A origem das
olimpíadas
As
Olimpíadas
MITOS
Pélopes
Existem muitos mitos gregos sobre como os jogos foram iniciados. O mais comum
foi a historia do herói Pélopes, de quem Peloponeso herdou o nome (a ilha de
Pélopes). A história de Pélopes foi descoberta no Templo de Zeus em esculturas.
Pélopes era um príncipe de Lídia na Ásia Menor, que pediu a mão de Hipodaméia, a
filha do rei Oinomaos, de Pisa. Oinomaos desafiou o pretendente de sua filha
para uma corrida de carruagem, sob a garantia que qualquer jovem que ganhasse a
corrida poderia ter Hipodaméia como sua mulher. Os que perdessem seriam
decapitados e suas cabeças seriam usadas como decoração do palácio de Oinomaos.
Com a ajuda de seu cocheiro Myrtilos, Pélopes traçou um plano para golpear
Oinomaos na corrida. Pélopes e Myrtilos secretamente trocaram a cavilha de
bronze da roda da carruagem do rei por uma de cera. Quando Oinomaos estava quase
passando Pélopes, a cera derreteu e Oinomaos foi lançado para a sua morte.
Pélopes casou-se com Hipodaméia e instituiu as Olimpíadas para celebrar sua
vitória. Uma diferente versão do mito diz que as Olímpiadas foram criadas em
memória à morte de Oinomaos.
Hércules
Olimpíadas
Outro mito vem da décima Ode à Olímpia, do poeta
Píndaro. Ele conta a história de como Hércules, em seu quinto trabalho, teve de
limpar os estábulos do rei Augias de Elis. Hércules se aproximou de Augias e
prometeu limpar os estábulos pelo preço de um décimo do castelo do rei. Augias
concordou, e Hércules mudou o curso dos rios Kladios e Alfios para dentro dos
estábulos. Augias não cumpriu sua promessa e, depois que Hércules terminou sua
tarefa, retornou para Elis e travou uma guerra com Augias. Hércules saqueou Elis
e instituiu as Olimpíadas em honra a seu pai, Zeus. Também é dito que Hércules
ensinou os homens a como lutar e mensurou uma pista para corridas à pé.
Grécia - onde tudo começou
Olimpíadas
A origem do dos Jogos Olímpicos é incerta e ligada
a muitos mitos da antiguidade. O primeiro registro referente aos jogos está
escrito em um disco de pedra, no Templo de Hera, onde os reis Ifitos, de Ilía,
Licurgo, de Esparta e Clístenes, de Pisa selaram um acordo de manter paz em toda
Grécia durante os Jogos Olímpicos de 776 a.C.
O tempo entre os jogos era chamado Olimpíada.
Estas eram organizadas a cada quatro anos no mês de julho ou agosto. No começo,
os jogos duravam apenas um dia e se competia em apenas uma prova: a corrida.
Gradualmente mais competições foram adotadas. No século V a.C. os jogos
consistiam em dez modalidades: corrida, pentatlo, salto, disco, dardo, luta
livre, boxe, pancrácio, corrida de bigas e corrida de cavalos.
Tinham o direito de participar dos jogos todos os
gregos que eram cidadãos livres e que não tivessem cometido assassinatos nem
heresias aos deuses. As mulheres não tinham direito de participar, nem de ver as
competições. Apenas às virgens tinha esse privilégio.
As cerimônias começavam com o juramento dos
atletas no altar de Zeus. Os vitoriosos eram homenageados por seus compatriotas
e adquiriam privilégios especiais. A união nacional, racial e espiritual dos
gregos foi formada graças aos Jogos Olímpicos, que combinaram o profundo
espírito religioso e filosófico com o passado heróico dos gregos. Com o passar
dos séculos, os grandes ideais dos Jogos Olímpicos foram se degradando,
principalmente com a tomada de
Grécia por Filipe II, rei da Macedônia.
Olimpíadas
Em 340 a.C, Filipe II declarou guerra à Atenas e
conquistou a cidade de Tebas e Esparta em 338 a.C. Filipe é assassinado em 336
a.C e quem assume o trono é Alexandre Magno, O grande, que consolidou o Império
Macedônico sobre a região. Com a morte de Alexandre, O grande, em 323 a.C., o
Império passa para as mãos dos romanos. Desde 390 a.C., os romanos já haviam
partido para a conquista de regiões em torno do mediterrâneo até chegar à Magna
Grécia.
