A África está separada da
Europa pelo mar Mediterrâneo e liga-se à Ásia na sua extremidade nordeste
pelo istmo de Suez. No entanto, a África ocupa uma única placa tectônica,
ao contrário da Europa que partilha com a Ásia a Placa Euro-asiática.
Do seu ponto mais a norte, Ras ben Sakka, em Marrocos, à latitude 37°21′
N, até ao ponto mais a sul, o cabo das Agulhas na África do Sul, à
latitude 34°51′15″ S, vai uma distância de aproximadamente 8 000 km. Do
ponto mais ocidental de África, o Cabo Verde, no Senegal, à longitude
17°33′22″ W, até Ras Hafun na Somália, à longitude 51°27′52″ E,vai uma
distância de cerca de 7 400 km.
Para além do mar Mediterrâneo, a norte, África é banhada pelo oceano
Atlântico na sua costa ocidental e pelo oceano Índico do lado oriental. O
comprimento da linha de costa é de 26 000 km.
Apresenta grande diversidade étnica, cultural e
política. Nesse continente são visíveis as condições de
pobreza, sendo o continente africano o mais pobre de
todos; dos trinta países mais pobres do mundo (com mais
problemas de subnutrição, analfabetismo, baixa
expectativa de vida, etc.), pelo menos 21 são africanos.
Apesar disso existem alguns poucos países com um padrão
de vida razoável (comparável no máximo ao Brasil ou
Bulgária), assim não existe nenhum país realmente
desenvolvido na África. O subdesenvolvimento, os
conflitos entre povos e as enormes desigualdades sociais
internas, são o resultado das grandes modificações
introduzidas pelos colonizadores europeus.
A África costuma ser regionalizada de duas formas, a
primeira forma, que valoriza a localização dos países e
os dividem em cinco grupos, que são a África
setentrional ou do Norte, a África Ocidental, a África
central, a África Oriental e a África meridional. A
segunda regionalização desse continente, que vem sendo
muito utilizada, usa critérios étnicos e culturais
(religião e etnias predominantes em cada região), é
dividida em dois grandes grupos, a África Branca ou
setentrional formado pelos oito países da África do
norte, mais a Mauritânia e o Saara Ocidental, e a África
Negra ou subsaariana formada pelos outros 44 países do
continente.
Cinco dos países de África foram colônias portuguesas e
usam o português como língua oficial: Angola, Cabo
Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe;
em Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe são
ainda falados crioulos de base portuguesa.
Etimologia
África.Afri era o nome de vários povos que se fixaram
perto de Cartago no Norte de África. O seu nome é
geralmente relacionado com os fenícios como afar, que
significa "poeira", embora uma teoria de 1981,[4] tenha
afirmado que o nome também deriva de uma palavra de
berbere, ifri, palavra que significa "caverna", em
referência à gruta onde residiam.
No tempo dos romanos, Cartago passou a ser a capital da
Província de África, que incluiu também a parte costeira
da moderna Líbia. Os romanos utilizaram o sufixo "-ca"
denotando "país ou território". Mais tarde, o reino
muçulmano de Ifriqiya, atualmente Tunísia, também
preservou o nome.
Outras etimologias têm sido apontadas como originárias
para a antiga denominação "África":
No século I, o historiador judeu Flavius Josephus (Ant.
1.15) afirmou ter sido nomeado para Epher, neto de
Abraão, segundo o Génesis (25:4), cujos descendentes,
segundo ele, tinha invadido a Líbia.
aprica, palavra latina que significa "ensolarados",
mencionada por Isidoro de Sevilha (século VI), em
Etymologiae XIV.5.2
aphrike, palavra grega que significa "sem frio". Esta
foi proposta pelo historiador Leo Áfricanus (1488-1554),
que sugeriu a palavra grega phrike (φρίκη, significando
"frio e horror"), combinado com o prefixo privativo
"-um", indicando assim um terreno livre de frio e de
horror.
Massey, em 1881, afirmou que o nome deriva do egípcio
af-rui-ka, que significa "para virar em direção a
abertura do Ka." O Ka é o dobro energético de cada
pessoa e de "abertura do Ka" remete para o útero ou
berço. África seria, para os egípcios, "o berço."
