A origem do Município de Candeias data de
meados do século XVI, A partir das terras conhecidas
como Matoim, sesmaria importante naquele período, pois
abrigava os Engenhos de Cabôto e freguesia, oriundos das
terras dos Engenhos Pitanga e da Freguesia de Nossa
Senhora de Encarnação do Passé. Essas localidades
deixaram uma marca significativa de uma época na qual
predominava o Ciclo da Cana-de-Açúcar, etapa fundamental
na formação da Bahia, principalmente do Recôncavo,
determinante na estruturação ética e cultural da
população local como também de suas características
sócio-econômicas.
Nas proximidades do engenho freguesia, desenvolveu-se o
lugarejo chamado Cabôto, cujas atividades principais
eram o transporte de açúcar para a capital, pequeno
comércio e a pesca. Os engenhos freguesia e Cabôto
marcaram o florescimento da economia açucareira no
recôncavo, funcionando em todo o período colonial, sendo
inclusive considerado como exemplo na década de 1560. É
também no Município de Candeias, precisamente no
Distrito de Passé que se encontra uma das maiores e mais
antigas igrejas baianas, a igreja de Nossa Senhora da
Encarnação do Passé, destacando-se por representar o elo
de transição entre as capelas rurais dos dois primeiros
séculos e as igrejas do final do século XVII,
constituindo-se em importante peça arquitetônica.
Nas terras do Engenho Pitanga, que eram de propriedade
dos Jesuítas, foi construída uma capela e um engenho,
destruído pelos Holandeses em 1641. Em 1760, os Jesuítas
foram expulsos do Brasil, e suas terras Leiloadas e
arrematadas pelo Coronel Jerônimo Queiroz. Nessas terras,
nasceu o lugarejo próximo ao rio São Paulo, que passou a
chamar-se Nossa Senhora das Candeias, nome pertencente a
padroeira da pequena capela existente no local. Com a
vitalidade da lavoura açucareira, aumentava o número de
engenhos e de lugarejos nessas proximidades. A
introdução da máquina a vapor possibilitou o
aparecimento das usinas, o que colaborou com a
transformação daquela realidade.
Consequentemente, os Senhores de Engenhos, transformaram-se
em menos fornecedores de cana-de-açúcar e, após essa
etapa venderam ou abandonaram suas propriedades.
Enquanto isso no início do século XX, na vila de Nossa
Senhora das Candeias, floresceu a Usina Pitanga, que
tinha como objetivo principal escoar a produção das
Usinas São Paulo e Pitanga. Foi construída a linha
ferroviária, ligando a vila à capital Baiana. Nesse
período acontece um fato marcante, quando se propaga que
uma criança cega teria se banhado nas águas da fonte
próxima à colina onde se localiza a igreja de Nossa
Senhora das Candeias, voltando a enxergar. A partir
desse episódio o arraial de Nossa Senhora das Candeias
passou a ser visitado por Romeiros oriundos de todo o
Recôncavo Baiano. Esse ritual passou a se repetir anos
após anos, com as visitas dos Romeiros, modificando
totalmente a realidade da vila.
Os Romeiros utilizavam as casas dos moradores, que se
transformaram em pensões, oferecendo refeições e
descanso. O comércio floresceu com a venda de refeições,
lembranças religiosas e fogos. Os habitantes
comercializavam até amostras do solo da cidade, pois os
Romeiros acreditavam que após a benção na Igreja de
Nossa Senhora das Candeias, essa lembrança adquiria
efeitos curativos. Eram comercializadas garrafas de água
da fonte dos milagres que os Romeiros disputavam
avidamente para levarem como lembrança, de forma
definitiva, a localidade consolidou-se então como centro
importante no Recôncavo (Manual dos Romeiros,2003) Mas a
verdadeira mudança aconteceu nos meados de 1941, quando
houve a descoberta de Petróleo no município, nas
propriedades dos fazendeiros locais.
O Arraial foi modificado completamente. A Vila foi então
invadida por grupos de trabalhadores, qualificados ou
não, de toda a parte. Os bois eram utilizados para
puxarem sondas petrolíferas e foi então a partir daí que
nasceu a cidade. Em 14 de Agosto de 1958 Candeias
emancipou-se de Salvador. Essa data e comemorada todos
os anos no Município
Gentílico: candeense
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Nossa Senhora das
Candeias (ex-povoado de Candeias), pela Lei estadual nº
628, de 30-12-1953, subordinado ao Município de
Salvador.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1955, o Distrito
de Nossa Senhora das Candeias, figura no Município de
Salvador.
Elevado à categoria de Município com a denominação de
Candeias, pela Lei Estadual 1028, de 14-08-1958,
desmembrado de Salvador. Sede no atual Distrito de
Candeias (ex-Nossa Senhora das Candeias). Constituído do
distrito sede. 07-04-1959.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o Município
é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de
2007.
Pela Lei nº 652, de 25-09-2006, foram criados os
distritos de Caboto, Caroba, Madeira, Menino Jesus,
Passagem dos Teixeiras e Passé e anexados ao Município
de Candeias.
Em divisão territorial datada de 2006, o Município é
constituído de 7 distritos: Candeias, Caboto, Caroba,
Madeira, Menino Jesus, Passagem dos Teixeiras e Passé.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de
2007.
Alteração nímica Distrital
Nossa Senhora das Candeias para Candeias, alterado pela
Lei estadual nº 1028, de 14-08-1958.
Fonte: Confederação Nacional de Municípios; IBGE
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