Conflito no
Congo ameaça bebês-gorilas
Um parque nacional da República Democrática do
Congo afirma que a recente escalada de violência
no país está ameaçando a vida dos seus guardas
florestais e dos gorilas da área, que são uma
espécie em extinção.
O Parque Nacional de Virunga, localizado no
leste do país, próximo da fronteira com a
Ruanda, e a ONG Wildlife Direct estão divulgando
fotos dos bebês-gorilas que estariam ameaçados
pelo conflito em seu site na internet.
Segundo o blog do parque, o conflito entre as
forças do governo e os rebeldes liderados por
Laurent Nkunda chegou à área onde trabalham as
pessoas que administram o parque. "(A luta
armada) chegou agora a toda a estação do parque,
e nossos guardas florestais foram obrigados a
fugir para a floresta para salvar as suas
vidas", afirma um dos textos do blog.
"Os rebeldes são agora os únicos moradores da
estação de Rumangabo. Isso nunca aconteceu
antes".
Patrimônio mundial
O parque está pedindo doações para ajudar a
continuar seu trabalho com os gorilas.
O Parque Nacional de Virunga tem 790 mil
hectares e é um patrimônio mundial tombado pela
Unesco. A vasta cadeia de montanhas abriga uma
grande variedade de gorilas. Além disso, mais de
20 mil hipopótamos vivem nos rios da região.
No mês passado, o diretor-geral da Unesco,
Koichiro Matsuura, manifestou preocupação com a
situação dos guardas florestais e dos gorilas do
parque.
"A escalada da violência nas recentes semanas
ameaça a integridade de um patrimônio mundial da
República Democrática do Congo, o Parque
Nacional de Virunga, que abriga uma variedade
biológica extraordinária e serve de habitat para
a última população de gorilas da montanha, uma
espécie fortemente ameaçada de extinção", disse
Matsuura.
Ele disse que os guardas florestais não têm mais
condições de patrulhar a área e que o habitat
dos gorilas está ameaçado por constantes
tiroteios.
A Unesco pediu que os combatentes respeitem a
integridade do parque e resolvam o conflito de
forma pacífica. Em janeiro deste ano, governo e
rebeldes assinaram um tratado de paz, mas os
guerrilheiros se rearmaram e retomaram os
combates em meados deste ano.
Desde então, o presidente Joseph Kabila tem se
recusado a manter novas conversações com Laurent
Nkunda, por considerá-lo um "terrorista".
Nkunda, por sua vez, recusa-se a desarmar suas
tropas por afirmar que rebeldes da etnia hutu,
de Ruanda, operam na região e ameaçam a
comunidade tutsi. A ONU mantém 17 mil soldados
na República Democrática do Congo.
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