Em meados do século XIX
os paulistas só tinham notícia de que depois de Botucatu e além da serra
de Agudos haviam as terras de Bauru, assim chamadas pelos
índios Caingangues, que as defendiam valorosamente.
Existem várias teorias para explicação da origem do nome Bauru. Uma
das mais aceitas é a defendida por Ismael Marinho Falcão, engenheiro que
conviveu durante muitos anos com os índios Caingangues, que habitavam a
região. Segundo concluiu, a região era chamada ubauru’, em razão da
existência de grande quantidade de uma planta herbácea chamada ubá’,
utilizada na confeccão de cestos e balaios, e de uru’, ave rasteira da
família das galináceas. Outros defendem que o nome vem de mbai-yuru’,
que significa cachoeiras, rio em forte declive; ou de ybá’ e uru’, cesta
de frutas; ou ainda de bauruz’, como eram chamados os índios que
habitavam as margens do rio Batalha.
O
modo do governo
imperial de incentivar a ocupação do interior do território brasileiro,
dando posse a quem requeresse em terras devolutas para desenvolver a
produção, estimulou aventureiros e colonos a se embrenharem pelos
sertões abrindo fazendas de gado e, no interior da província de São
Paulo, para plantar café.
Entre os primeiros a
enfrentar a resistência dos Caingangues, penetrando na região de
Bauru, seguindo pelo rio Batalha, são lembrados pelos historiadores,
Sebastião Pereira e Pedro Francisco Pinto, e mais tarde Mariano José
da Costa e João Batista Monteiro.
O processo de ocupação
começa a tomar força por volta de 1856, com a chegada de Felicíssimo
Antonio de Souza Pereira e Antonio Teixeira Espírito Santo.
A
partir de 1884 a cidade começa a criar corpo de povoado, já então chamado oficialmente
Bairro de Bauru.
Os
Transportes
Desde a Guerra do Paraguai o governo brasileiro alimentava a idéia de
uma ferrovia integrando a província de Mato Grosso à capital Rio de
Janeiro. Com o advento da República, a questão dos transportes ganha
maior ênfase e em outubro de 1904, acatando parecer do Clube de
Engenharia, o presidente Rodrigues Alves assina decreto definindo que o
traçado da ferrovia que serviria Mato Grosso partiria “das
imediações de São Paulo dos Agudos”. Venceram o argumento da menor
distância e o poder de influência da economia cafeeira paulista, em
grande expansão.
Não foi fácil convencer os poderes
federais de que o melhor traçado para a ferrovia para Mato Grosso seria
por Bauru, passando por Campo Grande, até Corumbá. Os governos do Rio de
Janeiro e Minas Gerais propunham outros traçados, via Uberaba, Coxim e
Cuiabá, e até mesmo pelo norte do Paraná. A régua na prancheta, o avanço
da cafeicultura e a vulnerabilidade da fronteira atestada na Guerra do
Paraguai foram, entre outros fatores, os que mais pesaram na opção pelo
traçado definitivo.
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Bauru
já era nessa época promissor núcleo habitacional na boca do sertão,
com armazém, mercado, bares e movimentação crescente de
forasteiros. O anúncio da construção da ferrovia, com a chegada a
partir de 1905 de cerca de três mil operários, deram à pequena
cidade um crescimento explosivo, com instalação inesperada de
lojas e serviços sequer sonhados pelos antigos moradores. |
Em julho de 1905 chegam a Bauru os trilhos da
Estrada de Ferro Sorocabana, ligando a pequena cidade a São Paulo e ao
progresso definitivo. No ano seguinte a Estrada de Ferro Noroeste do
Brasil, vencida a resistência dos bravos Caingangues, já vai furando o
sertão em direção a Mato Grosso.
Em 1906 a cidade ganha
seu primeiro jornal, “O Bauru” e a Sociedade Dante Alighieri, seu
primeiro centro cultural. Em 1908 recebe a visita do presidente da
República Afonso Pena, que vem inaugurar o primeiro trecho da NOB e o
serviço telefônico de Bauru. Em 1910, com a chegada da Companhia
Paulista de Estradas de Ferro, a cidade passa a ser um dos mais
importantes entroncamentos ferroviários do interior do continente.
Com isso Bauru tem
traçado seu destino de grande crescimento. Os imigrantes atraídos nos
primeiros tempos para tocar as lavouras de café têm agora seus
descendentes enriquecendo na nova atividade que passa a se tornar a
principal força econômica da cidade: o comércio.
O
Crescimento
Os anos
vinte são marcados pela instalação das casas bancárias, dos grandes
atacadistas, e pelo início dos trabalhos de pavimentação das
principais ruas da cidade. Na década de 30 começam a se desenvolver os
setores de saúde e educação, enquanto a população cresce
vertiginosamente.
