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HISTORIA
DE PARATI |
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O território do atual Município de Parati
era ocupado, à época do descobrimento, pelo indígenas
Guaianás, que se estendiam para o Norte até Angra dos
Reis e para o Sul até o Rio Cananéia do Sul.
Desde princípios do século XVI, portugueses vindos da
Capitania de São Vicente instalaram-se na região.
Com a descoberta do ouro nas "gerais", Parati tornou-se
ponto obrigatório para os que vinham do Rio de Janeiro
em demanda das minas, uma vez que esse era o único local
em que a Serra do Mar podia ser transposta, através de
uma antiga trilha dos Guaianás, pela Serra do Facão e o
local em que hoje fica a Cidade de Cunha, em São Paulo,
e atingindo o Vale do Paraíba, em Taubaté - depois em
Pindamonhangaba e Guaratinguetá - e daí os sertões das "gerais".
Foi esse o caminho trilhado por Martim Correia de Sá,
filho do governador Salvador de Sá, à frente de 700
portugueses e 2.000 índios Tamoios na região das minas.
Segundo a tradição, as primeiras sesmarias em terras de
Parati foram concedidas pelo Capitão-Mor Joaquim Pimenta
de Carvalho, em nome do Conde da Ilha do Príncipe,
donatário da Capitania de São Vicente, a alguns
moradores da Vila de Nossa Senhora da Conceição de Angra
dos Reis da Ilha Grande, a cuja jurisdição pertenciam.
O primeiro núcleo organizado de povoamento surgiu num
morro "distante 25 braças para o Norte do Rio
Perequê-Açu", onde, em princípios do século XVII, foi
São Roque. Posteriormente, seus moradores transferiram-se
para local mais favorável e construíram, por volta de
1646, um templo sob o oratório de Nossa Senhora dos
Remédios, em terreno doado por Maria Jácome de Melo.
Graças à sua situação de caminho único para o Vale do
Paraíba e as Minas para quem vinha do Norte, a povoação
prosperou rapidamente. Os paulistas do Vale desciam a
Serra com os produtos de sua lavoura para negociá-los e
ali adquirir os artigos de que necessitavam. Seu porto
era muito freqüentado, fazendo-se grande comércio de
café, arroz, milho, feijão, aguardente e farinha. Por
ali escoava-se grande parte do ouro das Minas, tanto que
uma Carta Régia de 9 de maio de 1703 nela criou um
Registro de Ouro, extinguindo todos demais, salvo o de
Santos.
Em 1660, um paratiense decidido, o Capitão Domingos
Gonçalves de Abreu, levantando-se contra a Vila de
Angras dos Reis da Ilha Grande, a cuja jurisdição estava
sujeito o povoado, requereu diretamente ao Capitão-Mor
da Capitania de São Vicente a sua elevação à categoria
de Vila e, sem esperar resposta, erigiu às suas custas o
pelourinho, símbolo de autonomia e autoridade. Durante
sete anos a Câmara de Angra dos Reis lutou contra esse
ato de rebeldia, mas uma Carta Régia de 28 de fevereiro
de 1667 reconheceu a autonomia já de fato conquistada
pelos "levantados" de Parati.
Criada em 1720 a capitania de São Paulo, desmembrada do
Rio de Janeiro, a ela foi adjudicada a Vila de Parati.
No entanto, como a administração da justiça continuasse
a cargo do Ouvidor-Geral da capitania do Rio de Janeiro,
que dela não abria mão, a Câmara da Vila, diante dos
inconvenientes que surgiam dessa dualidade de jurisdição,
solicitou sua anexação à última, o que foi concedida por
Ordem Régia de 8 de janeiro de 1827.
Um paratiense, o Capitão Francisco do Amaral Gurgel, que
partira às suas custas com um reforço de 500 homens e 80
escravos em defesa da Cidade do Rio de Janeiro, atacada
pela esquadra francesa de Dugiay-Trouin, que a ocupara
em 12 de setembro de 1711, negociou o resgate exigido
pelos franceses para se retirarem: 610 mil cruzados, mil
caixas de açúcar e 200 bois.
