A colonização de São Paulo
começou em 1532 quando, em 21 de janeiro, Martim
Afonso de Souza fundou a povoação que iria
transformar-se na Vila de São Vicente, uma das
mais antigas do Brasil e a mais remota da
Colônia. Dando continuidade à exploração da
terra, matança de índios e a busca pelo ouro e
pedras preciosas, um grupo de jesuítas, do qual
faziam parte José de Anchieta e Manoel da
Nóbrega, escalou a serra do mar chegando ao
planalto de Piratininga, onde encontraram,
segundo cartas enviadas a Portugal, "uma terra
mui sadia, fresca e de boas águas". Do ponto de
vista da segurança, a localização gráfica de
São Paulo era perfeita: situava-se numa colina
alta e plana, que facilitava a defesa contra
ataques de índios hostis. Nesse lugar, fundaram
um colégio em 25 de janeiro de 1554, ao redor do
qual se iniciou a construção das primeiras casas
de taipa, que dariam origem ao povoado de São
Paulo de Piratininga. Em 1560, o povoado ganhou
foros de vila.
No início, São Paulo
vivia da agricultura de subsistência,
aprisionando índios para trabalharem como
escravos na frustrada tentativa de implantação
em escala da lavoura de cana-de-açúcar. Mas o
sonho já era então a descoberta do ouro e dos
metais preciosos. Assim, na segunda metade do
século começariam as viagens de reconhecimento
ao interior do país, as "bandeiras", expedições
organizadas para aprisionar índios e procurar
pedras e metais preciosos nos sertões distantes,
dando início ao desbravamento das Minas Gerais.
Em 1681, São Paulo foi considerada
cabeça da Capitania, que incluía então um
território muito mais vasto que o do atual
Estado. Embora em 1711 a vila tenha sido elevada
à categoria de cidade, o próprio êxito do
empreendimento bandeirante fez que a Coroa
desmembrasse a capitania, para ter controle
exclusivo sobre a região das Minas. Por isso, ao
longo de todo o século XVIII, São Paulo
continuava sendo apenas o quartel-general de
onde não cessavam de partir as "bandeiras",
responsáveis pela ampliação do território
brasileiro a sul e a sudoeste muito além da
linha de Tordesilhas, na proporção direta do
extermínio das nações indígenas que colocavam
resistência a esse empreendimento.
Disso
tudo resultou a proverbial pobreza da província
de São Paulo na época colonial, carente de uma
atividade econômica lucrativa como a do cultivo
da cana-de-açúcar no Nordeste, contando
sobretudo com a mão-de-obra do indígena e
desfalcada de seus homens válidos, que partiam
para o sertão a redesenhar as fronteiras do
Brasil.
Durante os três primeiros
séculos de colonização, o número de índios e
mamelucos superou em muito o de europeus. Até
meados do século XVIII, predominava entre a
população uma "língua geral" de base
tupi-guarani, sendo essa língua franca a mais
falada em toda a região. No período da união das
coroas ibéricas, entre 1580 e 1640, estima-se
que o espanhol fosse a segunda língua da vila de
São Paulo. Após a Independência, em 1822, os
africanos representavam algo em torno de 25% da
população, e, os mulatos, mais de 40%.
Era já então insignificante a presença de índios
nas zonas ocupadas pela colonização, e em
especial nas lavouras de açúcar, implantadas com
êxito no litoral norte e na região entre Itu e
Sorocaba. Assim, a grande virada da economia
paulista só aconteceria na passagem do século
XVIII para o XIX, quando as plantações de café
começaram a substituir as de cana-de-açúcar e a
se preparar para ocupar o primeiro plano na
economia nacional.
Império
O fim da Colônia se antecipa, no próprio
período colonial, com a chegada da família real
portuguesa ao Brasil em 1808, fugindo ao avanço
das tropas napoleônicas. D. João VI deu então
início a uma série de reformas que, da
arquitetura ao ensino superior, da civilidade
urbana aos empreendimentos artísticos, deveriam
adequar o país para sediar o Vice-Reinado que
abrigava a Coroa portuguesa, e que de fato
preparariam sua independência.
São Paulo
também se beneficiaria em muito dessas
transformações. Foi em território paulista que,
em 7 de setembro de 1822, o herdeiro do trono
português, o príncipe Dom Pedro, declarou a
Independência do Brasil, sendo aclamado
Imperador com o título de Dom Pedro I.
