científico:
Anacardium occidentale L.
Família:
Anacardiaceae |
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Etimologia:
o
cajueiro pertence à família Anacardiaceae, havendo mais 12 espécies
relacionadas no gênero Anacardium, que produzem frutos parecidos e
também comestíveis, todas de ocorrência natural no Brasil. O nome popular
“caju” é derivado da palavra indígena “yu” com o significado de “amarelo”,
a cor predominante de seus frutos. A palavra que designa o gênero
“Anacardium” significa “coração invertido” em alusão a forma do fruto.
Características gerais:
árvore
de pequeno porte (5-10 m de altura por 25-40 cm de diâmetro), dotada de
tronco curto, geralmente tortuoso, revestido por casca um pouco áspera e
partida que descama em pequenas placas de formas irregulares. Possui copa
baixa, arredondada e ampla, com ampla ramificação que chega a tocar o
solo. Em terrenos muito pobres seu porte não ultrapassa a de um arbusto.
Em algumas situações, quando muito velho, o tronco torna-se inclinado e
tortuoso com ramos que chegam a rastejar sobre o solo, vindo a ocupar
grandes áreas. A propósito, existe um exemplar no Rio Grande do norte que
até ficou famoso e virou atração turística. É o celebre “cajueiro de
Pirangi” que ocupa sozinho uma área de mais de 7 mil m2.
Ocorrência:
originário dos campos e dunas da costa norte do país, principalmente nos
estados do Piauí e Maranhão, é naturalizado em todo o Brasil tropical,
principalmente na costa litorânea. O cajueiro foi domesticado bem antes da
chegada do homem europeu. Estes o descobriram em 1578, que o levaram
inicialmente para a Índia e posteriormente para o Leste da África onde
logo tornou-se naturalizado pela fácil adaptação à região. Suas castanhas
e frutos já eram usadas pelos índios bem antes do descobrimento da
América, sendo uma planta comum em seus cultivos.
Utilidades:
o
caujeiro é uma planta de múltiplos usos a nível local, tanto alimentar
como medicinal. Por isso é também chamado de “boi vegetal”. Além disso é
amplamente cultivada para aproveitamento industrial de suas castanhas e
frutos. A parte denominada popularmente “fruto” é na verdade um
“pseudofruto” resultante do super desenvolvimento do pedúnculo floral da
planta, que quando maduro torna-se de cor amarela ou vermelha dependendo
da variedade. A “castanha” é o verdadeiro fruto, botanicamente falando. O
pseudofruto pode ser consumido in natura ou na forma de geléias, doces,
sucos, passas, etc. Já a castanha só pode ser consumida torrada devido ao
alto conteúdo de ácidos que queima a mucosa bucal. A sua extração e
industrialização é de grande importância econômica para o nordeste do
país, sendo também importante fonte de divisas para o país que a exporta
para todo o mundo. A transformação industrial dos pseudofrutos,
principalmente na forma de sucos, é igualmente importante para a economia
do Nordeste. Da casca da castanha é obtido um óleo resinoso conhecido como
cardol de amplo uso na fabricação de vernizes, isolantes, inseticidas,
etc. A exudação da casca fornece uma goma resinosa totalmente inatacada
por insetos e a própria casca é rica em tanino. A madeira é de inferior
qualidade, sendo aproveitada apenas para caixotaria e lenha.
Informações
ecológicas:
é uma planta perenifólia, ou seja, que não perde totalmente
as folhas durante o ano, adaptada ao crescimento a pleno sol, com nítida
preferência por solos arenosos e bem drenados. Floresce abundantemente
durante os meses de junho a setembro e frutifica a partir de novembro,
podendo estender-se até janeiro.
Produção de mudas:
Os
frutos completos (pedúnculo e castanha) devem ser colhidos diretamente da
árvore, separando-se em seguida a castanha (verdadeiro fruto) da parte
suculenta (pseudofruto). A castanha assim preparada está pronta para ser
semeada. Um kg desse material contém cerca de 240 unidades. Estas possuem
uma baixa germinação quando semeadas diretamente. Para melhorar sua
germinabilidade devem ser tratadas para eliminar os inibidores de
germinação, o que é obtido deixando-as em repouso dentro da água durante
48 horas, porém trocando-se a água a cada 8 horas. Em seguida devem ser
semeadas diretamente em embalagens individuais contendo substrato arenoso
enriquecido de matéria orgânica. Cobri-las com uma camada de 2 cm do
substrato peneirado e irrigar duas vezes ao dia. A emergência demora 10-20
dias e a taxa de germinação com esse tratamento é alta.
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