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Lobo Etíope

(Canis simensis)

 

  O lobo etíope , o canídeo mais ameaçado do mundo

 

  O lobo etíope é o canídeo mais raro do Velho Mundo. Única espécie de lobo endêmica à África, está sob grande risco de extinção, sendo que os últimos 400 – 500 representantes vivem na sua maioria no Parque Nacional das Montanhas Bale (Etiópia), que contém o indispensável habitat afroalpino para esses animais.

As maiores ameaças ao lobo etíope nesse parque são a destruição de habitat, perda de diversidade genética, escassez de presas selvagens, e competição, hibridização e transmissão de doenças por cães domésticos.

  Retrato de uma espécie ameaçada

   O lobo etíope já era raro quando foi descoberto, e sua proteção já foi requerida em 1938. Junto com o lobo vermelho (Canis rufus), da América do Norte, está classificado como ameaçado no Livro Vermelho da IUCN. Grupos de especialistas em canídeos, no entanto, já consideram a espécie como criticamente ameaçada. A espécie é oficialmente protegida pelo governo da Etiópia, que desde meados da década de 1980 tem recusado autorizações para caça esportiva desse animal, e que desde 1993 aboliu qualquer tipo de caça esportiva.

 O lobo etíope não está listado pela convenção CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional de Animais Ameaçados), dado que esse animal não é comercializado.

  A área de ocorrência do lobo etíope é relativamente grande (maior que 100 km2), contudo muito fragmentada, o que inviabiliza ainda mais as possibilidades de cruzamento. Estima-se que apenas 250 animais atualmente sejam reprodutores.

O lobo etíope é um dos quatro representante do gênero Canis na África, juntamente com três chacais (C. adustus, C. mesomelas, C. aureus), mas é facilmente diferenciado pelo tamanho maior, o característico pelame vermelho com marcas brancas e as pernas relativamente mais longas.

  Baseados em estudos filogenéticos por semelhança de DNA mitocondrial, verificou-se que o lobo etíope é mais aparentado com o lobo cinzento ou o coiote do que com qualquer outro dos canídeos africanos, sugerindo que essa espécie seja um remanescente de um ancestral semelhante ao lobo que invadiu o norte da África a partir da Eurásia.

  Os machos são consideravelmente maiores que as fêmeas: usualmente 20% mais pesados (16,2 kg para os machos e 12,8 para as fêmeas, em média) e 7% maiores.

  Estilo de vida

  Contradizendo a associação habitual entre comportamento social e caça cooperativa, o lobo etíope é basicamente um caçador solitário, mas que vive em grupos. Suas presas típicas são pequenos roedores e lagomorfos de hábitos diurnos. Eventualmente, pequenos grupos caçam antílopes e lebres. O território de um grupo oscila entre 6 – 13 km2.

  Reúnem-se em grupos de 3 a 13 membros pela manhã, na metade do dia e ao anoitecer, saudando-se ruidosamente.   Adultos e sub-adultos (9 meses de idade) dormem à noite em grupo, em média de seis membros, a céu aberto. Apenas fêmeas e e filhotes, na época de reprodução, usam tocas interligadas sob o abrigo de rochas ou encostas. As interações sociais são mais comuns durante a época de acasalamento, e na partida ou chegada de expedições de patrulhamento de fronteira. Por sinal, muitas vezes é a fêmea dominante a liderar essas expedições.

  Há uma hierarquia bem definida para ambos os Patologias, como ocorre com o lobo cinzento, e que já é disputada desde que os animais são filhotes. Ocasionalmente, a linha hierárquica dos machos pode se alterar, mas não a das fêmeas.  Dentro de um mesmo grupo, na época do acasalamento a fêmea aceitará apenas o macho alfa, entretanto pode copular com qualquer macho de uma alcatéia vizinha.

  O acasalamento se dá entre agosto e novembro, e a gestação dura 60-62 dias. Apenas 60% das gestações chegam a bom termo. Nascem entre dois e seis filhotes, de coloração escura, que são freqüentemente movidos de um lugar para o outro pelos pais (até uma distância de 1300 m!).

  Apesar de que apenas um casal é o responsável pela reprodução, todos os membros da alcatéia regurgitam comida para os jovens e afastam da toca possíveis predadores. Fêmeas subordinadas também ajudam a amamentá-los.

 

  Impacto cultural e econômico

 

  O lobo etíope nunca chegou a povoar o imaginário da humanidade. Animal sempre tido como dócil, nunca atacando homens, já é conhecido desde muito pelas populações que habitaram a Etiópia. A primeira descrição que se tem desse animal é do século XIII, onde era referido pelo nome Ethiopicis lupis. Recentemente, sua imagem tem sido usada como um dos símbolos nacionais em selos.

  Um dos seus nomes locais, jedalla farda, significa “chacal do cavalo”, referindo-se ao hábito do lobo etíope de acompanhar éguas e vacas prenhes até o local onde elas paririam, para devorar seus recém-nascidos.

  O lobo etíope não é comercializado pela sua pele; aparentemente a única utilidade que teria para os nativos seria o uso medicinal do seu fígado.

Este texto foi adaptado de: C. Sillero-Zubiri, D.W. MacDonald and the IUCN/SSC Canid Specialist Group. 1997. The Ethiopian Wolf – Status Survey and Conservation Action Plan. IUCN, Gland, Suíça, 123 pp. (disponível em http://www.canids.org/PUBLICAT/EWACTPLN/ewaptoc.htm)

Taxonomia e morfologia

Nome científico: Canis simensis Rüppell, 1835

Sub-espécies:C. s. simensis Rüppell, 1835 e C. s. citernii de Beaux, 1922

Sinônimos: Simenia simensis

Nomes comuns: Lobo etíope, lobo da Abissínia,  chacal vermelho, chacal da Etiópia, raposa simiana ou simeniana (nome emprestado das Montanhas Simien)

Nomes nativos: ky kebero, walgie (amhárico); jedalla farda, arouayé (orominíaco)

Direitos autorais reservados Breno Pannia Espósito 2003   (este material pode ser usado, bastando para isso conceder-me os créditos)

 

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