Os romanos procuraram manter viva a tradição dos
jogos e passaram a estimular seus jovens a desafiarem os gregos. Para
superá-los, Roma profissionalizou seus atletas e, quando estes não conseguiam
vencê-los nas disputas, procuravam subornar seus adversários. Em 67 d.C., Nero
ganhou o prêmio da quadriga, depois de ter ameaçado seus adversários. Ele ainda
exigiu ganhar o prêmio de poesia.
A instituição das Olimpíadas sobreviveu por doze
séculos contínuos e só foi abolida em 392 d.c. (na 293° Olimpíada) por Teodósios
I, que ordenou o massacre de 7.000 gregos.
PRIMEIRAS MODALIDADES
Olimpíadas
Durante os primórdios das Olimpíadas, muitas competições existiram e foram
eliminadas durante os séculos. Entre a 13ª e a 96ª Olimpíadas, realizadas
respectivamente em 728 a.C e 396 a.C. os gregos introduziram 16 tipos de
competições. Algumas são disputadas até hoje.
Corrida
Olimpíadas
A única competição nas primeiras 13 Olimpíadas foi a corrida, que na época era
chamada de aulus ou dromo. Segundo pesquisadores, a corrida à pé
era feita em um trecho reto de aproximadamente 182 metros. A pista atlética era
de terra batida e tinha indicações de início e fim. As corridas tinham
eliminatórias e o último corredor a resistir às provas era o vencedor.
Dialos
Olimpíadas
Na décima quarta Olimpíada, em 724 a.C., foi adotada uma prova onde o
corredor tinha qeu dar duas voltas na pista, equivalente a 384,54 metros.
Dólicos
Olimpíadas
Na décima quinta Olimpíada, 720 a.C., programou-se uma prova de resistência onde
se percorria 24 vezes o estádio, somando 4.614,48 metros.
Pentatlo
Olimpíadas
Na décima-oitava Olimpíada, em 708 a.C., diferentes tipos de competições foram
adotadas, como o pentatlo e a luta livre. De acordo com J. Swaddling,
pesquisador da Universidade do Texas, o pentatlo tinha cinco provas: disco,
salto em distância, lançamento de dardo, corrida e luta livre.
Disco
Olimpíadas
Os competidores tinham de dar cinco arremessos e o seu melhor lançamento era
contado. Naquela época não se batiam muitos recordes nessa prova, a maior
metragem relatada foi a de um atleta que arremessou o disco a uma distância de
30 metros. O Recorde de hoje é 67,5 m.
Salto em distância
Olimpíadas
Era o único tipo de prova de salto nas antigas Olimpíadas. Os gregos carregavam
pesos, chamados halteres, para saltar. O atleta tinha de tomar o maior impulso
possível na "decolagem", jogar o corpo para trás durante o salto e "aterrissar"
o mais longe que pudesse.
Dardo
Olimpíadas
Os dardos eram feitos de uma madeira
leve e tinham uma faixa de couro usada para carregar a peça. Em uma competição,
o atleta tomava impulso correndo com o dardo horizontalmente na altura de sua
orelha. Quando chegava na linha de início ele o lançava. Os competidores tinham
três chances.
Lutas
Olimpíadas
Existiam dois tipos de lutas: em pé e no solo. Além disso, a diferença entre as
duas estava na forma de segurar o oponente e no método de definir o vencedor. No
primeiro estilo, o objetivo era jogar o oponente no chão. Para vencer era
necessário provocar três quedas no adversário. Se suas costas, quadris ou ombros
tocassem o chão, era considerado uma queda. Na luta de solo, quem indicava a
derrota era o próprio competidor, que tinha que levantar o dedo indicador
direito para que o oponente parasse a luta. A luta em pé era usada no pentatlo e
na competição individual de luta livre. A luta de solo foi usada mais tarde no
pancrácio.
Pugilismo
Olimpíadas
O pugilismo foi adotado na vigésima terceira olimpíada, em 688 a.C. Os
boxeadores lutavam até que um dos dois caísse ou admitisse a derrota. Os
lutadores usavam faixas de couro nas mãos para proteger os dedos.
Tethrippon
Olimpíadas
Na vigésima Quinta Olimpíada, uma corrida de carruagens com quatro cavalos, a
tethrippon, foi adotada. Os donos dos cavalos raramente competiam na corrida.
