|
Larus audouinii Gaivota de Audouin Taxonomia: Família: Laridae Espécie: Larus audouinii (Payraudeau 1826). Código da Espécie : A181 Estatuto de Conservação: Global (UICN 2004): NT (Quase Ameaçado). Nacional (Cabral et al. em publ.): VU (Vulnerável). Espanha (Madroño et al. 2004): VU (Vulnerável). SPEC (BirdLife International 2004): 1 (Espécie ameaçada a nível global). Proteção legal: Decreto-Lei nº 140/99 de 24 de Abril, Transposição da Directiva Aves 79/409/CEE de 2 de Abril de 1979, com a redacção dada pelo Decreto-Lei nº 49/2005 de 24 de Fevereiro - Anexo I Decreto-Lei nº 316/89 de 22 de Setembro, transposição para a legislação nacional da Convenção de Berna - Anexo II Decreto-Lei n.º 103/80 de 11 de Outubro, transposição para a legislação nacional da Convenção de Bona - Anexo II Fenologia: Nidificante estival e Invernante. Distribuição: Global: A gaivota de Audouin é uma espécie nidificante confinada ao Mediterrâneo. A sua área de distribuição estende-se pelo Chipre, Espanha, França, Grécia, Itália e Turquia (BirdLife International/European Bird Census Council 2000). Também se encontra no Egipto, Ilhas Canárias, Jordânia, Líbano, Malta, Mauritânia e Suíça (Cramp & Simmons 1983). Espécie parcialmente migratória, inverna principalmente na costa atlântica de África, estendendo-se ao Sul do Senegal e à Gâmbia. Nacional: A distribuição desta espécie como nidificante resume-se à Reserva de Castro Marim, podendo no entanto ocorrer a sua presença noutros locais da costa a sul do Tejo. Tendência Populacional: A espécie era muito rara, mas recentemente verificou-se recuperação; segundo (De Juana 1994). Em Portugal, dado que a espécie começou a nidificar nos últimos 5 anos e tem aumentado o numero de casais reprodutores, corresponde a um claro incremento da população, embora com insucesso reprodutor muito elevado. Abundância: A população reprodutora em Castro Marim é de 8 a 12 casais ( 2000 a 2003 P. Monteiro com. pess. ) e na Ria Formosa de 3 casais em 2002 (M. Lecoq com. pess.). Plano Sectorial da Rede Natura 2000 Fauna, aves. Requisitos ecológicos: Habitat: Desloca-se usualmente ao longo da costa, preferindo baías abrigadas tanto cobertas com cascalho, como com areia ou com margens rochosas. Na praia gosta de água doce, encontrando-se por isso na foz de um curso de água e raramente frequenta zonas interiores. Alimenta-se principalmente em mares calmos e afastadas da costa. Ocasionalmente podem encontrar-se em áreas agrícolas perto das colónias. A única colónia reprodutora conhecida em Portugal nidifica numa zona de sapal. Durante a nidificação os casais descansam juntos, no seu território. Fora da época de reprodução descansa em bandos na praia (normalmente perto da foz de rios), rochas e salinas durante o dia e em ilhas rochosas durante a noite. Pode fazê-lo com outras Larus, mas mantendo-se sempre distantes. Alimentação: Alimenta-se principalmente de noite, sendo a sua dieta constituída por peixe, invertebrados terrestres e aquáticos, pequenas aves e material vegetal. As aves alimentam-se também de desperdícios atirados ao mar por barcos de pesca. Ocasionalmente podem encontrar-se sozinhos ou em pequenos grupos de 2 a 4 indivíduos em áreas agrícolas, caçando insectos ou apanhando alimentodo solo (Cramp & Simmons 1983). Reprodução: Espécie gregária e colonial, geralmente em bandos com cerca de 3-4 indivíduos, Sozinhos ou com outros Larus. O ninho é instalado no chão no meio de rochas e vegetação dispersa. Espécie territorial na zona de nidificação. Casal monogâmico, ambos os progenitores cuidam das crias até estas atingirem a fase de desenvolvimento que lhes permita tornarem-se independentes. Crias precoces e semi-nidífugas (Cramp & Simmons 1983). Ameaças: A pressão turística nos locais de nidificação. As actividades ligadas ao turismo, nomeadamente as relacionadas com a observação de aves e visitação, provocam a perturbação no período em que as aves se reproduzem, levando-as a abandonar os ninhos e consequente inviabilização das posturas; A pesca intensiva que provoca a escassez dos stocks de peixe devido à falta de protecção adequada no meio marinho; O crescimento acelerado da população de Gaivota-de-patas-amarelas Larus cachinnans. Esta ave compete com a Larus audouinii pelo espaço de nidificação e preda os ovos e as crias; A poluição da água, por efluentes domésticos, industriais e agrícolas; A predação. Muitos animais, como raposas, gaivota, cães