No final
dos anos 30 Bauru já se destaca como uma das mais importantes cidades
do interior paulista. Em 1938 a cidade recebe a visita do presidente
Getúlio Vargas. E em 1939 é inaugurada a Estação
Ferroviária da NOB, que servindo também às ferrovias Sorocabana e
Paulista, tornou-se símbolo da ligação histórica da cidade com o
período glorioso da expanão do transporte ferroviário no Brasil.
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Nos anos
40, em razão da vigorosa economia, Bauru começa a despontar também
entre as cidades paulistas por sua intensa vida social voltada para
o lazer, estimulada por animadas feiras e exposições, chics bares e
bórdeis, clubes recreativos, esportivos e culturais. Em 1947,
nas primeiras eleições municipais após a queda da ditadura Vargas, a
prefeitura de Bauru é disputada por nada menos que sete candidatos. |
A Casa da Eny foi durante muitos anos um
dos estabelecimentos do gênero mais conceituados em todo o interior de
São Paulo. A ponto de sua proprietária tornar-se uma das figuras mais
populares da região, tendo seu espírito empreendedor reconhecido e
festejado por representativas forças econômicas e políticas locais.
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Os
anos 50 começam com o desenvolvimento de um novo setor, que acabou
se tornando uma das características mais marcantes da cidade: o
ensino superior. Em 1951 surge a futura Faculdade de Odontologia;
em 1952 a Faculdade de Direito; e em 1953 a Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras do Sagrado Coração de Jesus. |
Em 21 de
março de 1954, o público presente no estádio da rua Javari, para
assistir uma partida entre o América de Rio Preto e a Associação
Desportiva de Araraquara, tem o privilégio de testemunhar, no jogo
preliminar, a estréia no Juvenil do Bauru Atlético Club de um garoto
alegre e promissor, que os colegas já chamavam carinhosamente de
Pelé. O BAC venceu por 10 a 1, com quatro gols de Pelé.
Nos anos
60 e 70 a cidade consolida sua posição entre os principais polos
comerciais não só do interior paulista, como de todo o Brasil. Nos
anos 80 a economia da cidade é revigorada por forte expansão do setor
industrial, enquanto a paisagem urbana muda rapidamente com a
proliferação dos arranha-céus.
Nos anos
90 grandes melhorias são implementadas nos setores urbanísticos,
inclusive para enfrentar os problemas do trânsito saturado pela
circulação de uma média de um carro para cada 3 habitantes, um dos
mais altos índices do País.
No ano
2000 a cidade ingressa definitivamente no mundo das novas tecnologias,
acelerando a transferência de seus negócios para a Internet, apontada
pelos estudiosos como o caminho para a “nova economia”.
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A origem
do sanduiche mais famoso do Brasil o Bauru |
Bauru, um dos mais famosos
lanches do Brasil, foi criado pelo bauruense Casimiro Pinto Neto, em
1934, no Bar Ponto Chic, em São Paulo, capital.
Sua receita original
consta de pão francês sem miolo, fatias de rosbife, queijo derretido,
rodelas de tomate e pepino.
A história
Casimiro Pinto nasceu
em Bauru-SP, em 5 de abril de 1914. em 1931, ingressou na Faculdade de
Direito do Largo de São Francisco. Orgulhoso de sua cidade natal,
sempre foi conhecido como "Bauru".
Juntamente com outros
estudantes, artistas e intelectuais, frequentava o restaurante Ponto
Chic, no largo do Paissandu. Numa noite, em 1934, procurou o
cozinheiro do restaurante e "ditou" a receita de um sanduíche: pão
francês, aberto e sem miolo, uma porção de queijo derretido em
banho-maria, fatias de rosbife, rodelas de tomate cru e pepino (picles).
Segundo Casimiro, essa
receita incluia os elementos básicos de um lanche equilibrado em
albumina, proteína e vitamina, conforme ele havia lido em uma cartilha
sobre alimentação.
Na mesma noite, outros
frequentadores pediram o novo sanduiche, dizendo que queriam um "igual
ao do Bauru". Nascia um dos mais famosos lanches do Brasil e também
conhecido em outros países.
A receita
Pão francês aberto, sem miolo
Uma porção de queijo mussarela,
derretido em banho-maria
Fatias de rosbife
Rodelas de tomate
Rodelas de pepino (picles)
Sal e orégano a gosto
Mais historia
História
Fundação/aniversário: 1 de agosto de 1896 (113 anos)
Após 1850, na procura de novas terras para ocupação e colonização,
pioneiros paulistas e mineiros começam a explorar a vasta região situada
entre a Serra de Botucatu, o Rio Tietê, o Rio Paranapanema e Rio Paraná,
até então habitado por grupos de índigenas Kaingang.
