Colina começou a comemorar os aniversários
de sua emancipação administrativa na administração de João
Paro, na década de 60. Anteriormente, as maiores festividades realizadas
na cidade eram em ocasião de 9 de julho, relembrando a participação de
Colina na Revolução de 32, a chamada Revolução Constitucionalista.
Nos anos anteriores a emancipação, em 1926, o que a história registra é
uma verdadeira luta de desbravamento promovida pelas primeiras famílias
que aquí chegaram no final do século XIX. Por volta de 1900, a Companhia
Paulista de Estradas de Ferro, que já estendera seus trilhos até
Bebedouro, dependia de verba para aquisição do leito ferroviário ao longo
do trecho Bebedouro - Barretos.
José Venâncio Dias, proprietário de uma fazenda aqui localizada, de nome
"Colina", que tinha terras extensas cobertas por matas, se apressou e foi
à Campinas oferecer gratuitamente a faixa de terras que fosse necessária.
Diante da oferta um dos diretores perguntou: "O que espera o coronel
ganhar com esta doação ? José Venâncio respondeu: "Desejo ouvir o apito de
um trem, anúncio sonoro de um progresso para toda a nossa região".
O negócio foi fechado e a terra foi doada. Cinco anos depois o coronel,
sentado à varanda de sua fazenda, ouvia apitar o primeiro trem com destino
a Barretos.
A FUNDAÇÃO DE COLINA
José Venâncio Dias, Luciano de Mello Nogueira e Antônio Junqueira Franco
são apontados como os principais responsáveis pela fundação da cidade,
porque estiveram sempre à testa das realizações e conquistas.
É de justiça, porém, acrescentar a estes os nomes dos proprietários das
demais fazendas vizinhas, do Turvo, Onça, Consulta, Retirinho, Cava, etc.,
a quem coube prestigiar, com seu apoio e confiança, as decisões dos três
primeiros, que afinal eram eles todos ligados a uma única família.
AS TERRAS
Todas as fazendas, que se estendiam por toda a região, pertenciam ao
Município de Barretos. A Fazenda Collina, constava de três partes: Baixada
(atual centro da cidade), Baixadinha (parte da Pedreira, Cohab 2,
Cemitério e fundos) e Cabaças (hoje Estação Experimental de Zootecnia).
José Venâncio loteou o retângulo compreendido entre as Avenidas 15 de
Novembro (hoje rua Antônio Paulo de Miranda), a Rua 13 de Maio e Barão do
Rio Branco (Av. Antenor Junqueira Franco) a Av. Conselheiro Antônio Prado
(Moacir Vizzoto). Os lotes, demarcados por João Massarela, ex-engenheiro
da Paulista, foram vendidos pelo corretor Teodorico, a preços acessíveis e
condições facilitadas.
O CRESCIMENTO
O arraial foi nascendo com sua zona residencial na parte alta, e na parte
baixa a área comercial. Antônio Junqueira Franco fundou uma Casa Bancária.
Em dez anos, a área do ramal estava desbravada e vastas áreas de café
foram surgindo por toda parte.
A primeira casa de Colina foi efetivamente a de José Fabri, que veio a
cidade em 1903. Ela ficava na atual esquina da Av. Dr. Manoel P. Fernandes
com a Rua 13 de Maio, servindo de pouso para carreiros, tropeiros,
medeireiros e outros viajantes. Teodorico, o corretor, construiu a
segunda, seguida pelos barracões de zinco e casas de tijolos.
AS BENFEITORIAS
Altivo Gonçalves de Araújo (Tivico) e sua irmã Natividade Arantes (Dadade)
fundaram a primeira escola primária; posteriormente Altivo ainda foi
agente do Correio e escrivão da Coletoria Estadual.
Funzinato Bertazzi abriu a "Pharmácia Santa Izabel", que atraiu a vinda de
médicos como Lara, Colombo, Moura Pinto, Barcellos e Lamounier de Andrade.
Em seguida foram os gabinetes dentários de Abrahão Neto e José Calazans de
Moraes, que se instalaram. Estes ainda foram delegados de polícia.
As primeiras casas comerciais situavam-se nas avenidas Ângelo Martins
Tristão e 7 de Setembro, tendo como proprietários Antônio de Almeida,
Hermirio Magalhães, Antônio Nogueira da Silva e Durval Nogueira.
A EMANCIPAÇÃO
Em 1917, os líderes locais, que pertenciam ao então Partido Republicano
Paulista conseguiram a aprovação da Lei n.º 1572, em São Paulo, passando o
Patrimônio de Collina para a categoria de Distrito, instalado em 19 de
abril de 1918.
O ideal da emancipação já fervilhava entre os moradores e o Partido
decidiu fundar um jornal semanário, que recebeu o nome de "O COLLINENSE",
com a finalidade de difundir o ideal e lutar pelos interesses da
comunidade, em 18 de agosto de 1918.
A vitória foi obtida em 1925, caracterizando-se pela Lei Estadual n.º
2.096, de 24 de dezembro e a instalação oficial do Município de Collina
deu-se a 21 de abril de 1926, tendo o primeiro prefeito, Antônio "Nico"
Junqueira Franco, tomado posse dois dias depois.
Essa breve história, com certeza, deixou de citar alguns nomes que foram
importantes para todo o processo de fundação da cidade. Vale lembrar que
outras pessoas também participaram da história do município, como os
engenheiros da Paulista que apostaram na cidade, os trabalhadores que
investiram no café e outras culturas e aqueles que nunca terão seus nomes
registrados, porém participaram substancialmente do desbravamento deste
chão.
EXTRAÍDO DO JORNAL
O COLINENSE – 18/04/2002
Origem do Nome
As colinas que cercam a área de terra que foi doada pelo fundador da
cidade Cel. José Venâncio e que formavam a Fazenda Colina.
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