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HISTORIA
DE VINHEDO |
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A charmosa Vinhedo, completou 54 anos no
dia dois de abril de 2003. Jovem, arrojado e que, a cada dia que passa,
destaca-se pelo potencial turístico, o município tornou-se um ponto de
referência entre o seleto grupo de cidades brasileiras, que oferecem uma
qualidade de vida acima dos padrões nacionais para seus moradores. Tanto é
que a cidade começa o ano comemorando o marco de 15º município com melhor
qualidade de vida do país, 4º em todo o Estado e primeiro na Região
Metropolitana de Campinas. Palavra do UNICEF e do IBGE, levando-se em
conta o Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios (IDH-M).
Vinhedo surgiu na época do ciclo do ouro,
por volta de 1615 e 1620, quando aventureiros e bandeirantes se
aprofundavam pela selva inóspita em busca de riquezas. Surgiram assim
"vilas" dentre as quais de Sant'Anna de Mogi das Três Cruzes, Itu,
Jundiahy e outras. Eram as "Bocas do Sertão", abertas à orla da selva,
caminho para o interior das terras. Eram os postos avançados do Brasil
civilizado de então. Jundiaí fazia parte, portanto dos postos extremos do
avanço do povoado irradiado de São Paulo. Era rota obrigatória das
Bandeiras que demandavam o Interior Paulista e teve como Fundador Rafael
de Oliveira, no ano de 1615, que ali aportou, fincando as primeiras
estacas naquele local que seria mais tarde uma grande cidade, sede de uma
vasta e desenvolvida região.
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Vista do centro da Rocinha - 1917 |
Jundiaí, por sua vez, como ocorria com os demais núcleos que constituíam
as "sete vilas", na boca do sertão, implantadas no meio da selva, possuía
seus pequenos "postos avançados", pois os que buscavam seu pedacinho de
chão na vila que florescia, procuravam, muitas vezes, avançar um pouco
mais, onde as terras mais prometessem e onde a água fosse abundante.
Surgiram algumas estradas que cortavam a região em direção a São Paulo e
Santos servindo, principalmente, aos marchantes que por ali transportavam
produtos obtidos no sertão ou conduzindo boiadas.
Uma dessas pouquíssimas estradas ficou
efetivamente conhecida como a "Estrada da Boiada". À sua margem havia uma
casinha ao lado de uma pequena roça, que passou a ser ponto de referência
para os que ali viajavam, eis que ali também havia condições para
descanso, uma parada antes, da última arrancada até São Paulo.
Em 1840, nascia a vila de Rocinha. Até
então, o pequeno lugarejo era denominado Cachoeira, pois fazia parte de
uma grande fazenda de café com este nome, e que pertencia aos Barões de
Arari. Atraente por sua situação geográfica e por sua proximidade a
Jundiaí, Rocinha passou a receber novos moradores. E o lugar foi tomando
aspectos de uma vila, ao centro da qual foi construída uma pequena capela
dedicada a Sant'Anna. De simples pousada de bandeirantes, o lugar passou a
ser um dos núcleos mais importantes nas cercanias de Jundiaí.
Em meados do século XIX, nas décadas
finais do escravismo, formou-se, em nossa região, o mais significativo
quilombo da Província de São Paulo: o “Quilombo da Rocinha”, que por ser
perseguido constantemente deslocou-se por diversas fazendas da região.
No dia 31 de outubro de 1908, o presidente do Estado de São Paulo, M. J.
de Albuquerque Lins, promulgou a Lei que "Cria o Distrito de Paz de
Rocinha, no município de Jundiahy".
O lugarejo que era agora oficialmente um
Distrito de Paz passou a merecer a atenção das autoridades de Jundiaí,
tendo sido iniciado então a implantação dos serviços urbanos como água,
esgoto e iluminação pública.
Cortado pela Companhia Paulista de
Estradas de Ferro, o Distrito possuía sua estrada ferroviária, bastante
movimentada para a época. Os trechos arruados foram surgindo e o lugar
assumindo condições urbanas de um povoado em desenvolvimento.
A população foi aumentando, desenvolvendo
no local uma agricultura bastante diversificada, inicialmente, em função
da própria grafia que lhe é até hoje característica, e graças também à
presença de inúmeras famílias.
Rocinha nunca deixou de ser ponto de
passagem no caminho de ligação da Capital do Estado com as cidades do
Planalto Paulista, tanto por ferrovia como por rodovia. Pelo centro da
vila passava a Estrada Velha de São Paulo a Campinas.
Além das grandes fazendas de café, a
Agricultura do Distrito de Rocinha passou a caracterizar-se principalmente
pela grande quantidade de videiras predominantes em seus vales e encostas.
Em decorrência surgiram indústrias vinícolas de nível caseiro. A pequena
vila prosperou agrícola, comercial e industrialmente e na década de
cinqüenta desenvolvia-se movimentos em pró da emancipação
político-administrativa.
Odilon de Souza, um dos emancipadores
vivos do Distrito de Rocinha - o outro é o Monsenhor Favorino Carlos
Marrone - conta que surgiram quatro nomes: Vinhalândia, Videiral,
Arariúna, ou Vinhedo. Epifanio Salustianio de Souza, pai de Odilon de
Souza, foi quem indicou o nome Vinhedo.
O Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), analisou e escolheu Vinhedo.
Além das grandes fazendas de café, as
propriedades repletas de videiras começaram a ocupar o espaço de Rocinha,
daí a indicação do nome Vinhedo.