Com sua renúncia nos anos 30, em meio à agitação
política contra o domínio português, seguiu-se o
conturbado período da Regência que, na segunda
metade do século, com a ascensão ao trono de D.
Pedro II, cederia lugar a um período de
inusitado desenvolvimento e prosperidade do
país, sobretudo após a consolidação da
agricultura cafeeira como o principal produto de
exportação brasileiro.
Foi nessa época
que São Paulo passou a assumir uma posição de
destaque no cenário nacional, com o avanço dos
cafezais, que encontraram na terra roxa do norte
da província o solo ideal. A expansão da cultura
do café exigiu a multiplicação das estradas de
ferro, iniciando-se então (1860-1861) em Santos
e São Paulo os trabalhos da construção da
Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, a São Paulo
Railway, responsável pelo primeiro trem a ligar
as duas cidades.
Esse foi um período de
grandes transformações, marcado pela crise do
sistema escravocrata, que levaria à Abolição em
1888 e que daria lugar, entre outros fatos, à
chegada em massa de imigrantes, principal
alternativa de solução ao problema da
mão-de-obra na lavoura cafeeira.
São
Paulo prosperou muito nessa época e a capital da
província passou por uma verdadeira revolução
urbanística, resultado da necessidade de
transformar uma cidade acanhada, pouco mais que
um entreposto comercial, em capital da nova
elite econômica que se impunha. Em meados de
1860, a cidade de São Paulo já era bem diferente
da antiga cidade colonial.
Os primeiros
lampiões de rua queimavam óleo de mamona ou de
baleia e a cidade já contava com um parque
público, o Jardim da Luz, que passaria por
extensas reformas no final do século. Nesse
período, à medida que a cidade se expandia em
todas as direções, consolidava-se também um
núcleo urbano moderno em torno de alguns marcos
simbólicos, como a Estação da São Paulo Railway
e o Jardim da Luz.
Ao seu redor
instalaram-se bairros residenciais de elite - os
Campos Elíseos -, com seus bulevares ao estilo
parisiense, como a avenida Tiradentes. Mas as
estradas de ferro também permitiram que
surgissem novos bairros populares ao lado da
Estação da São Paulo Railway, como o Bom Retiro
e o Brás, cujo povoamento foi reforçado pela
instalação, nas proximidades, da Hospedaria dos
Imigrantes.
Também os edifícios públicos
multiplicaram-se: assembléia, câmara, fórum,
escolas, quartéis, cadeias, abrigos para
crianças desamparadas. Dezenas de igrejas,
conventos e mosteiros ainda continuavam, como
nos tempos coloniais, a espalhar-se por toda
parte. Na área cultural artistas de circo,
atores de teatro, poetas e cantores começaram a
consolidar seu lugar na cidade, junto com o
primeiro jornal periódico.
Mas as
transformações no período também assumiram
outras facetas. A chegada de milhares de
imigrantes, além de resolver o problema da
mão-de-obra da lavoura cafeeira, permitiu maior
ocupação do interior do Estado. Criaram-se as
condições necessárias para que pequenas
fábricas, subsidiárias do café, dessem os
primeiros passos em direção à industrialização.
Com o interior já integrado ao cenário do rápido
crescimento da província, começou haver a
preocupação com a construção de novas estradas,
prevendo-se a interiorização dos cafezais e a
prosperidade que seria sacramentada com a
República.
A Republica
O fim do Império já estava selado quando foi
declarada a Abolição da Escravidão em 1888. A
perda de apoio das elites conservadoras,
agravada pelas fricções do imperador com a
Igreja, na chamada "Questão religiosa", e a
crise no Exército após a guerra do Paraguai,
origem da "Questão militar", determinariam a
queda de Dom Pedro II.
Assim, ele seria
deposto por um movimento militar liderado pelo
Marechal Deodoro da Fonseca em 1889. Teve início
então o primeiro período republicano no Brasil.
Até 1930, a República é controlada pelas
oligarquias agrárias de São Paulo, Minas Gerais
e Rio de Janeiro. A importância econômica do
café produzido em São Paulo e do gado de Minas
Gerais sustenta a "política do café-com-leite",
em que paulistas e mineiros se alternam na
presidência da República.