Norte de África
No deserto da Líbia encontraram-se gravações em rochas
(ou "petroglifos") do período Neolítico, e megalitos,
que atestam da existência duma cultura de
caçadores-recolectores nas savanas secas desta região,
durante a última glaciação. O atual deserto do Saara foi
um dos primeiros locais onde se praticou a agricultura
na África (cultura da cerâmica de linhas onduladas).
Outros achados arqueológicos demonstram que, depois da
desertificação do Saara, as populações do Norte de
África passaram a concentrar-se no vale do rio Nilo: os
"nomas", cuja cultura ainda não conhecia a escrita, e
que, por volta de 6000 a.C., já tinha uma agricultura
organizada.
Antiguidade
Mapa das civilizações africanas antes da colonização
europeia.Pode dizer-se que a Historia recente ou
"moderna" da África, no sentido do seu registro escrito,
começou quando povos de outros continentes começaram a
registrar o seu conhecimento sobre os povos africanos –
com exceção do Egito e provavelmente dos antigos reinos
de Axum e Meroe, que tiveram fortes relações com o
Egito.
Assim, aparentemente, a
Historia da África oriental
começa a ser conhecida a partir do século X, quando um
estudioso viajante árabe, Al-Masudi, descreveu uma
importante atividade comercial entre as nações da região
do Golfo Pérsico e os "Zanj" ou negros africanos. No
entanto, outras partes do continente já tinham tido
início a islamização, que trouxe a estes povos a língua
árabe e a sua escrita, a partir do século VII.
As línguas bantu só começaram a ter a sua escrita
própria, quando os missionários europeus decidiram
publicar a Bíblia e outros documentos religiosos
naquelas línguas, ou seja, durante a colonização do
continente, pelo menos, da sua parte subsaariana.
As primeiras civilizações surgiram na África na
Antigüidade:
Mapa das civilizações africanas antes da
colonização européia.
Historia do Egipto
Historia da Etiópia
Fenícia
Axum
Meroe
Grande Zimbabwe
Paisagem Cultural de Mapungubwe
África Subsaariana
Historia recente de África
Pode dizer-se que a Historia recente ou "moderna" de
África, no sentido do seu registo escrito, começou
quando povos de outros continentes começaram a registar
o seu conhecimento sobre os povos africanos – com
excepção do Egipto e dos antigos reinos de Axum e Meroe,
que tiveram fortes relações com o Egipto e já tinham a
sua escrita própria.
Assim, aparentemente, a
Historia da África oriental
começa a ser conhecida a partir do século X, quando um
estudioso viajante árabe, Al-Masudi, descreveu uma
importante actividade comercial entre as nações da
região do Golfo Pérsico e os "Zanj" ou negros africanos.
No entanto, noutras partes do continente já tinha tido
início a islamização, que trouxe a estes povos a língua
árabe e a sua escrita, a partir do século VII.
As línguas bantu só começaram a ter a sua escrita
própria, quando os missionários europeus decidiram
publicar a Bíblia e outros documentos religiosos
naquelas línguas, ou seja, durante a colonização do
continente, pelo menos, da sua parte subsaariana.
Colonização européia
Mapa de África Colonial em 1913.
Bélgica
França
Alemanha
Grã-Bretanha
Itália
Portugal
Espanha
Estados independentes (Libéria e Etiópia)
Historia da colonização de África
No período da expansão marítima europeia, no século XV,
os portugueses tentavam contornar a costa africana para
chegar nas Índias em busca de especiarias. Muitas áreas
da costa africana foram conquistadas e o comércio
europeu foi estendido para essas áreas.
Na África existiam muitas tribos primitivas (segundo a
visão etnocentrista europeia) que viviam em contato com
a natureza e não tinham tecnologia avançada. Havia
guerras entre tribos diferentes, a tribo derrotada na
guerra se tornava escrava da tribo vencedora.
