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Historia de Três de Maio RS

 

Quando Três de Maio, em 1916 era distrito de Santo Ângelo recebia o nome de Buricá, possivelmente por situar-se às margens do rio que banha suas terras.

Com a criação do município de Santa Rosa, esta terra passou a chamar-se Santa Rosa do Buricá, porque localizava-se entre os Rios que recebem estes nomes.

Grandes foram os festejos pela ocasião do 1.decênio de existência do clube que até hoje se chama Clube Buricá. Para a construção desta sede social a senhora Nely Dane Logemann muito se esforçou e contribuiu. A data escolhida para tal comemoração foi 03 de maio, em cujo dia era aniversário da distinta e colaboradora associada, esposa do primeiropresidente. A partir daí (1930) nos anos subsequentes eram festejados no Clube Buricá os bailes de Kerb, de tradição alemã, comemorações que duravam três dias e culminavam no dia 03 de maio.

A localidade denominada Buricá, recebeu então o nome de Três de Maio, rememorando os acontecimentos e o aniversário da senhora Nely Dane Logemann e o lançamento da pedra fundamental do Clube Buricá.

As terras que hoje constituem o município de Três de Maio, desde 1682, integram a Província das Missões, administradas pelos Jesuítas. Esta situação perdurou até por volta do ano de 1750.

Com o tratado de Madrid assinado entre Portugal e a Espanha em 1750 este território passou a pertencer a Portugal pela permuta da Colônia de Sacramento. A partir daí Portugal e Espanha realizaram campanhas com o objetivo de expulsar os Jesuítas o que foi conseguido em 1757 quando a região passou a ser governada por Milicianos Espanhóis.

José Borges de Canto e Manuel dos Santos Pedroso reconquistaram novamente as Missões no ano de 1801, integrando-as definitivamente à área riograndense.

Com o amplo desenvolvimento dos povos compreendidos na região missioneira, as terras que hoje formam o município de Três de Maio, pertenceram respectivamente aos municípios de: Rio Pardo, 1809; Cachoeira do Sul, 1819 e Cruz Alta, 1834. Quase quarenta anos depois (1873) passou a pertencer a Santo Ângelo, quando este era sede de um imenso município do qual se emanciparam aos poucos: Palmeria, São Borja, São Luiz, o próprio Santo Ângelo, Ijuí e Santa Rosa. Nessa época, mais precisamente em 1916, o denominado "Buricá" era o sétimo distrito de Santo Ângelo, conforme Ato nro. 104, de 10 de Junho de 1916.

Em 1931 o povoado 14 de Julho, emancipou-se de Santo Angelo constituindo um novo município, o de Santa Rosa. O Então Buricá passou a ser o segundo distrito daquela nova comuna, com a denominação Santa Rosa - Buricá, provavelmente por situar-se entre os dois rios que tem estes nomes. O primeiro sub-prefeito foi o Major Antonio Joaquim Rodrigues e o primeiro escrivão Vilarim Rodrigues.

Não existem documentos que comprovem a data em que chegaram os primeiros colonizadores. Sabe-se por informações de pioneiros que lá pelo ano de 1915, chegaram colonizadores descendentes de alemães, italianos, imigrantes poloneses e russos. Citaremos, baseados em pesquisas, nomes de famílias de precursores como: Rossi, Girardi, Benatti, Bonfanti, Stunf, Nass, Briesch, Hamann, Stajack, Jacob, Kamm, Scherer, Knappe, Bless, Pohl, Metzka, Frank, Kochewitz, Willig, Veronese, Rehbein, Logemann, Martini, Cereser, Dockhorn, Schaeffer, Nagel e outros.

A colonização dos Município de Santa Rosa, conforme dados colhidos na CEMAPA, iniciou em 05/01/1915 pelo Estado. Provavelmente na mesma época, ou logo após, o mesmo processo de colonização começou a se desenvolver no atual território tresmaiense.

Quando iniciou a colonização desta terra, conforme informações de alguns pioneiros sobreviventes, os colonizadores procuravam terras escuras, em direção ao Rio Buricá pois, temiam o chão vermelho. Por isso, os primeiros colonizadores foram se estabelecer onde hoje é Flor de Maio e arredores, contituindo-se esta a primeira secção Santa Rosa.