Em 1856 Felicíssimo Antonio Pereira, provindo de Minas Gerais, adquire
terras e estabelece próximo ao atual centro de Bauru a Fazenda das
Flores. Anos depois, em 1884, essa fazenda (também chamada de Campos
Novos de Bauru) teria parte de sua área desmembrada para a formação do
arraial de São Sebastião do Bauru.
O distrito progride, mesmo sujeito a ataques dos nativos Kaingang e
relativamente isolado do resto do Estado, e torna-se distrito de Agudos
em 1888. A chegada de migrantes oriundos do leste paulista e de Minas
Gerais leva à emancipação do município em 1 de agosto de 1896.
O novo município sobrevive do cultivo do café, mesmo tendo terras mais
fracas e inférteis que o restante do estado. Em 1906 é escolhido como
ponto de partida da ferrovia Noroeste do Brasil, ligando o município a
Corumbá e à Bolívia.
Durante a primeira metade do século XX Bauru torna-se o principal pólo
econômico da vasta região compreendida pelo Oeste Paulista, Norte do
Paraná e Mato Grosso do Sul.
Bauru recebeu nas primeiras décadas do século XX levas de imigrantes de
várias partes do mundo, com destaque para os italianos, espanhóis,
portugueses e japoneses. O entroncamento rodo-ferroviário no qual se
situa, fez atrair ainda imigrantes sírios, libaneses, alemães, franceses,
chineses e judeus de diversas nacionalidades. Mais recentemente, passou
a receber bolivianos, argentinos, chilenos, palestinos e
norte-americanos, tornando-se uma dos municípioss mais cosmopolitas do
Interior Paulista.
Este aspecto do cosmopolitismo bauruense é denotado ainda hoje pelas
diversas instituições de origem imigrante existentes no município, entre
elas a Associação Luso-Brasileira (AALB), o Clube Nipo-Brasileiro, a
Associação Cultural Dante Alighieri, o antigo Cine Capri, a Associação
Cultural Miguel de Cervantes, o Tenrikyo, o extinto Fuentes, o hospital
Beneficência Portuguesa de Bauru, a Festa das Nações e o próprio eixo
urbanístico denominado Nações Unidas, integrado por avenidas, parque com
lago e anfiteatro, várias praças etc.
Assinale-se, ainda, a presença das praças Portugal, Itália, Espanha,
Alemanha, Líbano e Palestina, bem como a localização da Prefeitura
Municipal na Praça das Cerejeiras, inaugurada na década de 1970 pelo
então príncipe Akihito (que em 1989, tornou-se imperador do Japão), em
homenagem à imigração japonesa para a região de Bauru.
Entre 1970 e o início do século XXI a decadência da ferrovia, aliada ao
crescimento de municípios como Marília, Presidente Prudente e Araçatuba
levam a uma redução do crescimento econômico do município. Porém, a
existência de um forte setor de serviços, a presença de universidades e
a localização privilegiada em um grande entroncamento rodo-ferroviário
fazem com que Bauru ainda seja o principal pólo econômico do Oeste
Paulista.
Em 11 de março de 1999, uma subestação de energia elétrica da CESP,
localizada no município, iniciou o Blecaute de 11 de Março de 1999, o
maior registrado no Brasil, que durou mais de cinco horas.
História do nome
Existem algumas hipóteses para explicar a origem do nome do município.
Uma das mais aceitas foi proposta por Ismael Marinho Falcão, que viveu
durante muitos anos com os índios Kaigang, que habitavam essa região.
Automóvel Clube de Bauru.De acordo com Ismael, a região era conhecida
como ubauru, devido à abundância de uma erva denominada ubá, usada para
confeccionar cestas, e uru, uma ave parente da galinha.
Outras hipóteses dizem que o nome teria vindo de mbai-yuru, que quer
dizer "queda de água" ou "rio de grande inclinação", ou ybá-uru, que
quer dizer "cesta de frutas", ou bauruz, que era como os índios que
habitavam as margens do rio Batalha eram conhecidos.
Teodoro Sampaio dizia que Bauru é corrupção de "upaú-ru", ou "upaú-r-y,
designando rio da lagoa. Do Tupi: de "Upá" ou "Upaú", lago, lagoa, água
represada, e "U", o mesmo que "I", água corrente, rio, líquido, etc.
Segundo o historiador Correia das Neves, em seu livro "No velho Bauru",
o "r" entrou por eufonia, considerando esse o nome que melhor traduz e
exprime a o significado da palavra Bauru na língua tupi .
Referencias
Wikipedia
Ache Tudo e
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