Na verdade,
São Paulo apenas mantinha o poder que
conquistara com a consolidação das novas bases
econômicas do país nas últimas décadas do
Império. A ferrovia puxava a expansão da
cafeicultura, atraía imigrantes e permitia a
colonização de novas áreas, enquanto nas cidades
a industrialização avançava, criava novos
contornos urbanos e abria espaço para novas
classes sociais, o operariado e a classe média.
Mais próspero do que nunca, e agora um Estado de
verdade dentro da Federação, São Paulo via
surgir a cada dia uma novidade diferente: a
eletricidade substituía o lampião a gás;
chegavam os primeiros carros (o primeiro de
todos pertenceu ao pai de Santos Dumont, em
1891); cresciam as linhas de bondes elétricos;
construíam-se na capital grandes obras urbanas,
entre elas, o Viaduto do Chá e a Avenida
Paulista.
A singularidade desse período
está na forma intensa com que tudo se
multiplica, desde a imigração, que no campo
sustenta a cafeicultura, até o desenvolvimento
das cidades, que levam São Paulo a perder suas
feições de província e tornar-se a economia mais
dinâmica do país. Todo o Estado paulista se
transforma. Santos, Jundiaí, Itu, Campinas e
diversas outras vilas passam a conviver com o
apito das fábricas e com uma nova classe
operária.
As greves e as "badernas de
rua" tornam-se assunto cotidiano dos boletins
policiais, ao mesmo tempo que começa a saltar
aos olhos a precariedade da infra-estrutura
urbana, exigida pela industrialização. Um dos
graves problemas passou a ser a geração de
energia, centro de atenção das autoridades
estaduais. Já em 1900, fora inaugurada a Light,
empresa canadense e principal responsável pelo
setor em São Paulo até 1970.
O Estado
passou a ter uma significativa capacidade de
geração de energia, o que foi decisivo para o
grande desenvolvimento industrial verificado
entre 1930 e 1940. Nessa nova conjuntura, mais
de uma dezena de pequenas hidrelétricas
começaram a ser construídas, principalmente com
capital estrangeiro.
Nesse período da
Primeira República, a aristocracia cafeeira
paulista vive o seu apogeu. Mas a Revolução de
1930 coloca fim à liderança da oligarquia
cafeeira, trazendo para o primeiro plano os
Estados menores da Federação, sob a liderança do
Rio Grande do Sul de Getúlio Vargas. As
oligarquias paulistas ainda promovem, contra o
movimento de 1930, a Revolução
Constitucionalista em 1932, mas são derrotadas,
apesar da pujança econômica demonstrada pelo
Estado de São Paulo.
Em 1930, os trilhos
de suas ferrovias chegavam às proximidades do
rio Paraná e a colonização ocupava mais de um
terço do Estado. As cidades se multiplicavam.
Socialmente, o Estado, com seus mais de um
milhão de imigrantes, tornou-se uma torre de
Babel, profundamente marcado pelas diferentes
culturas trazidas de mais de 60 países.
Mas na última década da República Velha, o
modelo econômico e político que sustentava o
predomínio de São Paulo mostrava seu
esgotamento. Após a Revolução de 1930, o país
viveu um período de instabilidade que favoreceu
a instalação da ditadura de Getúlio Vargas,
período de oito anos que terminou juntamente com
a Segunda Guerra Mundial, que abriu um período
de redemocratização e a instalação da chamada
Segunda República.
Entretanto, no plano
econômico, o café superou a crise por que passou
no início da década de 1930 e foi estimulado por
bons preços durante a guerra, favorecendo a
recuperação de São Paulo. Mas, agora, era a vez
da indústria despontar, impulsionada, entre
outros motivos, pelos capitais deslocados da
lavoura. Logo, outro grande salto seria dado,
com a chegada da indústria automobilística em
São Paulo, carro-chefe da economia nacional
desde a década de 1950. A partir daí, o Estado
paulista se transformou no maior parque
industrial do país, posição que continuou a
manter, apesar das transformações econômicas
vividas pelo Brasil.
Atualmente devido à
completa falta de infraestrutura, todo o estado
de SP corre o risco eminente de ficar sem agua,
substituíram todas as matas atlânticas que
regulava o clima e mantinham a umidade do ar,
como também assorearam todos os rios,
entupindo-os de lixo e produtos químicos
poderosos.
Referencia Wikipedia
Ache Tudo e Região
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