Eles pagavam alguém para disputar, se o "jóquei" ganhasse, o dono era proclamado
vencedor.
Pancrácio
Olimpíadas
Na trigésima terceira Olimpíada, pancrácio foi adotado na lista de competições.
Era uma luta extremamente violenta, onde o único golpe não permitido era
arrancar o olho com o dedo ou mordida. A luta livre, o pugilismo e o pancrácio
eram as competições mais pesadas das Olimpíadas, porque os competidores não
tinham peso definido ou tempo limite para as provas.
Hopolitódromo
Olimpíadas
Na 66ª Olimpíada, em 520 a.C., o último estilo de corrida a ser acrescentado à
lista de competições foi a hopolitódromo, onde os competidores usavam capacete e
uma espécie de armaduras nas pernas e carregavam um escudo circular.
Apene, calpe
Olimpíadas
A apene era uma corrida de carroças com mulas e foi introduzida nas Olimpíadas
em 500 a.C. Em 496 a.C., o calpe, ou corrida em burros, foi adotada. As duas
foram eliminadas em 444 a.C., na 84º Olimpíada.
Synoris
Olimpíadas
Na 93ª Olimpíada, em 408 a.C., a synoris foi adotada. Essa era uma corrida com
dois cavalos. Essa competição é uma das mais antigas, descrita em cerâmicas da
antiguidade.
100 anos de história
Olimpíadas
Os Jogos Olímpicos da Era Moderna completaram um século. Durante todos esses
anos, cada evento foi influenciado pelo momento político do país-sede e pela
situação econômica do mundo. Do amadorismo dos dois primeiros jogos - Atenas
1896 e Paris 1900 - aos dias de hoje, os jogos se transformaram em instrumento
político e, num terceiro momento, atletas viraram garotos propaganda e o evento
em uma excelente oportunidade de negócios.
Barão
de Coubertin
Olimpíadas
Em meados do século 19 iniciaram-se investigações arqueológicas para achar a
cidade perdida de Olímpia. Ela foi arrasada por um terremoto que deixou suas
ruínas encobertas por lama e pedra, no século VI. O alemão J. J. Wincklemann, em
1870, iniciou várias escavações na Grécia e em 1871, detectou vestígios de
ruínas gregas. Quatro anos depois, os arqueólogos britânicos encontraram
Olímpia. A notícia se espalhou pela Europa e despertou um interesse pela vida da
sociedade grega.
O francês Pierre de Frédy, o Barão de Coubertin,
era um apaixonado por jogos e ficou fascinado com o comportamento dos gregos,
que paravam suas guerras para participar dos Jogos Olímpicos. Coubertin então
imaginou que uma versão moderna dos jogos faria com que a Europa renunciasse a
uma guerra. Ficou convencido da idéia depois que assistiu aos Jogos
Pan-Helênicos, em 1889. Esses jogos foram patrocinados por um milionário
ateniense, major Evangelios Zapas, de 1870 a 1889, reunindo sempre 20 mil
espectadores. O Barão levou seu projeto a nobres, universidades e ao governo
francês, que comprou a idéia e patrocinou suas viagens de divulgação da proposta
pelo mundo.
Repetindo um lema inspirado numa frase que
escutara de um bispo norte-americano - "O importante não é vencer, mas competir"
- o francês foi aos Estados Unidos, à Inglaterra e à Prússia. Não obteve sucesso
em suas primeiras visitas. Só em 1894 o ele conseguiu reunir representantes de
várias nações em uma pré-convenção olímpica, na Universidade de Sorbonne, em
Paris. Dos 34 presentes apenas 13 assinaram um compromisso formal garantindo a
participação de seus países na Olimpíada de 1896. O rei da Grécia, George I,
permitiu que Atenas sediasse o evento. A Grécia passava por uma crise e os
gastos com a organização foram bancados por um milionário grego, o arquiteto
Georgios Averoff, indicado por um descendente dos helenos, Dimetrius Vikelas.
As Olimpíadas ocorreram durante a primavera na
Europa. No dia 6 de abril de 1896, estavam presentes 285 atletas representando
13 países. O sucesso do evento atraiu mais nações e estimulou Coubertin a criar
o Comitê Olímpico Internacional (COI). O Barão foi presidente do COI por 29
anos. Ele morreu pobre e doente em Genebra, na Suiça, em 1937, aos 74 anos. Seu
coração foi enterrado em Olímpia, onde tudo começou.
Fonte: Isto É
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