que o Governo Federal chegasse a intervir no problema e desde então as políticas sociais se constituem em uma das prioridades das sucessivas administrações municipais e estaduais.

A grande seca que se estendeu de 1979 a 1984 foi outro fator agravante dos problemas urbanos. Datam desse período os primeiros movimentos organizados de bairros e uma intensificação das ações públicas para reduzir esse quadro.

Nos ano 90, Fortaleza se apresenta como uma das capitais brasileiras mais bem equacionadas e tornou-se destino altamente requisitado por turistas do Brasil e do exterior. Sua área urbana de 336 quilômetros quadrados abrange 148 bairros e nove regiões administrativas. A industrialização vem se processando em larga escala, o comércio registra intensa movimentação e todas as atividades envolvendo a prestação de serviços conhecem tempos prósperos. Iluminada pelo sol que garante uma temperatura média anual de 27 graus, refrescada pelo sopro do vento Aracati, adornada por praias de águas verdes e tépidas, Fortaleza comprova diariamente que ali, entre suas ruas, vale a pena viver.

Referencias

IBGE

Wikipedia

Biblioteca publica de Fortaleza

Ache Tudo e Região


 


Não solte fogos, eles causam câncer e atacam o sistema neurológico e psicológico das crianças, matam, maltratam e adoece animais e humanos. Não frequente zoológico, não compre animais adote (1), você consumidor é o culpado pela sua extinção, sem animais e sem florestas não há como sobreviver, só restará deserto...


  Não estamos sozinhos, é vital dividimos espaço com outras criaturas ou seremos também eliminados do planeta. Proteger as árvores, os animais, rios e mares são dever cívico do cidadão. Todos serão responsabilizados, pelo mal que estamos fazendo a natureza.  


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