Depois da abertura, na segunda década do século XVIII,
do "caminho novo" para as Minas Gerais, o qual partindo
do Rio de Janeiro através da Serra dos Órgãos, Paraíba
(do Sul) e Borda da Campo (Barbacena), encurtava para 15
dias a jornada para os sertões do ouro, Parati sofreu o
primeiro declínio. Ainda assim, continuou importante
porto de mar até fins do século XIX. As caravelas que
vinham da Europa ali faziam escala quase obrigatória.
Companhias líricas vinham da Europa representar no
teatro de Parati, que também recebeu atores nacionais do
vulto de João Caetano.
Continuavam a chegar imigrantes às suas terras férteis.
Por volta de 1863 ainda existiam 12 engenhos e 150
fábricas de aguardente. Com a abolição da escravatura,
em 1888, e o êxodo dos trabalhadores rurais, verificou-se
o colapso de sua economia, baseada na cultura da cana e
do café. Em conseqüência do abandono das terras, vários
cursos de água tiveram seus leitos obstruídos, ficando
as várzeas férteis sujeitas a inundações.
A partir de 1954, com a abertura de uma estrada
carroçável para Cunha, na direção do antigo caminho
colonial da Serra, vem-se processando lentamente o
soerguimento econômico do Município, tanto pela
recuperação das lavouras, como pela afluência de
turistas, vindos principalmente de São Paulo.
A precariedade do transporte marítimo, único meio de
comunicação de Parati com os demais municípios
fluminenses, provocou, no princípio da década de 1960,
um movimento a favor de uma revisão administrativa que
desmembrasse o Município do Estado do Rio de Janeiro e o
fizesse voltar a integrar o território do Estado de São
Paulo. A abertura da estrada para Angra dos Reis veio
romper esse isolamento e permitir prever para breve novo
surto de progresso para o Município.
Pela sua situação geográfica e riqueza de suas terras,
Parati tem condições excepcionais para retomar o lugar
de relevo que ostentou outrora no conjunto das
localidades fluminenses.
Gentílico: paratiense.
Formação Administrativa
Freguesia criada com a denominação de Parati, por carta
régia de 28-02-1667, e pelos decretos estaduais nº 1, de
08-05-1892 e nº 1-A, de 03-06-1892.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Parati,
por carta régia supracitada. Sede na vila de Parati.
Constituído do distrito sede.
Pela lei provincial nº 63, de 17-12-1836, é criado a
freguesia de São João Batista de Mamaguá e anexado à
vila de Parati.
Pelo decreto provincial nº 658, de 14-10-1853, o
distrito de São João Batista de Mamaguá passou a
denominar-se Parati Mirim.
Elevado à condição de cidade com a denominação de Parati,
pela lei provincial de nº 302, de 11-03-1844, e
confirmado pelo decreto estadual de nº 28, de
03-01-1890.
Pela lei estadual nº 849, de 27-10-1908, é criado o
distrito de São Gonçalo e anexado ao município de Parati.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o
município de Parati é constituído de 3 distritos: Parati,
Parati-Mirim, ex-São João Batista de Mamaguá, e São
Gonçalo.
Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de
31-Xll-1936 e 31-Xll-1937.
Pelo decreto estadual de nº 641, de 15-12-1938, o
distrito São Gonçalo passou a denominar-se Humaitá.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o
município é constituído de 3 distritos: Parati,
Parati-Mirim e Humaitá, ex-São Gonçalo.
Pelo decreto-lei estadual nº 1.056, de 31-12-1943, o
distrito de Humaitá passou a denominar-se Tarituba.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município
é constituído de 3 distritos: Parati, Parati-Mirim e
Tarituba ex-Humaitá. .
Assim permanecendo em divisão territorial datada de
1-VII-1960.
Em "Síntese" de 31-XII-1994, o município é constituído
de 3 distritos: Parati, Parati-Mirim e Tarituba.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de
2007.
IBGE pagina visitada em 25/09/2012
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