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Localização e Dados Gerais Macapá AP

 

Macapá a capital do Amapá fica localizada a 345 km de Belém do Pará. O nome é de origem tupi, com uma variação de macapaba, que quer dizer lugar de muitas bacabas, um fruto de palmeira nativa da região. Antes de chamar-se Macapá, o primeiro nome dado oficialmente a essa terra foi Adelantado de Nueva Andaluzia, em 1544, por Carlos V, então rei da Espanha, numa concessão a Francisco Orellana navegador espanhol que esteve por aqui.

Aniversário 4 de fevereiro
Fundação 1758
Localização
00° 02' 18.84" N 51° 03' 59.10" O00° 02' 18.84" N 51° 03' 59.10" O
Estado Amapá
Mesorregião Mesorregião do Sul do Amapá
Microrregião Microrregião de Macapá
Região metropolitana Macapá
Municípios limítrofes Norte: Ferreira Gomes, Cutias e Amapá
Leste: Oceano Atlântico
Sudeste: Itaubal e o Delta do rio Amazonas.
Sudoeste: Santana (cidade com a qual está conurbada)
Noroeste: Porto Grande.
Distância até a capital 1.791 (em linha reta) quilômetros
Características geográficas
Área 6.563 km²
Densidade 52,4 hab./km²
Altitude 14 metros
Clima Equatorial
Fuso horário UTC-3

Bandeira de Macapá

Brasão de Macapá

O acesso mais rápido a cidade é através de avião, com o tempo de 40 minutos de vôo. A outra opção é chegar de navio, são 24 horas de viagem. Não existem rodovias ligando Macapá a outros estados brasileiros. Chegando a Macapá você vai encontrar um ambiente sem poluição, uma cidade de pequeno porte, uma população acolhedora, e uma rica paisagem natural proporcionada pelo rio amazonas, o maior do mundo, e ainda um comércio crescente.

Um Modelo de Desenvolvimento

O Amapá tem uma situação única entre todos os Estados da Amazônia. Só 1% de sua área de 140.276 km2 foi desmatada. Assim, a floresta de mata firme, que ocupa 70% do território, conserva sua biodiversidade praticamente intacta.
 

Mapa da região

Amapá

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O Estado tem também outra particularidade: por causa de sua localização privilegiada, extremo norte do Brasil, possui diferentes ecossistemas com características amazônica, guianense e oceânica. Isso se traduz em paisagens bem distintas como planície, campos inundáveis, mangues, cerrados e florestas virgens.



Para preservar essa complexidade. O Estado, com um modelo de desenvolvimento sustentável, quer escrever uma nova história de ocupação e exploração da floresta.

A integração do homem ao meio ambiente é o eixo em torno do qual se desenvolve todo o trabalho do Instituto de Estudos e Pesquisas do Estado do Amapá - IEPA. O programa de zoneamento ecológico-econômico dá a exata dimensão desse princípio ao identificar as características e potencial de cada região, base para a ocupação racional e exploração econômica sustentável.

Complementando esse processo, o IEPA pretende construir um Parque Tecnológico para formação de técnicos; aumento da parceria com outras instituições de pesquisa e estruturação de laboratórios, já estão sendo montados os de Química de Produtos Naturais, Tecnologia de Alimentos e Controle de Qualidade.

 

No parque também serão construídos galpões industriais para abrigar o projeto Incubação de Empresas. Quem quiser desenvolver um produto ou processo inovador terá todo o apoio durante dois ou três anos, até que a empresa seja capaz de andar sozinha. Atualmente, este trabalho está sendo desenvolvido de forma indireta com as cooperativas que industrializam a castanha-do-pará.

Com o Centro de Plantas Medicinais e outras linhas de pesquisa, o IEPA trabalha para integrar a ciência e tecnologia aos aspectos econômicos, sociais e culturais.

 

Plantas Medicinais
Em nenhum outro lugar do mundo, a não ser na Amazônia, se encontram tantas espécies de plantas com poder medicinal. Os índios, há muito tempo, aprenderam a usar esse imenso laboratório natural para curar as doenças e isso acabou por ser incorporado e ampliado pela tradição popular.

No laboratório de pesquisa, o IEPA , através do seu Centro de Plantas Medicinais, testa o potencial científico das plantas e, quando comprovado, são fabricados medicamentos a partir dos princípios ativos naturais (não sintetizados em laboratório).

O Centro também desenvolve projetos de construção de hortos medicinais caseiros, escolares e comunitários e os museus "Waldemiro Gomes" e "Costa Lima" documentam e repassam para a comunidade o resultado de todo o trabalho.

O sistema público de saúde e os profissionais liberais já aceitam com mais naturalidade essa alternativa terapêutica e não estranham tanto o trabalho de pessoas como o "Dr." Sacaca que, aos 70 anos, só usa e receita remédios naturais.