Com a agrimensura oficial das terras, começaram as vendas de colônias e agricultores vindos das chamadas Colônias Velhas: Cachoeira do Sul, Montenegro, Lajeado, Estrela, etc.

Conforme dados também registrados na CEMAPA - Santa Rosa, citaremos nomes de alguns dos primeiros compradores de áreas de terra e a secção a qual estes lotes pertenciam:
1a. Secção - Flor de Maio - Godofredo Wust (04/06/1917); Roberto Simon (26/07/1917) e Emilio Rusch (03/09/1917).
2a. Secção - Centro da Cidade - Lote nro 1, 272.000m2, em nome de Justino Antonio da Silva, em 21/08/1917.
3a. Secção - Consolata - Lote nro 1, 295.000m2, em nome de José Benatti em 31/07/1917. Lote nro. 28, 255.000m2, em nome de Antonio Cereser, em 30/06/1917. Lote nro. 30, 137.500m2, em nome de Casemiro Kochewitz, em 27/09/1918.
4a. Secção - Lote nro. 1, 245.000m2, registrado em nome de Luiz Vanzam, em 11/08/1923. Lote nro. 4, em nome de Albino Veronese, em 21/05/1925.

Sabe-se no entanto, que nem todas as compras efetuadas, eram imediatamente resgistradas pelos seus compradores.

Mais tarde, novo contingente de imigrantes chegaram e foram se estabelecendo em diferentes pontos deste município.

Em 1923 o senhor Casemiro Kochewitz doou uma área que serviria de sede para a Igreja Católica, quase ao mesmo tempo (ou ano anterior) em que o Dr. Frederico Jorge Logemann fazia o mesmo em favor da Igreja Evangélica, cuja área serviria para construção de uma igreja e uma escola. Isto prova que as atenções dos imigrantes, compradores de terra começavam a se dirigir para o povoado em formação onde atualmente é o centro da cidade e não Flor de Maio, como estava correndo.

Nesta mesma época o Sr. Emilio Tesche doou uma área de terra às comunidades Evangélica e Luterana e, o Sr. Antonio Cereser doou outra área, à direita desta à comunidade Católica, as quais seriam utilizadas para o cemitério. (fonte: Livro da História do Município)

Emílio Tesche, proprietário da área onde hoje se encontra o cemitério, doou às três igrejas (Luteranas e Católicas) a referida área. Mais tarde foi comprado mais alguns metros para aumentá-la. A condição seria a de manter arborizada a referida área doada. Fonte: Arquivo de atas da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana São Paulo – Três de Maio.

Com o aumento da imigração e o desenvolvimento de diversas atividades, além da agricultura, muitas casas comerciais começaram a ser instaladas no então Povoado Buricá. As características físicas das casas de comércio e das residências particulares eram as mesmas daquelas das zonas coloniais, geralmente feitas de madeira.

Interessante se faz mencionar nomes de alguns pioneiros que marcaram a História deste Município, pela contribuição prestada nos mais diversos ramos sócio-econômicos:
* Ferreiro: Frederico Willig.
* Comerciante: Casemiro Kochewitz.
* Comerciante: Antonio Cereser.
* Comerciante: Frederico Franck (em Flor de Maio).
* Açougueiro: Pedro Krewer.
* Médico: Dr. Ernesto Mullenschlader.
* Dentista: Arlindo Ruschel.
* Agente Postal: Amália Drews.
* Juiz de casamentos: Amandio Araújo.
* Fabricante de bebidas e caramelos: Walter Kreher.
* Ourives: Humberto Spilari.
* Advogado: Luiz Giacomelli.
* Costureira: Alma Schaeffer.
* Pastor Evangélico: Germano Kreutler (primeiro Pastor a residir aqui).
* Pároco Católico: Padre Gambetti.
* Mecânicos: Augusto Muller e Germano Reimann.
* Padeiro: Carlos Lupz.
* Farmacêutico: Albino Schunke.
* Alfaiate: Pedro Giacomelli.
* Hoteleiro: Alberto Martens.
* Funileiro: Eugênio Schaeffer.
* Carpinteiro: Emiliano Cassol.
* Sapateiro: José Gresele.
* Telefonista: Albino Veronese.
* Barbeiros: Ricardo Rusch e Carlos Verri.
* Motorista de carro de aluguel: Rodolfo Nass.
* Parteira: Maria Pinzon.
* Motorista de caminhão de carga: Germano Dockhorn.
* Oleiro: Jorge Reimann.
* Serrador: Emilio Boesk.
* Moleiro: Constante Meller.