e gatos domésticos alimentam-se dos ovos,provocando importante redução no sucesso reprodutor da espécie; A recolha dos ovos e perturbação provocadas por pescadores, são ameaças ocasionais. O desconhecimento das ameaças a que a espécie está sujeita fora dos locais de nidificação, associado ao desconhecimento da distribuição das áreas de alimentação. Objectivos de Conservação: Conservar as zonas de nidificação. Assegurar o habitat de reprodução, alimentação e descanso. Promover a continuidade das rotas migratórias. Plano Sectorial da Rede Natura 2000 Fauna, aves Orientações de Gestão: Manter a tranquilidade dos locais de nidificação, evitando a perturbação humana causada por actividades de lazer e o acesso às zonas de nidificação e zonas limítrofes; Melhorar eficácia de fiscalização sobre a perturbação; Identificar as zonas mais importantes para a manutenção da espécie no meio marinho,nomeadamente as zonas de alimentação e de concentração à superfície. posterior implementação de medidas de protecção adequada; Proceder a monitorização anual da população de Larus cachinnans; Promover estudos sobre aspectos básicos da biologia da espécie (ecologia, , movimentos, requisitos de habitat e recursos alimentares); Realizar estudos de forma a estabelecer os efeitos que o Larus cachinnans exerce sobre a população de Larus audouinii; Manter e melhorar a qualidade da água pelo tratamento eficaz das descargas de efluentes. Fiscalizar e controlar o funcionamento e eficácia das ETAR e monitorizar a qualidade da água; Estabelecer um esquema de protecção das colónias através de vedações que impeçam o acesso de predadores terrestres; Fiscalizar a captura dos ovos durante a época de nidificação; Elaborar os planos de gestão / ordenamento dos locais de que a espécie depende, nomeadamente das ZPEs mais importantes para a espécie. Outra informação relevante: Pouco comum mas local na ocorrência, reproduzindo-se em pequenas colónias. O seu aumento parece estar associado à tendência para se alimentar durante os eventos de pesca e das descargas de excedentes (by-catch) dos barcos. Bibliografia: BirdLife International / European Bird Census Council (2000). European bird populations: estimates and trends. BirdLife Conservation Series nº 10, BirdLife International, Cambridge. BirdLife International (2004). Birds in Europe: Population Estimates, Trends and Conservation Status. BirdLife Conservation Series nº 10, BirdLife International, Cambridge. Cabral MJ (coord.), Almeida J, Almeida PR, Dellinger T, Ferrand de Almeida N, Oliveira ME, Palmeirim JM, Queiroz AI, Rogado L & Santos-Reis M (eds.) (em publ.). Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. Instituto da Conservação da Natureza, Lisboa. Costa H, Araújo A, Farinha JC, Poças MC & Machado AM (2000). Nomes Portugueses das Aves do Paleárctico Ocidental. Assírio & Alvim, Lisboa. Cramp S & Simmons KEL (eds.) (1983). Handbook of the Birds of Europe, the Middle East and North Africa, (Waders to Gulls), Vol. III. Oxford University Press, Oxford. De Juana E (1994). Audouin's Gull Larus audouinii. In: Birds in Europe: their conservation status. Pp.286-287. Tucker GM & Heath MF. BirdLife Conservation Series No. 3. BirdLife International, Cambridge. Farinha JC & Trindade A (1994). Contribuição para o inventário e caracterização de zonas húmidas em Portugal continental. Instituto da Conservação da Natureza, Lisboa. ICN (em prep). Novo Atlas das Aves que Nidificam em Portugal. Dados provisórios. Instituto da Conservação da Natureza, Lisboa. Não publicado. Madroño A, González C & Atienza J C (eds.) (2004). Libro Rojo de las aves de España. Dirección General de Conservación de la Naturaleza , Ministerio de Medio Ambiente / Sociedad Española de Ornotología / BirdLife, Madrid. UICN (2004). 2004 IUCN Red List of Threatened Species. <http://www.redlist.org> . Wetlands International (2002). Waterbird Population Estimates – Third Edition. Wetlands Não estamos sozinhos, é vital dividirmos espaço com outras criaturas ou seremos também eliminados do planeta. Proteger as árvores, os animais, rios e mares são dever cívico de cada cidadão. Seremos todos responsabilizados, pelo mal que estamos fazendo a natureza. Conheça o Ache Tudo e Região o portal de todos Brasileiros. Cultive o hábito de ler, temos diversidade de informações úteis ao seu dispor. Seja bem vindo, gostamos de suas críticas e sugestões, elas nos ajudam a melhorar a cada ano.
|