Andiroba
Carapa guianensis

O óleo e o bagaço de andiroba são usados pelos índios como repelente. O resultado das primeiras pesquisas indicam que a andiroba, além de inibir a alimentação dos mosquitos, age com eficiência contra o mosquito Anopheles, transmissor da malária.

Alho
Allium sativum
 
Recomendado como auxiliar no tratamento de gripe, vermes e hipertensão.

Sacaca
Croton cajucara

A sacaca reduz a taxa de colesterol e auxilia no tratamento de afecções hepáticas.

Em Macapá , o Raimundo dos Santos Souza é um ilustre desconhecido mas se você perguntar pelo "Dr." Sacaca, a história muda de figura.

Na língua indígena, sacaca significa "rei da floresta" e este apelido é bem apropriado para este senhor bonachão e saudável que, aos 70 anos, não só usa como receita remédios naturais, gratuitamente, para quem o procurar. Este filho de lenhador desde cedo se acostumou a embrenhar na mata mas passou a conhecer a flora com Paul Le Coint, um francês estudioso da floresta amazônica e, com os índios, que ele também reconhece como mestres, aprendeu a combinar as plantas para curar doenças.

Provas? Ele nem titubeia. Cita, entre outros, o caso de sua própria mãe que foi curada de um câncer no seio a partir de uma combinação de leite de anani, com óleo de copaíba e casca de caju azedo e ainda vive bem saudável aos 100 anos de idade.

Este "Senhor da Floresta", como também é conhecido, faz "garrafadas", ungüentos e tinturas capazes de curar qualquer coisa. O "Dr." Sacaca diz que nas cascas, folhas e raízes das plantas, principalmente as brasileiras, estão a cura de qualquer doença. Fica mais difícil duvidar quando se sabe que a ciência não conhece sequer 5% dos princípios ativos dessas plantas.

Índios
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mapa da região


O Amapá é o primeiro estado brasileiro a ter todas as terras indígenas demarcadas. Nas duas grandes reservas, que representam 8,6% de todo o território estadual, 140.276 km 2, vivem as etnias - Galibi, Karipuna, Palikur, Waiapi e Galibi Marworno.

 
Esses índios não vivem isolados. Recebem todo tipo de apoio governamental: da assistência saúde à orientação para melhorar a qualidade de vida através de novas alternativas econômicas.

Essas sociedades indígenas recebem todo tipo de apoio governamental: da assistência saúde à orientação para melhorar a qualidade de vida através de novas alternativas econômicas. No entanto, o respeito aos índios vem em primeiro lugar. Em nenhum momento essa parceria pode interferir na cultura diferenciada das etnias. O melhor exemplo desse compromisso é o apoio dado a escola bilíngue, na qual as crianças aprendem primeiro sua língua original, condição mais importante para manter viva a tradição indígena com seus mitos, lendas, arte e costumes.

A luta dos índios para garantir a terra em que vivem e defender a sua cultura tem chamado a atenção de Ongs, governos estrangeiros com o alemão e o apoio de personalidades como Danielle Miterrand. A viúva do ex-presidente François Miterrand e presidente da Fundação France Libertés visitou o Amapá em abril de 1996. Além de oferecer apoio político, ela condenou duramente o decreto do governo federal que permite contestação no processo de demarcação de terras indígenas.

Galibi-Marworno
A palavra Galibi designava os índios que viviam no litoral da Guiana francesa. Hoje são encontrados no Amapá em apenas 3 aldeias. A língua original, Karib, foi substituída pelo patoá, francês creolo da Guiana e o português, falado pela maioria dos homens adultos.

Assim como os Palikur, os Galibi também escolhem o chefe da aldeia por eleição direta. Vivem da agricultura cujo principal produto é a mandioca brava, caça, pesca e comercializam o excedente. Possuem também uma pequena indústria de construção naval que produz pequenos barcos para toda a região.

O governo do Estado proporciona assistência na área, infra estrutura e mantém ainda escola bilíngue nas aldeias.




Galibi do Oiapoque
Essa sociedade vivia originalmente na Guiana Francesa e sua principal característica é o instinto guerreiro. No século XVII, lutaram muito contra os índios Palikur e os franceses.

No século XVIII, com a chegada dos jesuítas, formaram o maior grupo das missões. Quando os padres foram expulsos, eles se dispersaram.

No Brasil mora apenas um grupo, que chegou ao país em 1950. Vivem da caça e da pesca e, como fonte de recurso, comercializam produtos agrícolas.

Todas as aldeias têm escolas administradas pelo governo do Estado. Possuem também uma pequena indústria de construção naval que produz barcos para toda a região.

Próxima á reserva fica Oiapoque. Esta cidade, situada no ponto mais extremo do Brasil, é a primeira da país a eleger um prefeito índio.