No período de Colonização da América, ocorria o tráfico
negreiro, em que eram buscados negros da África para
trabalhar como escravos nas colônias como mão de obra,
principalmente nas plantações. Os escravos eram
conseguidos pelos europeus por negociações com as tribos
vencedoras, trocando os escravos por mercadorias de
pouco valor na Europa, como tabaco e aguardente, e
levados para América como peças (mercadorias valiosas).
Após a Revolução Industrial e a independência das
colônias do continente americano, no século XVIII, as
potências europeias começaram a dominar
administrativamente várias áreas da África e da Ásia
para expandir o comércio, buscar matérias-primas e
mercado consumidor, e deslocar a mão de obra
desempregada da Europa.
Mapa climático da África de acordo com a
classificação climática de Köppen-Geiger.
Na colonização, a África foi dividida de acordo com os
interesses europeus, que culminou com a partilha do
continente pelos estados europeus na Conferência de
Berlim, em 1885. Tribos aliadas foram separadas e tribos
inimigas unidas. Após a Segunda Guerra Mundial, as
colônias na África começaram a conquistar a
independência, formando os atuais países africanos.
Apartheid
Placa na praia em Durban que indica "área de banho para
integrantes do grupo branco", em Inglês, em Africaner e
Zulu (1989).A questão racial assumiu uma forma radical
na África do Sul: embora os negros, mestiços e
descendentes de indianos constituíssem 86% da população,
eram os brancos que detinham todo o poder político, e
somente eles gozavam de direitos civis.
A origem desse sistema, denominado apartheid, data de
1911, quando os africânderes (descendentes de
agricultores holandeses e franceses que emigraram para a
África do Sul) e os britânicos estabeleceram uma série
de leis para consolidar seu domínio sobre os negros. Em
1948, a política de segregação racial foi oficializada,
criando direitos e zonas residenciais para brancos,
negros, asiáticos e mestiços.
Na década de 1950, foi fundado o Congresso Nacional
Africano (CNA), partido político contrário ao apartheid
na África do Sul. Em 1960, o CNA foi declarado ilegal e
seu líder Nelson Mandela, condenado à prisão perpétua.
De 1958 a 1976, a política do apartheid se fortaleceu
com a criação dos bantustões, apesar dos protestos da
maioria negra (vide Massacre de Soweto).
Diante de tal situação, cresceram o descontentamento e a
revolta da maioria subjugada pelos brancos; os choques
tornaram-se freqüentes e violentos; e as manifestações
de protesto eram decorrência natural desse quadro
injusto. A comunidade internacional usou algumas formas
de pressão contra o governo sul-africano, especialmente
no âmbito diplomático e econômico, no sentido de fazê-lo
abolir a instituição do apartheid.
Finalmente, em 1992, Frederik de Klerk aboliu as leis
discriminatórias e libertou Mandela. Em 1994, tiveram
lugar as primeiras eleições multirraciais na África do
Sul, em que o CNA ganhou a maioria, embora dando o lugar
de Vice-presidente a De Klerk; o CNA continuou a ganhar
as eleições até 2009, continuando a governar.
Descolonização da África
Mapa etnolinguistico
As duas grandes guerras que fustigaram a Europa durante
a primeira metade do século XX deixaram aqueles países
sem condições para manterem um domínio econômico e
militar nas suas colônias. Estes problemas, associados a
um movimento independentista que tomou uma forma mais
organizada na Conferência de Bandung, levou as antigas
potências coloniais a negociarem a independência das
colônias, iniciando-se a descolonização.
Este processo foi geralmente antecedido por um conflito
entre as "forças vivas" da colônia e a administração
colonial, que pode tomar a forma duma guerra de
libertação (como foi o caso de algumas colônias
portuguesas e da Argélia). No entanto, houve casos em
que a potência colonial, quer por pressões internas ou
internacionais, quer por verificar que a manutenção de
colônias lhe traz mais prejuízos que benefícios, decide
por sua iniciativa conceder a independência às suas
colônias, como aconteceu com várias das ex-colônias
francesas e britânicas. Nestes casos, foi frequente o
estabelecimento de acordos em que a potência colonial
tem privilégios no comércio e noutros aspectos da
economia e política.
Referencias:
Wikipédia
Ache Tudo e Região
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