O Rio Guandu é um rio brasileiro do estado do Rio de
Janeiro, considerado de grande importância para este
estado, já que suas águas concorrem para que a Região
Metropolitana do Rio de Janeiro - RMRJ, também conhecida
como Grande Rio, obtenha água potável, após tratamento
na ETA Guandu. O mesmo é resultado da junção dos rios
Sant'Anna e Lages, cerca de dois quilômetros acima de
Paracambi.
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Rio Guandu visto da BR-465
Comprimento 108 km
Nascente Serra do Mar, em Barra do Piraí
Foz Baía de Sepetiba, entre os municípios Rio de Janeiro e
Itaguaí
Afluentes
principais: Rio Cabral, Rio Piranema, Rio Santana, Rio São
Pedro, Rio Santo Antônio, Rio Queimados, Rio Guandu-Mirim,
Rio Paraíba do Sul
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O Rio Guandu era um rio de pequeno porte há alguns anos.
Mas se tornou um rio bastante caudaloso depois da
transposição da águas do rio Paraíba do Sul, sendo
primeiramente usado para a produção de energia elétrica
pela empresa Light serviços de eletricidade e para uso
industrial, e hoje é voltado principalmente para o
abastecimento de água da RMRJ. Sua água abastece cerca
de 80% da população do Grande Rio.
Suas nascentes localizam-se na Serra do Mar, em diversos
municípios. Alguns riachos se unem na represa de
Ribeirão das Lajes, um dos formadores do rio Guandu, que
é importante para a regulação da vazão e do nível da
água do rio e tem papel importante na economia local.
Depois de passar pela represa, o Ribeirão das Lajes,
recebe as águas do Rio Paraíba do Sul através de
transposição em Barra do Piraí pela estação elevatória
de Santa Cecília e, depois de receber as águas do Rio
Santana, passa finalmente a denominar-se Rio Guandu.
Depois disso, recebe águas dos poluídos rios de
Queimados, como o Abel e os Poços/Queimados, e os
córregos de Seropédica. No Município de Nova Iguaçu,
localiza-se a Estação de tratamento de água do Guandu,
considerada a maior do mundo com uma vazão de cerca de
50 m³/s. Depois da estação de tratamento recebe as águas
do rio Guandu-Mirim e é dividido em vários canais a
altura do bairro carioca de Santa Cruz, sendo o
principal deles o Canal de São Francisco que serve à
importante Zona Industrial deste bairro, em que se
encontram a COSIGUA(Companhia Siderúrgica da Guanabara)
e a Termelétrica de Santa Cruz, terminando por deságuar
na Baía de Sepetiba.
Transposição
Atualmente, portanto, boa parte de sua água vem de outro
importante manancial: o rio Paraíba do Sul. Na usina
hidrelétrica da Light, a jusante de Santa Cecília, é
feita a transposição da água, quando o Paraíba do Sul
cede cerca de 60% de suas águas para o Guandu, através
das canalizações forçadas das usinas. O sistema foi
construído em 1952 podendo acrescentar até 180 metros
cúbicos de água ao que irá se transformar mais a frente
no Rio Guandu. Essa transposição encontra as águas do
rio Ribeirão das Lages e desce para formar o Guandu e
abastecer o Rio de Janeiro.
Problemas ambientais
O principal uso das águas do rio Guandu sem sombra de
dúvidas é o tratamento para consumo de água potável.
Esta água potável é tratada na ETA ( estação de
tratamento de água) do Guandu e distribuída através de
adutoras para o uso de 80% da população da Região
Metropolitana do Rio de Janeiro. Porém, para que este
tratamento seja eficiente, é necessário que a chamada
água bruta não atinja determinados níveis de poluição.
As águas do rio Paraíba do Sul possuem níveis de
poluição altos, devido sobretudo ao lançamento de esgoto
sanitário por parte dos municípios que estão à montante
de Santa Cecília, mas a distância entre o ponto de
captação de suas águas e a estação de tratamento faz com
que a maior parte desta poluição acabe ficando pelo meio
do caminho pelo processo de auto-depuração natural do
rio. Porém, próximo à estação de tratamento, ele recebe
águas dos poluídos rios de Queimados, como o rio Abel, o
rio dos Poços, o rio Queimados e dos córregos poluídos
de Seropédica.
Os rios dos Poços e Queimados nas proximidades da ETA
estão frequentemente cobertos por vegetação flutuante,
pois esses rios tem altíssima concentração de matéria
orgânica que alimenta as plantas. O rio dos Poços é um
dos mais poluídos de toda macro-região da bacia
hidrográfica do rio Guandu. Ele vai descendo, forma uma
grande lagoa e se junta ao rio Guandu.
Toda esta poluição poderia provocar um colapso no
abastecimento de água dos municípios da RMRJ. Em meados
da década de 70, a Companhia Estadual de Águas e Esgotos
(Cedae) foi obrigada a desativar duas estações de
tratamento de água. Uma delas fica em Santa Cruz, na
Zona Oeste. A Estação de Santos Malheiros captava água
do Rio Guandu-Mirim. “O problema da água é que ela
recebeu uma quantidade muito grande de poluentes. A
situação fica tão grave que a gente não consegue tratar
a água”, reconheceu Flávio Guedes, antigo diretor da
Cedae(Companhia Estadual de Aguas e esgotos).
Isso ainda não aconteceu com a ETA do Guandu pois a
falta de tratamento do esgoto é compensada com água de
diluição. Durante o processo de transposição, é retirado
do Rio Paraíba do Sul quantidade extra de água para
diluir a poluição do Guandu.
Porém a capacidade de fornecimento de água do Rio
Paraída do Sul para o Guandu é limitada, pela capacidade
da elevatória de Santa Cecília e pelo abastecimento de
água nas importantes cidades que ficam rio abaixo, como
São Fidélis, Cambuci e Campos dos Goytacazes. Devido ao
problema da poluição por esgoto doméstico e dejetos
industriais não tratados estar se agravando a cada dia,
o rio Guandu precisa receber ainda mais água para que
esta possa ser tratada.
Outro grande problema são os areais, alguns
clandestinos, que são locais em que se abrem grandes
buracos ( cavas ) para extração de areia do solo,
retirando para isso a cobertura vegetal e, muitas vezes,
a extração de areia que se dá no leito e ao longo das
margens do Rio Guandu.
Embora seja uma prática ilegal, muitos areais ainda
estão em funcionamento. A extração é proibida dentro da
Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Guandu, que
abrange uma faixa de terra de até 500 metros em ambas as
margens do rio. Esta prática promove o assoreamento do
rio, pois grande parte dos resíduos deste processo
acabam nele, o que diminui a vazão da água e aumenta a
concentração de poluição, facilita a ocorrência de
enchentes e aumenta a quantidade de resíduos a serem
retirados da água durante o tratamento.
O rio guandu é extremamente
poluído
Outras transposições
Rio São Francisco
Rio Piumhi
Rio Pinheiros