As terras do atual município de Barreiras
faziam parte da imensa sesmaria de Antônio Guedes de Brito - o conde
fundador do Morgado da Casa da Ponte. As que se prestavam à lavoura e
criação foram vendidas no século XVII por descendentes seus a José Alves
Martins, Domingos Afonso Serra e outros, ficando devolutas as chapadas das
serras. O segundo deles, Domingos Afonso Serra, fez a Fazenda Tapera, onde
criou gado. Após sua morte, a fazenda foi inventariada e vendida a
diversos, quando se presume terem surgido as primeiras moradias.
Em 1850, habitava uma casinha junto ao porto, em terreno da Fazenda
Malhada, de propriedade do coronel José Joaquim de Almeida, o barqueiro
Plácido Barbosa, tido como o pioneiro do município, que juntamente com seu
patrão, Francisco José das Chagas, morador a meia légua dali, se ocupava
de receber e descarregar as barcas chegadas, cujas mercadorias fazia
seguir em tropas de animais para localidades vizinhas do estado de Goiás
ou para fadas da Ribeira. Em 1880 era um povoado com 20 casebres de taipa
ou adobe. A grande abundância, nas matas locais, da mangabeira, de cuja
seiva se fazia a borracha, foi fator definitivo de crescimento e de uma
nova atividade econômica, pela qual o acanhado povoado pôde progredir mais
rapidamente e obter, logo no ano seguinte, 1881, a criação de sua
freguesia. Mais 10 anos de franca prosperidade passou a ser distrito de
paz do município de Angical, em virtude de Lei municipal de 20 de
fevereiro de 1891. Em seguida ganhou a categoria de vila, a que foi
elevado pela Lei estadual nº 237, de 6 de abril de 1891, que também criou
o município respectivo, com território desmembrado do de Angical. A vila e
o Conselho Municipal começaram a funcionar em 26 de maio de 1891, enquanto
o "Fórum", em agosto do mesmo ano.
A sede municipal adquiriu foros de cidade pela Lei estadual nº 449, de 19
de maio de 1902, investindo-se nessa categoria em 15 de novembro desse
mesmo ano, quando já possuía mais de 630 casas e 2.500 habitantes.
Em 15 de março de 1943 começou a operar uma agência do Banco do Brasil, o
primeiro banco da cidade.
A História e a Cultura A presença
do homem em Barreiras remonta à pré-história. Sítios arqueológicos, com material
significante para o estudo da presença do homem, na região. Foram encontrados.
Urnas funerárias, com esqueletos, armas e objetos de pedra lascada e polida hoje
fazem parte do acervo em exposição no Museu Municipal criado pelo prefeito
Antônio Henrique. As pinturas rupestres deixadas nas paredes das grutas são
outros vestígios legados por esses habitantes. São achados importantes, que
deram início à pesquisa arqueológica na região.
Em 1908, um jornal semanal "Correio de Barreiras" era publicado e editado pela
Tipografia Lima. No ano de 1918, Geraldo Rocha, inaugura o Cine Teatro Ideal,
onde programas de auditórios e espetáculos musicais fizeram o maior sucesso, sob
o comando do talentoso Mário Cardoso.
No início do século XX o progresso chega a Barreiras e deixa marcas dessa época,
nos imponentes casarões de arquitetura neoclássica. Verdadeiro monumento
arquitetônico, que em parte sobrevive até hoje.
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