Juminã
A história dessa comunidade é marcada por uma constante migração. Ora ocupavam a bacia de Uaça sua área de origem, ora se mudavam para a Guiana Francesa. Só no final da década de 80, com a demarcação da reserva e a expulsão dos não-índios, é que a população começou a se fixar. Duas aldeias ocupam essa área: a Juminã, com remanescentes dos índios Karipuna e Uahá, índios Galibi-Marworno.


Karipuna
Os índios Karipuna se consideram católicos mas não abrem mão das festas religiosas tradicionais. O "Turé", por exemplo, tem ritos essencialmente indígenas que inclui danças e cantos na língua maruane. Comercializam produtos agrícolas como cítricos, café, inhame, banana e cana. A caça e a pesca são utlizados exclusivamente para o consumo local. A migração tem aumentado por causa do crescimento da população. No entanto, os homens ficam fora apenas por alguns períodos, enquanto as mulheres raramente retornam às aldeias.
 
Palikur
Os Palikur têm uma miscigenação rara entre os índios. Entre 1930 e 1940, chegaram à aldeia famílias negras vindas da Guiana Francesa e seus descendentes assumem a identidade da tribo. Mesmo com esse contato, os índios mantém a tradição de se organizar em clãs formados a partir da linhagem paterna. Dessa forma, os filhos de pais não mestiços são aceitos pela comunidade mas não podem pertencer a nenhum clã.

Os Palikur estão localizados no Estado do Amapá e na Guiana Francesa, no Amapá eles habitam ao longo do rio Urukaua, situado na bacia do rio Uaca, na região do município do Oiapoque; na Guiana Francesa eles habitam em bairros nas cidades de Caiena e Saint Georges e as margens do rio Oiapoque. Dentre as tres etnias que habitam ao longo da bacia do Uacá - Galibi-Marworno, Karipuna e Palikur -, os Palikur são os únicos procedentes da própria região e também são os únicos que mantiveram sua língua original. Esta etnia é mencionada nos relatos históricos desde 1513.

Durante mais de três séculos, os povos indígenas da região do norte do Amapá mantiveram intensas trocas com os comerciantes franceses a ponto de despertar a preocupação da coroa portuguesa, que passou a exercer uma caça sem treguas aos índios identificados como aliados franceses. Neste contexto, os Palikur, apesar de considerados "amis de francois", são das poucas etnias, das diversas que existiam na região, que conseguem sobreviver a perseguição empreendida pelos portugueses.

Atualmente, os Palikur são, em sua maioria, crentes. Foram evangelizados por missionários protestantes no final da década de 40 e por conta da religião cristã não realizam mais suas festas tradicionais, como a festa de Ture e do Tambor. Assim como os outros povos indígenas do Uaca, os Palikur vivem da caça, pesca e da comercialização da farinha nas cidades do Oiapoque, Caiena e Saint George.

 




Para fugir da catequização dos jesuítas os índios Waiapi, no século XVII, abandonaram sua área de origem, baixo Xingu no estado do Pará, e ocuparam o ponto mais extremo do Brasil, entre os rios Oiapoque, Jari e Amapari. Os Waiapi quase foram extintos no começo do século por causa do contato com os extrativistas como os seringueiros. Na década de 70 enfrentaram o mesmo problema com os garimpeiros que invadiram a área, a partir da recém-chegada Rodovia Perimetral Norte. Nos anos 80, os Waiapi conseguiram expulsar os invasores e, desde então, mantêm constante vigilância nos limites de sua terra. Nesse período assumiram a faiscação de ouro aluvionar, uma atividade que eles realizam dentro do seu ciclo tradicional de atividades extrativistas e que atende a algumas de suas necessidades (armamento, tecidos, redes). Nos garimpos controlados pelos índios, não se usa mercúrio e as áreas trabalhadas são convertidas em plantações de frutíferas. Além disso, os waiapi estão na agro-silvicultura em alguns trechos das picadas da demarcação . Hoje, eles são 488, distribuídos em 12 aldeias. A área foi demarcada e homologada em 1996, numa experiência piloto do PPG7 que priorizou a participação dos índios e sua capacitação para o controle permanente desta terra. A experiência foi coordenada por uma ONG e financiada pelo governo alemão.



Arte
  Cada aldeia indígena tem um padrão estético que se reproduz nos objetos utilitários como cestas, redes, adornos e armas. Feitos com madeira, fibras, cerâmica, sementes, plumagem, dentes e ossos de animais, Alguns desses objetos são enfeitados com penas de aves ou pintados com corantes naturais extraídos de cascas de árvores ou sementes como as do urucum.

 
O artesanato é uma das fontes de renda dos povos indígenas do Amapá. Os Karipuna, por exemplo, fabricam colares de contas ou ossos. Os Waiapi usam desenhos mitológicos para explicar suas origens. Os Apalai do norte do Pará fazem complexos desenhos geométricos com significados conhecidos apenas pelo grupo.