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Historia de Touros RN

 

Em 1501, o rei de Portugal enviou uma esquadra ao litoral potiguar, comandada por Gaspar de Lemos, com o objetivo de visitar as terras recém descobertas e oficializar o domínio sobre elas. O local do desembarque foi na orla marítima de Touros, mais precisamente numa área localizada na divisa dos municípios de Pedra Grande e São Miguel de Touros. Ao chegarem à região, a primeira providência dos portugueses foi fixar um marco feito em pedra mármore, com a inscrição do ano de 1501 e o desenho da Cruz da Ordem dos Cavaleiros de Cristo, a Cruz de Malta. Os portugueses tinham o costume de conduzir esses marcos para demarcarem as novas terras conquistadas.

Mas apesar da presença inicial dos portugueses no território, a povoação não chegou a se tornar uma realidade inicialment. O segundo desembarque de tropas aconteceu em abril de 1638, quando 1.400 homens, chefiados por Luís Barbalho, não conseguiram atingir o objetivo e tiveram de prosseguir viagem marítima, até chegar à praia dos Marcos, no Rio Grande do Norte.

As tropas partiram por terra rumo à Salvador, deixando para trás quatro canhões fixados sobre um rochedo encravado na praia. No final do século XVII e início do século XVIII, a expansão agrícola dos municípios de Extremoz e Ceará-mirim deu início ao desenvolvimento do território. Durante o período da grande seca que se abateu no Rio Grande do Norte, entre 1792 e 1796, a área de Touros experimentou sinais efetivos de crescimento populacional, ao receber um grande número de trabalhadores agrícolas e sertanejos, que fugindo da grande estiagem se instalaram na região em busca de terras boas para a criação de gado e para a plantação de lavouras. Segundo os mais antigos, o nome Touros pode ter vindo da existência de um rochedo com a forma de uma cabeça de touro situado na praia, ou foi colocado pelos portugueses numa referência a um grande rebanho de gado existente na região.

No século XVIII, quando os portugueses começaram a se fixar definitivamente, chegou à região a imagem de Bom Jesus dos Navegantes, padroeiro do município, cuja origem é difusa, não se sabendo se veio por mar ou terra, se por promessa ou doação. A construção da sua capela, feita em pedras, teve início em 1778, sendo concluída em 1800. No ano de 1832, foi instalada a freguesia do Bom Jesus dos Navegantes do Porto de Touros. No dia 11 de abril de 1833, pela Resolução do Conselho do Governo, Touros foi desmembrado de Ceará-mirim, tornando-se município do Rio Grande do Norte.