A primeira casa de madeira foi construída no local onde hoje se situa a Cerealista Raízes da Cotrimaio, antiga Comercial Dockhorn Ltda, e era de propriedade do senhor Casemiro Kochewitz. A segunda residência, também de madeira, era de propriedade do engenheiro Frederico Jorge Logemann e situava-se onde hoje funcionava as Lojas Renner, Lojas Franco e hoje é uma Loja de Cabelereiros, esquina da avenida Santa Rosa com a avenida Uruguai.

Em alvenaria, a primeira residência a ser construída era de propriedade de Leopoldo Vontobel e existe até hoje, apenas remodelada, ao lado da Comercial Tecidos Buricá.

No ano de 1940, a população de Buricá já era de 10.670 habitantes, com um total de 707 pessoas residindo na vila.

Longas e incansáveis foram as lutas dos moradores desta localidade, no sentido de melhorar as condições de vida, educação e saneamento básico de toda a população.

A campanha da emancipação politico-administrativa foi iniciada em 1948. Após constante lutas dos líderes emancipacionistas, finalmente obteve sucesso, concretizando-se oficialmente em dezembro de 1954, conforme cópia em anexo, da Lei de Criação número 2526, de 15 de dezembro de 1954.

Destacaram-se como grandes líderes emancipacionistas, os quais a comunidade tresmaiense presta uma homenagem de reconhecimento, os seguintes cidadãos:
Dr.Ariosto Jaeger, Luiz Bonamigo, Walter Ulmann, Mariano Giácomo Loro, Dr.Henrique de Souza Gomes, Dr.Brutus Portinho Nessi, Germando Dockhorn, Vitalino Fasolo, Carlos Verri, Pastor Gustavo Hudepohl, Padre Vigário Ronchi, Ervino Edvino Mensch, Germano Reimann, Rodolfo Nass, Edibaldo Stiegelmeier, Venâncio dos Santos, Henrique Becker, Egon Kath. Alberto Luckemeier, Bruno Wandscheer, Oswaldo Fleck, Felipe Anibaldo Portz, Ignácio Wichrowske, Pedro Giacomelli, Oswino Greiwer, Alfredo Lauer, Pedro Garrafa, Padre José Zintú, Jorge Reimann, Jacob Emílio Reinehr, Orlando Nagel, Alfredo Fleck, João Callegari, Rodolfo Froder, Arthur Stahl, Augusto Rutzen, Alfredo Henn, Kurt Harzhein, Albini Alfredo Schaffer, Dr.Frederico Krebser, Affonso R. Hubner, Arno Alberto Mayer, Edwino Schardong, Willy Jack, Alfredo Reinhold, Nelson Cereser, ângelo manjabosco, Helmuth Simões Pires, Walter Kreher, Reinoldo Selzler, Ivo Gottlieb, Ervino Arno Rupp, Albino Tomasi, Ângelo Pilotti, Walter Spillari, Reinoldo Engelmann, Estevão Perin, Bertoldo Boeck, Eugênio Schaeffer, Arthur Kruger, Eduardo Netz, Bruno Wunsch, Fioravante Schiavi, Alcides Cereser, Henrique Knuppe, Carlos Brettin, Aquiles Antonio Machado, Leopoldo Vontobel e João Vioni.

A instalação do novo município, no entanto, só se efetivou em 28 de fevereiro de 1955, com a posse do primeiro prefeito, Walter Ullmann.

Três de Maio surgiu, portanto, da fusão dos seguintes distritos: Três de Maio, que até então pertencia a Santa Rosa, Ivagaçi que pertencia a Três Passos e São José do Inhacorá e Independência que pertenciam ao município de Santo Ângelo.

Hoje está composto de cinco distritos: Manchinha, Progresso, Quaraim, Consolata e Barrinha. Com uma população de 24.785 pessoas, sendo 31,39% na zona rural, clima temperado, com temperatura média entre 17 e 20 graus centígrados.