Mas antes de "batizar" a cidade houve um
plebiscito para decidir se Rocinha deveria ser elevada à condição de
município ou não.
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Plesbiscito - 24 de
outubro de 1948. Aristides de Paula, Antonio Matheus Sobrinho,
Humberto Pescarini e sua mãe, Sra. Carolina, votando |
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A tão esperada emancipação veio na
véspera de Natal de 1948, quando por meio do Decreto Lei número 233, ela
foi oficializada.
Após a concretização da emancipação era
chegada a hora das eleições que iriam apontar o Prefeito e Vereadores da
nova cidade. Em 1949, o Dr. Abrahão Aun foi o único candidato para
prefeito municipal. Vinhedo elegeu oito representantes no Legislativo e
Louveira, cinco. Nessa época Louveira pertencia à Vinhedo, conseguindo a
sua emancipação em 1965.
Finalmente, dois de abril de 1949. Neste
dia, o novo prefeito, Dr. Abrahão Aun, e os treze vereadores tomaram posse
e se incumbiram de administrar a nova cidade.
Assim, esta data foi escolhida para se
comemorar o aniversário de Vinhedo. Em 1949 foi também colocada a pedra
fundamental da Igreja Matriz de Sant'Anna, idealizada pelo Monsenhor
Favorino Carlos Marrone, um dos grandes incentivadores do processo de
emancipação.
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Vista parcial de Vinhedo - 1966 |
De lá pra cá, Vinhedo não parou de
crescer e se firmar como uma das melhores cidades do Estado de São Paulo.
Com a transformação de município
autônomo, as Administrações Municipais sempre lutaram para o
desenvolvimento social-econômico da cidade. A agricultura deixou de ser
seu principal ramo da economia. Já na década de 20 foi construída a 1ª
indústria do Distrito: a Fiação e Tecelagem Sant’Anna, que posteriormente
mudou o nome para B. Storani S/A – Comercial, Industrial, Agrícola e
Pastoril.
Inicialmente com 60 operários, a empresa
dedicava-se a produção de brins e algodão cru. Anos mais tarde produziu o
gabardine de excelente qualidade.
O brim caqui, era vendido quase que
exclusivamente para firmas do Estado de Minas Gerais, para confecção de
uniformes para a Polícia Militar.
Após a revolução de 1932, o brim de cor
verde era fabricado para a confecção de uniformes para a Polícia Militar
do Estado de São Paulo.
A empresa crescia e a produção aumentava.
Para abrigar cerca de 80 operários foram construídas casas, formando a
Vila Storani, que hoje a construção sedia a Faculdade de Vinhedo.
Em 1947 foi fundada a Cerâmica Jatobá, e
em 1953, a Carborundum, até hoje na cidade.
Atualmente a indústria é responsável por
80% da economia do município, com mais de 150 empresas instaladas. Esse
percentual deve aumentar ainda mais, já que novas portas se abrem para o
desenvolvimento de Vinhedo; a indústria do lazer.
Com um potencial turístico que se revela
cada vez mais forte, além das próprias opções turísticas, a cidade atrai
grandes investimentos, como o Parque Temático Hopi Hari.
E já que o assunto é história de Vinhedo;
não poderíamos deixar de falar dos monges beneditinos que instalaram suas
raízes na cidade no final da década de 40, após terem comprado a Fazenda
Bela Vista. Eles se estabeleceram definitivamente no município, no início
da década de 70, com a construção de um novo mosteiro.
Também na década de 70, mas precisamente em 1972, foi construído o
Observatório da Universidade de São Paulo (USP), que embora esteja situado
no município de Valinhos, tem sua entrada principal localizada na Estrada
do Observatório, em Vinhedo.
O Observatório Abrahão de Moraes está em
uma área de 450 mil metros quadrados, à uma altura de 850 metros acima do
nível do mar. A visibilidade do local é uma das melhores do país, devido
ao clima apresentado na região.
Durante 300 dias no ano faz sol em
Vinhedo. Com o passar dos anos, a cidade se expandiu. Enquanto vários
bairros se desenvolveram, outros foram criados e Vinhedo deixou de ser
apenas Centro. Quem passa pela Rodovia Anhanguera, parece enxergar outra
cidade no Bairro da Capela. Sete bairros estão localizados na região da
Vila João XXIII, Nova Vinhedo, São Matheus, Jardim 3 Irmãos, os
condomínios, Caixa d’Água, Pinheirinho e tantos outros contribuem
diariamente para incrementar o progresso do município.
Visita do Cônsul Italiano na Societá di
Mutuo Soccorso Regina Marcherita - 1937, representada pelas
famílias: Bacetti, Braghetto, Gasparin e Torres. Atual Sociedade
Italiana Vinhedense.
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Foto dos Emancipadores - 1949: Julio de
Paula, Antônio Elias, Humberto Pescarini, Henrique de Barros
Leita, Manoel Fernandez, Milton de Souza Meireles, Pualo Storani,
Antônio Vendramini e Prof. Birilo.
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Visita do Governador Carvalho Pinto à
Festa da Uva - 1963 |
Primeira banda - 1929. Em pé: Ricardo
Braghetto, Pedro Thomas, Alfredo Bayer, Pinga Fogo, Silvio
Imperato, Rafael Biancardi. Abaixados: Luiz Marques, Laurindo
Capucci, Nilo Braghetto, Gurgel, Juca Corazzari e Hugo Bampa.
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Fonte:
acervo publico municipal |
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